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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 52 (ÚLTIMA SEMANA)

 



Capítulo 52 (Última Semana)

 

 

Cena 01 – Fórum [Interna/Manhã]

(Rodrigo e Bárbara se encaravam enquanto o juiz narrava os fatos da audiência e os advogados argumentavam).

 

JUIZ: Bom, como todos os interessados encontram-se presentes, podemos iniciar a audiência. De acordo com a assistente social, as crianças se mantiveram na casa da avó materna dos últimos meses, com visitas semanais do pai, o senhor Rodrigo Ferreti.

RODRIGO: Isso é mentira, senhor juiz. Esta senhora tentou evitar a todo custo que eu e os meus filhos mantivéssemos qualquer tipo de relação. Ela estava sempre dando um jeito para impedir tudo, até as ligações ela interceptava.

JUIZ: Isso é verdade, Senhora Barbara Muniz Trajano? (Questiona olhando para Bárbara).

BÁRBARA: É claro que não, excelência. Eu jamais impediria que ele ficasse com os filhos. A realidade é que ele nunca quis estar com eles, isso sim...

MARIA PAULA: Senhor juiz, o que o meu cliente diz é verdade e hoje nós iremos provar nesse tribunal. (Rebate encarando Bárbara e seu advogado).

 

Cena 02 – Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]

(Sob uma forte chuva de aplausos, Cristina se aproximou do púlpito e iniciou seu discurso).

 

CRISTINA: Bom dia a todos! É com muita honra que retorno a essa empresa para começar junto com a minha família, uma nova era. A partir de hoje, essa empresa muda o seu posicionamento e a forma de se impor no mercado do ramo alimentício. Agora nessa nova etapa, investiremos no que mais importa. Em quem realmente sai de casa todos os dias, arregaça as mangas e faz a coisa acontecer de verdade! (Fala ao microfone).

(Da plateia, Ulisses, Murilo Neto, Murilo, Jacqueline e Stella assistiam ao discurso).

STELLA: É, uma coisa não podemos negar. A sua prima fala tão bem, que me lembra a sua avó em outros eventos.

MURILO NETO: É engraçado, não? A Cristina não cresceu com a minha avó e acabou sendo a neta que mais se parece com ela. Tenho certeza que essa empresa só tem a crescer com essa nova era.

MURILO NETO: Também não podemos desmerecer o seu mérito, você é incrível no quesito ativismo ambiental e tem feito um lindo trabalho para reflorestar São Paulo. (Comenta).

JACQUELINE: (Observava Ulisses e percebia que seus olhos brilhavam ao ver Cristina) Você ainda gosta dela, não é?

ULISSES: Desculpe, eu não entendi. Falou comigo? Eu estava distraído.

JACQUELINE: (Sorri) Disse que você ainda ama a Cristina. Não deveria desistir dela!

ULISSES: Eu não desisti. O meu amor continua aqui dentro, vivinho. (Conclui).

 

Cena 03 – Apartamento de Ulisses [Externa/Manhã]

Música da cena: Oceana – OUTROEU, Melim

(Imagens externas apresentam as grandes avenidas da cidade. Em seguida, surge a fachada do edifício onde Ulisses morava com a família. No jardim, Janice refletia sobre a carta que havia recebido do convento, quando

Beto se aproximou).

 

BETO: Oi, desculpe a demora! Eu vim assim que recebi o seu recado. Aconteceu alguma coisa?

IRMÃ JANICE: Aconteceu! Eu recebi uma carta do convento, a celebração dos votos foi marcada e eu fui chamada.

BETO: E você vai? (Questiona surpreso).

IRMÃ JANICE: Vou, eu tenho um chamado com a minha fé e não posso mudar o rumo da minha vida.

BETO: Bom, é que eu pensei que você pudesse ficar aqui em São Paulo...

Música da cena: Diferença Mara - Juliette

IRMÃ JANICE: Eu não posso, não posso... Essa será a nossa despedida! (Diz ao estender a mão). – Eu espero que você seja muito feliz.

BETO: (Aperta a mão de Janice) Você também com o seu chamado.

(Os dois se olham entristecidos).

