Type Here to Get Search Results !

EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 05

 


Capítulo 05

 

Cena 01 - Pensionato Santa Cruz [Interna/Noite]

(Amanda estava tão impressionada com Ulisses, que nem parecia ouvi-lo).

 

ULISSES: Moça, você se machucou? Você está me ouvindo? (Tenta trazer Amanda de volta a realidade).

AMANDA: Eu estou bem, me desculpe. Eu que tive culpa, estava distraída.

ULISSES: Que bom então, boa noite! Com licença... (Passa pelo portão).

AMANDA: Você é pensionista aqui? Eu ainda não tinha te visto aqui. (Puxa assunto).

ULISSES: Não! Eu vim procurar uma pessoa, mas infelizmente ela não está mais aqui.

AMANDA: Uma pena, tenho certeza de que ela iria gostar muito das flores. Aliás, que mulher não gostaria?

ULISSES: Flores? (Questiona).

AMANDA: Me desculpe, é que não tive como não reparar nas flores que estão em suas mãos.

ULISSES: (Olha para baixo e percebe que o buquê ainda estava lá) Ah, é... As flores! Você gostou? São suas! (Entrega as rosas para Amanda).

AMANDA: Elas são lindas, mas eu não posso aceitar. Elas já têm uma dona!

ULISSES: É, mas eu não sei quando ou até mesmo se irei reencontrá-la, elas seriam descartadas, melhor que sejam destinadas a alguém que gosta de flores. Aceite por favor!

AMANDA: Está bem, eu vou aceitar como uma gentileza de sua parte. (Segura o buquê).

ULISSES: Então é isso, boa noite e aproveite as flores. (Ulisses caminha em direção ao carro).

AMANDA: Espera! Não vai ao menos me dizer o seu nome?

ULISSES: (Olha para trás) Ulisses! (abre a porta do carro).

AMANDA: É um nome muito bonito. Eu me chamo Amanda! Espero poder te ver mais vezes... Pelo menos para um café como agradecimento pelas flores.

ULISSES: Quem sabe algum dia? (Responde sem jeito e entra no carro em seguida).

Música da cena: Bandida - Cleo

AMANDA: (Observa o carro seguir pela rua) Bonito, bem vestido e que carro... Esse sim seria um excelente partido! (Comenta consigo mesma).

 

Cena 02 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(De tanto chorar, Letícia acabou pegando no sono).

 

MARINA: (Cobre a enteada com um cobertor e beija sua cabeça. Em seguida, apaga a luz do abajur no criado-mudo e deixa o quarto carregando a xícara vazia) E agora meu Deus, o que vamos fazer?

 

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari e Gabriel Nandes

 

Cena 03 – Donna Sô (Café Bar) [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, imagens áreas sobrevoam a capital paulista e mostra os grandes edifícios iluminados. Em seguida, surgem as movimentadas ruas do bairro do Bixiga e a fachada do bar de Sofia).

 

TIAGO: (Cumprimenta os dois últimos clientes a sair do bar e em seguida fecha as portas do estabelecimento) Pronto, esses foram os últimos!

CRISTINA: Nossa, vocês me disseram que aqui bombava, mas eu não imaginei que fosse tanto. Hoje tinha muita gente! (Diz enquanto seca alguns copos que havia lavado).

SOFIA: É verdade! Dei graças a Deus pela sua ajuda hoje, foi muito gentil de sua parte ter ficado, mesmo depois de ter passado o dia batendo perna procurando emprego. (Responde enquanto fecha o caixa do bar).

CRISTINA: É... Uma pena não ter conseguido nada! Acredito que será bem difícil conseguir algo com o meu passado.

TIAGO: Talvez eu possa te ajudar nesse quesito...

CRISTINA: Pode? Como? (Questiona empolgada).

TIAGO: Lá na empresa onde eu trabalho estão contratando. A vaga é simples, de trabalho mais braçal, mas quem sabe não seja um bom começo?

CRISTINA: Eu aceito! Não, eu topo tudo! Quando posso ir até lá? Como faço?

