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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 53 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)

 



Capítulo 53 (Penúltimo Capítulo)

 

 

Cena 01 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

(Em meio as fortes contrações, Cristina havia ficado completamente surpresa com a presença de Rodrigo, já que ela não havia lhe contado sobre a gravidez).

 

CRISTINA: Rodrigo? O que você está fazendo aqui? Quem te contou? E a audiência? Ai... (Sente uma nova contração).

RODRIGO: Não é melhor você se concentrar aí ao invés de fazer tantas perguntas?

OBSTETRA: Cristina, você precisa ficar tranquila para trazer a sua filha ao mundo em ambiente sereno. Quem é ele?

RODRIGO: Filha? (Repete surpreso).

CRISTINA: Ele é o pai da minha filha... (Grita ao sentir uma nova contração e volta a empurrar).

OBSTETRA: Isso, isso, isso... Empurra, empurra, você está quase lá, continua!

CRISTINA: Eu não consigo, eu não consigo... (Responde nervosa).

RODRIGO: Consegue, consegue sim! Eu prometi que iria ficar ao seu lado e iria te proteger, eu vou ficar ao seu lado então. Me dê a sua mão e quando a dor vier, aperte! (Diz ao segurar a mão de Cristina enquanto a olha nos olhos).

CRISTINA: (Olha para Rodrigo emocionada).

 

Cena 02 – Cobertura de Rodrigo [Interna/Noite]

(Maria Paula havia levado os filhos de Rodrigo de volta para casa, enquanto ele não estava, conforme prometido).

 

CISSA: Ah, eu quero ir até o hospital. Quero conhecer o bebê secreto da Cristina! (Resmunga ao entrar).

MARIA PAULA: Bebê secreto? (Repete rindo). – Você não deveria falar assim do seu futuro irmão ou da sua futura irmã!

CAIO: É, fora que agora não é o momento ideal para estarmos no hospital. Tenho certeza que assim que o papai tiver notícias, ele vai ligar.

VILMA: Até que enfim, vocês chegaram. Bendito seja Deus! (Fala ao reencontrar Caio e Cissa, em seguida ela os abraça).

CAIO: Sentimos sua falta, Vilma. Dessa vez voltamos para ficar!

MARIA PAULA: É assim que se fala! (Responde concordando).

VILMA: Eu vou para a cozinha agora e vou preparar tudo o que vocês gostam, porque nessa casa a felicidade se comemora com comida! (Conclui).

CISSA: Eba! (Responde saltitante).

 

Cena 03 – Hospital Paulo Toledo (Recepção) [Interna/Noite]

(Ulisses caminhava de um lado para o outro, enquanto Marina rezava com a cabeça baixa e Antônio tentava conseguir informações na recepção).

 

ULISSES: Tá demorando, você não acha? (Questiona aflito).

MARINA: (Abre os olhos e ergue a cabeça) Pode demorar ainda mais, um parto nunca é igual ao outro. Uns demoram, outros nem tanto. (Comenta).

ANTÔNIO: Ela ainda está na sala de parto, a recepcionista acabou de me confirmar! A médica ainda não saiu de lá! (Responde ao se aproximar).

MARINA: Acalmem-se! Vocês são mais ansiosos que nós, mulheres. Fiquem tranquilos, a Cristina logo, logo estará no quarto, com a minha neta nos braços. Vai correr tudo bem, eu já combinei com Deus e nossa senhora do bom parto. (Conclui).

 

Cena 04 – Hospital Paulo Toledo (Sala de Parto) [Interna/Noite]

(A sala de parto estava com um duplo clima de tensão para Cristina).

 

CRISTINA: (Olha para Rodrigo enquanto aperta a mão dele) Eu ia te contar, eu ia, não queria que você soubesse assim, de supe... Ahhh! (Sente uma nova contração e empurra).

RODRIGO: Cristina, eu não estou brigando com você! (Responde sereno).

CRISTINA: E os meninos? A audiência? Meu Deus, eu estraguei tudo... (Questiona nervosa).

RODRIGO: Não, não, não! Calma, a audiência correu tudo bem e os meninos vão ficar comigo. Foque apenas no que mais interessa agora...

CRISTINA: Eu tenho tanta coisa para dizer, para explicar...

RODRIGO: Depois, Cristina! Depois.

CRISTINA: Mas eu estou explicando, eu quero explicar... (Faz força mais uma vez).

