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Por que, Pai - Episódio 11 (Últimos Episódios)

 

Por que, pai?


Continuação a partir do fim do último episódio: Cracolândia/São Paulo/Exterior/Manhã


Ernando aponta para Antônio sentado numa calçada, e fala com Juliano.


ERNANDO - Aquele é o nosso pai.


Juliano olha para Antônio e sorri.


JULIANO - Enfim achei meu pai.


A câmera foca em Antônio.



Episódio 11


Cena 01: Cracolândia/São Paulo/Exterior/Manhã


ERNANDO - Vamos lá nele?


Ernando e Juliano caminham se aproximando de Antônio.


ERNANDO - Pai!


Antônio se vira, olhando para Ernando e Juliano.


ANTÔNIO - Oi, Ernando.


Antônio aponta para Juliano.


ANTÔNIO - Quem é esse moço?


Antônio fica olhando para Juliano.


ANTÔNIO - Você veio aqui tentar me fazer voltar pra casa?


ERNANDO - Não pai, vim te apresentar esse moço.


ANTÔNIO - Sabe que esse rapaz não me é estranho? O rosto dele me parece familiar. Tenho a impressão que te conheço. De onde que você é?


JULIANO - Eu sou do Rio.


Antônio fica olhando reparando em Juliano.


ANTÔNIO - E qual seu nome?


JULIANO - Meu nome é Juliano.


Antônio fala, refletindo


ANTÔNIO - Juliano.


ERNANDO - Deixa eu te explicar, pai. Esse moço/


Antônio interrompe.


ANTÔNIO - Juliano, do Rio de Janeiro. Qual o nome da sua mãe, moço?


JULIANO - É Marlene.


ANTÔNIO - E qual sua idade?


JULIANO - Tenho 26 anos.


Antônio pensa com a mão no queixo.


ANTÔNIO - Marlene. 26 anos.


Antônio se emociona.


ERNANDO - Vou te explicar, pai. Esse moço/


Antônio interrompe.


ANTÔNIO - Esse moço é meu filho, seu irmão.


Antônio se emociona ainda mais.


ANTÔNIO - Eu posso te dar um abraço, moço? Minha roupa não tá limpa não, mas se você deixar, eu quero te abraçar.


Juliano diz, emocionado.


JULIANO - Sim, claro.


Antônio abraça Juliano.


A câmera vai subindo, filmando o abraço dos dois em meio à Cracolândia. De longe a câmera filma Ernando se juntando ao abraço dos dois.


Cena 02: Faculdade Local/Saída/Exterior/Dia


Lizandra aconselha Bárbara.


LIZANDRA - Amiga, eu acho que você deve fazer o que é melhor para você no momento.


BÁRBARA - Entendi.


LIZANDRA - Eu acho uma pena você querer desistir da faculdade. Mas se é o que você acha melhor no momento, eu te apoio.


BÁRBARA - É o que eu quero. Pelo menos por agora. Depois que eu terminei com o Juliano, fiquei desmotivada de continuar morando aqui.


LIZANDRA - E se em vez de trancar, você transferisse sua matrícula daqui pra sua cidade?


BÁRBARA - Eu vou trancar mesmo amiga, eu preciso descansar, rever minha vida. Preciso dar um tempo nas coisas.


LIZANDRA - Entendi, se é o que você quer, não vou interferir.


Lizandra sorri.


BÁRBARA - Eu vou lá na secretaria.


LIZANDRA - Vai lá.


Bárbara sai, e Gustavo chega.


GUSTAVO - Oi, meu amor!


LIZANDRA - Oii!


Eles dão um selinho.


LIZANDRA - Minhas aulas já acabaram.


GUSTAVO - Também estou livre.


LIZANDRA - Você vai lá pra casa? Pra estar comigo quando eu for contar pra minha mãe daquele assunto?


GUSTAVO - Vou sim.


LIZANDRA - Vamos pra lá de uma vez? Ela não deve estar em casa, mas a gente espera ela chegar.


GUSTAVO - Vamos. Eu estou de carro.


Gustavo e Lizandra saem da faculdade.


