Capítulo 22
Cena 01 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Noite]
(Katia e Amanda
permaneciam paradas em frente a propriedade, enquanto Amanda continuava em
estado de choque).
KÁTIA: Que foi, Amanda? Desse jeito até parece que você viu um demônio e não a
sua mãe.
AMANDA: Cala a boca! Ninguém pode te ver, muito menos te ouvir. O que veio
fazer aqui?
KÁTIA: Quieta! Perdeu a noção do perigo? Sou eu quem faz as perguntas aqui.
(Nesse momento,
Marina abre a porta após ouvir vozes e notar uma certa movimentação em frente à
casa).
MARINA: Está tudo bem, minha filha?
KÁTIA: (Observa Marina tratar Amanda como filha).
AMANDA: Está sim, mamãe. Essa mulher estava apenas me pedindo informações sobre
um certo endereço, pode entrar que eu já vou.
MARINA: Tem certeza? (Diz ao olhar novamente para Kátia).
AMANDA: Tenho sim, mamãe. Pode entrar!
MARINA: Está bem, mas não demora... Seu pai, seus irmãos e eu estamos te
esperando.
KÁTIA: Boa noite, senhora. A senhora tem uma filha muito linda, sabia? (Diz
sorridente).
MARINA: Obrigada, tenha uma boa noite! (Entra e fecha a porta).
KÁTIA: Olha, que linda a sua nova mãe. Muito simpática! Não sabia que estavam
adotando filhos adultos.
AMANDA: O que você pretende? Porque veio me procurar, sua cretina?
KÁTIA: Olha como fala comigo, sua pilantra. Tudo o que você sabe, fui eu quem
te ensinei. Devo dizer que você se superou, em que rolo você se meteu? Eu venho
te observando não é de hoje, você está muito mudada. Roupas finas e elegantes,
frequentas mansões e eventos da alta sociedade. Que golpe é esse, Amanda?
AMANDA: Golpe nenhum! Agora desapareça de uma vez por todas, eu não quero
voltar a te ver nunca mais.
KÁTIA: Desaparecer? Logo agora que eu te reencontrei? Nem pensar! Acho bom
você se comportar muito bem com a sua mamãe, isto é, a verdadeira, que nesse
caso sou eu. Me encontra no Bar do Silvio amanhã à noite!
AMANDA: E se eu não for? (Diz ao se aproximar e enfrentar Kátia).
KÁTIA: Você tem muito a perder, não se esqueça que você sabe muito bem do que
eu sou capaz. (Percebe que Amanda se desarmou pela expressão e debocha). – Isso
mesmo, fique bem mansinha se não quiser que eu grite aos quatro ventos que eu
sou a sua mamãezinha. Muito bom te ver, filha. Até amanhã e não falte! (Se
aproxima para beijar Amanda, que se esquiva).
AMANDA: Está bem, agora vá e não volte aqui. Ninguém pode te ver!
KÁTIA: Até amanhã, eu já disse. Não falte! (Adverte e vai embora em seguida).
AMANDA: (Observa Kátia caminhar pela rua e em seguida corre para entrar em
casa).
Cena 02 – Mansão
Assumpção [Interna/Manhã]
Música da cena: Não
Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes
(O dia amanhece e
imagens externas mostram os principais pontos turísticos da cidade. Em seguida,
a Marginal Pinheiro e Avenida Paulista surgem movimentadas, até que aparece a
fachada da mansão. Marion, Murilo e Stella tomavam café em silêncio).
STELLA: (Ergue a cabeça e nota Murilo Neto descer a escada carregando uma mala
com ele) Meu filho, para onde vai? Não me diga que vai voltar para Londres?
MURILO NETO: Eu vou embora dessa casa, mamãe! (Diz ao entrar na sala de jantar).
MARION: Embora? Como embora, você ficou louco, menino?
MURILO NETO: Pelo contrário, vovó. Eu nunca estive tão lúcido nessa vida! Não dá
para continuar debaixo do mesmo teto de pessoas que cometeram um crime tão
monstruoso como vocês fizeram. Por mais que o meu pai se cale, eu consigo ver
através do olhar dele que ele é culpado.
MURILO: Espera meu filho, vamos conversar!
MURILO NETO: Não temos mais nada para conversar, papai. Eu só vou te perdoar quando
você confessar a verdade e pagar suas contas com a justiça, enquanto isso não
acontecer, esqueça que eu existo.
STELLA: Mas Murilo Neto, nós somos a sua família, seu sangue!
MURILO NETO: A família não se define apenas pelos laços sanguíneos, mamãe.
Aproveitem o café! (Vai embora, deixando todos chocados).