 

Cena 04 – Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]

(Com a transição de cenas, surge a fachada da fábrica de Marion. No auditório, Cristina continuava seu discurso).

 

CRISTINA: Os nossos funcionários poderão crescer aqui dentro e terão oportunidades para isso, pois a partir de agora lançaremos um programa de capacitação para os nossos colaboradores, de modo que acompanhem o mercado competiti... (De repente Cristina fica em silêncio).

MARION: (Estranha a reação de Cristina e resolve se aproximar para entender o que está acontecendo) Cristina, está tudo bem?

CRISTINA: A bolsa! A bolsa estourou... (Diz ao olhar para baixo).

MARION: (Olha para baixo e percebe que Cristina está certa, pois o chão estava molhado).

(As duas permanecem atônitas enquanto se olham).

 

Cena 05 – Fórum [Interna/Manhã]

Música da cena: Suit & Tie - JAMZ

(Imagens aéreas apresentam os grandes edifícios na capital. Com a transição de cenas, surge a fachada do fórum).

 

JUIZ: Por conta da idade dos menores, já podemos ouvi-los e entender a opinião de cada um deles sobre com quem devem ficar. Vamos começar ouvindo a menor, Maria Cecília Trajano Ferretti.

(Nesse momento, um funcionário do fórum entrada acompanhando Cissa e a conduz até o lugar onde ela deve se posicionar).

JUIZ: Me diga minha querida, como tem ido as coisas na casa da sua avó?

CISSA: (Olha todos a sua volta e ao observar o pai, ela toma coragem e responde) Bom, no começo tudo era muito legal... Ela fazia a comida que nós gostávamos, comprava presentes, nos levava pra passear...

JUIZ: E agora não é mais assim? (Questiona).

CISSA: (Fica sem jeito de responder).

JUIZ: Pode responder, minha querida. Aqui, ninguém vai brigar com você. Apenas diga a verdade! (Orienta serenamente).

CISSA: Eu acho que a minha avó não gosta mais da gente. Agora ela está sempre irritada, gritando... Outro dia ela até nos deixou sem comer.

RODRIGO: Você está negando comida aos meus filhos, sua cretina? Comida? (Esbraveja).

BÁRBARA: É claro que não, eu jamais faria isso. Não acreditem nela, ela está mentindo. Coisa de criança, todas passam por essa fase.

MARIA PAULA: Rodrigo, mantenha a calma, não podemos estragar as coisas agora.

RODRIGO: Você ouviu o que ela disse? Essa mulher está fazendo os meus filhos passarem fome. Fome!

 

Cena 06 – Delegacia [Interna/Manhã]

Música da cena: Bandida - Cleo

(Imagens externas, apresentam as avenidas de São Paulo. As pessoas atravessam as ruas de um lado para o outro. A plataforma de metrô surge lotada com o fluxo de passageiros. Surge então a fachada da delegacia. No interior de uma cela, Amanda esfregava o chão enquanto as presas a observavam).

 

LUCILENE: Limpa direito! (Reclama).

AMANDA: Estou fazendo o melhor que eu posso... (Responde enfurecida enquanto esfregava o chão da cela).

LUCILENE: Pois então está limpando muito mal... Ainda está sujo!

AMANDA: Como está sujo? É claro que não está, eu esfreguei esse chão durante horas...

PRESA 1: Agora está! (Responde ao virar uma lata de lixo perto de Amanda).

AMANDA: (Levanta-se furiosa e parte pra cima da presa) Sua desgraçada, eu vou acabar com você...

POLICIAL: Êpa, êpa, êpa... Vamo parando de confusão, aí? (Diz ao se aproximar batendo nas grades com um cacetete).

LUCILENE: Foi a novata que começou, sempre ela.

AMANDA: É mentira! Desde que eu cheguei aqui, não tem um só dia que vocês não tenham infernizado a minha vida.

POLICIAL: Eu não quero saber quem é a culpada, eu quero que vocês parem de arrumar confusão. Eu tenho uma novidade pra você, oh princesinha...

AMANDA: Novidade pra mim? Eu vou sair daqui? (Pergunta ao se aproximar das grades).

