Capítulo 04
Cena 01 – Donna Sô
(Café Bar) [Externa/Tarde]
(Marina olhava fixamente para Cristina e parecia não ouvi-la).
CRISTINA: Senhora, não está me ouvindo? Quer que eu chame alguém? (Perguntou
ainda com a mão estendida na direção de Marina).
MARINA: Não, não precisa. Eu que sou muito distraída mesmo, acabei tropeçando e
derrubando tudo! (Levanta-se com ajuda de Cristina e em seguida limpa a poeira
do vestido).
CRISTINA: (Pega as sacolas do chão e entrega para Marina) Pelo visto, está tudo
em ordem. Aqui estão as suas sacolas!
(Nesse momento, Sofia abre as portas do bar e se depara com Cristina e
Marina em frente ao estabelecimento).
SOFIA: Vejo que vocês duas já se conheceram!
MARINA: Não me diga que essa mocinha é sua amiga? (Questiona segurando as
sacolas).
SOFIA: Sim, ela é a minha nova inquilina. Alugou o quarto que era da Paulinha,
lembra? A menina que voltou para Mogi das Cruzes.
MARINA: Ah, claro! Eu me lembro dela. Muito simpática a sua nova inquilina, ela
me ajudou de uma furada. Acredita que de estabanada, eu caí no meio da rua? Mas
ela não me disse como se chama...
SOFIA: Então eu vou apresentá-las. Cristina, essa é a Marina. Ela é quituteira
e prepara todos os salgados que servimos no bar. Marina, essa é Cristina.
Pronto, agora as duas já se conhecem! (Sorri entre as duas).
MARINA: Seja muito bem-vinda, Cristina. Tenho certeza de que seremos amigas,
moro pelas redondezas, seremos vizinhas de bairro. Quando precisar, pode bater
na minha porta, nem que seja para tomar um cafezinho. Amigas? (Diz estendendo a
mão para Cristina).
CRISTINA: Pode deixar, Amigas! (Aperta a mão de Marina, não imaginando estar
diante a própria).
Cena 02 – Indústrias
Assumpção [Interna/Tarde]
Música da cena:
Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA e Rita Lee
(Imagens aéreas percorrem os grandes edifícios da capital paulista.
Alguns pontos turísticos são apresentados. Em seguida, surge a fachada da
indústria da família Assumpção. No interior do local, percebemos o
funcionamento a todo vapor na fabricação de molho de tomate. Em sua fala,
Marion e Jacqueline conferiam os últimos detalhes da festa que aconteceria no
final daquela semana).
MARION: (Tira os óculos após terminar a leitura dos relatórios feitos por
Jacqueline) É, acho que está tudo nos conformes para a festa de 40 anos no
próximo sábado. Devo parabeniza-la, sua proposta de buffet e roteiro para o
evento está muito perspicaz.
JACQUELINE: (Recolhe as duas pastas e repara na expressão de Marion) Obrigada,
senhora. Se me permite a indiscrição, está tudo bem? Notei a senhora um pouco
distante essa tarde. Algum problema?
MARION: Mas o que é isso? Não se pode dar a mão, que pessoas como você querem
logo o braço inteiro. Não é porque eu te elogiei, que te darei a liberdade de
opinar sobre a minha vida como se fossemos amigas. Está claro? (Pergunta
irritada).
JACQUELINE: Está sim, senhora. Me desculpe...
MARION: (Interrompe Jacqueline) Já acabamos, pode prosseguir o contato com os
fornecedores. Bata a porta ao sair!
JACQUELINE: Sim senhora, com licença! (Sai da sala conforme orientação de Marion).
Música da cena: Jura Secreta – Lucinha Lins
MARION: (Abre uma gaveta em sua mesa e do interior, retira uma fotografia de
Marina e se emociona ao ver a filha).
Cena 03 – Apartamento
de Ulisses (Vila Mariana) [Interna/Tarde]
(Com a transição de cenas, surge a fachada do edifício onde Ulisses mora
com o seu avô).
ULISSES: (Abre a porta do apartamento e se assusta ao perceber muita fumaça e
sentir um forte cheiro de queimado) Mas que cheiro é esse? Vovô? (grita).