Cena 03 – Ruas de
São Paulo [Externa/Manhã]
Música da cena:
Oceana – OUTROEU, Melim
(Cristina desceu a
escada da parte externa de casa, apressada. Ao sair na rua, fechou o portão e
caminhou pelas ruas do quarteirão. Cumprimentou algumas pessoas pelo caminho e
se direcionou rumo ao ponto de ônibus que costumava tomar a condução que a
levaria ao trabalho).
CRISTINA: (Abre a bolsa e procura entre os pertences o ticket de transporte) Onde
ele está? Tem que estar aqui, não posso ter esquecido ele em casa...
VAVO: Cristina? (Diz ao aparecer atrás dela).
CRISTINA: (Para de procurar o ticket instantaneamente, pois ela havia reconhecido
aquela voz. Ergueu a cabeça, como se tivesse tentando despertar de um pesadelo.
Fechou os olhos por um breve momento e em seguida tornou a abri-los. Foi nesse
momento que ela se virou e deu de cara com Vavo, seu ex-noivo) Vavo?
VAVO: Cris, quanto tempo! Parece que você não envelheceu um ano sequer, você
está ainda mais linda...
CRISTINA: Seu desgraçado, maldito, canalha! (Acerta uma bofetada na cara de
Vavo).
VAVO: (Tenta se recompor após o tapa) Você está zangada comigo, não tiro os
seus motivos. Você está coberta de razão!
CRISTINA: Você destruiu a minha vida, por sua culpa eu estive na cadeia, acusada
por um crime que eu não cometi. Eu vou chamar a polícia e você vai ter que
falar a verdade, eu quero me livrar dessa acusação e ter a minha vida honesta
de volta. Polícia, polícia! (Começa a gritar).
VAVO: (Segura Cristina pelos braços) Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas
eu mudei e estou arrependido. Só preciso de um minuto para provar isso, depois
desse minuto, você poderá fazer o que quiser, inclusive me entregar para a
polícia.
CRISTINA: (Encara Vavo com um olhar fulminante).
Cena 04 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Manhã]
(Letícia, Marina,
Antônio e Amanda tomavam café da manhã reunidos na mesa, enquanto conversavam).
ANTÔNIO: E o Daniel, porque não está comendo conosco?
MARINA: Ele chegou tarde ontem do bar, trabalhou até tarde. Vai dormir bastante
ainda! (Explicou).
ANTÔNIO: Eu não gosto disso, por mim ele teria outro trabalho, durante o dia,
como qualquer outra pessoa.
LETÍCIA: O importante é trabalhar com o que gostamos, papai. Ouvi dizer que o
Daniel está conquistando muitos fãs durante as noites no bar da Sofia. Se
continuar assim, quem sabe ele não é descoberto por uma dessas gravadoras
grandes e grava um CD?
MARINA: Isso seria ótimo! Já pensou, amor? Nosso filho famoso! (Questiona
empolgada).
ANTÔNIO: Vamos ver, vamos ver! (Resmunga).
MARINA: Coma mais um pouco, Amanda. Você come muito pouco, minha filha. Está
muito magrinha!
AMANDA: Não, mamãe. Já comi demais, se continuar desse jeito eu vou engordar.
Além disso, já estou atrasada, tenho que ir trabalhar. (Disse ao limpar a boca
com um guardanapo e se levantar da mesa).
ANTÔNIO: Eu não gosto que você continue trabalhando naquela empresa e para
aquela mulher.
AMANDA: Eu pensei que esse assunto estivesse resolvido. Essa que você se refere
como “aquela mulher” é minha avó e eu a amo muito. Porque vocês não conseguem
entender isso? Eu estou trabalhando e ganhando meu dinheiro honestamente,
sabia? (Diz olhando para Antônio).
ANTÔNIO: Nada que vem daquela mulher é honesto, ela é uma criminosa. (Grita).
AMANDA: Tome muito cuidado com tanto rancor, papai. O mundo dá muitas voltas e
um dia você pode precisar dela e eu tenho certeza que ela não iria virar as
costas e nem julgar vocês, como o senhor está fazendo.
ANTÔNIO: (Levanta-se bruscamente) Não se preocupe, porque isso não vai
acontecer. Para isso eu trabalho e construí a minha oficina. É humilde, mas
para isso eu não precisei roubar uma criança, como ela fez. Perdi a fome, com
licença! (Diz ao ir embora).
(Marina e Letícia
permanecem em silêncio, desconfortáveis com a discussão. Enquanto Amanda
permanece em pé, olhando em direção a porta por onde Antônio acabara de
passar).
ANTÔNIO: Esse cretino só podia ser pai da Cristina, para ser tão orgulhoso da
pobreza. Vou ter que dar um jeito nele, porque se continuar assim, ele também
vai me atrapalhar. Vamos ver papaizinho, vamos ver por quanto tempo você vai
depender dessa oficina nojenta! (Fala consigo mesma através do pensamento).