TIAGO: Deixa comigo, falarei com a minha amiga do RH e amanhã dou um jeitinho. Confie em mim! (Sorri).

SOFIA: Algo me diz que esse emprego vai mudar sua vida, minha querida. (Diz olhando para Cristina).

CRISTINA: Que assim, seja! Não há nada mais que eu queira nessa vida do que me superar. (Conclui).

 

Cena 04 – Cobertura de Rodrigo [Interna/Manhã]

(Surge a fachada do edifício onde Rodrigo mora com os dois filhos. Na sala de jantar, Vilma servia a refeição).

 

RODRIGO: E como foi o dia da minha princesa? (Disse olhando para a filha).

CISSA: Foi incrível, paizinho. Aprendi muita coisa maneira na aula de história! (Respondeu enquanto Vilma terminava de colocar a comida em seu prato).

RODRIGO: Maneiro, foi? (Sorri por achar engraçada a forma como a filha se expressou).

VILMA: Menino, você não vai comer? Não tocou em nada até agora? (Fala com Caio, que está com fones de ouvido e manuseia o telefone celular).

CAIO: (Não dá importância e continua fazendo exatamente a mesma coisa).

RODRIGO: Caio, meu filho. A Vilma está falando com você, não vai responder?  Por acaso não ouviu?

CAIO: (Tira o fone) Ouvi, ouvi sim... Eu apenas não quero comer essa coisa, prefiro um hamburguer. Essa comida está com uma cara horrível, eu vou para o meu quarto. (Levanta-se da mesa).

RODRIGO: Não, você não vai. Sente-se e coma agora mesmo! Você por um acaso sabe o quanto tem pessoas lá fora, doidas por um prato de comida? Por uma refeição como essa? Você deveria parar de ser malcriado e dar graças...

CAIO: (Interrompe o pai) Graças a que? A um pai ausente como você? Faça-me o favor, Rodrigo! (Ironiza).

VILMA: Menino, não fale assim com o seu pai. Deus castiga! (Responde horrorizada com a postura de Caio).

CISSA: Não fale assim com o nosso, pai. Ele nos ama muito, Caio! (Rebate ao irmão).

CAIO: Bom, como já disse, vou para o meu quarto...

RODRIGO: (Bate na mesa) Não, eu já disse que você não vai. Eu errei como pai, eu fui consumido pela dor e admito, mas não vou tolerar que você me desrespeite. Sente-se nessa cadeira agora mesmo e coma o seu jantar ou você faz isso, ou eu vou tirar todos os seus aparelhos eletrônicos por um mês, corto a sua mesa e a internet dessa casa.

CAIO: (Senta-se com agressividade).

RODRIGO: Muito bem, agora vamos comer civilizadamente, sem agressões. Você já pode ir jantar também, Vilma.

VILMA: Sim senhor, com licença! (Retira-se).

 

(Os três comem em silêncio).

 

Cena 05 – Indústria Assumpção [Interna/Manhã]

Música da cena: Oceana – OUTROEU, Melim

(O dia amanhece ensolarado em São Paulo. Veículos percorrem a cidade de um lado para o outro, enquanto as pessoas andam pelas ruas. Tiago e Cristina descem apressadamente a escadaria da estação de metrô e correm por entre as pessoas, até que por fim alcançam o vagão e entram no metrô. Após alguns minutos, os dois saltam na estação próxima a indústria e caminham sentido a saída. Ao chegar na empresa, Cristina fica deslumbrada com a grandiosidade do local e Tiago logo trata de situá-la).

 

JACQUELINE: (Analisa a ficha preenchida por Cristina).

CRISTINA: (Observa Jacqueline com um semblante ansioso).

JACQUELINE: É, acho que você serve para a vaga de serviços gerais que estamos procurando. Traga toda a sua documentação e entregue ao RH, o emprego é seu! (Diz fechar a ficha de Cristina).

CRISTINA: Jura? O emprego é meu mesmo, de verdade?

