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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 28



 

Capítulo 28

 

Cena 01 – Oficina dos Medeiros [Interna/Noite]

(Amanda observava o fogo se alastrar com um semblante de satisfação).

 

AMANDA: É papaizinho, eu avisei para tomar cuidado. O senhor quis ser orgulho, viu no que deu? Sua oficina vai virar carvão. Não vai te restar outra alternativa a não ser pedir ajuda a minha querida avozinha.

Música da cena: Bandida – Cleo

(Amanda deixa a oficina e caminha pela rua, observando se alguém a reconhece. Conforme se afastava da oficina, Amanda tirou o capuz que cobria a cabeça e sorriu aliviada).

AMANDA: Ai Amanda, você é uma gênia... Uma gênia! (Comemora enquanto anda pelas ruas).

(Enquanto caminha, Amanda não percebe que passou por um circuito de monitoramento de câmeras de um estabelecimento nas imediações).

 

Cena 02 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

Música da cena: Tudo De Novo – Negra Li

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo. As ruas seguem movimentadas e em seguida surge a fachada da Mansão Assumpção. Murilo Neto estava surpreso com o estado de nervos do pai e tentava acalmá-lo, para entender o que havia acontecido).

 

MURILO NETO: Pai, me conta o que aconteceu pra te deixar desse jeito. Foi a minha avó, vocês brigaram?

MURILO: (Balança a cabeça, negando a pergunta).

MURILO NETO: Não? Então o que houve? Foi alguma coisa na empresa, aqui em casa?

MURILO: (Olha para o filho por um breve momento e permanece em silêncio. Em seguida, ele cria coragem e fala) Foi a sua mãe. A sua mãe me traiu, eu flagrei ela com outro homem.

MURILO NETO: Quê? (Pergunta surpreso).

MURILO: Ela tava lá, praticamente nua, onde ela tinha se esfregado no amante, como uma vagabunda. (Grita).

MURILO NETO: (Levanta da cama completamente atônito) Pai, como isso é possível?

MURILO: Como? Sendo! A sua mãe nunca gostou de mim, a única coisa que ela gostava nessa casa era do meu dinheiro, de olho no sobrenome da minha família e na minha futura herança. A sua mãe me humilhou e me feriu, isso eu não posso perdoar. E pensar que eu estive a ponto de matá-la...

MURILO NETO: Matá-la? (Pergunta ao se aproximar do pai novamente).

MURILO: Eu estava completamente transtornado, fora de mim. Eu fui até a pensão onde o amante dela mora, armado. Quando cheguei lá, eu sentia tanto ódio, que o meu corpo todo tremia. Mirei nela e acabei não acertando. O tiro acertou o desgraçado.

MURILO NETO: Você matou esse cara? (Surpreende-se).

MURILO: Não, a bala pegou de raspão. Eu deveria ter descarregado a arma nele!

MURILO NETO: Não pai, claro que não. Não diga mais tantas tolices! Felizmente o senhor não matou esse homem e não desgraçou a minha vida. Me prometa que o senhor não vai mais procurá-lo. Eu vou te apoiar, mas não faça nada que arruíne a sua vida. O senhor ainda pode se arrepender e recomeçar. Pense nisso! (Abraça o pai novamente).

 

Cena 03 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Noite]

Música da cena: Vício – Glória Groove

(Após Stella o deixar sozinho, Vavo estava tentando dormir quando ouviu alguém bater na porta).

 

VAVO: Ué, será que a Stella esqueceu alguma coisa? (Levanta-se da cama com dificuldade por conta da tipoia e em seguida vai até a porta abri-la). – Amanda?

AMANDA: Euzinha, não está feliz em me vê? Tive que esperar aquela baranga sair para poder entrar... O que aconteceu com você? O que foi isso no seu braço? (Questiona ao adentrar no quarto como se não soubesse de nada).

VAVO: (Fecha a porta) O desgraçado do seu tio de mentirinha atirou em mim na noite passada. A sorte é que além de corno, ele tem uma péssima pontaria. Se não fosse por isso, você não teria esse gostoso aqui pra você.

AMANDA: (Senta-se na cama e se insinua para Vavo) Ah, você deveria aproveitar esse momento para deixar essa velha de vez. Ela não é mulher para você. Duvido que ela te proporcione o que eu te proporciono.

VAVO: É, no caso ela me dá uma ajuda financeira... Se é que você me entende!