OBSTETRA: (Olha entre as pernas de Cristina e percebe que a criança começara a coroar) Vamos Cristina, seja forte. Eu preciso que você empurre ao máximo quando vier a próxima contração. Respira fundo e empurra pra baixo. Vocês estão quase lá! (Orienta).

RODRIGO: (Olha para Cristina e a encoraja) Você vai conseguir, eu estou com você, seja forte por nós. Vamos lá!

CRISTINA: (Observa Rodrigo com lágrimas nos olhos) Tá... Tá bom! (Sente uma nova contração e faz muita força).

(Ouve-se o choro de bebê).

OBSTETRA: Nasceu, ela nasceu! (Fala ao erguer a menina recém-nascida).

(Rodrigo e Cristina olham para a menina, emocionados).

 

Cena 05 – Delegacia [Interna/Noite]

(Na delegacia, as presas observavam Amanda e estranhavam seu comportamento recluso).

 

PRESA 1: Eu, hein? Que esquisita! (Fala olhando para Amanda, que está sentada no canto da cela, com um olhar distante).

LUCILENE: Deve ser fadiga pós-faxina! Eu vou pensar em algo para atormentá-la. (Debocha).

AMANDA: Maldita, Cristina! Tudo isso que está acontecendo comigo é sua culpa, mas você vai me pagar. Você vai me pagar, eu não vou te deixar ser feliz nunca. Nunca! Tomara que morra e que seu bebê não nasça. Não vai vingar, não vai! (Fala consigo mesma através do pensamento).

 

Cena 06 – Apartamento de Ulisses [Interna/Noite]

(Com a mesa posta, Joaquim se acomodou, enquanto via Janice trazer a comida com a expressão fechada).

 

JOAQUIM: Ih, é melhor você me contar de uma vez o que está acontecendo. O que foi que houve?

IRMÃ JANICE: Eu vou embora dentro de muito pouco tempo! (Responde ao servir o prato do avô).

JOAQUIM: Embora? Como embora? Vai embora pra onde, se essa é a sua casa? (Questiona sem entender).

IRMÃ JANICE: Eu recebi um comunicado do convento. Eu vou confirmar os meus votos!

JOAQUIM: Como vai confirmar os votos, Janice? Você ficou doida? Qualquer um nota que você não tem mais certeza disso!

IRMÃ JANICE: É o meu destino, vovô. Eu não posso fugir dele, não posso! Deus não me perdoaria... (Responde ao se sentar).

JOAQUIM: Claro que pode, Janice. Deus conhece o seu coração, ele sabe o quanto é puro e que você está dividida entre o coração e a fé, isso não te faz uma pessoa errada. Te faz humana!

IRMÃ JANICE: Eu já tomei minha decisão, vovô. Não quero mais falar sobre isso, vamos jantar. É melhor! (Conclui ao começar a comer).


Cena 07 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

Música da cena: Oceana – OUTROEU, Melim

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo, através de seus grandes e iluminados edifícios. Em seguida, surge a fachada do hospital. Sozinha em seu quarto, Cristina despertou de um breve cochilo quando ouviu a porta ser aberta).

 

ENFERMEIRA: Olha só quem eu trouxe para ficar com a mamãe! (Diz ao entrar com a menina).

CRISTINA: Me dá, me dá ela... Minha filha! (Responde ao segurar a menina, encantada).

ENFERMEIRA: Eu vou voltar para o berçário, se você precisar de qualquer coisa, pode chamar através dessa campainha ao lado da sua cama! (Orienta
). – Com licença! (Sai do quarto e deixa a porta entreaberta).

CRISTINA: Você é a coisa mais linda desse mundo, sabia meu amor? (Fala com a menina que está dormindo).

(Nesse momento, a porta volta a se abrir. É Rodrigo, carregando consigo um pequeno buquê de flores).

RODRIGO: Eu queria trazer um buquê maior, ou na verdade a própria floricultura do hospital, mas infelizmente eles já estavam fechando e só me restou esse. É pra você! (Diz ao se aproximar).

CRISTINA: (Olha para Rodrigo).

Cena 08 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Cristina encarava Rodrigo, que estava próximo a cama onde ela estava).

 

RODRIGO: Bem, eu vou colocar aqui na mesinha ao lado, depois arrumamos um lugar melhor. (Diz ao colocar as flores na mesa).

CRISTINA: Eu acho que nós precisamos conversar, não é mesmo?

