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Na Boca Do Povo - Capítulo 49 (Última Semana)

 


Capítulo 49 (Última Semana)

Cena 01 – Na Boca Do Povo, Redação [Interna/Noite]

(Algemado, Evandro fica irritado enquanto é conduzido pela polícia).

 

EVANDRO: Você não pode fazer isso comigo! Me solta, isso é arbitrário. Por acaso você sabe com quem está falando? (Grita algemado com as mãos para trás).

DELEGADA RAQUEL: Claro que sei, eu estou falando com um possível assassino e suspeito de comandar outros crimes como latrocínio, lavagem de dinheiro e chantagem, fora o que ainda está por vir. Leva! (Diz orientando o inspetor).

INSPETOR ERIBERTO: É Doutor Evandro, sua situação é bem critica. Vamos dar uma volta! (Empurra Evandro para o lado de fora de sua sala).

(Ao cruzarem o hall de recepção do prédio, Evandro avistou Betinha e Rafael entre os curiosos que estavam ali por conta dos carros da polícia).

BETINHA: Eu disse que você ia pagar, não disse? Você não sabe o prazer que é te ver assim, sendo escoltado pela polícia seu bandido, assassino! (Grita enquanto é contida por Rafael).

EVANDRO: Você vai pagar muito caro pela sua petulância, eu vou voltar em breve. Você vai ver só, sua fedelha e você é quem vai me pagar caro por isso. Eu sei que você é uma das responsáveis por essa injustiça, mas eu vou provar que sou inocente.

(Eriberto coloca Evandro no banco de trás do passageiro e em seguida eles vão embora).

RAFAEL: Pronto, acabou! (Diz observando a viatura se afastar).

BETINHA: Engano seu, isso está apenas começando a partir de agora. (Responde).

 

Cena 02 – Santa Casa de Guararema [Interna/Noite]

(Fernanda continuava estarrecida após reencontrar Ângelo que estava desaparecido há meses).

 

ASSISTENTE SOCIAL: Você o conhece?

FERNANDA: Sim, como ninguém. Ele havia sido dado morto há alguns meses depois de sofrer um acidente nas imediações da Represa Billings e o corpo nunca foi encontrado. Agora tudo faz sentido, não tinha como encontrar corpo, ele estava vivo.

ASSISTENTE SOCIAL: Claro, ele foi encontrado por alguns pescadores e os trouxeram para cá, ele não falava coisa com coisa e estava sem documentos. As únicas coisas que ele tinha nos bolsos eram as chaves e um pen-drive.

FERNANDA: (Estranha e imediatamente lembra da conversa que tivera em certa ocasião com Betinha, onde ela havia dito que Ângelo havia descoberto algo forte sobre Evandro e estava indo até a polícia) Pen-drive? E onde está esse pen-drive?

ASSISTENTE SOCIAL: Está armazenado num local que costumamos guardar os pertences dos pacientes.

ÂNGELO: (Acorda e encara Fernanda).

FERNANDA: (Se emociona) Você acordou! Meu Deus, você não sabe o quanto eu estou feliz em ver os seus olhos de novo.

ÂNGELO: (Continua olhando para Fernanda atentamente) Seu rosto... Eu tenho a impressão de conhecer o seu rosto.

FERNANDA: Como assim? Você não lembra de mim? Ângelo, sou eu... Fernanda!

ASSISTENTE SOCIAL: Essa é uma das razões que não nos permitiram comunicar a ninguém a entrada dele nesse hospital. Ele chegou com as ideias desconexas, um quadro de amnesia por conta do choque.

FERNANDA: Amnesia? Eu vou te ajudar a sair dessa, eu prometo. (Diz acariciando o rosto de Ângelo).

 

Cena 03 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

Música da cena: Me Leva – Alice Caymmi

(Imagens aéreas mostram as luzes da cidade durante a noite. Em seguida, surge a fachada da Mansão).

 

EVA: (Serve um pouco de chá para Luiza Helena) Eu não estou entendendo porque você está tão nervosa. Essa noticia da prisão do Evandro é um verdadeiro alivio para todos nós.

DURANT: A Eva tem razão, meu bem. Porque você está tão aflita? Com o Evandro na cadeia, nossos problemas se acabam.

LUIZA HELENA: Claro que não, será que vocês não percebem? O Evandro não vai nos deixar em paz, ele vai querer se vingar e eu até já sei como.