Cena 05 –
Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]
Música da cena:
Suit & Tie - JAMZ
(Com a transição de
cenas, as ruas de São Paulo são apresentadas através de imagens aéreas. Em
seguida surge a fachada da empresa de Marion. No refeitório, os funcionários
comentavam sobre o assunto do momento).
JACQUELINE: Não! Me amarrota que eu estou passada com essa bomba. Quer dizer que a
entojadinha metida a aprendiz de bruxa é neta dela?
TIAGO: Isso aí! A história é mais cabeluda do que vocês imaginam. Parece que a
Dona Marion fez a Amanda ser dada como morta. É... Parece coisa de novela!
FAXINEIRA: E ainda assim, ela continua com a avó? Cruz credo. (Disse enquanto se
benzia).
TIAGO: Ah, flor! Isso daí tem nome e só não ver quem não quer. (Bebe um gole
de café).
JACQUELINE: Oh se tem! Eu nunca fui com a
cara dela, sabia? Acho ela muito dissimulada. Agora precisamos ter cuidado, se
sem poder ela já era do jeito que era, imagina agora sendo herdeira? Piscou,
ela nos coloca no olho da rua. (Conclui).
TIAGO: Eu proponho um brinde, pode ser de café mesmo. Eu não vou com a cara
dela, pra mim, ela é a maior X-9, 171, salafrária. Aquela carinha de santa não
me convence nem de longe.
FAXINEIRA: Uai, então vamos brindar a que? (Estranha o comentário, porém continua
com a caneca de café erguida).
TIAGO: Vamos brindar para que ela morda a própria língua e morra envenenada.
(Gargalha).
JACQUELINE: Brinde aceito, Ti!
(Os três tocam as
canecas umas nas outros durante o brinde e em seguida bebem o café).
Cena 06 –
Lanchonete [Interna/Manhã]
(Cristina e Vavo
surgiram em uma lanchonete do bairro. Ela continuava furiosa, enquanto ele
tentava convencê-la de que havia mudado).
ATENDENTE: Aqui está o seu café, senhor. Deseja mais alguma coisa? (Disse após
servir o copo com café).
VAVO: Não, somente isso. Obrigado! Tem certeza que não vai querer nada, Cris?
CRISTINA: Chega, Gustavo! A minha paciência já se esgotou e eu não vou mais
aceitar ser feita de idiota, entendeu? O que você pretende, ressurgindo assim
do nada? Ou você me conta agora ou eu chamo a polícia. É melhor você começar a
falar! (Diz incisiva).
Cena 07 –
Lanchonete [Interna/Manhã]
(Confrontado por
Cristina, Vavo continuava tentando envolvê-la em sua farsa).
CRISTINA: E então Gustavo, o que me diz?
VAVO: Eu errei muito Cristina e quero consertar os meus erros, mas pra isso
eu preciso da sua ajuda.
CRISTINA: Da minha ajuda? Eu não estou entendendo onde você pretende chegar com
isso.
VAVO: Eu preciso organizar a minha vida primeiro, você sabe quando eu me
entregar, eu serei preso e a minha vida vai mudar drasticamente.
CRISTINA: O que? Você só pode estar brincando comigo. Por um acaso você me deu
uma chance de pensar e refletir sobre o que você fez? Você destruiu a minha
vida, Gustavo. Graças a você, eu estive na cadeia e tive minha integridade
manchada por sua causa.
VAVO: Eu fui obrigado a fazer aquilo, eu não tinha alternativa. Me meti com
gente da pesada e se eu não tivesse roubado, eu teria pago com a minha vida. Eu
não queria matar aquela mulher, mas ela começou a gritar e eu não tive
alternativa. Fiquei nervoso! Cristina, por favor... Me ajude, eu te prometo que
vou fazer tudo o que você quer.
CRISTINA: Eu não confio em você!
VAVO: Você não tem outra alternativa a não ser confiar em mim, principalmente
se quiser limpar a sua ficha. É pegar ou largar, só você pode me ajudar a me
tornar um homem de verdade.
CRISTINA: (Observa Vavo nos olhos).
Cena 08 – Castro
& Rios, Advogados Associados [Interna/Tarde]
Música da cena:
Tudo De Novo – Negra Li
(Com a transição de
cenas, surge a fachada do escritório de advocacia. Ulisses e André caminhavam
pelo corredor enquanto conversavam).
ULISSES: Então quer dizer que você já marcou a data?
ANDRÉ: Já sim, será no próximo dia 10! (Responde sorridente).
ULISSES: Vejo que você está empolgado, fico feliz que finalmente tenha se
acertado com a Letícia. A Cristina gosta muito dela e de toda família,
tornaram-se boas amigas.