RODRIGO: Realmente, nós precisamos conversar, mas não sobre o que você acha que devemos. (Suspira). – Cristina, eu sei de tudo o que você fez ao se afastar para que eu não perdesse os meus filhos e você não precisa explicar o que está acontecendo aqui...

CRISTINA: Mas Rodrigo...

RODRIGO: (Interrompe Cristina) Porque está claro! Está mais do que claro o que você fez e eu não te julgo. O que você fez foi por amor e isso foi muito nobre da sua parte. Eu amo você e não quero mais perder um dia sequer da minha filha e nem da sua vida. Cristina, eu não quero mais ficar sem você!

CRISTINA: (Chora) E lá vou eu chorar feito manteiga derretida de novo. Eu odeio esse descontrole hormonal aqui dentro de mim, mas eu te amo. Eu também te amo e tudo o que eu fiz foi por esse amor. Você chegou na minha vida de uma maneira tão avassaladora, que eu nem sei mais como é viver longe de você.

RODRIGO: E você não vai! (Beija Cristina).

CRISTINA: Que saudade que eu estava de você! (Diz estarrecida).

RODRIGO: Eu também, mas teremos todo o tempo do mundo para matar essa saudade. O que você acha de enquanto isso, nós dermos play na visitação? Tem uma multidão lá fora querendo conhecer a nossa filha. (Responde empolgado).

CRISTINA: (Sorri) Ah, é? Então mande entrar, quero compartilhar essa alegria com todos.

(Rodrigo vai até a porta do quarto e acena para que todos entrem. Poucos segundos depois, surgem entrando no quarto: Marina, Antônio, Murilo Neto, Letícia, Marion, Caio e Cissa).

MARINA: Que coisa mais linda, parece um anjinho dormindo. (Diz emocionada).

ANTÔNIO: Mais uma neta, uma princesa dessa vez.

CAIO: Duas irmãs para cuidar! (Comenta demonstrando maturidade).

CISSA: E para herdar as minhas bonecas!

(Todos riem).

MARION: E você já escolheu o nome dela? (Pergunta curiosa).

LETÍCIA: É verdade! Chega de mistério, todos nós queremos saber o nome dela.

CRISTINA: O nome dela sempre esteve definido, mas eu estava amadurecendo. O nome que eu escolhi simboliza força, força de duas inspirações para mim, que perseveraram na vida, cada uma da sua maneira. Por isso, é uma homenagem a essas duas pessoas. O nome dela é Mariana! (Responde sorridente).

(Marina e Marion se olham, mas em seguida desviam o olhar).

MURILO NETO: Então viva a Mariana! A mais nova Assumpção... (Comemora).

RODRIGO: Ferretti! (Completa). – Assumpção Ferretti, porque eu sou pai e não abro mão desse direito e nem da mãe dessa coisinha mais linda. (Responde ao beijar Cristina novamente).

 

Cena 09 – Ruas de São Paulo [Interna/Manhã]

Música da cena: Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee

(O dia amanhece ensolarado e o logo as pessoas começaram sair as ruas).

 

- Cristina e Mariana são recebidas em festa ao chegarem em casa;

- Marion trabalha para reorganizar a empresa;

- Amanda continua sendo feita de empregada pelas colegas de cela;

- Tiago e Daniel planejam o casamento;

- Stella brinca com Théo, enquanto Murilo Neto e Letícia a observam;

- Marina e Antônio observam Mariana, encantados;

- Cristina, Rodrigo, Mariana, Caio e Cissa passeiam num parque;

- Ulisses volta ao escritório após a morte de André;

- Sofia e Murilo cuidam do bar, enquanto namoram;

 

ALGUM TEMPO DEPOIS...

 

Cena 10 – Sobrado de Sofia [Interna/Tarde]

Música da cena: Não Sai da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(As ruas do bairro do Bixiga surgem como plano de fundo. As pessoas caminham pelas avenidas, quando surge a fachada do sobrado de Sofia. Nervoso com o casamento, Tiago desceu até o bar, vestindo um roupão e com Vicente no colo).

 

SOFIA: Meu filho, o que você está fazendo aqui? Você deveria estar se arrumando, o seu casamento começa daqui a pouco! (Surpreende-se ao não ver Tiago pronto).