Cena 03: Restaurante/São Paulo/Interior/Dia


Ernando e Juliano levam Antônio para almoçar.


ERNANDO - Gostoso, né pai?


ANTÔNIO - Muito bom, meu filho.


ERNANDO - Por que você não volta pra casa pai?


ANTÔNIO - Eu não quero dar trabalho. Prefiro ficar na rua mesmo.


JULIANO - Pensa bem, sr. Antônio. Em casa você vai ter roupas limpas, comida boa, uma casa boa, vai tomar banho todos os dias.


ANTÔNIO - Me chama de pai, não me chama de senhor Antônio não.


Juliano sorri.


ANTÔNIO - Eu não consigo largar esse vício. Eu em casa vou dar muito trabalho pra Aniva.


ERNANDO - Mas pai, a gente prefere o senhor com a gente, mesmo que dê trabalho.


ANTÔNIO - Acho melhor não.


JULIANO - Mas o senhor tá comendo direito?


ANTÔNIO - Mais ou menos. Quando o pessoal do projeto social passa por lá, é melhor. Eles distribuem lanche, marmita.


ERNANDO - Pensa bem, pai/


Antônio interrompe.


ANTÔNIO - Chega desse assunto. Eu vou continuar lá.


Silêncio.


ANTÔNIO - Juliano, você quis me procurar?


JULIANO - Eu vou ser sincero com o senhor. Eu cresci conformado que meu pai tinha largado eu e minha mãe. E cresci bem, minha mãe me deu tudo o que precisei. Eu não entendia como um pai largou um filho bebê e uma mulher desamparados.


ANTÔNIO - Me desculpa.


JULIANO - Aí uns tempos atrás, eu resolvi te procurar pra te conhecer. Fui atrás, procurei e hoje estou aqui.


Antônio se emociona.


ANTÔNIO - Eu deixei vocês lá porque na época eu achava que tinha que voltar e ficar com a Aniva, porque ela era minha mulher de verdade né, com quem eu era casado. Escondi por um tempo que tive um filho lá, mas depois acabei contando. Depois eu nem te procurei também. Eu fui irresponsável. E eu sei que não existe justificativa pra eu ter te largado. Mas eu guardei o seu rosto, o seu olhar no meu coração, quando eu bati os olhos em você, meu coração te reconheceu.


Juliano se emociona.


JULIANO - Eu estou gostando muito de te conhecer. E não se preocupa em justificar não. O que é do passado, fica no passado.


ANTÔNIO - Eu também estou gostando de te conhecer.


JULIANO - E eu não vou desistir de tirar o senhor dessa vida.


ERNANDO - Nem eu vou.


ANTÔNIO - Me dêem um abraço.


Ernando e Juliano abraçam Antônio.


Antônio se emociona com seus filhos.


ANTÔNIO - Eu vou ao banheiro.


ERNANDO/JULIANO - Ok.


Antônio se levanta e vai na direção do banheiro. Em vez de entrar no banheiro, Antônio disfarça e sai do restaurante.


Passam-se 10 minutos.


JULIANO - Ele está demorando no banheiro né?


ERNANDO - É.


JULIANO - Eu vou lá ver.


Juliano vai ao banheiro. Ele procura Antônio no banheiro e não o acha. Juliano sai do banheiro, e volta pra mesa.


JULIANO - Ele não está lá.


ERNANDO - Ele deve ter ido embora. Ele faz isso às vezes. Disfarça e vai embora.


Cena 04: Faculdade Local/Secretaria/Interior/Dia


Bárbara conversa com uma das secretárias.


BÁRBARA - Eu quero trancar minha matrícula.


SECRETÁRIA - Qual o número da sua matrícula?


Bárbara entrega um papel com o número. Bárbara aponta no papel.


BÁRBARA - Esse aqui.


SECRETÁRIA - Você tem certeza que quer trancar?


BÁRBARA - Tenho.


Bárbara olha um anúncio num cartaz, e fica curiosa.


BÁRBARA - Pera aí. Nesse cartaz fala de uma prova para selecionar estudantes para um intercâmbio. Estudantes de quais cursos podem participar?