POLICIAL: (Começa a rir) Sair? Pelo contrário minha querida, sua estadia serão aumentadas. A novidade é que você vai ser transferida para um presidio nas próximas semanas. (Responde de maneira debochada).

AMANDA: Transferida? (Repete decepcionada).

 

Cena 07 – Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]

(Todos os presentes já estavam começando a estranhar o comportamento de Marion e Cristina).

 

MURILO NETO: Elas duas estão agindo esquisito!

ULISSES: Eu também acho, parece que está acontecendo alguma coisa lá em cima.

MARION: Cristina, você precisa ir para uma maternidade, o bebê vai nascer...

CRISTINA: Como vai nascer? Não pode nascer, ainda não está na hora, falta um mês ainda!

MARION: (Se aproxima do microfone) Bem, senhoras e senhores. Teremos que encerrar a nossa reunião agora, mas é por um motivo muito nobre. Parece que a minha bisneta resolveu se antecipar e vai nascer hoje!

(Toda a família fica de pé instantaneamente ao ouvir a fala de Marion. Nesse momento, Ulisses corre até o palco).

MARION: Pronto, minha filha... Já podemos ir, venha comigo! (Diz tentando conduzir Cristina).

CRISTINA: (Tenta caminhar, mais sente uma contração) Ai, meu Deus! Isso não podia acontecer, ainda falta um mês minha filha... Eu preciso avisar a minha mãe que estou indo para o hospital.

ULISSES: Nós avisamos do caminho, porque agora é o momento dessa menininha aí. Eu vou te levar para a maternidade agora mesmo e você nem ouse dizer que não... (Diz ao colocar Cristina no colo e a carregar pelo auditório).

 

Cena 08 – Fórum [Interna/Tarde]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo. Em seguida surge a fachada do fórum).

 

JUIZ: A sua irmã fez um relato sobre a estadia na casa da sua avó, agora eu gostaria que você fizesse o mesmo e falasse somente a verdade. Como tem sido a estadia na casa da sua avó? (Pergunta após Caio se posicionar em seu lugar).

CAIO: No começo, eu pensei que fosse a melhor opção. Cometi a burrada de achar que tinha o direito de comandar a vida do meu pai. Aquele que eu vi sofrer durante anos chorando a morte da minha mãe, mas não consegui compreender por conta da minha própria dor. Alguém muito especial me disse que eu não poderia fazer com o outro o que eu não quero fazer comigo, me desculpe pai. A pior coisa que aconteceu foi ter dado ouvidos a minha avó...

BÁRBARA: Mas o que é isso? Um complô contra mim? (Grita). – Eu aposto que isso tem dedo seu, não é? (Questiona Rodrigo).

CAIO: Não, vovó! Muito pelo contrário, se as coisas chegaram ao ponto que chegaram, a culpa é sua... A senhora ao menos gosta da gente? Eu ouvi ela falando ao telefone, você só quer o nosso dinheiro. A sua intenção sempre foi nos roubar! Senhor juiz, não deixe que eu e a minha irmã voltemos para a casa dela, ela não gosta da gente. Não gosta...

ADVOGADO: Excelência, não dê ouvidos a esse moleque... Ele não passa de um adolescente revoltado...

RODRIGO: Não fale assim do meu filho, seu advogado chave de cadeia!

JUIZ: Ordem, não briguem! (Ordena).

MARIA PAULA: O que ele está dizendo é verdade, eu posso provar meritíssimo. Permita-se incluir uma nova testemunha ao processo.

ADVOGADO: Senhor juiz, isso não é necessário! O senhor está vendo que o pai dessas crianças é um destemperado.

BÁRBARA: Testemunha? Que testemunha? Ela pode fazer isso? (Questiona nervosa).

MARIA PAULA: Senhor juiz, é muito importante. Se não fosse isso, eu realmente não pediria sua autorização.

JUIZ: (Observa Maria Paula por um breve momento) Está bem, eu vou autorizar. Que entre a nova testemunha! (Ordena).

 

 

Cena 09 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]

(Com o grande número de veículos nas ruas, o carro de Ulisses seguia preso em um enorme engarrafamento).