TIAGO: Eu não posso, não posso! Tenho que ver tudo bem encaminhado. Tudo tem que sair perfeito, nada pode dar errado hoje. A gente não casa todo dia! (Responde nervoso).

MURILO: Tiago, se acalma! Vai dar tudo certo, pode deixar conosco, que vamos cuidar de tudo.

TIAGO: Será? Não sei... Gente! E o meu filho? Onde ele está... Meu Deus, eu perdi o Vicente. O Daniel não vai me perdoar nunca! (Fala desesperado).

SOFIA: Meu filho, acorda! O Vicente está no seu colo.

TIAGO: (Olha para baixo e percebe que Sofia está certa).

SOFIA: Eu vou subir com você. O Murilo dá conta de tudo aqui no salão, não é? (Beija Murilo).

MURILO: Pode deixar, cuidarei de tudo para que seja uma linda festa. Palavra de honra! (Conclui).

(Em seguida, Sofia sobe com Tiago e Vicente).


Cena 11 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Tarde]

(No quarto de Daniel, ele, Murilo Neto e Antônio se preparavam para a cerimônia).

 

ANTÔNIO: Eu estou muito orgulhoso de você, sabia? (Fala enquanto arruma a gravata de Daniel).

DANIEL: Orgulhoso, porque? (Pergunta surpreso).

ANTÔNIO: Porque você é admirável, sempre foi um cara muito esforçado e não é todo mundo que tem a sua coragem, de viver livremente o amor. Eu sou grato a Deus, por ele ter me escolhido para ser o seu pai! (Responde emocionado).

DANIEL: (Olha para Antônio e em seguida, os dois se abraçam).

MURILO NETO: Senhores, eu não quero atrapalhar esse momento lindo, mas temos que correr ou vamos chegar atrasados. (Responde olhando para o relógio).

DANIEL: Atrasar? De jeito nenhum, se não antes de casar, eu fico viúvo. O Tiago tem um troço! (Brinca).

(Os três riem e em seguida deixam o quarto).

 

Cena 12 – Delegacia [Interna/Tarde]

(Quando a carcereira se aproximou, logo abriu a porta da cela).

 

CARCEREIRA: Você Amanda, levanta daí, que você vai dar uma voltinha...

AMANDA: (Levanta-se do colchonete e vai ao encontro da carcereira) Voltinha? Pra onde vamos? (Questiona).

CARCEREIRA: Pra praia é que não é! (Diz enquanto algema Amanda). – Você será transferida agora! Vamos... (Tranca a porta e leva Amanda embora).

 

Cena 13 – Ruas do Bixiga [Externa/Tarde]

Música da cena: Sem Ar – Gabi Luthai

(Os convidados estavam sentados nas cadeiras, quando os padrinhos começaram a entrar. Em seguida, Cristina entrou com Rodrigo e acenou para Amália, que segurava sua filha. Letícia e Murilo Neto entraram de mãos dadas, logo após, Daniel entrou ao lado de Marina. Após todos se posicionarem, Tiago e Sofia entraram juntos).

 

CERIMONIALISTA: Senhoras e senhores, sejam muito bem-vindos a esse dia tão especial, dia de celebrar o amor. Nada melhor do que fazer isso ao lado de quem o nosso coração escolheu, não é mesmo? (Diz ao iniciar a cerimônia). – Foi exatamente isso que aconteceu, os corações de vocês se escolheram, por isso vocês dois estão se unindo aqui, Tiago e Daniel.

(Instantes depois, Daniel e Tiago fizeram seus votos conforme a cerimônia avançava).

TIAGO: Receba essa aliança, como prova do meu amor... (Diz enquanto coloca a aliança no dedo de Daniel).

DANIEL: Da minha lealdade, por toda a vida. (Conclui colocando a aliança no dedo de Tiago).

CERIMONIALISTA: Bem, diante de todas essas pessoas que vieram testemunhar a consolidação desse amor, eu vos declaro, casados! Os noivos podem se beijar... (Conclui a cerimônia).

(Tiago e Daniel se olham apaixonados e em seguida se beijam, sob aplausos e uma chuva de pétalas de rosas brancas).

 

Cena 14 – Donna Sô [Interna/Tarde]

(Marion estava sozinha em um dos cantos da festa, quando Cristina notou e resolveu se aproximar).

 

CRISTINA: Gostando da festa? (Questiona).

MARION: Ah, oi... Eu nem te vi chegar! O que disse? (Pergunta ao voltar a si).