SECRETÁRIA - Estudantes de todos os cursos podem participar. Vai selecionar um estudante de cada curso.


BÁRBARA - Entendi. Não tranca minha matrícula não, por favor.


Bárbara pensa.


BÁRBARA - E se passar na prova, como fica a faculdade aqui?


SECRETÁRIA - Se passar, você termina a faculdade no país do intercâmbio.


BÁRBARA - Ah sim. E o que tenho que fazer pra participar dessa prova?


SECRETÁRIA - Só se inscrever aqui. Quer que eu faça pra você?


Bárbara se anima.


BÁRBARA - Quero, por favor. E os estudos lá, serão gratuitos?


SECRETÁRIA - Sim, gratuitos. E te indicarão para um serviço também.


BÁRBARA em pensamento - Uma ótima oportunidade. Vai me fazer muito bem.


Cena 05: Praia de Ipanema/Exterior/Tarde


André e Marcelo nadam e mergulham no mar.


Eles saem do mar. André senta na areia, e Marcelo se deita com a cabeça no colo de André.


André olha nos olhos de Marcelo.


ANDRÉ - Eu gosto muito de você.


Marcelo sussurra.


MARCELO - Eu também, te adoro.


André beija Marcelo. Após o beijo eles sorriem.


MARCELO - Vamos embora?


ANDRÉ - Vamos.


Os dois se levantam, e caminham.


ANDRÉ - Me dá a mão. Vamos de mãos dadas.


Marcelo entrelaça sua mão à de André.


Eles caminham de mãos dadas.


Quando eles estão caminhando na calçada, João Vicente passa de carro e vê Marcelo de mãos dadas com André. João Vicente fecha a cara.


Cena 06: Casa de Lizandra/Sala/Interior/Tarde


Lizandra e Gustavo chegam e encontram Kátia na sala.


LIZANDRA - Ué mãe, já chegou?


KÁTIA - Hoje o serviço terminou mais cedo. Aí aproveitei pra vim descansar.


Gustavo cumprimenta Kátia.


GUSTAVO - Oi dona Kátia, tudo bem?


KÁTIA - Estou bem e você?


GUSTAVO - Também.


Eles trocam sorrisos.


LIZANDRA - Mãe, cadê meu irmão?


KÁTIA - O Júnior está no quarto dele fazendo tarefa da escola.


LIZANDRA - Eu queria falar com você.


KÁTIA - Pode falar.


LIZANDRA - É coisa séria.


Kátia se preocupa.


KÁTIA - Fala, que você está me deixando nervosa.


LIZANDRA - Mãe, eu não quero te aborrecer, nem te entristecer, nem te magoar, mas eu preciso desabafar.


KÁTIA - Conta Lizandra, o que foi?


LIZANDRA - Mãe, o Maurício, ele, ele me assediou outro dia.


Kátia se choca.


KÁTIA - Como é?


Lizandra chora.


LIZANDRA - Ele tentou me agarrar, me segurou com força contra a cama, aí eu consegui soltar um braço meu e com esse braço peguei um estilete e o ameacei, fiquei apontando pra ele até ele sair do meu quarto.


Kátia chora.


KÁTIA - E mais o que?


LIZANDRA - Um outro dia, na época que eu queria colocar tranças,você trabalhou no horário noturno, aí ele falou pra eu dormir com ele que ele me daria o dinheiro para as tranças.


Lizandra chora.


KÁTIA - Filha, como você reagiu?


LIZANDRA - Eu me tranquei no meu quarto. Saí só no outro dia.


KÁTIA - Teve mais vezes, filha?


LIZANDRA - Teve outras vezes que ele me incomodou. Eu estou te contando, mãe, porque eu não aguento mais guardar isso pra mim. Eu não aguento mais o olhar dele, as investidas dele. Ele não respeita a mim, e nem a você. É horrível ver ele atuando pra você, sabendo do que ele faz. Ele se faz de bom marido, mas ele é horrível. Eu detesto ele, detesto, tenho ódio, raiva, rancor; e eu odeio esses sentimentos.


