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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 31

 



Capítulo 31

 

Cena 01 – Delegacia [Interna/Tarde]

(Marion estava incrédula diante a visita de Marina).

 

MARION: Veio comemorar a sua vitória? Você venceu, eu estou atrás das grades como você e o seu marido tanto queriam.

MARINA: Não, nem nos meus últimos planos eu desejei te ver na cadeia. Porém, esse desejo não tinha como não passar a existir depois de tudo o que você fez comigo. Se você teve coragem de fazer o que fez no passado, assuma as consequências dos seus atos agora. Eu quero que você pague pelo seu crime e se arrependa de ter arrancado da minha filha.

MARION: Ah, essa ladainha de novo? (Senta-se na cama).

MARINA: Ladainha? Você chama de ladainha o fato de ter feito o Murilo entrar em uma maternidade, roubar a própria sobrinha e comprar uma criança morta para colocar no lugar. A senhora por um acaso parou para pensar no quanto isso me afetou? Eu perdi os melhores anos da vida da minha filha. Eu não estava lá quando ela deu o primeiro sorriso, quando ela falou a primeira palavra ou o primeiro passo. Eu não a vi crescer, não a vi brincar, crescer e me contar sobre o seu primeiro amor. Nem se você passar mil anos em uma cadeia como essa, me trará isso de volta.

MARION: Eu já me arrependi, quantas vezes eu vou ter que te dizer isso, Marina?

MARINA: Só precisaria dizer uma única vez, mas pra isso, teria que ser verdade, o que não é o caso. Bem, a visita já está feita. Que a justiça faça você pagar pelo o que nos fez e que você possa lidar com isso, com o peso da sua consciência! (Vai embora).

MARION: (Permanece em silêncio na cela).

 

Cena 02 – Castro & Rios, Advogados Associados [Interna/Tarde]

Música da cena: Bandida - Cleo

(Imagens externas mostram as ruas de São Paulo. Percorremos a Avenida Paulista, Avenida Ipiranga e o MASP. Em seguida, surge a fachada do escritório de André e Ulisses).

 

ANDRÉ: (Fica de pé, quando a porta do seu escritório se abre) Quando a secretária me disse que você estava me esperando, eu fiquei surpreso. A que devo a honra da visita da minha querida e linda cunhada?

AMANDA: (Entra e fecha a porta em seguida. Logo após, ela senta em uma cadeira em frente a mesa de André) Negócios, meu querido. Negócios!

ANDRÉ: (Senta-se novamente) Que tipo de negócio? (Questiona com curiosidade).

AMANDA: Um negócio muito proveitoso e rentável, basta você aceitar...

ANDRÉ: Bem, eu estou ouvindo.

AMANDA: Quanto você quer para convencer a Marion a me conceder uma procuração e deixa-la apodrecer na cadeia?

ANDRÉ: (Surpreende-se).

 

Cena 03 – Indústrias Assumpção [Interna/Tarde]

(Os funcionários da empresa de Marion estavam em polvorosos com a notícia da prisão de Marion e Murilo).

 

FAXINEIRA: Você viu isso? (Pergunta ao se aproximar de Tiago, mostrando-lhe o celular).

TIAGO: (Observa a tela do celular) Vi, vim sim, ontem à noite. E você, viu? (Pergunta a Jacqueline).

JACQUELINE: Menino, eu vi no noticiário hoje cedo, antes de vir pra cá. Eu estou completamente chocada com essa bomba. A dor de cabeça da ressaca passou instantaneamente depois disso.

FAXINEIRA: Ih, foi para a balada foi?

JACQUELINE: Fui e conheci um gato! Nem te conto...

TIAGO: Pois então aproveite enquanto pode, pois eu posso apostar que o império da família Assumpção está prestes a se ruir. (Fala reflexivo).

 

Cena 04 – Delegacia [Interna/Tarde]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(Imagens aéreas mostram os grandes edifícios da cidade. Em seguida, ouvimos a voz de Murilo Neto ao aparecer a fachada da delegacia. No interior do lugar, ele visitava o pai na cadeia).

 

MURILO: Eu não esperava a sua visita, mas fico muito feliz que tenha vindo! (Diz ao acariciar o filho através das grades).

MURILO NETO: Eu vim porque ainda acredito que o senhor possa mudar. Cumpra a sua pena com a justiça e a sociedade e eu te darei todo o apoio, papai.

