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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 20

 



Capítulo 20

 

Cena 01 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Tarde]

(Cristina permanecia entre Marina e Amanda, que fingia estar emocionada com aquele reencontro).

 

AMANDA: Mamãe! (Entra e abraça Marina).

MARINA: (Chora emocionada) Minha filha, eu sempre soube que você estava viva. Eu ouvi você chorar quando nasceu, eu sabia que não era imaginação, o meu coração de mãe dizia que você não tinha morrido.

CRISTINA: (Observa a cena, emocionada).

AMANDA: Mamãe, me deixa te ver! Você é tão linda, não sabe o quanto me fez falta.

MARINA: (Seca as lágrimas do rosto de Amanda e a acaricia) Você que é linda! Eu ainda estou desnorteada com essa notícia. O seu pai e os seus irmãos irão ficar loucos de alegria.

AMANDA: Eu quero muito conhecê-los.

MARINA: (Leva Amanda até o sofá e as duas se acomodam) Eu preciso saber de tudo a partir de agora. O que aconteceu com você, onde você esteve durante todos esses anos?

AMANDA: (Olha para Cristina sem saber o que dizer).

CRISTINA: (Fecha a porta) Está na hora da sua mãe saber toda a verdade, Amanda. Chega de tantos segredos, ela tem o direito de saber!

MARINA: (Estranha o comentário) De que verdade ela está falando?

CRISTINA: (Se aproxima de onde as duas estão sentadas) A verdade! Quem planejou o desaparecimento da Amanda e a fez passar por morta foi a sua mãe e o seu irmão.

MARINA: (Surpreende-se).

 

Cena 02 – Mansão Assumpção [Interna/Tarde]

Música da cena: Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo. As pessoas caminham pelas grandes avenidas. Em seguida, surge a fachada da mansão).

 

STELLA: (Entra em casa e entrega diversas sacolas a Amália) Amália, coloque essas sacolas em cima da minha casa, depois eu organizo tudo. Nossa, que calor lá fora!

AMÁLIA: Sim, senhora. Com licença! (Pega as sacolas e sobe a escada).

STELLA: (Ao adentrar, Stella encontra com Murilo e Marion na sala de estar, o que lhe causa estranhamento, por ser um dia comum de semana) Vocês dois em casa? O que aconteceu, a fábrica pegou fogo?

MURILO: Stella, agora não é hora! (Adverte).

MARION: A única coisa que está em chamas são as nossas contas. Porque você não para de gastar o nosso dinheiro com tanta futilidade? Deveria fazer alguma coisa útil. (Diz em tom de reprovação).

STELLA: (Tira os óculos escuros) Acontece minha querida sogra, que o seu filho que nunca quis que eu trabalhasse. Não tenho culpa se eu sou útil comprando e fazendo parte da alta moda paulistana. As socialites me invejam, tenho muito estilo.

MARION: É mesmo? Porque não aproveita então e vai fazer inveja as suas amigas falidas, e sai outra vez? Essa sua cara cínica me irrita!

STELLA: Nossa, quanto mal humor. Qualquer cego diria que tem algo acontecendo. Será que não tem a ver com a Amanda? Onde ela está? Não há sinal dela por aqui. (Ironiza).

MARION: (Encara Murilo).

MURILO: (Percebe que a mãe não gostou do comentário) Vamos Stella, é melhor a gente subir. A minha mãe está com dor de cabeça e precisa ficar um pouco sozinha. (Diz ao se levantar).

STELLA: Ah, agora que a conversa estava ficando interessante...

MURILO: Vamos, eu já disse! (Segura Stella pelo braço e arrasta).

MARION: (Levanta-se e vai até a janela. Em seguida, caminha de um lado para o outro na sala) O que será que está acontecendo agora? (Pensa em voz alta).

 

Cena 03 – PUC-SP, Universidade [Interna/Tarde]

Música da cena: Quando A Chuva Passar – Renan Pitanga

(Os alunos faziam um resumo que Rodrigo havia solicitado em sala de aula, enquanto eram observados por ele).