KÁTIA - Me desculpa por não ter percebido, minha filha.


Kátia chora e abraça Lizandra.


KÁTIA - Gustavo, por favor, leva a Lizandra pra dar um passeio hoje, se você puder.


GUSTAVO - Levo. Pode deixar.


KÁTIA - Tem problema se o Júnior for também?


GUSTAVO - Claro que não.


Silêncio.


KÁTIA - Eu vou resolver isso filha. Depois que eu resolver, te mando mensagem.


LIZANDRA - O que a senhora vai fazer?


Kátia não responde.




Cena 07: Casa de Marina/Sala/Interior/Tarde


João Vicente está na casa de Marina. Ele está bravo e  conversa com Viviane sobre o que viu.


JOÃO VICENTE - Eu vi o Marcelo de mãos dadas com um menino na praia, Viviane. Você não criou esse menino direito? Deixou o menino virar viado?


VIVIANE - Eu criei ele sim. Criei sozinha.


JOÃO VICENTE - Com o meu dinheiro né?


VIVIANE - Mas fui eu quem criei. E a gente nem sabe se ele é realmente gay. Talvez era só um amigo dele.


JOÃO VICENTE - Amigos de mãos dadas? Acorda, Viviane.


VIVIANE - Ué, não sei.


JOÃO VICENTE - Não sabe mesmo. Não foi você que criou ele? Deveria saber. De vez usar meu dinheiro numa boa criação, deixou o menino virar gay.


VIVIANE - Vamos esperar ele chegar pra depois tirar conclusões.


João Vicente senta no sofá.


Alguns minutos depois Marcelo chega. Ele entra pela porta e se surpreende ao ver João Vicente.


MARCELO - Pai?


João Vicente olha para Marcelo sério.


JOÃO VICENTE - Eu vi você na praia, com um menino.


Marcelo demonstra nervosismo.


JOÃO VICENTE - Você estava de mãos dadas com ele.


Viviane tenta acalmar.


VIVIANE - Eu falei para seu pai esperar você chegar antes de tirar conclusões. Explica pra ele que é um amigo.


JOÃO VICENTE - Fica quieta, Viviane.


João Vicente encara Marcelo.


JOÃO VICENTE - Me explica aquela situação. Quem é aquele menino?


Marcelo olha para seus pais ansioso.


MARCELO - Eu vou explicar pra vocês.


Marcelo procura palavras.


JOÃO VICENTE - Fala, Marcelo.


VIVIANE - Calma, João Vicente.


Marcelo abaixa a cabeça.


MARCELO - Então, eu vou preferir falar a verdade.


Marcelo olha para seus pais.


MARCELO - É isso que você está pensando, pai. Eu sou gay. Aquele menino é o André, eu estou conhecendo ele.


Silêncio.


MARCELO - Eu estou nervoso. Estava ansioso pra contar pra vocês. Eu espero que vocês me aceitem como eu sou.


Marcelo bate lentamente a mão no peito.


MARCELO - E esse é o Marcelo de verdade. E eu só quero ser feliz, sendo eu.


João Vicente encara Marcelo.


JOÃO VICENTE - Então você é gay?


MARCELO - Sou pai. Me desculpem se eu estou frustrando vocês com isso, mas é esse quem eu sou.


Marcelo se emociona.


João Vicente é decisivo.


JOÃO VICENTE - Olha menino, você nunca mais me chama de pai. Eu não tenho filho viado. E essa casa aqui foi eu quem paguei, então você pega suas coisas e vai embora daqui.


Viviane intervém.


VIVIANE - Você não vai botar meu filho na rua.


João Vicente grita.


JOÃO VICENTE - Essa casa é minha, quem decide sou eu.


VIVIANE - Mas João/


Marcelo interrompe.


MARCELO - Deixa mãe.


João Vicente encara Marcelo.


JOÃO VICENTE - E além da casa, eu não vou pagar escola, nem saúde, nem alimentação.


João Vicente caminha em direção a porta, logo ele se vira para Marcelo.