MURILO: Eu vou enfrentar! Não posso negar o que me espera, cansei de ter medo e de ser um fantoche. Quero ser alguém de quem você se orgulhe.

MURILO NETO: Eu tenho muito orgulho de você, papai. Apesar de tudo, eu te amo muito.

MURILO: Eu também, meu filho. Eu também!

MURILO NETO: Bem, eu trouxe essa sacola. Aqui tem alguns itens essenciais, escova, sabonete, creme dental, lençol, toalha... Eu virei novamente e trarei mais coisas. (Diz ao entregar a sacola pelas grades).

MURILO: (Segura a sacola e observa o interior dela) Perfeito, eu agradeço imensamente. Meu filho, me desculpe de antemão, mas me tire uma dúvida... Você também vai visitar a sua avó?

MURILO NETO: (Olha para o pai, pensativo).

(Marion estava encostada na cama, quando ouviu passos e se surpreendeu com a visita do neto).

MARION: Meu amor, eu sabia que você viria. Eu estou muito feliz que tenha vindo, temos tanto o que conversar. (Tenta tocar o neto pelas grades).

MURILO NETO: (Se afasta) Eu vim porque o meu pai insistiu, não é uma visita cordial.

MARION: Eu preciso de você, meu neto. Agora mais do que nunca a nossa família precisa de você. Você precisa assumir o comando da empresa, ela não pode ficar sozinha, abandonada.

MURILO NETO: Isso é uma piada? Porque se for, não tem a menor graça. Eu não vou assumir aquela empresa. Não iria antes, agora muito menos. Eu não quero ser vinculado a ela nunca. Porque você não coloca a Amanda para assumir a presidência? Soube que ela tem se dado muito bem nos negócios. Dê a ela o posto de neta preferida, porque essa, eu passo. Boa tarde! (Vai embora).

 

Cena 05 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Tarde]

Música da cena: Vício – Glória Groove

(Em seu quarto na pensão, Vavo tomava um banho após a noitada que tinha tido na casa noturna).

 

VAVO: (Permanece um bom tempo embaixo do chuveiro e com um olhar distante. Em seguida, ele começa a pensar em Jacqueline) Quando será que eu vou te ver de novo? (Sorri ao lembrar dela).

 

Cena 06 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(O dia anoiteceu, em seguida surgiram as ruas movimentadas do bairro do Bixiga e a fachada da casa de Marina e Antônio. Eis que Amanda surpreendeu os dois com uma notícia).

 

ANTÔNIO: (Levantou-se do sofá, surpreso) Como é que é? Eu acho que não entendi direito.

AMANDA: Entendeu, entendeu sim, papai. Eu não posso mais ficar embaixo do mesmo teto que vocês depois do que fizeram com a minha avó, isso foi imperdoável.

MARINA: Minha filha, a sua avó te roubou de nós, ela cometeu um crime...

AMANDA: Ela mudou! Quantas vezes eu vou ter que dizer? Ela se arrependeu, me provou inúmeras vezes. Mas não adianta ficar repetindo, vocês fazem questão de não acreditar. Eu vou arrumar as minhas coisas, não durmo mais uma noite embaixo desse teto. (Vai para o quarto).

MARINA: Não, você não vai! (Levanta-se e vai atrás de Amanda).

(Amanda entra no quarto, pega uma mala e joga em cima da cama. Em seguida, ela abre o guarda-roupas e começa a tirar as suas roupas).

AMANDA: Não adianta tentar me impedir, eu vou embora. Já está decidido! (Diz ao colocar as roupas dentro da mala).

MARINA: (Tira as roupas de dentro da mala e as jogas de lado) Não, você não vai! Eu te proíbo de sair dessa casa, Amanda.

AMANDA: É claro que eu vou! A senhora não fica com peso na consciência de ter jogado a sua própria mãe na cadeia? Eu se fosse você teria vergonha.

MARINA: Vergonha? Ela te roubou de mim, como você pode ficar do lado dela? (Grita).

AMANDA: E de que lado você queria que eu ficasse? De um pai medíocre, que ama a pobreza como se fosse a melhor coisa do mundo ou de uma mãe submissa, que cheira a coxinha e kibe de bar de quinta categoria! (Grita).

MARINA: Cala a boca! (Dá um tapa na cara de Amanda).

AMANDA: (Encara Marina).