CRISTINA: Eu perguntei se a senhora está gostando da festa.

MARION: Sim, claro! A festa está muito bonita e animada. Fazia tempo que não ia numa festa assim, tão animada. (Responde ainda meio distante).

(Nesse momento, Joaquim se aproxima, após cruzar o salão).

JOAQUIM: Pelo o que vejo, a vida está insistindo em nos aproximar de alguma forma! (Diz ao se aproximar).

MARION: Joaquim! Aqui também?

JOAQUIM: Pois é, o meu neto foi convidado e resolveu me trazer. Será que hoje podemos continuar a nossa conversa pendente, ou você vai fugir por mais quarenta anos? (Pergunta).

CRISTINA: (Estranha o climão) Ué, vocês se conhecem?

MARION: É, mas não é nada demais... Melhor irmos ver a neném, a Amália é muito desajeitada com crianças... (fala tentando se afastar com Cristina, mudando de assunto).

JOAQUIM: Pelo o que vejo, você vai fazer o que sabe de melhor. Fugir, não é mesmo, Marion? (Questiona em voz alta).

MARION: (Vira-se e encara Joaquim de frente) Cristina, será que você poderia nos dar licença um pouquinho, meu bem?

CRISTINA: Claro, se precisar de alguma coisa, é só chamar. (Responde sem jeito e se afasta em seguida).

JOAQUIM: Olha, finalmente um ato de coragem vindo de Marion Assumpção! (Fala olhando para Marion).

MARION: Eu posso saber agora o que é que você quer?

JOAQUIM: Eu quero que você diga olhando na minha porque foi que você me abandonou! (Grita).

 

Cena 15 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]

(Através das imagens aéreas, podíamos ver uma viatura se afastando da cidade. Um policial dirigia o carro, enquanto o outro ia no banco de trás, monitorando Amanda, que estava algemada).

 

POLICIAL 2: Você viu o jogo ontem? Cara, eu não acredito que o vasco perdeu! Não tinha como perder aquele pênalti, fala sério. (Diz enquanto conversa com o policial que está dirigindo).

POLICIAL 1: Pra mim, o único culpado foi o técnico. Claramente ele não estudou o outro time, o artilheiro do time concorrente estava muito agressivo. Não deu outra! (Responde).

AMANDA: (Observa os dois conversarem e nota a arma na cintura do policial ao seu lado).

POLICIAL 2: Agora eu quero só ver quando vai rolar outra oportunidade dessas, eu quero ver...

(Nesse momento, o policial que está dirigindo, passa por uma curva).

AMANDA: (Se joga em cima do policial ao seu lado de repente e consegue retirar a arma da cintura dele).

POLICIAL 2: Me devolve essa arma, sua cadela! (Grita).

AMANDA: Vai pro inferno! (Atira no policial que está dirigindo primeiro e em seguida no policial ao seu lado).

(O carro perde o controle na estrada, bate numa mureta e capota. Após alguns instantes, Amanda rasteja pelo carro e retira as chaves da algema do policial que está morto ao seu lado e com a arma, ela quebra o vidro da janela).

AMANDA: (Rasteja para fora do carro e após tomar uma certa distância, ela coloca as chaves da algema na boca e as posiciona, conseguindo se soltar) Até que enfim, livre... Livre como um pássaro! (Diz olhando para o carro que está virado com as rodas para cima).

 

Cena 16 – Donna Sô [Externa/Tarde]

Música da cena: Quando o Amor Encontra o Orgulho – João Rosa

(As pessoas dançavam no centro do bar, enquanto Cristina observava a festa sentada em uma mesa, quando Rodrigo se aproximou).

 

RODRIGO: Trouxe um suco para você! (Diz ao se sentar ao lado de Cristina).

CRISTINA: Ah, que ótimo. Eu estava mesmo com sede! (Responde ao segurar o copo e beber um gole).

RODRIGO: Está pensando em quê? (Questiona).

CRISTINA: Em tanta coisa! Como a minha vida mudou nos últimos tempos e como eu me vejo agora. Antes eu não tinha ninguém, agora eu tenho uma família enorme, linda. Jamais pensei em estar sentada aqui, no casamento do meu próprio irmão. (Sorri sem jeito). – Logo eu, que sempre sonhei com o casamento!

RODRIGO: Ué, agora você deveria planejar o nosso casamento...

CRISTINA: Nosso casamento? Isso é um pedido? (Questiona sorridente).