DURANT: Como?

LUIZA HELENA: Ele vai querer colocar a Betinha na cadeia, a morte do Robeval em Porto de Pedras, é disso que eu estou falando. (Conclui).

 

Cena 04 – Delegacia [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, surge a fachada da delegacia. Evandro se negava a confessar seus crimes perante o interrogatório da policia).

 

DELEGADA RAQUEL: Vamos Evandro, colabore de uma vez. Confesse os seus crimes, confesse que você está por trás de todas essas mortes! (Bate na mesa).

EVANDRO: Eu não vou confessar nada, eu conheço a lei delegada e sei que está agindo arbitrariamente, eu tenho direito a advogado e exijo que o mesmo esteja aqui o quanto antes. Quero fazer uma ligação!

DELEGADA RAQUEL: Eu vou tomar um café, acompanhe o telefonema desse daí, lembre-se que ele é muito astucioso, porém não é mais que eu. (Diz ao deixar a sala).

INSPETOR ERIBERTO: (Entrega o telefone a Evandro e o encara).

EVANDRO: Que foi, nunca me viu? Será que nem ligar em paz eu posso? Dá licença! (Diz ao segurar o telefone).

INSPETOR ERIBERTO: Eu estarei do lado de fora, nem tente fazer gracinhas ou será muito pior para você, fui claro? (Sai da dala em seguida).

EVANDRO: (Olha para trás para confirmar se está realmente sozinho e em seguida disca o número) Atende, atende... (Fala consigo mesmo enquanto ouve a ligação completar).

 

Cena 05 – Umbu-Cajá, Restaurante Nordestino [Interna/Noite]

Música da cena: Apenas Mais Uma De Amor – Lulu Santos

(Lola/Amara e Edu dançavam na pista de dança na festa de casamento, enquanto conversavam).

 

EDU: Devo admitir que foi uma ótima ideia me convidar para a festa, fazia tempo que eu não me divertia tanto, nem saia com alguém. (Responde enquanto dança abraçado com Lola/Amara).

LOLA/AMARA: Ah, que bobagem! Isso é o mínimo que eu poderia fazer pelo homem que tem me ajudado a me reerguer.

EDU: Nada demais! Você é uma cantora super talentosa, que não podia guardar isso para si, a sua música precisa rodar o mundo. Você já tem planos para o futuro?

LOLA/AMARA: Tenho sim! (Sorri ao responder).

EDU: Pelo seu sorriso, imagino que seja algo sobre o amor. Acertei?

LOLA/AMARA: Digamos que sim, não deixa de ser...

EDU: Respostas vazias! Explique-se grande artista.

LOLA/AMARA: Ué, é sobre o amor. Talvez não o tipo de amor que você esteja pensando, mas sim no amor maternal. Eu estou pensando em ser mãe!

EDU: Não me diga que está pensando em engravidar?

LOLA/AMARA: Não, longe de mim. Acho que nem tenho mais idade biológica para gerar um filho de maneira natural, eu estou pensando em adotar uma criança, ou melhor, um menino. (Conclui).

 

Cena 06 – Delegacia [Interna/Noite]

Música da cena: Fogo – Karin Hils

(Imagens aéreas sobrevoam a cidade de São Paulo. Em seguida, no interior da delegacia, um carcereiro abre a porta da cela para que Hugo, o advogado entre para falar com Evandro).

 

CARCEREIRO: (Destranca a porta da cela e dá passagem para Hugo).

HUGO: Se nos permite, eu preciso conversar a sós com o meu cliente. (Diz olhando para o carcereiro).

CARCEREIRO: Com licença! (Diz para se retirar logo em seguida).

HUGO: (Se aproxima de Evandro) Que pocilga e quantas acusações, o que deu em você dessa vez? Ficou louco? Perdeu o juízo?

EVANDRO: Eu te chamei aqui para me ajudar e não para me julgar, seu patife. Além disso, quem é você para bancar o certinho? Não esqueça que eu te conheci sendo um viciado em jogos de apostas, que juntos aplicamos muitos golpes e que você me ajudava a manipular o meu cunhado para que o roubássemos.

HUGO: Isso já faz muito tempo, hoje em dia eu nem vejo mais a cor desse dinheiro. Além disso, não precisa ficar tão estressadinho, já dei entrada no seu pedido de habeas corpus, espero que o juiz seja favorável.