JOÃO VICENTE - E não esquece, quero você fora daqui hoje.


João Vicente vai embora.


Marcelo olha para Viviane.


VIVIANE - Filho, não precisa ir.


MARCELO - É melhor eu ir, mãe.


Os dois choram. Viviane abraça Marcelo.


Cena 08: Vila Isabel/Exterior/Noite


Stéfany acaba de sair do serviço e caminha para casa. Tem poucas pessoas na rua. Stéfany atravessa a rua, trocando de calçada. Quando ela vai passar por uma esquina, Conrado a puxa pelo cabelo e a segura com força. Stéfany grita e Conrado tampa sua boca.


CONRADO - Fica quietinha, meu amor.


Stéfany faz força pra se soltar.


CONRADO - Calma, meu bem. Eu só queria te falar que eu sei onde você tá morando. E oh, é melhor você voltar pra nossa casa.


Stéfany dá tapas nos braços de Conrado para que ele a solte.


CONRADO - Eu vou te soltar.


Conrado solta Stéfany e ironiza.


CONRADO - Não precisa se preocupar comigo pelos tapas. Tapas de amor não dói.


Conrado manda um beijo para Stéfany e vai embora.


Stéfany, aflita, caminha rapidamente.


Cena 09: Nova Casa de Stéfany/Sala/Interior/Noite


Stéfany chega em casa. Kika e Marlene estão na sala. Marlene percebe Stéfany nervosa.


MARLENE - O que foi, Stéfany? Aconteceu alguma coisa?


Stéfany mente.


STÉFANY - Aconteceu nada não.


Marlene se levanta.


MARLENE - Eu já vou, Stéfany. Peguei a Kika na escola como você me pediu, e já dei comida pra ela.


STÉFANY - Obrigada, Marlene! Eu te acompanho até lá fora.


Stéfany e Marlene saem pela porta. Kika fica assistindo televisão.


STÉFANY - Vou te contar, Marlene.


MARLENE - O que?


STÉFANY - Aconteceu sim. O Conrado me cercou e me fez uma ameaça.


MARLENE - O que ele falou?


STÉFANY - Falou que sabe onde eu estou morando, e que é melhor eu voltar pra casa.


MARLENE - Por isso você chegou daquele jeito. E o que você vai fazer?


STÉFANY - Vou andar mais atenciosa. Prestar mais atenção.


MARLENE - E a sua medida protetiva? Ele não pode chegar perto de você.


STÉFANY - Teoricamente ele não pode. Mas ele chegou e eu não pude fazer nada. E nem posso fazer nada, ele não tá perto de mim mais. Não adianta denunciar agora.


MARLENE - Tenha cuidado, Stéfany.


STÉFANY - Eu vou ter. Vou andar mais ligada.


MARLENE - Isso. Eu vou indo. Tchau!


STÉFANY - Tchau, Marlene. Obrigada, por ter ficado com a Kika. Hoje teve mais serviços, aí não teve como eu voltar antes do horário dela sair da escola.


MARLENE - Precisa agradecer não. Vou indo.


STÉFANY - Tchau!


Marlene vai embora e Stéfany entra pra casa.


Cena 10: Casa de Lizandra/Sala/Interior/Noite


Kátia espera Maurício chegar em casa. Na sala tem algumas malas, e Kátia está sentada no sofá.


A porta da sala se abre, Maurício entra. Kátia se coloca de pé.


MAURÍCIO - Oi, meu amor!


Kátia se irrita e acerta um tapa na cara de Maurício.


KÁTIA - Meu amor o cacete.


Maurício leva a mão ao rosto.


MAURÍCIO - Que isso, Kátia? Tá doida?


KÁTIA - Isso são suas malas. Você vai embora da minha casa hoje.


MAURÍCIO - Mas o que eu fiz?


KÁTIA - O que você fez? Você sabe o que você fez, sabe muito bem o que fez.


Maurício se faz de desentendido.


MAURÍCIO - Eu não fiz nada. O que que inventaram pra você? É mentira.


Kátia acerta outro tapa na cara de Maurício.