 

CRISTINA: (Se contorce no banco ao sentir uma nova contração) Ai, meu Deus... Estão ficando mais fortes!

ULISSES: E esses casos que não saem da frente? Será possível que eles não entendem que isso é um caso de urgência? Saiam da frente, infelizes! (Grita ao colocar a cabeça para fora do carro e buzinar insistentemente).

CRISTINA: A minha mãe, eu preciso avisar a minha mãe...

ULISSES: Não se preocupe, Cris. Eu já avisei a sua mãe, ela vai nos encontrar no hospital. Eu espero que ela consiga escapar desse trânsito! (Responde ao observar o trânsito).

 

Cena 10 – Fórum [Interna/Tarde]

(Após a orientação do juiz, o funcionário do tribunal abriu a porta para que Caio se retirasse e a nova testemunha entrasse).

 

JUIZ: A testemunha pode se acomodar para dar o seu depoimento! (Disse ao avistar a testemunha). – A advogada pode iniciar. (Orientou).

MARIA PAULA: Reconhece esse homem, Bárbara? (Questiona de forma maliciosa).

BÁRBARA: (Observa o homem com um olhar aterrorizado).

ADVOGADO: A advogada está fazendo insinuações desnecessárias, excelência.

JUIZ: Advogada, por gentileza vá direto ao ponto...

MARIA PAULA: Ah, claro excelência! Eu vos apresento-lhes o senhor Geraldo Moreira. Ele é proprietário do cassino clandestino e aceitou depor para conseguir benefícios com a justiça. Eu disse cassino, não foi? Cassino! Cassino esse que a Bárbara apostou uma verdadeira fortuna e perdeu tudo o que tinha, até a casa onde mora, que está sendo leiloada pelo banco. Eu iniciei uma investigação sigilosa e minuciosa, dados bancários, saídas recorrentes e logo consegui ligar sua imagem ao cassino. Agora é fácil compreender o porquê essa súbita vontade de se aproximar dos netos. A herança da Vivian, não é?

BÁRBARA: Essa mulher está me caluniando, faça alguma coisa, seu incompetente! (Diz ao brigar com o advogado).

GERALDO: Não, ela não está mentindo. Eu tenho todas as suas promissórias assinadas e estão sob posse da justiça. (Grita).

RODRIGO: Ah, agora tudo faz sentido... Era sobre dinheiro! Se você queria dinheiro, porque não me pediu? Eu nunca estive com a sua filha por dinheiro, mas eu te daria todo para ficar com o que mais me importa, meus filhos!

BÁRBARA: Ora, não venha querer me dar lição de moral agora, seu golpistazinho. Casou com a minha filha para dar um golpe do baú, sim! Eu nunca gostei de você e sempre disse isso a minha Vivian, ela não podia ter se caso com você. Maldita hora que ela se casou com você e colocou seu sangue pra frente, tendo aquelas duas pestes. O dinheiro dela era pra ficar comigo que sou mãe dela e não com você! (Rebate começando a ficar completamente fora de si).

RODRIGO: Sua falsa! (Grita).

BÁRBARA: Quer saber a verdade? Eu nunca gostei de você e nem dessas crianças insuportáveis... Eu quero mesmo é que vocês se danem! (Grita de volta).

ADVOGADO: Bárbara... (Tenta intervir ao perceber que Bárbara está falando mais do que deve).

JUIZ: (Bate com o martelo na bancada) Já chega! Com essas palavras, a senhora já demonstrou exatamente o que pretendia. Quem não tem capacidade moral de criar essas crianças é a senhora, eu devia mandar prendê-la. A guarda definitiva dos dois menores deverá retornar ao pai. Essa audiência está encerrada! (Conclui).

(Quando as portas da sala de espera se abriram, Rodrigo não conseguiu se controlar e correu de encontro aos filhos).

RODRIGO: A gente nunca mais vai se separar, me entenderam? Nunca mais! (Diz ao abraçar os dois filhos).

CISSA: Promete, papai? (Pergunta emocionada).

RODRIGO: Prometo, minha filha...

CAIO: Pai, eu preciso te falar uma coisa.