JOAQUIM: (Surge em meio a fumaça com uma bandeja acabada de sair do forno) Não
se preocupe, foi apenas um acidente de percurso. Eu estou bem!
ULISSES: (Suspira aliviado) Seu Joca, você quer incendiar o prédio inteiro? Eu
não falei para o senhor não se aventurar na cozinha? O senhor precisa aceitar a
minha proposta de contratar uma auxiliar. (Diz recolhendo a bandeja da mão do
avô e colocando na pia em seguida, embaixo d’água).
JOAQUIM: Pra que? Eu não sou nenhum incapaz, posso me virar muito bem. Se o
jantar queimou, a culpa é do forno que não soube apreciar a minha bela
gastronomia. (Resmunga).
ULISSES: (Seca as mãos em um pano de prato) Que falta faz a minha irmã Janice,
só ela para me ajudar a colocar juízo nessa sua cabecinha.
JOAQUIM: Deixe a sua irmã em paz, no convento. Ela tem um chamado divino e será
irmã de caridade. Agora me conta, já encontrou a mocinha do outro dia,
novamente? (Senta-se no sofá).
ULISSES: Não, mas decidi que irei voltar a pensão onde ela se instalou para
visita-la, saber se ela não precisa de nada, se...
JOAQUIM: Se? Se ela também não deixou de pensar em você como você não parou de
pensar nela nos últimos dias? (Questiona).
Cena 04 – Castro
& Rios, Advogados Associados [Externa/Noite]
(A tarde se vai e a noite chega iluminada pela luz da lua e dos grandes
prédios em São Paulo. André era o último funcionário a deixar o escritório,
quando se despediu do segurança e caminhou rumo ao estacionamento onde havia
deixado seu carro. Ao se aproximar, ele foi surpreendido por uma visita
inesperada).
ANDRÉ: Você? O que faz aqui? (Pergunta ao destravar o alarme do carro e
guardar sua maleta no interior do automóvel).
LETÍCIA: Você não atendeu as minhas ligações, não respondeu as minhas mensagens.
Eu preciso muito falar com você, André!
ANDRÉ: Seja o que for, pode esperar. Depois eu te ligo e fazemos alguma coisa,
agora eu preciso ir. Tenho compromisso!
LETÍCIA: Que compromisso, André? Porque você está me tratando assim? Como se eu
fosse uma desconhecida, principalmente depois de tudo o que nós vivemos nos últimos
meses? (Questiona enfurecida).
ANDRÉ: Vivemos com duplo consentimento. Você não foi obrigada a nada. Pare de
se comportar como uma mulher vulgar, aqui não é lugar para escândalo. Agora se
me permite, eu vou embora! (Abre a porta do carro).
LETÍCIA: Eu estou grávida, André. Vamos ter um filho!
ANDRÉ: Filho? Que golpe é esse? Eu sempre te falei que não queria filhos e
você me disse que se cuidava. Como deixou isso acontecer? (Questiona irritado).
LETÍCIA: Eu não sei! Sinceramente não sei como isso foi acontecer, eu tomo
comprimido, mas aconteceu e agora não dá mais para voltar atrás. Você vai
assumir o nosso filho e casar comigo, não vai? (Pergunta ao se aproximar de
André e colocar as mãos em sua nuca).
ANDRÉ: (Tira as mãos de Letícia de cima dele) Mas é claro que não! Você acha
mesmo que eu vou casar com uma fulaninha mal nascida como você? Filha de uma
quituteira de subúrbio e de um pai mecânico? Não, eu passo!
LETÍCIA: Você não pode falar assim comigo. Eu não fiz essa criança sozinha, você
é o pai do meu filho, André! (Grita).
ANDRÉ: Se vire, faça um aborto. Não quero esse filho! (Entra no carro, fecha a
porta com agressividade e arranca em alta velocidade, deixando Letícia
desolada).
LETÍCIA: E agora? O que eu vou fazer? (Pergunta a si mesma com as mãos na
barriga).
Cena 05 – Mansão
Assumpção [Interna/Noite]
(Ao ouvir o barulho do motor do carro, Amália se apressou para abrir a
porta de acesso principal da mansão).
AMÁLIA: Boa noite, senhor! (Cumprimenta recolhendo o blazer e a pasta de
Murilo).