JACQUELINE: Sim, menina. Não fui clara? O emprego é seu, agora devo lhe dizer que é um trabalho muito pesado. Traga seus documentos essenciais como carteira de trabalho, identidade, CPF, PIS e declaração de antecedentes criminais.

CRISTINA: Antecedentes? (Repete).

JACQUELINE: Eu acho que a notícia de que você conseguiu o emprego te deixou um pouco... Enfim, você entendeu tudo, não foi? Traga toda a documentação e você poderá começar amanhã. Com licença! (Deixa Cristina sozinha).

CRISTINA: Estava bom demais para ser verdade! Como farei para entregar os meus antecedentes criminais? Quando eles descobrirem que já estive na cadeia, vão me dispensar... (Fala consigo mesma em pensamento).

 

Cena 06 – Mansão Assumpção [Externa/Tarde]

(No jardim da mansão, alguns funcionários haviam feito uma pausa para lanchar a comida que Amália havia acabado de trazer).

 

AMÁLIA: E então, que tal?

JARDINEIRO: Está tudo uma delícia, dona Amália! (Responde ainda de boca cheia).

AMÁLIA: Ótimo, podem comer à vontade. Não quero que sobre nada... (De repente, Amália percebe a presença de alguém rondando a casa através dos portões).

AMANDA: (Ao perceber que foi vista, corre e deixa o local).

AMÁLIA: Ei, menina... Volte aqui, menina! (Amália vai até o portão e ao sair na rua, não encontra ninguém). – Quem será essa moça e o que ela fazia espionando?


 

Cena 07 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]

(Em seu carro, Ulisses dirigia pela cidade de volta para casa, após um dia exaustivo de trabalho).

 

ULISSES: (Para o carro quando o sinal fica vermelho. Enquanto esperava, aproveitou para ouvir música e começou a mexer no aparelho de som).

CRISTINA: (Ao perceber que o sinal fechou, corre para atravessar a faixa de pedestres).

Música da cena: A Primera Vista – Pedro Aznar

ULISSES: (Ergue a cabeça para checar se o sinal abriu e ao olhar para frente, avista Cristina correndo pela faixa de pedestres) Não pode ser... É ela! (Abaixa o vidro rapidamente e começa a gritar por ela). – Cris... Cristina?

CRISTINA: (Atravessa a rua rapidamente e não ouve os chamados de Ulisses).

ULISSES: Cristina! Eu sei que é ela, dessa vez eu não vou deixá-la escapar, não vou.

(O sinal abre e os carros atrás do de Ulisses começam a buzinar. Ulisses arranca com o carro e alguns metros depois, para o carro próximo ao acostamento).

ULISSES: (Desce do carro e ativa o alarme, em seguida olha para os dois lados tentando encontrar Cristina) E agora, para onde será que ela foi?

(Mais adiante, Cristina surge caminhando entre a multidão na mesma avenida).

CRISTINA: (Anda apressada) Tenho que pegar logo o metrô, preciso ajudar a Sofia a abrir o bar... (Fala consigo mesma).

ULISSES: (Anda pela rua, enquanto procura por Cristina, até que avista uma mulher parecida com ela de costas) Cristina? (Grita).

CRISTINA: (Para ao ouvir alguém chamar por ela e ao olhar para trás, depara-se com Ulisses) Ulisses? (Sorri).

 

Cena 08 – Oficina do Medeiros [Interna/Tarde]

(Antônio trabalhava em sua oficina automobilística, quando estava embaixo de um carro e percebeu a chegada de alguém).

 

ANTÔNIO: (Arrasta o carrinho, saindo debaixo do veículo e se depara com Marina) Minha rainha, tá fazendo o que aqui?

MARINA: Nós dois precisamos conversar, Antônio. É um assunto sério! (Responde).

(Alguns instantes depois, Antônio e Marina surgem no pequeno escritório da oficina).

ANTÔNIO: (Seca o suor com uma toalhinha de pano e em seguida toma um pouco d’água) E então, o que você queria falar?

MARINA: Eu não farei muito rodeio, vou ser direta. A Letícia descobriu ontem que está grávida do namorado e ele não quer assumir a criança, chegou a dizer inclusive que prefere que ela faça um aborto.