 

Cena 07 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Após esbofetear Amanda no calor da emoção, Marina havia se recomposto e caído em si).

 

MARINA: Eu não queria fazer isso, minha filha. Me desculpa... (Tenta tocar em Amanda).

AMANDA: (Grita) Não me toca! Agora é que eu não fico mesmo nessa casa, porque de uma coisa eu posso ter certeza, mesmo sendo essa criminosa que vocês tanto enchem a boca para julgar, a minha avó jamais seria capaz de me bater. (Amanda recoloca as roupas na mala, fecha e em seguida a pega com agressividade).  – Tchau, mamãe! (Vai embora).

MARINA: (Senta na cama e começa a chorar).

ANTÔNIO: (Entra no quarto e ao avistar Marina sentada na cama, vai até lá, senta-se ao seu lado e a consola).

 

Cena 08 – Donna Sô (Café Bar) [Interna/Noite]

Música da cena: Adivinha – Os Travessos

(O bar estava movimentado quando Tiago chegou da fábrica e logo começou a ajudar. Como o movimento só aumentava, Tiago logo estranhou a ausência de Cristina).

 

TIAGO: Escuta, mamãe... A senhora viu a Cristina? Até agora ela não desceu.

SOFIA: Não, eu não a vi. Ela ainda não chegou da faculdade. Será que aconteceu alguma coisa?

TIAGO: Vira essa boca pra lá! Notícia ruim chega logo, ela deve ter ficado um pouco mais na faculdade, só isso. Bom, eu vou falar com a banda agora.

SOFIA: (Sorri) Com a banda ou com o cantor?

TIAGO: Não seja assanhada, Dona Sofia! (Responde sorridente).

(Tiago atravessa o bar e vai conversar com Daniel).

TIAGO: Será que eu posso dar uma palavrinha com o vocalista?

DANIEL: Palavrinha? Eu prefiro um beijo! (Se aproxima de Tiago e o beija).

KAREN: Nossa, mas isso é uma verdadeira praga. Eu pensei que aqui fosse um estabelecimento familiar, devo ter me enganado. (Diz ao se aproximar de Daniel e Tiago).

DANIEL: Quando é que você vai deixar a gente em paz, Karen? Siga a sua vida, você vai encontrar alguém. Vai ser melhor, você vai ver.

KAREN: Eu já disse que não vou desistir de você e estou disposta a aceitar e perdoar esse seu mal passo. Desde que eu seja a única na sua família.

TIAGO: (Se aproxima de Karen e a encara) Pois pode começar a desistir dele! Eu gosto do Daniel e não estou disposto a desistir dele, nem mesmo com essas suas falas odiosas e cheias de preconceito. Fique longe da gente!

KAREN: (Sorri ironizando) Isso é o que vamos ver! Vamos ver quem vai vencer essa parada, esquisitinho. (Vai embora).

TIAGO: Vai, minha filha... Vai!

DANIEL: Então quer dizer que você gosta de mim?

TIAGO: Gosto, gosto sim! (Diz ao olhar para Daniel).

DANIEL: Ótimo, porque achei que estava gostando sozinho. (Beija Tiago novamente).

 

Cena 09 – PUC – SP, Universidade [Interna/Noite]

Música da cena: Oceana – OUTROEU, Melim

(Imagens aéreas mostram os grandes edifícios iluminados e em seguida surge o campus da universidade. No interior do local, Cristina aparece trabalhando com Milena e outros colegas de turma).

 

 

RODRIGO: Bem pessoal, hoje demos a largada com pé direito, mas por hoje vocês já estão liberados.

MILENA: Opa, finalmente! (Comemora).

CRISTINA: (Checa hora no relógio de pulso) Gente! A hora passou voando, eu preciso ir pra casa. A essa altura, já estão pensando besteira. Você vai pra aquele lado, Milena?

MILENA: Ih, nem vou amiga. Meu pai vem me buscar, esses dias ele está nas rédeas curtas comigo. Melhor não exagerar!

RODRIGO: Ah, se você não se incomodar, eu posso te dar uma carona.

CRISTINA: Carona? Mas eu não quero incomodar, vai sair do seu percurso. Eu posso ir de ônibus, é pertinho.

RODRIGO: Ora, não será nenhum incomodo. Está decidido, eu vou te deixar em casa e não se fala mais nisso.

(Cristina e Milena se olham nesse momento).