EVANDRO: Ele será, confio em você. Agora eu preciso de outro favor, preciso dar um jeito em uma pessoa que pode acabar comigo.

HUGO: E esse alguém seria? (Questiona).

EVANDRO: Alguém que eu já não preciso mais! (Responde cinicamente).

 

Cena 07 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

(Luiza Helena havia tirado o colar cervical e descia a escada apressada, enquanto Durant e Eva a seguiam).

 

DURANT: (Desce a escada atrás de Luiza Helena) Você não pode sair, o médico disse que você precisa de ficar de repouso, pensa no bebê.

EVA: (Segue os dois) Menina, ouve o Durant. Não seja teimosa e volte agora mesmo para casa.

LUIZA HELENA: Não adianta tentarem me convencer do contrário, eu vou até a delegacia. Eu preciso falar com o Evandro e ninguém vai me impedir!

(A conversa dos três foi interrompida quando Jaime, o motorista adentrou na sala de estar).

JAIME: Desculpe interromper, é que tem visita!

LUIZA HELENA: Visita? Que visita? Eu não estou esperando ninguém, principalmente essa hora.

JAIME: Não disse o nome, apenas disse que queria falar com a senhora e era muito importante. Tem cara de ser uma mulher muito humilde.

LUIZA HELENA: (Estranha) Mulher humilde? Está bem, mande entrar.

JAIME: Está bem, agora mesmo senhora. (O motorista retorna para o lado de fora da casa).

DURANT: Mas vai deixar entrar assim, sem saber quem é?

EVA: É verdade, é uma estranha... Vai que esteja aqui a mando do Evandro?

LUIZA HELENA: Não acredito nisso! Evandro é ambicioso, o que ele faria com uma mulher de aparência humilde? Além do mais, se é estranha ou não, logo vamos descobrir quando ela passar por aquela porta.

JAIME: (Retorna para a sala de estar) Pronto, senhora. Aqui está a visita! (Diz dando passagem para que a mulher entre na propriedade).

LUIZA HELENA: (Olha para a mulher e fica espantada) Você?


 

Cena 08 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

(Luiza Helena estava completamente estarrecida diante a presença da mulher que havia ido lhe visitar).

 

DURANT: (Se aproxima de Luiza Helena e olha para a mulher) Você está se sentindo bem? Quem é essa mulher?

LUIZA HELENA: Neide? Você está viva?

NEIDE: Estou sim, minha linda. Desculpe ter aparecido assim, sem avisar!

LUIZA HELENA: (A abraça fortemente) Meu Deus, que alegria te ver assim, bem e viva.

EVA: (Olha para Durant) Não estou entendendo nada.

LUIZA HELENA: Essa daqui é a Neide, ela é lá de Porto de Pedras. A Neide é a mãe da Tamara!

EVA: (Estranha ao saber quem é a mulher) Mãe da Tamara? Mas a mãe dessa menina não estava...

LUIZA HELENA: (Gesticula para que Eva não continue).

NEIDE: (Interrompe Eva) Morta? Eu sei que a minha filha inventou isso, mas eu estou vivinha de Silva. Tamara me decepcionou tanto, não sei onde foi que errei para que a minha filha se tornasse esse monstro.

LUIZA HELENA: Vem, senta aqui! (Conduz Neide até o sofá, para que as duas conversem mais à vontade).

EVA: Bem, já que chegou visita. Vou preparar um café e já volto. Com licença! (Vai até a cozinha).

LUIZA HELENA: Neide, afinal o que aconteceu? Porque a Tamara se tornou essa pessoa tão perversa, tão ambiciosa?

NEIDE: Eu tenho as minhas dúvidas, sabe? De repente ela passou a receber umas ligações misteriosas e foi começando a agir estranhamente, até que um dia eu saí para pescar camarão e quando voltei, ela tinha ido embora e vendido tudo o que tínhamos dentro de casa. A minha própria filha roubou tudo o que lutei para construir... (Diz aos prantos).

LUIZA HELENA: Neide, a Tamara se juntou com gente barra pesada. Ela estava ajudando um canalha a me chantagear para não prejudicar a minha filha pela morte do Robeval.

NEIDE: Sua filha? (Questiona enquanto seca as lágrimas do rosto).