AMANDA: (Dá uma gargalhada debochada) Ajuda financeira? E eu lá sou mulher de te dar ajuda financeira, Gustavo? Eu tenho plena convicção que você merece muito mais do que uma simples ajuda. Eu tenho um plano que vai te render muito dinheiro, só basta você topar!

VAVO: É alguma outra remessa de dinheiro falso? (Pergunta ao se sentar do lado de Amanda na cama).

AMANDA: Não, coisa muito melhor e tem a ver com o seu passado. Eu quero tirar a Cristina da vida do Ulisses. Quero que ela foque em outra coisa, quem sabe ela tendo uma decepção não a faça querer ir embora. O importante é fazer com que ela desapareça, ela não pode sonhar que é a verdadeira neta da cretina.

VAVO: E o que eu preciso fazer então? (Questiona curioso).

AMANDA: Algo bem simples, como tirar o doce da boca de uma criança... (Amanda começa a contar para Vavo o plano que traçou para tirar Cristina da vida de Ulisses, enquanto ele ouve atentamente cada palavra).

 

Cena 04 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Com a transição de cenas, surgem as ruas do bairro do Bixiga, pela hora, bem menos movimentadas do que de costume. Amanda caminhava desconfiada pela rua onde Marina e Antônio moravam. Ao chegar na propriedade, ela entrou lentamente, procurando não fazer barulho. Já no interior da casa, ela esconde a cópia da chave da oficina onde Antônio costumava guardar e vai para o quarto, fingir que estava dormindo e não tinha saído).

 

AMANDA: Deu tudo certo, agora é só esperar! (Fala consigo mesma ao entrar no quarto onde dormia).

(Em seguida, o telefone da casa começa a tocar. A luz acende, trata-se de Marina que ouviu o aparelho tocando e saiu do quarto para atender).

MARINA: Alô? (Diz ao tirar o telefone do gancho e o encostar na orelha). – Sim, é daqui sim. Quem gostaria? Sim, eu sou a esposa dele. Aconteceu alguma coisa? (Nesse momento a expressão de Marina muda e ela fica empalidecida). – Como? Não pode ser, tem certeza? Está bem, obrigada por avisar. Nós já estamos indo até aí... (Marina coloca o telefone no gancho e corre até o quarto gritando pelo marido). – Antônio... Antônio!

 

Cena 05 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

Música da cena: Suit & Tie - JAMZ

(Imagens aéreas externas apresentam os grandes edifícios iluminados da cidade. Em seguida surge a fachada da Mansão Assumpção).

 

STELLA: (Abre a porta e entra dentro de casa. Ao chegar na sala de estar, ela nota três malas ao lado da escada e a presença de Amália) Amália, alguém vai viajar?

AMÁLIA: (Permanece em silêncio, como se estivesse constrangida em falar o que estava acontecendo).

STELLA: Eu fiz uma pergunta, Amália. De quem são essas malas? (Pergunta curiosa).

MARION: São suas, é claro. (Diz enquanto desce a escada).

STELLA: Minhas? Como assim minhas? Eu não entendi.

MARION: Ah, não? Além de rastaquera, você é burra? Você não achou que iria continuar debaixo do mesmo teto que a minha família depois do que descobrimos, achou? Na minha casa não é lugar para vagabundas como você. Seu lugar é na rua, numa esquina qualquer. Pegue seus trapos e desapareça da minha frente.

STELLA: Você não pode fazer isso comigo, eu sei dos meus direitos e sou casada com o Murilo em comunhão total de bens. Amália, pode levar essas malas lá para cima e colocar tudo novamente em seu devido lugar.

MARION: (Termina de descer a escada e encara Stella de perto) Direito? (Sorri ironicamente). – Então me diz, qual? Stella, você não passa de uma mulher vazia, que não entende outra coisa a não ser gastar. Você não entende de leis, minha querida, pelo menos não o suficiente ao ponto para entender que se o meu filho for ao tribunal e te acusar de adultério com as provas que temos, você vai sair à mingua. Vai morar embaixo da ponte, melhor, nas imediações do Rio Tietê. Sem nada para comer ou beber, só vai te restar empenhar as unhas e os dentes para sobreviver.

STELLA: Escuta aqui, sua...

MARION: (Interrompe Stella) Ai, ai, ai... Olha o nível, querida. Eu não sou da sua laia. Pegue as suas malas de uma vez e desapareça da minha frente. Se você preferir, eu posso chamar os seguranças e mando te jogarem na rua como a boa bisca que você é. Que foi, não ouviu? Rua! (Grita).