KÁTIA - Cala a boca. Eu sei que não é mentira.


MAURÍCIO - Mas amor/


KÁTIA - Não me chama de amor. Vai embora. Nunca mais você volta aqui, entendeu? Nunca mais.


MAURÍCIO - É tudo mentira. Não é verdade. O que te falaram? Me fala o que inventaram que eu vou tirar a limpo.


Kátia fica séria.


MAURÍCIO - Não vou deixar destruírem nosso casamento. Eu não vou deixar.


KÁTIA - Quem destruiu foi você mesmo. Não se faça de sonso. Você não vai me enrolar.


MAURÍCIO - É a Lizandra né? O que ela te falou? Essa menina quer acabar com nosso relacionamento, você não percebe mas ela é muito cínica, eu já vi, o jeito que ela fala. Ela vive te enrolando, deve ser mais uma enrolação. Aquela menina falsa.


Kátia dá outro tapa em Conrado.


KÁTIA - Não fala da minha filha.


Maurício volta o rosto pra frente e se revela.


MAURÍCIO - Quer saber? Tô nem aí. É tudo verdade. Que problema tem? Ela é maior de idade. Eu só ia trocar a mãe pela filha.


Kátia se enfurece.


KÁTIA - Cala a sua boca.


Kátia parte pra cima de Maurício. Ela o empurra contra a parede e lhe dá vários tapas na cara, enquanto o xinga.


KÁTIA - Seu ordinário, vagabundo, salafrário, eu te odeio, seu fingido, sem vergonha, eu te odeio, te odeio.


Maurício se solta e Kátia esbraveja.


KÁTIA - Vai embora da minha casa. Agora. Agora.


Kátia abre a porta e Maurício pega suas malas. Ele sai e Kátia bate a porta com força.


Cena 11: Casa de Marina/Quarto de Marcelo/Interior/Noite


Marcelo conversa com André por telefone.


MARCELO por telefone - Então eu posso ficar na sua casa?


ANDRÉ por telefone - Claro que pode!


MARCELO por telefone - Sua mãe não vai achar ruim não?


ANDRÉ por telefone - Fica de boa com isso. Pode vim pra cá.


Cena 12: Casa de Marina/Sala/Interior/Noite


Fred e Marina chegam. Marcelo desce com suas malas. Viviane também está na sala.


MARINA - Você vai pra onde, Marcelo?


MARCELO - Tô indo pra casa do André.


MARINA - Por que? De mala e tudo?


Marcelo olha pra Viviane, que está chorando.


MARCELO - Minha mãe te explica.


FRED - E vai de que? Quem é André?


MARINA - É irmão da Lorena.


FRED - Eu te levo lá, Marcelo.


MARCELO - Eu ia de táxi. Mas eu te agradeço por me levar lá.


MARINA - Você não vai me explicar?


Marcelo abraça Viviane.


MARCELO - Explica pra ela, mãe.


Marcelo e Fred saem.


Marina questiona a Viviane.


MARINA - O que aconteceu, mãe?


Viviane chora, e começa a contar.


VIVIANE - Bem que você me disse pra conversar com seu irmão.


Viviane continua contando.


Cena 13: Casa de Lizandra/Sala/Interior/Noite


Kátia está na sala, quando Lizandra, Júnior e Gustavo chegam.


LIZANDRA - E aí, mãe?


Kátia olha para Lizandra.


KÁTIA - Júnior, vai lá para o seu quarto, eu quero falar com sua irmã.


Júnior caminha para seu quarto.


KÁTIA - Mandei ele embora. Coloquei pra fora daqui. Dei uns bons tapas nele.


LIZANDRA - E ele o que disse?


KÁTIA - No começo, negou, depois, confessou.


GUSTAVO - Você fez a coisa certa.


KÁTIA - Eu fiz.


Silêncio.


KÁTIA - Ele tentou te culpar, falou mal de você.


LIZANDRA - Ele teve essa cara de pau?


KÁTIA - Teve essa cara de pau.


Júnior volta pra sala.


JÚNIOR - Mãe, cadê meu pai? Não achei ele em lugar nenhum.