LUIZA HELENA: A Betinha é minha filha, Neide. Isso é uma história longa, mas eu vou te contar depois! (Explica).

NEIDE: Você disse que ela estava te chantageando com relação ao Robeval? Mas o caso dele já está arquivado, nem a família quis saber dele. A Polícia arquivou o caso, a princípio até alegou que havia mais de uma pessoa na cena do crime e que havia indícios de luta corporal, mas com a fama de abusador que o Robeval tinha, logo deduziram que ele tinha tentado abusar de alguma menina e alguém tinha se defendido e as coisas acabaram do jeito que acabaram.

DURANT: (Senta ao lado de Luiza Helena) Eu acho que tive uma ideia!

LUIZA HELENA: Acho que estamos pensando a mesma coisa. (Responde olhando para Neide).

 

Cena 09 – Santa Casa de Guararema [Interna/Noite]

Música da cena: I Won’t – Colbie Caillat

(Imagens externas apresentam a cidade de Guararema e todo o seu clima de interior, através de um ambiente totalmente arborizado. Em seguida surge a fachada da Santa Casa de Guararema).

 

ASSISTENTE SOCIAL: (Se aproxima da cama de Ângelo e o observa dormir, Fernanda encontra-se ao seu lado, sentada em uma poltrona) Ele dormiu de novo?

FERNANDA: Dormiu, acho que foi efeito do remédio que uma enfermeira aplicou no soro.

ASSISTENTE SOCIAL: Provavelmente! Olha, eu trouxe a sacola com os pertences do Ângelo, ele deu entrada no hospital com isso daqui. (Diz ao entregar um saco com os objetos pessoais de Ângelo).

FERNANDA: (Segura o saco) Ah, obrigada!

ASSISTENTE SOCIAL: Eu vou deixá-los a sós, qualquer coisa estarei em minha sala. Com licença! (Retira-se em seguida).

FERNANDA: (Abre o saco e encontra o pen-drive) O que será que tem aqui de tão importante? (Questiona-se a si mesma).

(Fernanda pega a sua bolsa e de seu interior, retira um notebook e insere o pen-drive).

FERNANDA: (Observa os arquivos armazenado no pen-drive e percebe a importância daquele material) Agora tudo faz sentido, isso aqui é nitroglicerina pura!

 

Cena 10 – Delegacia [Interna/Manhã]

Música da cena: Flores no Jardim - LLari

(O dia amanhece e a cidade de São Paulo surge agitada. Pessoas caminham de um lado para o outro, carros e ônibus percorrem as grandes avenidas. Em seguida surge a fachada da delegacia).

 

DELEGADA RAQUEL: E então, novidades? (Questiona ao ver o inspetor).

INSPETOR ERIBERTO: (Entrega um copo de café para Raquel) Eu estava acompanhando a transferência do Caruso para o presídio. Como ele não tem dinheiro para bancar um criminalista, ele será defendido pelo ministério público e por isso optaram que ele fosse transferido.

DELEGADA RAQUEL: A justiça vai aliviar um pouco na pena dele, mas não tanto. Agora falta o Evandro, esse eu não vejo a hora dele cantar tudo o que fez. Essa é a melodia que eu estou doida para ouvir. (Diz ao beber um gole do café).

 

Cena 11 – Penitenciária [Interna/Manhã]

(Caruso é acompanhado por guardas ao chegar na penitenciária. Em uma sala ele entrega todos os seus pertences e tira fotos com o uniforme da penitenciária. Em um corredor, ele surge carregando cobertores e um travesseiro, até que o carcereiro indica a cela onde ele vai ficar).

 

CARCEREIRO: (Abre a porta da cela) Aqui é o seu novo aposento, excelentíssimo!

CARUSO: (Desconfiado, entra na cela conforme orientado pelo policial).

CARCEREIRO: Eu espero que goste da sua estadia nesse quarto de hotel cinco estrelas. (Dá uma gargalhada debochada e em seguida tranca a porta para ir embora).

(Caruso caminha pela cela e observa a beliche, pensando em qual delas poderia dormir).

ZÓIO: Você dorme na cama debaixo, a de cima é minha. (Diz com rispidez).

CARUSO: Quem é você? (Questiona).

(Nesse momento, Zóio sai do meio da penumbra e encara Caruso).

ZÓIO: Eu sou o dono desse lugar, tá ligado? Aqui, você tem que seguir as minhas regras ou vai se dar muito mal.