MURILO: Boa noite, Amália. Minha mãe já chegou?
AMÁLIA: Ainda não, senhor.
MURILO: E a minha esposa, está em casa?
AMÁLIA: Sim, senhor. A dona Stella está lá em cima, no quarto dos senhores.
(Responde).
MURILO: Está bem, Amália. Já pode se retirar, obrigado!
AMÁLIA: Com licença, senhor. (Se retira).
(Nesse momento, Stella surge do alto da escada e desce rapidamente).
STELLA: Murilo, Murilo... Finalmente você chegou! Eu preciso te contar uma
coisa... (Diz eufórica).
MURILO: O que houve, Stella? Aconteceu alguma coisa grave? (Pergunta ao se
aproximar da esposa).
STELLA: Aconteceu a melhor coisa que poderia acontecer nos últimos tempos. O
nosso filho... O nosso filho vai voltar para o Brasil! (Responde radiante).
MURILO: O Neto vai voltar de Londres? Que maravilha! Espero que isso melhore o
humor da minha mãe.
STELLA: Pode apostar que vai! Já esqueceu que o nosso filho será o herdeiro
universal da fortuna dos Assumpção? Sua mãe não confia em você. (ironiza).
Cena 06 – Donna Sô
(Café Bar) [Interna/Noite]
Música da cena: Trem
Das Onze – Péricles e Demônios da Garoa
(O bar de Sofia estava completamente lotado e os clientes não paravam de
chegar).
SOFIA: Meu filho, eu preciso de ajuda para servir as mesas. O bar está muito
cheio, a Cris vai me ajudar na cozinha. Você pode levar essas bebidas nas mesas
8 e 14? (Diz colocando a bandeja em cima do balcão).
TIAGO: Sim, senhora! (Diz enquanto coloca o avental).
(Do lado externo do bar, Tiago serve as mesas que sua mãe havia
mencionado).
CLIENTE: Vai ter música hoje, moço? Ouvimos dizer que os shows daqui são muito
bons!
TIAGO: Acredito que sim. Vou confirmar lá no balcão e volto para te dar uma
resposta definitiva. Qualquer coisa que precisar, estamos bem ali. Aproveitem a
noite! (Diz segurando a bandeja).
(Ao se virar, Tiago esbarra com Daniel e derruba a bandeja com alguns
copos vazios).
TIAGO: (Abaixa-se para recolher os objetos) Olha só o que você fez, você não
olha por onde anda?
DANIEL: (Abaixa-se também para ajudar Tiago) Desculpa! Você surgiu de repente,
acabei esbarrando...
Música da cena: Sem Ar – Gabi Luthai
TIAGO: Da próxima vez, você... (Olha para Daniel e fica estarrecido).
DANIEL: Eu terei mais atenção, pode deixar! (Levanta-se junto de Tiago, também
olhando fixamente para ele).
TIAGO: Tudo bem, apenas tenha mais atenção. Agora eu preciso ir, com licença!
(Tiago se afasta apressadamente e volta ao balcão do bar completamente
corado).
SOFIA: (Entrega a conta para um garçom e percebe algo estranho em Tiago ao se
aproximar) Meu filho, está tudo bem? Que cara é essa?
TIAGO: Não foi nada. Nada! Mãe, um cliente me perguntou se teremos música ao
vivo hoje. Teremos?
SOFIA: Teremos sim, eu contratei um novo cantor. Ele está atrasado... Espere,
não está mais... Ali está! (Responde ao observar o cantor subir no palco
improvisado do bar).
TIAGO: (Vira-se para olhar na mesma direção em que sua mãe estava olhando e se
surpreendeu ao perceber que o cantor que Sofia estava se referindo era o moço
que ele acabara de esbarrar na entrada do bar).
Música da cena: Tô Te Filmando (Sorria)
DANIEL: (Sentado em uma banqueta, começa a cantar ao microfone)
Toda vez que
eu vejo você
Sinto uma coisa diferente
Toda vez que eu penso em você
Te vejo nos meus sonhos, tão carente
Por que você não cola do meu lado
Esquece os grilos todos do passado
Vem comigo e tenta ser feliz
Pare de dizer: Tá tudo errado
Deixa eu logo ser seu namorado
O resto o destino é quem diz...