ANDRÉ: Realmente, eu estou muito empolgado. Principalmente com o que esse
casamento pode me proporcionar.
ULISSES: (Estranha o comentário) Acho que eu não entendi o que você quis dizer.
ANDRÉ: Digamos que é como antigamente, a família oferece um dote para que o noivo
se case com a filha deles. Nesse caso, eu vejo uma possibilidade para o nosso
escritório. Como estaremos entre família, podemos tentar uma parceria com a
empresa Assumpção.
ULISSES: Não sei se isso seria uma boa, há um problema de estrutura, digamos assim,
naquela família...
ANDRÉ: Nada que não possamos resolver, meu caro! Agora vamos apressar, temos
uma reunião com novos clientes em potencial e eu não quero deixá-los esperando,
vamos. (Diz ao andar apressado).
Cena 09 – PUC-SP, Universidade
[Interna/Tarde]
Música da cena: Não
Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes
(Imagens externas
mostram o entardecer na cidade. Em seguida, surge o campus da universidade. No
interior da sala de aula, Rodrigo entregava os trabalhos que havia corrigido).
RODRIGO: Otávio! (Chamou enquanto segurava o trabalho).
OTÁVIO: Aqui professor, obrigado. (Disse ao recolher o trabalho corrigido).
RODRIGO: Alicia?
ALICIA: Sou eu! (Recolhe o trabalho).
RODRIGO: Cristina?
CRISTINA: (Levanta-se e vai ao encontro de Rodrigo) Aqui!
RODRIGO: Parabéns, Cristina! Vejo que você compreendeu muito bem a proposta. Tem
um futuro acadêmico promissor! (Entrega o trabalho).
CRISTINA: (Sorri desconcertada) Obrigada, professor!
RODRIGO: (Permanece imóvel, olhando para Cristina).
Cena 10 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Noite]
(A tarde se vai e o
dia anoitece. Em seguida, as ruas do bairro do Bixiga são apresentadas e surge
a fachada da casa de Marina e Antônio. No interior da casa, a família brindava
ao casamento de Letícia).
LETÍCIA: Eu nem acredito que no próximo dia 10 serei sua esposa!
ANDRÉ: Pois pode acreditar! No dia 10 você será a Senhora Rios. (Beija
Letícia).
(Após o brinde,
Marina e Antônio se afastam um pouco para não serem ouvidos).
ANTÔNIO: Eu não gosto desse cara, não acho que ele seja homem para a minha
filha.
MARINA: Eu também não gosto, mas não adianta falar mais nada. Ele foi o homem
que ela escolheu, só nos resta aceitar. (Diz enquanto observa os dois).
Cena 11 – Donna Sô
(Café Bar) [Interna/Noite]
Música da cena: Tô
Correndo de Briga – João Rosa
(Após abrir o bar,
o movimento logo começou a acontecer com a chegada dos clientes. Cristina e
Tiago já estavam a postos no salão, atendendo os clientes no salão principal).
CRISTINA: (Anota o pedido e recolhe o cardápio) Pode deixar, em instantes eu
trago a bebida de vocês.
VAVO: Cris? (Diz ao entrar no bar).
CRISTINA: Vavo, o que você está fazendo aqui? Não combinamos nada!
VAVO: Eu sei, mas é que estou morando aqui perto, estava passando e te
reconheci. Daí resolvi entrar para te dar um beijo! (Nesse momento, Vavo se
aproxima e beija bochecha de Cristina).
(Neste exato
momento, Ulisses entra no bar e se depara com a cena).
ULISSES: (Fica visivelmente incomodado com a demonstração de afeto entre Vavo e
Cristina).
Cena 12 – Bar do Sílvio
(Centro da cidade) [Interna/Noite]
(Imagens aéreas
sobrevoam São Paulo, mostrando os grandes edifícios. Em seguida, surgem as ruas
do centro da cidade. Amanda desceu do táxi e logo menosprezou a fachada do bar
onde Kátia havia marcado o encontro).
KÁTIA: Até que enfim você chegou! (Disse enquanto estava sentada em uma das
mesas do lugar).
AMANDA: Pensou que eu não viria? Você não me deu muitas chances de escolher.
KÁTIA: Excelente! Senta, que agora precisamos acertar o meu pagamento...
(Sorri de forma maliciosa).
AMANDA: Muito obrigada, mas eu prefiro ficar de pé! (Responde com rispidez).
KÁTIA: Já disse para sentar, que a nossa conversa vai ser longa. Tenho uma
lista de desejos que você vai realizar, caso contrário, eu vou até uns certos
lugares e me apresento como a mulher que te pariu. O que você acha? Vai sentar
ou não? (Grita).
CONTINUA!
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