ANTÔNIO: (Arremessa o copo longe) Mas quem aquele desgraçado pensa que a minha filha é? Uma qualquer, uma sem família? Ele vai ter que assumir a responsabilidade dele!

MARINA: Calma, Antônio. Eu te contei para você me ajudar e não para ter um ataque...

ANTÔNIO: Aquele desgraçado, infeliz não vai deixar a minha filha na rua da amargura. Ele vai assumir o filho, nem que pra isso eu tenha que matá-lo. (Grita).

 

Cena 09 – Donna Sô (Café Bar) [Interna/Noite]

Música da cena: A Primera Vista – Pedro Aznar

(Ulisses estaciona o carro em frente ao sobrado onde estão instalados o bar e a casa de Sofia).

 

ULISSES: (Observa a fachada do local pela janela do carro) Então quer dizer que era aqui que você estava se escondendo de mim esse tempo todo?

CRISTINA: (Sorri) Eu não estava me escondendo de ninguém. Eu já te expliquei o que aconteceu... Agora você já sabe que eu estou bem e que por fim, tenho um endereço fixo. Muito obrigada pela carona, agora eu tenho que ir, preciso ajudar a Sofia no bar. Daqui a pouco isso aqui fica lotado de gente, tem música ao vivo, é super divertido. Você deveria vir outras vezes, trazer seus amigos. Aposto que você vai gostar!

ULISSES: Pode ter certeza de que agora, mais do que nunca eu farei questão de voltar aqui.

CRISTINA: Bom, agora eu tenho quer ir... (Coloca a mão na porta do carro).

ULISSES: Espera! (Segura a mão de Cristina).

CRISTINA: (Olha para Ulisses).

(Os dois se olham fixamente e Ulisses beija Cristina).

CRISTINA: (Se afasta após o beijo) Eu tenho que ir, eu tenho que ir... (Desce do carro e corre para o bar).

ULISSES: Espera... Poxa, será que fui rápido demais? (Fala consigo mesmo).

(Cristina entra no bar fora de si).

CRISTINA: (Lembra do beijo e toca os lábios) Me beijou, ele me beijou... Porque eu fiquei assim, meu Deus? Eu não posso sentir essas coisas, eu jurei que não iria mais me interessar por homem nenhum depois do que aconteceu com o Vavo. (Fala consigo mesma e em seguida vai para a copa do bar).

 

Cena 10 – Casa Petra (Casa de Eventos) [Interna/Noite]

(Uma grande equipe de funcionário finalizava os preparativos para a festa de 40 anos da empresa).

 

JACQUELINE: E então, o que está achando?

MARION: Muito bom! Mal posso esperar para ver esse local cheio de convidados da alta nata da sociedade e toda a imprensa. (Responde enquanto observa todo o local).

 

Cena 11 – Sobrado de Sofia [Interna/Manhã]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(A noite se vai e o dia logo chega, surgindo a fachada do sobrado de Sofia. Sentados à mesa, Tiago e Cristina conversavam).

 

TIAGO: Agora tudo faz sentido, por isso você estava tão aérea ontem a noite. E ele é bonito?

CRISTINA: Lindíssimo! Só que eu não consigo, tenho tanto medo de me envolver com alguém novamente depois do que me aconteceu com o Vavo. Tenho medo de ser enganado mais uma vez.

TIAGO: Você não pode viver presa ao passado, Cris. Precisa se dar uma nova chance, a vida te permitiu recomeçar. Então recomece!

SOFIA: (Entra na sala de jantar carregando um bolo) Agora vai dar conselhos, meu filho? Quem sabe você não possa se inspirar e vive o que está dizendo?

TIAGO: Não começa, mãe. Já conversamos sobre isso!

CRISTINA: Agora sou eu quem não está entendendo nada. Vocês estão falando do cantor novo?

TIAGO: Não! (Diz enquanto corta uma fatia de bolo).