STELLA: (Furiosa, Stella encara Marion e em seguida pega suas malas no chão) Eu vou, mas eu volto. Você vai se arrepender amargamente do que está fazendo comigo. Eu vou te ver cair desse seu pedestal, eu quero que o seu castelo desmorone e que você fique sem nada, até que não te reste mais nada além dessa sua soberba. (Dá as costas e vai embora).

MARION: (Ergue a cabeça e não se deixa atingir. Em seguida se dirige a Amália) Amália, providencie que todas as fechaduras dessa casa sejam trocadas. Não quero ver essa mulher pisar aqui nunca mais, fui clara?

AMÁLIA: Foi sim, senhora.

MARION: Ótimo! Pode apagar as luzes, fechar tudo e ir dormir. Vá descansar, eu vou me recolher. Boa noite! (Sobe a escada).

AMÁLIA: (Observa Marion subir e adentrar no segundo pavimento. Em seguida, tranca as portas, apaga as luzes e se retira).

 

Cena 06 – Oficina dos Medeiros [Externa/Noite]

(A equipe de corpo de bombeiros já estava terminando de apagar o incêndio, porém já era perceptível observar o grande estrago. De repente um táxi estacionou em frente ao lugar e Antônio desceu do veículo desesperado. Logo após, Marina e Daniel vieram atrás dele).

 

ANTÔNIO: Não, não! (Grita desesperado e tentar entrar no lugar).

BOMBEIRO: O senhor não pode entrar aqui, é perigoso senhor. O fogo afetou a estrutura do local, não sabemos a gravidade da situação ainda, mas há risco de desabamento).

ANTÔNIO: Desabamento? (Repete desesperado). – Não, não... Eu tenho que entrar, é a minha vida aí dentro, meu trabalho, meu esforço de anos. Eu tenho que entrar, eu tenho. (Diz enquanto tenta furar o bloqueio).

(Marina e Daniel seguram Antônio e tentam contê-lo perante a situação desesperadora).


 

Cena 07 – Sobrado de Sofia [Interna/Noite]

(Cristina já havia dormido, quando acordou em meio à penumbra com o som do celular vibrando).

 

CRISTINA: Alô? (Disse ao atender atordoada, sem olhar o visor do aparelho).

VAVO: Cristina? Sou eu, Vavo... Eu já me decidi, eu vou me entregar para a polícia, só precisamos acertar os detalhes. Eu estou correndo perigo de vida!

CRISTINA: Vavo, você me ligou essa hora pra fazer drama? Não podia esperar? Você está dizendo que vai se entregar e contar há verdade não é de hoje. Quem me garante que está dizendo a verdade agora?

VAVO: Cris, me ouve! Eu estou falando sério, eu me meti com gente barra pesada. Tentaram me matar ontem à noite, atiraram em mim. Eu não quero morrer antes de limpar a sua barra. Podemos nos encontrar amanhã à noite? Eu prometo que depois disso, eu não vou voltar a te incomodar.

CRISTINA: (Ouve tudo em silêncio, surpresa com tudo que Vavo acabara de dizer) Está bem, eu vou ao seu encontro e acho bom você estar falando a verdade. (Conclui).

 

Cena 08 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Manhã]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(A noite vai embora e o dia amanhece com a transição de cenas. Imagens externas mostram as ruas da cidade em pleno movimento, cruzando por grandes avenidas. Em seguida, surge a fachada da casa de Antônio e Marina. Amanda fingia surpresa ao receber a notícia do incêndio).

 

AMANDA: (Leva as duas mãos a boca, fingindo estar completamente chocada) Meu Deus, eu sinto muito, papai. Não se preocupe, nós vamos reconstruir tudo!

ANTÔNIO: É, nós vamos sim... (Responde pensativo).

MARINA: Recebemos a notícia tarde da noite, ontem. Daí não quisemos te tirar da cama, preferimos ir confirmar se era verdade antes.

AMANDA: Eu nem sei o que dizer, que coisa horrível. A Letícia já sabe?

DANIEL: Ainda não! Como ela está em clima de lua de mel, nós não quisemos dar essa notícia pra ela agora.

AMANDA: Claro, eu entendo. Pai, como o senhor pretende seguir agora?

ANTÔNIO: Não sei, minha filha. A única coisa que tenho certeza, é que não vou ficar parado. Eu não vou esmorecer nunca!