RODRIGO: Meu filho, você me surpreendeu muito. Como você amadureceu! Suas palavras me emocionaram muito, eu estou muito feliz.

CAIO: Pai, me escuta! (Fala de forma incisiva). – A Cristina está grávida, eu acho que ela vai ter um filho seu e se escondeu durante esses meses para não te prejudicar...

RODRIGO: (Surpreende-se) Mas do que você está falando?

CAIO: A verdade, pai! Ela foi me procurar na escola e pediu que eu não te abandonasse e que iria te deixar em paz, ela tentou disfarçar, mas eu vi a barriga, eu vi.

RODRIGO: Mas se isso for verdade, quer dizer que...

CAIO: Que eu e a Cecília vamos ter um irmão... Ou irmã!

RODRIGO: (Olha para Maria Paula, atordoado).

MARIA PAULA: Vai lá, eu levo os meninos pra casa! (Responde ao entender o que os olhos de Rodrigo queriam dizer).

CISSA: Vai pai, traz a Cristina pra gente! (Diz eufórica).

RODRIGO: (Ergue-se e sai de lá correndo).

 

Cena 11 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

(A fachada do hospital surgiu movimentada, quando Marina e Antônio desceram do táxi e adentraram).

 

MARINA: Vamos, Antônio... Vamos ficar aguardando na recepção, o Ulisses disse que eles não devem demorar a chegar. (Diz ao entrar no hospital e chegar até a recepção).

ANTÔNIO: E será que eles já não chegaram? (Pergunta ansioso, olhando para os lados).

MARINA: Não, o Ulisses me garantiu que ele me avisaria quando chegassem. (Conclui).

 

Cena 12 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Tarde]

Música da cena: Because You Loved Me – Cláudia Rezende

(Com a transição de cenas, surgem as ruas do bairro do Bixiga e a fachada da casa de Marina e Antônio. Ao ouvir a campainha tocar, Letícia não teve tempo de colocar Théo de volta no berço e foi até a porta com o menino no colo).

 

LETÍCIA: Rodrigo? (Disse surpresa ao rever o professor).

RODRIGO: Eu preciso falar com a Cristina, você pode chama-la? É urgente, eu tenho realmente muita urgência em vê-la.

LETÍCIA: A Cristina não está em casa, eu sinto muito. (Responde sem graça).

RODRIGO: E você não sabe para onde ela foi ou se ela vai demorar? É realmente importante o que eu tenho para falar com ela. (Diz olhando nos olhos de Letícia, tentando convencê-la).

LETÍCIA: Eu não sei se devo, Rodrigo. A Cristina não...

RODRIGO: (Interrompe) Letícia, eu já sei que a sua irmã está grávida. Eu sou o pai dessa criança, eu tenho direito de ficar com a Cristina e estar presente na vida dela nesse momento. Por favor, me diga onde ela está!

LETÍCIA: (Fica pensativa e após um breve momento, resolve ceder) Está bem, está bem... Eu não sei se estou fazendo o certo, mas eu vou seguir o meu coração. A Cristina foi para o hospital!

RODRIGO: Hospital? Que hospital? Aconteceu alguma coisa? É com o bebê? (Questiona nervoso).

LETÍCIA: Rodrigo! (Diz ao interromper). – A Cristina está bem, ela está apenas dando à luz.

RODRIGO: Como dando à luz? (Repete surpreso). – Vai nasceu? Tipo agora?

LETÍCIA: É... Tipo agora! (Responde achando graça do nervosismo de Rodrigo).

RODRIGO: Eu quero vê-la, qual o hospital? Me diz o nome do hospital...

LETÍCIA: Hospital Paulo Toledo, se você correr... Ainda dá tempo!

RODRIGO: Claro, claro... Eu vou! (Corre até o portão, mas em seguida retorna até a porta, beija Letícia e Théo). – Obrigado, obrigado! (Sai correndo e vai até seu carro).

LETÍCIA: Vai com cuidado! (Grita ao se despedir).

 

Cena 13 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(Imagens externas apresentam os principais pontos turísticos da cidade, entre eles o MASP e Avenida Paulista. Em seguida surge a fachada do hospital. Após examinar Cristina em um dos quartos, a obstetra que havia feito o acompanhamento da gravidez dela já tinha um diagnóstico).