SOFIA: Sim, é dele sim. Porque você finge que não está interessado? É perfeitamente normal. Uma hora você também terá de se apaixonar novamente, é a vida.

CRISTINA: Ué, mas se você está interessado, porque não pode rolar? Se for com essa história de preconceito, isso é coisa do século passado. Ninguém pode interferir na sua vida, você é livre para amar como qualquer outra pessoa.

TIAGO: Acontece que não é tão fácil assim, pelo menos não tão fácil como você pensa que é.

SOFIA: Ano passado ele se apaixonou por um rapaz e tudo estava se encaminhando para um relacionamento sério, até que ele contou a verdade e as coisas mudaram...

CRISTINA: Verdade? Que verdade?

TIAGO: Eu sou um homem trans. Já vivi experiências frustrantes e não tenho tido coragem de tentar de novo. Não preciso e não quero provar para ninguém quem eu sou, porque eu sou, entendeu?

CRISTINA: Perfeitamente! Você não precisa provar nada para ninguém. Ser homem vai além do que está por debaixo das roupas. Você já provou por A mais B que é um homem incrível, só falta você não ter mais medo de enfrentar o mundo. (Conclui olhando nos olhos de Tiago).

 

Cena 12 – Casa Petra [Interna/Manhã]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(Imagens externas da cidade de São Paulo são apresentadas e mostram diversos pontos da capital. Em seguida, surge a fachada da casa de eventos onde está acontecendo a festa de aniversário de 40 anos da indústria Assumpção. Carros estacionam, pessoas adentram no espaço enquanto são fotografadas pela imprensa).

 

JACQUELINE: (Cumprimenta alguns convidados e checa a mesa de buffet).

(De braços dados, Murilo e Stella caminhavam pelo salão).

MURILO: A festa está muito bonita, não acha?

STELLA: (Observa Vavo de longe entre os convidados, que ergue uma taça em sinal de brinde para ela) Está sim, maravilhosa. E a sua mãe, onde ela está?

MURILO: Deve chegar daqui a pouco, ela preferiu vir com o motorista.

(O carro de Marion é estacionado pelo motorista na entrada principal da casa de eventos. Ao descer do carro, Marion é ovacionada pela imprensa e acena sob a luz dos flashes fotográficos. Em seguida, ela sobe alguns degraus e entra no local).

MARION: (Entra no local e caminha por um extenso corredor, enquanto cumprimenta algumas pessoas, não percebendo que está sendo seguida).

AMANDA: Marion Assumpção? (Surge atrás de Marion).

MARION: (Vira-se para trás e encara Amanda) Desculpe, eu a conheço?

AMANDA: Eu estava ansiosa para te conhecer, ficar frente a frente com a senhora. Meu Deus, eu não posso acreditar!

MARION: Ah, eu já entendi tudo. Você é mais uma dessas jovens deslumbradas que querem trabalhar comigo. Querida, hoje não é dia e nem hora para isso. Procure a portaria da empresa e deixe o seu currículo, quem sabe você não tenha sorte. Com licença! (Vira-se para a direção contrária e começa a caminhar).

AMANDA: Espera, você não pode me deixar assim, falando sozinha. Você não vai me dar as costas!

MARION: (Vira-se novamente) Minha querida, acho que você não entendeu que esse é um evento particular, não cabem penetras. Dê meia volta e saia daqui agora mesmo. Eu não te conheço, nunca te vi e não faço questão de ver. Agora se não há mais nenhum questionamento, eu vou entrar naquele salão. (Deixa Amanda e caminha pelo corredor).

AMANDA: Não me conhece? Tem certeza? Nem se eu te disser que eu sou a menina que a Milu criou? (Dispara em voz alta).

MARION: (Para de caminhar, atônita e com uma expressão de pavor).

AMANDA: (Dá alguns passos na direção onde Marion permanecia de costas) Nem se eu te disser que eu sou a menina que você abandonou a própria sorte, há vinte e cinco anos. Nem se eu te disser que eu sou a sua neta, Marion? 


CONTINUA!


Trilha Sonora Oficial, clique aqui.







Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.