 

RODRIGO: Ela não veio hoje. O que será que aconteceu? Será que ela teve algum problema? (Pergunta a si mesmo através do pensamento, referindo-se a Cristina).

 

Cena 04 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Tarde]

(Cristina e Amanda tentavam acalmar Marina, que estava transtornada diante os últimos acontecimentos).

 

MARINA: (Levanta do sofá, agitada).

AMANDA: Calma, mamãe. A senhora precisa se acalmar!

CRISTINA: Eu vou pegar um copo d’água. Marina, a Amanda tem razão, desse jeito você vai acabar passando mal. (Corre até a cozinha).

MARINA: Mas como vocês podem me pedir calma? Principalmente depois de uma monstruosidade dessas? A minha própria mãe e o meu irmão, roubaram a minha filha da maternidade e colocaram uma criança morta no lugar. Que tipo de família faz uma coisa dessas? (Grita).

CRISTINA: (Volta até a sala e entrega um copo com água para Marina) Toma essa água e tenta se acalmar. Pense que o importante era recuperar a sua filha e você a recuperou.

AMANDA: É, mamãe! Pense no relacionamento que iremos construir a partir de agora. O passado já não importa mais!

MARINA: Mas é claro que importa! O que a minha mãe fez foi um crime e isso não vai ficar assim. Não pode! (Dispara).

 

Cena 05 – Apartamento de Ulisses [Interna/Noite]

Música da cena: Suit & Tie - JAMZ

(Imagens externas mostram o entardecer na cidade. Com o pôr-do-sol, a noite chega estrelada. As luzes de São Paulo logo se acendem através de seus grandes edifícios e os carros na rua. Surge então a fachada do edifício onde Ulisses mora).

 

ULISSES: Vô, onde o senhor está? Porque não me atendeu? Precisamos encontrar a minha irmã... (Disse ao entrar em casa e fechar a porta).

JOAQUIM: Que irmã, essa? (Respondeu ao lado de Janice).

ULISSES: Janice! (Emociona-se ao rever a irmã).

IRMÃ JANICE: Meu irmão, que saudade! (Vai até Ulisses e os dois se abraçam).

JOAQUIM: Pronto, agora tudo está resolvido. Graças a Deus, toda a minha família está embaixo do mesmo teto. (Conclui).

 

Cena 06 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, ouvimos a campainha tocar insistentemente com o surgimento da fachada da Mansão Assumpção).

 

AMÁLIA: Já vai, já vai! (Gritava enquanto caminhava na direção porta).

MARINA: (Invade a casa, assim que Amália abre a porta) Cadê, onde é que ela está?

AMÁLIA: A senhora não pode entrar assim! (Diz ao seguir Marina).

MARINA: Vá chamar a sua patroa, eu quero falar com ela e ninguém vai me tirar daqui antes disso. (Diz olhando para os lados, como se estivesse procurando alguém).

AMÁLIA: Eu já disse, a senhora não pode ficar aqui. Eu vou chamar a segurança!

MARINA: Eu já disse que não vou sair dessa casa sem falar com a Marion! (Grita).

MARION: Eu vou atendê-la, Amália! (Diz, parada no alto da escada).

MARINA: (Encara Marion).


Cena 07 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

(Lentamente, Marion desce a escada da mansão).

 

MARION: Eu já estava lhe esperando. Quantos anos! Você não mudou nada. (Disse enquanto terminava de descer a escada).

MARINA: Como você pode? Como foi capaz de cometer a monstruosidade que fez?

MARION: Calma, vamos nos sentar e eu posso explicar tudo.

MARINA: Pode explicar? Então explique como foi que você e o seu filho planejaram, entraram na maternidade e roubaram a minha filha! (Grita).

MARION: Eu sei que você está nervosa, mas vamos conversar e...