 

OBSTETRA: É, essa menina resolveu mesmo se adiantar. A dilatação está total, vamos pra sala de parto, que ela não está pra brincadeira.

CRISTINA: Vai nascer? Mas como é possível? Falta um mês doutora! Tem certeza?

OBSTETRA: É claro que tenho, Cristina. A coisa mais normal do mundo é acontecerem partos prematuros. Não se preocupe com isso, é perfeitamente natural e as crianças se recuperam facilmente, principalmente no seu caso que é uma gravidez de trinta e cinco semanas. Vai dar tudo certo, eu vou pedir para preparem a sala de parto. Você vai querer acompanhante no momento do parto?

CRISTINA: (Olha para Marina nesse momento).

MARINA: Claro, eu vou acompanhar a minha filha. Vou sim! (Responde).

OBSTETRA: Ótimo, então nos vemos daqui a pouco para trazer essa princesa ao mundo. (Responde ao sair).

CRISTINA: Eu estou com medo mãe, estou com muito medo. Tenho medo da minha filha nascer prematura e ter alguma complicação... (Chora assustada).

MARINA: Ei, não diga isso! Vai dar tudo certo, Deus está conosco. Vai dar tudo certo, eu sei que vai! (Responde abraçando Cristina).

 

Cena 14 – Sobrado de Sofia [Interna/Tarde]

Música da cena: Sem Ar – Gabi Luthai

(Após ter alta do hospital, Tiago e Daniel retornaram para casa com o bebê).

 

SOFIA: (Vai na frente e abre a porta) Bem-vindos ao lar, meus amores!

TIAGO: Chegamos, Vicente! Essa é a casa da vovó... Vovó Marina. (sussurra para o bebê no colo).

DANIEL: Ah, agora eu quero segurar o meu filho um pouquinho, vai? Você já segurou demais. (Diz ao lado de Tiago).

TIAGO: Com essas mãos de quem acabou de chegar da rua? Nem pensar! Vá lavar as suas mãos e aí sim, eu vou pensar se vou deixar. (Brinca).

DANIEL: O casamento nem começou direito e você já está virando um sargentão! (Resmunga ao sair para lavar as mãos).

(Tiago e Sofia riem das reclamações de Daniel).

 

Cena 15 – Delegacia [Interna/Tarde]

(Lucilene e suas colegas estavam num canto da cela, enquanto observavam Amanda sentada no chão com o olhar distante).

 

PRESA 1: Que bichou mordeu a princesinha?

PRESA 2: Ela está assim desde que ficou sabendo que iria ser transferida...

LUCILENE: É, por mais que reclamem, aqui é um hotel cinco estrelas comparado ao buraco para onde vão jogá-la. Com certeza ela tá com medo! (Conclui).

AMANDA: (Fala consigo mesma através do pensamento) Eu preciso sair daqui, eu preciso dar um jeito de sair desse buraco, não posso acabar naquele inferno de novo, não posso, não posso...

 

Cena 16 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

(Na sala de parto, Cristina se esforçava durante as contrações para trazer sua filha ao mundo).

 

OBSTETRA: Isso, Cristina! Você está fazendo um ótimo trabalho, quando sentir uma nova contração, faça força e empurre para baixo o máximo que puder. (Orienta, posicionada entre as pernas de Cristina).

CRISTINA: Ahhh! (Empurra ao sentir uma nova contração). – Cadê a minha mãe? Porque ela não entra?

OBSTETRA: Não sei, ela já deveria estar aqui. Vou pedir para uma enfermeira ir verificar o que aconteceu.

CRISTINA: Faça isso, doutora. Por favor!

(Nesse momento, as portas da sala de parto se abrem e alguém entra paramentado com uma roupa especial para estar ali).

RODRIGO: Não precisa, doutora. A mãe da Cristina está bem, ela só vai aguardar lá fora com o restante da família. Quem vai acompanhar a Cristina agora sou eu, o pai da criança. (Responde ao se aproximar).

CRISTINA: Rodrigo? (Pergunta surpresa).

 

CONTINUA!

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