Kátia olha para Lizandra e Gustavo.


Cena 14: Casa de Lorena/Sala/Interior/Noite


A campainha toca.


ANDRÉ - Deixa que eu atendo.


André atende, é Marcelo.


ANDRÉ - Pode entrar!


Marcelo entra, André fecha a porta.


André apresenta sua família a Marcelo.


ANDRÉ - Marcelo, essa é minha mãe, Carolina. E minha avó, Wilma.


Marcelo cumprimenta Carolina e Dona Wilma.


MARCELO - Prazer!


DONA WILMA/CAROLINA - Prazer.


ANDRÉ - A Lorena você conhece, né?


MARCELO - Sim, ela é amiga da minha irmã. Tudo bem Lorena?


LORENA - Tudo e você?


MARCELO - Tô bem.


Lorena sorri.


CAROLINA - É seu amigo, André?


ANDRÉ - Digamos que sim.


CAROLINA - Pode ficar à vontade, rapaz! A casa é sua.


MARCELO - Não quero incomodar. Qualquer coisa pode me falar.


CAROLINA - Imagina.


Marcelo troca sorriso com Carolina.


ANDRÉ - Vamos Marcelo, vou te mostrar o quarto.


MARCELO - Tá.


Marcelo e André saem em direção ao quarto.

André fala de longe.


ANDRÉ - Mãe, ele vai ficar no meu quarto mesmo, tá? Precisa se preocupar não.


Cena 15: Casa de Lorena/Quarto de André/Interior/Noite


André e Marcelo entram no quarto.


ANDRÉ - Pode ficar à vontade tá?


MARCELO - Obrigado por me acolher.


ANDRÉ - Não precisa agradecer.


André sorri.


ANDRÉ - Você vai preferir dormir no chão? Eu arrumo uma cama aqui pra você se você quiser.


MARCELO - Pode ser!


ANDRÉ - Mas se quiser pode dormir comigo também. (Risos)


MARCELO - Melhor eu dormir no chão né. (Risos) Pelo menos por enquanto.


André ri.


MARCELO - Obrigado por me receber na sua casa. Eu sou grato a você e a sua família também. Minha sorte é que eu tive pra onde ir. Tem gente que o pai coloca pra fora de casa, e não tem um lugar pra ficar.


ANDRÉ - É nessa que muitos vão pra rua, se prostituem.


MARCELO - Eu sou grato pelo o que você está fazendo por mim.


André pega nas mãos de Marcelo.


ANDRÉ - Não precisa agradecer.


Marcelo beija André.



Takes de imagens da passagem da noite pra manhã em Ipanema.


Cena 16: Empresa de João Vicente/Portaria/Exterior/Dia


Marina chega à empresa pra conversar com João Vicente. Ela precisa que o porteiro libere sua entrada.


MARINA - Qual o nome desse porteiro, hein?


Marina o chama.


MARINA - Ô porteiro.


Marina fala baixo.


MARINA - Eu não sei o nome do pessoal que trabalha aqui.


O porteiro caminha até Marina.


MARINA - Desculpa por te chamar assim. É que eu não sei seu nome. Eu queria falar com meu pai. Ele tá aí?


PORTEIRO - Quem é seu pai?


MARINA - Pelo visto não sou só eu que não sei quem é você. (Risos) Eu sou Marina, filha do João Vicente.


PORTEIRO - Ah é, me desculpa. Esqueci por um momento.


MARINA - Não tem problema não. A culpa é minha que venho pouco aqui. Meu pai está aqui?


O porteiro libera a entrada de Marina.


PORTEIRO - Ele está. Pode entrar.


MARINA - Obrigada!


Marina entra. Ela repara o crachá do porteiro virado ao contrário.


MARINA - Deixa eu arrumar seu crachá, está ao contrário.


Marina vira o crachá do porteiro. Marina vê o crachá e se surpreende com o que lê.


A câmera foca no crachá do porteiro, que mostra sua foto e o seu nome "Diogo Gilberto".


A cena congela


Fim do episódio.

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