AMANDA: Eu tenho certeza que não, o senhor é o nosso orgulho. Nós te amamos! (Abraça Antônio, fingindo um falso apoio, em seguida fala consigo mesma através do pensamento). – Logo, logo o senhor vai cair na minha armadilha. Estúpido!

 

Cena 09 – Mansão Assumpção [Interna/Manhã]

Música da cena: Jura Secreta – Lucinha Lins

(Com a transição de cenas, surge a fachada da Mansão. Na sala de jantar, Marion tomava o seu café, sozinha, enquanto lia o jornal).

 

MARION: (Bebe um gole de café e em seguida volta a folhear o jornal. Enquanto lê algumas colunas rapidamente, ela encontra uma nota que logo chama sua atenção e lê em voz alta) Incêndio destrói oficina mecânica no bairro do Bixiga. O proprietário, Antônio Medeiros, não estava no local no momento que o fogo se alastrou. De acordo com a equipe que conteve as chamas, trata-se de perda total. (Chocada, Marion coloca o jornal dobrado em cima da mesa de jantar). – Meu Deus, o marido da Marina perdeu tudo... Tudo! (Pensa em voz alta).

 

Cena 10 – Indústrias Assumpção [Interna/Tarde]

(Após receber um recado de Amanda, Ulisses foi até a empresa da família Assumpção para conversar com ela. Amanda fingia estar preocupada com o que ele estaria pensando a seu respeito).

 

AMANDA: Sente-se, fique à vontade! (Disse após receber Ulisses na sala de reunião).

ULISSES: (Senta-se em uma das cadeiras) Confesso que não esperava esse convite, principalmente depois do que aconteceu. Eu ainda estou desconfortável com aquele beijo e penso que devemos contar a Cristina, eu não quero esconder nada dela.

AMANDA: Foi justamente por esse motivo que eu resolvi te chamar. Não acho que foi correto e nem que foi justo com você. Eu não deveria ter te envolvido nisso e no fundo você tem razão. Acredito que o mais correto seja contar para a Cristina e nós devemos fazer isso juntos.

ULISSES: (Se surpreende) Nossa, eu juro que não pensei que você fosse concordar. Acredite, isso será o melhor para todos nós, eu odeio mentiras.

AMANDA: (Sorri) Você tem toda razão!

ULISSES: Perfeito, então vamos até a casa da Sofia, eu ligo pra Cristina e...

AMANDA: (Interrompe Ulisses) Ah, não adianta irmos até lá. Antes de você chegar, eu liguei para a Cristina e ela saiu. Parece que tinha um assunto importante para resolver, mas ela me passou o endereço. É naquela pensão onde nos conhecemos, parece que ela foi encontrar com alguém...

ULISSES: (Estranha) Encontrar alguém?

AMANDA: É, imagino que seja algo importante. Como ela que não vai demorar, podemos encontrar ela lá e depois saímos para conversar. O que acha de irmos no seu carro?

ULISSES: (Permanece pensativo por alguns segundos, mas resolve aceitar) Está bem, vamos lá!

AMANDA: Perfeito! (Encara Ulisses com falsidade).

 

Cena 11 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Tarde]

Música da cena: Oceana – OUTROEU, Melim

(Imagens externas mostram a cidade e suas principais avenidas. Cruzamos pela Avenida Ipiranga e Avenida Paulista, logo após surge a Marginal Pinheiros. Pelas ruas, Cristina caminhava até parar em frente a pensão onde Vavo se hospedava. Ela observou a fachada por um breve momento e entrou em seguida).

 

VAVO: (Abre a porta) Que bom que você veio!

CRISTINA: (Fica surpresa ao ver Vavo com tipoia e que ele realmente foi ferido) Então é mesmo verdade, você foi ferido?

VAVO: Fui sim, por isso decidi que se alguma coisa me acontecer, eu quero que você esteja com a sua vida resolvida. Entra, precisamos definir tudo. (Diz ao dar passagem para que Cristina entre).

CRISTINA: (Entra no quarto desconfiada).

VAVO: (Fecha a porta do quarto) Eu chamei você até aqui para conversarmos sobre o próximo passo. Os homens já estão vindo atrás de mim. Esse tiro foi apenas uma amostra do que eles são capazes. Eu não quero deixar as coisas sem resolver, eu já te prejudiquei demais.

CRISTINA: É muito nobre de sua parte admitir isso. Será muito importante me livrar dessa ficha criminal, Vavo.

VAVO: Eu tenho consciência disso, Cristina. Por isso quero acertar as coisas. Aceita um suco? Acabei de pedir!