MARINA: E o que, Marion? Você acha que eu vou cair nessa sua conversa fiada? Esqueceu que eu te conheço? Eu sei do que você é capaz e nada do que você diga vai apagar, nem por um segundo sequer, o que crime que você cometeu.

MARION: Você também culpa disso, sabia? Eu te pedi, eu te alertei inúmeras vezes e você tinha que se envolver com aquele operário morto de fome.

MARINA: Eu estava apaixonada!

MARION: Você estava cega e eu apenas queria abrir os seus olhos.

MARINA: Claro que não, você nunca se importou com o que eu sentia de verdade. A única coisa que te importa nessa vida é o dinheiro, o poder. Eu tenho vergonha de você. Vergonha de ter o seu sobrenome, de carregar o seu sangue e de ser sua filha.

MARION: Vergonha? Você tem vergonha de mim? Eu sou a sua mãe, por mais que você me renegue. Eu te coloquei no mundo e te dei tudo e para o seu azar, a sua filha se parece bastante comigo. Esse será um peso que você terá que carregar, por mais que me renegue. A Amanda é a minha cópia fiel!

MARINA: Escuta aqui, a partir de agora quem dita as regras sou eu e eu quero você bem longe da minha filha. Não se aproxime dela, de mim, da minha casa ou de qualquer pessoa da minha família ou eu acabo com você. (Dá meia volta e caminha em direção a porta).

MARION: (Vai atrás de Marina) Você deveria me agradecer pelo o que fiz e pelo o que estou fazendo agora. Olha o que você se tornou, onde mora... Esposa de um mecânico que não tem onde cair morto e se tornou uma quituteira barata. A Amanda me ama e ela já me perdoou, ela entendeu o que eu fiz e eu vou dar tudo a ela. Tudo que ela tem direito como você tinha e renegou.

MARINA: (Vira-se e fica de frente à Marion) Ela está deslumbrada com o que você está proporcionando, como qualquer jovem da idade dela, mas eu vou me encarregar de fazer com que ela perceba o monstro que você é. A partir de agora vamos tentar recuperar todo o tempo perdido e o fato do pai dela ser mecânico e mãe dela ser uma quituteira barata como você disse, será motivo de orgulho pra ela.

MARION: (Sorri com desprezo) Orgulho? Orgulho de que? De quem? De um pai voltando suado e sujo de graxa ou de uma mãe cheirando a gordura e pastel frito?

MARINA: (Ergue a mão para esbofetear Marion).

MARION: Vai me bater? Você vai ter coragem de agredir a sua própria mãe, Marina? (Grita).

MARINA: (Abaixa a mão) Tem razão, eu não vou me igualar a você, nem descer ao seu nível. As suas contas agora serão contabilizadas com a justiça, porque em breve você e o Murilo estarão na cadeia. Agora sim, eu vou voltar para a minha casa, lá é humilde, mas tem algo que nenhum dos seus milhões compra, Marion. Você sabe do que eu estou falando? Eu estou falando de amor. Até nunca mais! (Sai e bate à porta com agressividade).

MARION: (Com o semblante frio, ao perceber que está sozinha, Marion chora).

 

Cena 08 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, surge a fachada da casa de Marina e Antônio).

 

LETÍCIA: (Senta-se no sofá, ao lado de Murilo Neto e Daniel, também boquiabertos) A Amanda é a filha da Marina e do meu pai? (Repete surpresa).

CRISTINA: Sim, é uma história muito complicada, mas a Marina vai conversar com vocês quando voltar.

DANIEL: Caramba e pensar que ela sempre dizia que não acreditava que a menina não tinha morrido e realmente não tinha, essa menina é a Amanda.

LETÍCIA: E onde está a minha mãe? Eu quero vê-la, abraçá-la, ela deve estar tão feliz...

AMANDA: Ela foi até a casa da minha avó e eu estou preocupada com essa demora. Tenho medo de que ela cometa uma loucura! (Diz olhando através da janela).