(Os clientes ouviam o som, animados, enquanto outros levantam-se para
sambar).
TIAGO: (Olha para Daniel sem jeito).
DANIEL: (Sorri enquanto canta e continua olhando para Tiago) Sorria que eu
estou te filmando
Sorria, o coração tá gravando
O seu nome aqui dentro de mim (ouô,
ô-ô)...
Cena 07 – Pensionato
Santa Cruz [Interna/Noite]
(Em seu quarto na pensão, Amanda fazia recortes em diversas revistas).
AMANDA: Isso, Amanda! Você precisa estudar muito bem. Essa será a sua nova
família a partir de agora! Vovozinha,
titio sanguessuga e titia plastificada. Esse será o meu maior golpe e nada pode
falhar, eu não vou voltar para aquela cadeia nojenta. (Sorri sarcasticamente ao
colocar as fotos em cima da cama).
(A imagem foca em cima da cama de Amanda e podemos notar que os recortes
contem imagens da família Assumpção, entre eles: Marion, Murillo e Stella).
Cena 08 – Cobertura
Ferretti (Bairro Pinheiros) [Interna/Noite]
(Em sua cobertura, Rodrigo estava furioso com a notícia que sua advogada
havia acabado de lhe dar).
RODRIGO: Mas como você deixou isso acontecer, Maria Paula? Como permitiu que
aquela assassina ficasse livre? (Questionou andando de um lado para o outro no
escritório).
MARIA PAULA: Foi inevitável, Rodrigo. Além disso, vale lembrar que não foi a moça
quem atirou e matou a Vivian.
RODRIGO: A justiça neste país não funciona. Eu não vou descansar até vê-la atrás
das grades novamente e nunca vou desistir de encontrar aquele maldito, aquele
desgraçado que ceifou a vida da minha esposa.
MARIA PAULA: Essa sua obsessão em castigar essas pessoas está te deixando cego,
Rodrigo. Infelizmente nada do que façamos trará a Vivian de volta. Lutamos por
justiça há anos. A moça já pagou as contas dela, ela apenas dirigiu o carro da
fuga. Quem você deve querer que seja preso é o outro, o que roubou e atirou.
RODRIGO: Não! Todos terão que pagar por ter destruído a minha vida. Todos eles
são culpados e eu não vou descansar até que eles apodreçam na cadeia, nem que
eu precise gastar cada centavo do meu dinheiro, entendeu? (Conclui).
Cena 09 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]
Música da cena: Resposta - Skank
(Os carros percorrem as avenidas da cidade. As linhas de ônibus
percorrem seus trajetos, enquanto os passageiros deixam o metrô em suas
respectivas estações, logo após surge a fachada da casa de Marina e Antônio. No
interior da propriedade, Marina caminhava pelo corredor segurando uma xícara de
chá).
MARINA: (Abre a porta do quarto) Filha, como você não quis jantar, eu te trouxe
um chazinho de hortelã. (Aproxima-se da cama de Letícia).
LETÍCIA: Obrigada, mamãe. Acontece que a única coisa que eu quero agora é ficar
sozinha. (Responde melancólica).
MARINA: (Coloca a xícara em cima do criado-mudo e em seguida senta-se na cama
da enteada) Eu sei que está acontecendo alguma coisa. Não confia mais em mim?
Me conte, eu quero te ajudar minha filha.
LETÍCIA: Não se preocupe, mamãe. Vai passar! (Choraminga).
MARINA: Que vai passar, eu sei. Somos uma família unida e seja o que for que
esteja acontecendo, você não estará sozinha nunca, Letícia. Não quer mesmo me
contar o que está acontecendo?
LETÍCIA: (Senta-se na cama) Está bem, eu vou falar. Eu estou... Eu estou grávida
e o pai do meu filho não quer saber de mim e nem da criança. Ele teve a coragem
de pedir que eu fizesse um aborto! (Diz aos prantos ao abraçar Marina).
Cena 10 – Mansão
Assumpção [Interna/Noite]
Música da cena: Não
Sai Da Minha Cabeça – Gabriel Nandes e Flávio Ferrari
(Com a transição de cenas, surge a fachada da Mansão Assumpção. No
interior da propriedade, Marion jantava na companhia do filho e a nora).