CRISTINA: (Olha para uma jarra de suco de laranja em cima da cômoda e por fim, resolve ceder um pouco) Está bem, mas depois do suco nós iremos até a delegacia.

VAVO: Claro, com certeza. (Vavo vai até a cômoda e serve um pouco de suco para Cristina e ele. Antes de entregar o copo, ele derrama um líquido incolor na bebida. Em seguida, ele vai até Cristina e entrega o copo).

CRISTINA: (Segura o copo e observa Vavo) Não vai tomar um pouco também?

VAVO: Claro, vou sim... Sabe como é, esse braço está ruim... (Pega o outro copo de suco e bebe um gole).

CRISTINA: (Ao notar que Vavo bebeu um gole de suco tranquilamente, Cristina sente-se confiante e também bebe um generoso gole da bebida batizada).

  

Cena 12 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Após chegar da oficina, Antônio estava ainda mais abalado, pois havia contabilizado o prejuízo e percebeu que isso lhe deixara arruinado).

 

ANTÔNIO: Eu não sei o que vou fazer. Eu tenho vergonha dos nossos filhos, o que eles vão pensar de um pai arruinado? (Questionou sentado no sofá).

MARINA: Não pense assim, meu amor. Os nossos filhos têm muito orgulho de você e isso não vai mudar nunca. Você é o cara mais incrível, honesto e íntegro que eu conheço. O que aconteceu foi uma fatalidade, não foi sua culpa, culpa de ninguém.

(Nesse momento, ouve-se um barulho. Algo que parece uma movimentação em frente à casa).

ANTÔNIO: Quem será, você está esperando alguém?

MARINA: Não, eu não. Será que o Daniel esqueceu a chave?

(Juntos, Antônio e Marina vão até a área externa da casa e dão de cara com os proprietários dos carros que estavam na oficina de Antônio).

MARINA: Boa noite, o que vocês desejam?

PROPRIETÁRIO 1: Nós já estamos sabendo do incêndio na oficina e queremos saber como vão ficar as coisas agora?

PROPRIETÁRIO 2: É isso aí, quem vai arcar com o nosso prejuízo?

(Antônio e Marina se encaram nesse momento ao se sentirem cercados).

 

Cena 13 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Noite]

(Após alguns minutos de ter ingerido o suco, Cristina começara a ficar tonta).

 

CRISTINA: Minha cabeça... Está tudo rodando! (Diz tentando se recompor).

VAVO: Você está se sentindo mal, Cris? (Finge não saber o que está acontecendo).

CRISTINA: Vavo, o que tinha naquele suco? (Balbucia com dificuldade).

VAVO: Nada, minha princesa. Eu acho melhor você descansar, ficar mais à vontade... Aposto que quando acordar, se sentirá melhor.

CRISTINA: Não, eu não quero descansar...

VAVO: (Se aproxima de Cristina e começa a desabotoar a sua blusa) Ora, não reclame. Eu só quero te ajudar!

CRISTINA: (Perde a consciência e cai deitada na cama).

(O carro de Ulisses estaciona em frente à pensão. Primeiro ele desce do carro, em seguida Amanda faz o mesmo e o acompanha até o local de entrada).

ULISSES: Estranho a Cristina querer nos encontrar aqui... (Diz ao observar a fachada).

AMANDA: Eu também não entendi muito bem, mas fazer o quê? Escuta, você pode ir na frente? Eu vou fazer uma ligação para a minha avó. Na mensagem, a Cristina disse que era o quarto 13. (Responde enquanto tira o celular da bolsa).

ULISSES: Tem certeza? Se quiser, eu posso te esperar...

AMANDA: Não, vai indo. Eu encontro vocês lá dentro, não demoro.

ULISSES: Ok, você que sabe. Eu vou entrar! (Diz ao se virar e adentrar no pensionato).

(Após passar pela recepção, Ulisses caminhou pelo corredor e entre as portas, ele procurava o número indicado por Amanda, o quarto 13, onde Cristina supostamente estaria).

ULISSES: Quarto 13, aqui está! (Diz ao parar em frente ao quarto. Ulisses pensa em bater, porém ao fazer, percebe que a porta não está fechada e sim encostada. Com a batida, a porta se abre e ele resolve entrar). – Cris, você...

(Nesse momento, Ulisses se choca ao avistar Cristina despida, deitada na cama ao lado de Vavo, seu ex-noivo).

 

CONTINUA!


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