 

Cena 12 – Delegacia [Interna/Tarde]

(Luiza Helena visita Evandro e o desmascara

 

Cena 13 – Casa 1 [Interna/Tarde]

Música da cena: Um Pôr Do Sol Na Praia – Silva e Ludmilla

(Imagens externas apresentam alguns pontos turísticos da cidade, entre eles o Beco do Batman e todas as suas artes urbanas através do grafite. Em seguida, segue surge a fachada da Casa 1. Enrico e Paula caminhavam pelos corredores da Casa 1 enquanto terminavam de combinar os planos para capturar o agressor).

 

ENRICO: Nada pode dar errado hoje à noite. Você não pode dar bandeira, tem de estar super preparada!

PAULA: Pode deixar, tudo sairá de acordo com o que combinamos. Eu já estou me preparando psicologicamente para reencontrar aquele homem novamente. Confesso que só de pensar, eu tenho calafrios. Você não está com nenhum pouco de medo?

ENRICO: Não! A minha vontade de fazer justiça é maior do que o medo. Nada do que ele faça pode ser pior do que já fez.

PAULA: Eu já até escolhi a roupa que vou usar hoje à noite, fiz de acordo com o que sugeriu.

(Enrico e Paula seguem conversando e se afastam. Após perceber que eles já estão longe, Thiago sai de uma das salas e os observa).

PROFESSOR THIAGO: Essa obsessão em fazer justiça não vai acabar bem, não sei porque. (Pensa em voz alta).

 

Cena 14 – Delegacia [Interna/Noite]

(Novamente na sala da delegada, Raquel continuava interrogando Evandro com o intuito de que ele por fim, confessasse seus crimes).

 

EVANDRO: Não adianta, delegada. Eu não posso confessar crime que eu não cometi. Eu não matei a Suzana, não matei o meu cunhado e muito menos o advogado.

DELEGADA RAQUEL: Você é quem sabe se vai continuar mentindo. Eu sei que você está metido nessa história até o pescoço e eu vou encontrar provas contra você. Além disso, você ainda foi o mandante das tentativas de assassinato a Roberta Ferreira e o pintor Jean Michel Durant.

INSPETOR ERIBERTO: E conhecendo a minha parceira de trabalho como eu conheço, ela não vai sossegar até conseguir.

EVANDRO: É mesmo? Não diga! (Ironiza).

DELEGADA RAQUEL: Não brinque comigo, Evandro. Temos depoimentos contra você, confesse de uma vez.

EVANDRO: Não tem nada contra mim, delegada. Especulações, apenas especulações. Demétrio está morto, Suzana morta e o Ângelo também. Que provas você tem contra mim além do depoimento de um bandido?

FERNANDA: Se eu fosse você, não teria tanta certeza papai. (Diz ao entrar acompanhada na sala da delegada por Ângelo).

EVANDRO: (Olha para os dois e fica perplexo ao saber que Ângelo está vivo).

FERNANDA: Acho que não preciso fazer apresentações, preciso?

DELEGADA RAQUEL: Não precisa mesmo! Eu já conheço o advogado e devo dizer que grata surpresa vê-lo vivo.

ÂNGELO: Obrigado! (Responde ainda meio confuso).

FERNANDA: Doutora, eu trouxe esse pen-drive, acredito que será bastante útil para o inquérito. (Diz ao entregar o pen-drive a delegada).

EVANDRO: Que pen-drive é esse? O que tem aí? (Questiona ao se lembrar dos arquivos que Suzana havia copiado).

FERNANDA: Quer saber mesmo, Evandro? Nesse pen-drive tem relatórios, extratos bancários fraudulentos, pesquisas sobre overdoses medicamentosas com remédios para leucemia. Você vai negar que matou o meu tio por inveja? Por despeito? Canalha! (Grita).

EVANDRO: Isso é uma armação, é tudo mentira.

DELEGADA RAQUEL: Bom se é uma armação ou não, é muito fácil descobrirmos a verdade. Eu posso pedir uma exumação do corpo do Demétrio, tenho certeza que isso não vai te incomodar, não é? (Questiona se aproximando de Evandro).

EVANDRO: (Olha para Fernanda inconformado) A própria filha apunhalando o pai!