STELLA: Já contou para ela? (Fala em um tom de voz mais baixo).
MURILO: Ainda não! (Responde da mesma forma).
MARION: Mas o que é isso? Vão ficar de conversinha fiada como duas lavadeiras?
O que não me contaram ainda? (Questiona).
STELLA: Não é nada que a senhora não vá gostar, sogra.
MARION: Se eu vou gostar ou não, preciso saber primeiro. E então, vão me falar
o que está acontecendo ou eu terei que adivinhar?
MURILO: Acontece que o meu filho está voltando da Inglaterra. O Murilo Neto
estará de volta ao Brasil nas próximas semanas! (Explica).
MARION: O meu neto está voltando? Mas porque ninguém me disse nada antes? Eu
preciso me preparar, organizar a casa, fazer uma festa de recepção... (Diz em
tom de entusiasmo).
STELLA: Creio que o meu filho não irá querer uma recepção muito festiva. O
Murilo Neto transformou-se em nosso oposto, ele odeia holofotes. Coisa de
jovens! (Bebe um gole de vinho).
MARION: O meu neto é um Assumpção, ele merece um retorno bem elaborado, cheio
de alegria e comemoração. Nem você e nem ninguém vai me fazer mudar de ideia,
entendeu?
MURILO: Faça como quiser, mamãe. Como quiser! (Responde sem dar muita
importância).
Cena 11 – Donna Sô
(Café Bar) [Interna/Noite]
(O movimento do bar de Sofia continua agitado e os clientes pareciam
estar gostando do primeiro show de Daniel).
DANIEL: (Canta) Adivinha o que eu quero com você
Quero um beijo meu desejo é te ver
Quando a gente se encontra
Só você não se dá conta
Que entre nós só 'tá faltando acontecer...
(Do balcão, Cristina e Sofia assistiam ao show completamente
derretidas).
CRISTINA: Como canta bem esse rapaz, não acha?
SOFIA: Acho sim! Na verdade, o conjunto todo faz com que ele seja um rapaz
muito bem apanhado.
(Tiago se aproxima das duas).
TIAGO: Vocês duas deviam deixar de babar pelo cantor novo e me ajudar com as
mesas. Já viram como esse bar está lotado?
SOFIA: Nossa, que mal humor! Vai dizer que não reparou como o cantor é bonito?
E pensar que é o filho da Marina e Antônio que mal víamos e se tornou esse
rapagão.
TIAGO: Não reparei nisso! Mudando de assunto para um mais importante, você
conseguiu emprego, Cristina?
CRISTINA: Ainda não, andei o dia todo e não conseguir encontrar nada.
SOFIA: Eu já disse que não precisa arrumar emprego, pode me ajudar aqui todas
as noites.
CRISTINA: Eu sei, Sofia. Acontece que você já fez demais por mim, eu preciso
conseguir as coisas por mim mesma.
TIAGO: Taí, gostei! Era sobre isso mesmo que eu queria falar. Lá na empresa
que eu trabalho, pintou uma oportunidade e acho que você poderia tentar. Eu
trabalho na Industria Assumpção.
CRISTINA: Uma oportunidade na Industria Assumpção? (Repete entusiasmada).
Cena 12 – Pensionato
Santa Cruz [Interna/Noite]
(Ulisses estacionou seu carro em frente ao pensionato onde tinha deixado
Cristina no dia em que a conheceu. Em seguida, desceu do veículo carregando um
buquê de rosas e entrou no local).
ULISSES: Não está mais aqui? (Repetiu abaixando o buquê de flores).
RECEPCIONISTA: Infelizmente não, senhor. Nem conseguimos alugar o quarto para essa
moça, para falar a verdade! Eu sinto muito em não poder ajudar mais.
ULISSES: Tudo bem, muito obrigado pela informação. Passar bem! (Vai embora).
(Ulisses se preparava para deixar o pensionato, quando abriu o portão
bruscamente e esbarrou com uma pensionista).
ULISSES: Me desculpe, eu não te vi. Estava com a cabeça no mundo da lua, eu te
machuquei? (Pergunta).
AMANDA: (Olha para Ulisses, surpresa com sua beleza).
CONTINUA!
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