LETÍCIA: Casa da sua avó? Mas de que loucura você está falando? (Questiona preocupada).

DANIEL: Espera, você está falando de Marion Assumpção? A milionária?

MURILO NETO: Ora, não precisa somar dois mais dois para entender o que está por trás dessa história sórdida. Se a minha tia foi atrás da minha avó, depois de tantos anos sem vê-la, é claro que a minha avó tem alguma coisa a ver com o roubo da Amanda na maternidade e ter feito ela ser dada como morta por todos esses anos.

CRISTINA: (Senta-se ao lado de Murilo Neto) Eu sei que é muito difícil esse momento para a família de vocês, mas você precisa saber de uma coisa. A sua avó não fez tudo isso sozinha, ela teve ajuda do seu pai.

MURILO NETO: (Surpreende-se com a revelação).

 

Cena 09 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Noite]

Música da cena: Vício – Glória Groove

(Imagens aéreas mostram a noite de São Paulo. Grandes viadutos iluminados, o MASP segue envolto de luzes. A Avenida Paulista segue iluminada, em seguida surge a fachada do pensionato onde Vavo estava hospedado).

 

VAVO: (Fuma, enquanto pensa em Amanda) A Amanda sumiu, o que será que ela está aprontando agora? Boa coisa não deve ser!

 

Cena 10 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Sem entender nada, Antônio entrou no quarto acompanhado de Marina).

 

ANTÔNIO: Porque tem tanta gente aqui? O que está acontecendo, Marina?

MARINA: Vem cá, a gente precisa conversar... (Disse ao sentar na cama, junto do marido).

ANTÔNIO: Que cara é essa? Você está me assustando! (Diz ao perceber a expressão séria da esposa).

MARINA: Precisamos conversar sobre a nossa filha, a Anna Luísa.

ANTÔNIO: Meu amor, não vamos começar isso de novo. Esse assunto te deixa muito triste, é melhor falarmos sobre outra coisa...

MARINA: (Interrompe Antônio) A nossa filha não morreu ao nascer, ela está viva! (Diz emocionada).

ANTÔNIO: O que? (Questiona atordoado).

MARINA: Eu vou buscá-la... (Marina corre e sai do quarto, deixando a porta aberta).

ANTÔNIO: (Fica de pé novamente, sem entender o que está acontecendo).

MARINA: (Entra no quarto, puxando Amanda pela mão) Essa daqui é a Amanda, nossa filha.

AMANDA: Papai! (Vai até Antônio e o abraça).

ANTÔNIO: (Abraça Amanda sem entender o que está acontecendo, ainda estarrecido).

 

Cena 11 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, surge novamente a fachada da Mansão Assumpção. Stella estava surpresa com a revelação que Murilo tinha feito sobre a real identidade de Amanda, quando o quarto foi invadido).

MURILO NETO: Me diga que não é verdade! (Grita ao invadir o quarto).

STELLA: Meu filho, o que deu em você? (Preocupa-se).

MURILO NETO: O assunto aqui é com o meu pai! Eu quero saber toda a verdade, chega de mentiras. É verdade que o senhor esteve por trás dessa história monstruosa em roubar a filha da minha tia?

MURILO: (Olha para o filho e permanece em silêncio).

 

Cena 12 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Amanda, Letícia e Daniel permaneciam na sala de estar esperando, quando Marina e Antônio saíram do quarto).

 

DANIEL: Meu Deus, enfim vocês saíram desse quarto!

LETÍCIA: Quieto, Daniel. Deixe que eles falem...

MARINA: Nós conversamos, o Antônio já sabe de tudo o que aconteceu. Depois de refletirmos sobre tudo o que sofremos, nós tomamos uma decisão.

AMANDA: Decisão? Qual? (Questiona).

ANTÔNIO: Nós vamos denunciar a Marion e o Murilo as autoridades! (Conclui).

AMANDA: (Surpreende-se).

 

CONTINUA!

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