CRISTINA: Tudo bem, já que insiste! (Responde encabulada).

 

Cena 10 – Mansão Assumpção [Interna/Noite]

Música da cena: Bandida - Cleo

(A campainha tocava insistentemente, quando Amália correu até a porta para abrir).

 

AMÁLIA: Dona Amanda? (Diz ao avistar Amanda parada na porta).

AMANDA: Demorou, hein? Pega as minhas coisas e leve para o meu quarto, eu estou voltando pra casa.

AMÁLIA: (Pega a mala) Sim senhora, com licença! (Sobe a escada, carregando a mala consigo).

AMANDA: (Adentra na mansão com um sorriso no rosto) Finalmente, sozinha nessa casa que será só minha. Só minha! (Comemora).

 

Cena 11 – Flat de Stella [Interna/Noite]

(Após ser expulsa de casa, Stella havia se mudado para um flat no bairro do Brooklin. Quando o porteiro interfonou avisando que ela tinha visita, acabou deixando-a completamente surpresa coma visita que estava esperando).

 

STELLA: (Abre a porta) Quando o porteiro disse que você estava subindo, eu fiquei surpresa. Não pensei que você quisesse me ver! (Abre os braços para o filho).

MURILO NETO: (Abraça a mãe) Apesar dos apesares, a senhora continua sendo a minha mãe e depois dos últimos acontecimentos, eu acho que preciso de um pouco de colo.

STELLA: Eu li no jornal a história hedionda, agora eu entendo o porquê de a Amanda ser como é. Entra! (Estende o braço para que o filho entre).

MURILO NETO: (Entra no flat) É verdade, mas eu não entendi o que a senhora quis dizer com isso da Amanda.

STELLA: Senta, fique à vontade. (Senta-se em uma poltrona, Murilo Neto senta logo em seguida). – Eu nunca gostei daquela menina, tem algo nela que é esquisito... A Amanda me dá calafrios, eu não consigo confiar nela.

MURILO NETO: (Estranha o comentário da mãe) A senhora desconfia da Amanda?

STELLA: Sim e porque não desconfiaria? A Amanda é muito ambiciosa, poderia ter aparecido antes, mas porque só agora? Algo me diz que com ela veio uma sombra e que devemos ter muito cuidado com ela.

MURILO NETO: (Em silêncio, observa a mãe falar).

 

Cena 12 – Sobrado de Sofia [Externa/Noite]

Música da cena: In The Silence – Leroy Sanchez

(Com a transição de cenas, surgem as ruas do bairro do Bixiga. O carro de Rodrigo se aproxima e estaciona em frente ao sobrado de Sofia).

 

CRISTINA: Bem, muito obrigada pela carona e desculpa ter te tirado do seu caminho.

RODRIGO: Super perto, viu? Nem demorou e não precisa se preocupar em ter alterado minha rota ou não. Eu fiz porque eu quis!

CRISTINA: Então, tudo bem. Muito obrigada mais uma vez e boa noite! (Abre a porta do carro).

RODRIGO: Boa noite... Espera, Cristina!

CRISTINA: (Olha para Rodrigo novamente).

RODRIGO: Será que nós podemos nos ver qualquer dia desses, fora da faculdade? (Pergunta envergonhado).

CRISTINA: (Sorri) Quem sabe um dia desses, quem sabe. Boa noite! (Despede-se e fecha a porta do carro).

RODRIGO: (Sorridente, observa Cristina entrar em casa).

 

Cena 13 – Delegacia [Interna/Manhã]

Música da cena: Tudo De Novo – Negra Li

(O dia chuvoso em São Paulo, as pessoas caminham pelas ruas agasalhadas e com guarda-chuvas coloridos. Em seguida, surge a fachada da delegacia. No interior do local, Marion observava a chuva pela janela, enquanto conversava com o advogado).

 

ANDRÉ: E então, Marion? Tomou ou não tomou uma decisão? A empresa está parada, precisando fechar contratos, reuniões e não tem nenhum representante da família lá. Ainda não há previsão de quando iremos conseguir seu habeas-corpus.

MARION: Tomei, tomei sim. (Diz ao se virar e encarar o advogado).

ANDRÉ: E eu posso saber qual?

MARION: Eu vou assinar a procuração. Nomearei a Amanda como presidente interina da empresa durante a minha ausência. (Conclui).

 

CONTINUA!

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