FERNANDA: Você matou o meu filho, seu próprio neto. Também matou o homem que soube ser o meu único pai durante toda a minha vida e agora vem me cobrar lealdade? Eu quero justiça, nem que pra isso você apodreça na cadeia.

EVANDRO: (Sorri sarcasticamente) Isso nunca vai acontecer e sabe porquê? Porque eu sou Evandro Britto.

FERNANDA: Pouco me importa, o lugar para onde você vai te fará engolir o seu egocentrismo, inclusive o seu sobrenome.

 

Cena 15 – Casa 1 [Interna/Noite]

(Thiago estava se despedindo de seus alunos quando notou a presença de Ítalo na casa de acolhimento).

 

PROFESSOR THIAGO: Perdido? (Questiona ao sair da sala de aula).

ÍTALO: Opa, boa noite! Eu vim até aqui procurar o Enrico. Você sabe onde posso encontrá-lo?

PROFESSOR THIAGO: Bom, pela hora eu imagino que ele esteja na cantina com a Paula, é uma das moradoras da casa com quem ele se dá muito bem, tornaram-se bons amigos. Eu te levo lá!

(Thiago e Ítalo caminham juntos em direção a cantina, ao chegarem lá, não os encontram).

ÍTALO: Pelo visto, acho que eles já foram!

PROFESSOR THIAGO: Boa noite, você viu o Enrico e a Paula? (Questiona a moça da limpeza que estava higienizando as mesas).

VOLUNTÁRIA: Vi sim, eles estavam aqui. Ficaram um bom tempo conversando e saíram faz coisa de uma hora.

PROFESSOR THIAGO: Sei, obrigado! (Responde pensativo).

VOLUNTÁRIA: Com licença! (Responde se afastando).

ÍTALO: Que foi, que cara é essa? Você sabe onde eles estão? (Pergunta ao notar a mudança de expressão de Thiago).

PROFESSOR THIAGO: Isso não está me cheirando nada bem. Essa ideia obsessiva de fazer justiça vai acabar mal!

ÍTALO: Ideia de fazer justiça? Eu não estou entendendo, do que você está falando?

PROFESSOR THIAGO: Ao que tudo indica, estamos com um caso de agressões em série. A Paula foi agredida pela mesma pessoa que agrediu o Enrico, juntos eles dois querem encontrar esse cara e colocá-lo na cadeia. Faz alguns dias que encontrei os dois nas imediações onde foram agredidos, buscando o cara.

ÍTALO: Mas isso que você está falando é uma loucura, além de muito perigoso. Eu vou até lá, se ele foi atrás desse cara que já fez o que fez no passado, imagina o que ele pode fazer caso se sinta acuado. Me fala onde fica esse lugar que eu vou procurar o Enrico agora mesmo!

PROFESSOR THIAGO: Eu vou fazer melhor, eu te levo até lá. Vamos procurá-lo e impedir que ele faça uma loucura.

(Juntos, Thiago e Ítalo caminham apressados em direção a saída).

 

Cena 16 – Ruas do Morumbi [Externa/Noite]

(Pelas ruas do bairro do Morumbi, especialmente nas imediações onde foram agredidos, Paula estava empurrando a cadeira de rodas usando um vestido justo, ela estava muito bem arrumada e maquiada como costumava fazer ao sair para trabalhar. Ela e Enrico observavam atentamente a todos que transitavam por ali).

 

ENRICO: Pronto! Você pode me deixar aqui, vou ficar transitando pelo outro lado e você vai agir como se estivesse a trabalho normalmente. Um presta atenção no outro, combinado? Eu espero que ele apareça essa noite. Não se afaste tanto!

PAULA: Está bem! (Diz ao se afastar e começar a caminhar na direção oposta).

ENRICO: (Empurra a cadeira de rodas enquanto observa os rostos e tenta reconhecer em um deles o homem que o agrediu).

(Paula caminhava sozinha, enquanto tentava atrair o agressor).

HOMEM: Uma moça como você, não deveria estar sozinha na rua uma hora dessa. Não acha? (Diz ao surgir logo atrás de Paula).

PAULA: (Fica imóvel ao ouvir aquela voz. A jovem sente um arrepio percorrer a sua espinha naquele exato momento).

ENRICO: (Observa de longe e surpreende-se) É ele, eu tenho certeza que é ele... (Diz ao reconhecer o agressor).

 

A imagem foca em Paula diante o agressor. A cena congela e vira uma capa de revista.



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