RODRIGO: Eu não sei se você acredita nessas coisas, mas eu acho que a nossa vida já estava interligada há muito tempo. As vezes parece que começamos ao contrário! Namoramos pouco, mas de forma intensa e já temos uma filha juntos. Porque não aproveitarmos a calmaria e ficarmos juntos de vez? (Pergunta olhando nos olhos de Cristina). – Tá, é agora que você diz “sim”.

CRISTINA: (Sorri enquanto segura a filha no colo) Sim! Eu aceito... (Responde).

 

Cena 17 – Ruas de São Paulo [Externa/Tarde]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(Com a transição de cenas, surgem as ruas de São Paulo como plano de fundo. Em seguida, surge a fachada de um supermercado. Uma mulher desconhecida deixou o interior do estabelecimento carregando algumas sacolas consigo mesma, quando se aproximou do estacionamento. Ao chegar no local onde havia guardado seu carro, ela abriu o porta-malas e começou a guardar as sacolas sem perceber que estava sendo observada).

 

AMANDA: Sem fazer gracinhas, me passa as chaves do carro, se não quiser que eu acabe com você agora mesmo! (Ameaça colocando a arma na cintura da mulher).

MULHER: Por favor, não me machuque! (Responde com a voz trêmula entregando as chaves).

AMANDA: Se você se comportar, não vai te acontecer nada... (Amanda dá uma coronhada na nunca da mulher, que perde os sentidos. Em seguida, ela a coloca no porta-malas, fecha a porta e entra no veículo).

(Após entrar no carro, Amanda observou todo o estacionamento ao redor, confirmando que ninguém havia a reconhecido).

AMANDA: É, Cristininha... Aí vou eu acertar as nossas contas! (Responde sorridente ao observar a arma).

 

Cena 18 – Donna Sô (Café Bar) [Externa/Tarde]

(Com o grito, algumas pessoas ao redor começaram a observar a briga).

 

MARION: Fala baixo! O que você pretende? Estragar a festa dos outros? (Pergunta visivelmente irritada).

JOAQUIM: Eu olho para a sua cara cínica e não consigo entender como você pode ter sido tão fria e ter dormido em paz depois do que você me fez. Eu te amava, Marion!

MARION: Eu também te amava e talvez eu ainda ame, não sei... Naquele tempo eu era apenas uma menina, não sabia bem o que estava fazendo. (Tenta se explicar).

JOAQUIM: Não, não, não... Não me venha com esse falso vitimismo, você não vai me convencer. Você não quis ficar comigo porque eu não passava de um simples entregador de mercearia que sonhava ser advogado. Você não acreditava em mim! Foi por isso que me trocou pelo herdeiro da família Assumpção.

MARION: E o que você queria? Você só tinha sonhos e eu não podia viver de sonhos, Joaquim. Principalmente depois de tudo o que nós tínhamos vivido! Eu fiz uma escolha...

JOAQUIM: Fez uma escolha errada, porque era comigo que você deveria ter ficado! (Responde exaltado).

ULISSES: Vovô, o que está acontecendo aqui? As pessoas estão olhando! (Fala baixinho ao se aproximar de Joaquim).

(De longe, Murilo e Sofia perceberam a discussão e começaram a temer que isso prejudicasse a festa).

SOFIA: Aquela ali não é a sua mãe? Parece que ela está discutindo com aquele senhor. Quem é ele? (Pergunta tentando entender o que estava acontecendo).

MURILO: (Observa, tentando reconhecer, mas não adianta) Eu não sei quem é, mas eu vou até lá antes que ela estrague a festa. (Diz ao caminhar entre os convidados para encerrar a discussão).

SOFIA: Eu vou com você! (Responde ao segui-lo).

(Enquanto isso, Marion e Joaquim continuavam discutindo).

MARION: E o que você quer agora? Me ultrajar na frente de uma multidão? Eu não vou continuar essa discussão tola, fale sozinho a partir de agora. (Diz ao se virar para ir embora, tentando não perder a compostura).

JOAQUIM: Pelo menos houve um lado bom disso tudo, nós não casamos e muito menos tivemos filhos! Interesseira, você casou para dar o golpe do baú. (Dispara).

ULISSES: Vovô, já chega...

MARION: (Vira-se furiosa) Pois você fique sabendo que está muito enganado, tá sabendo? O Murilo é seu filho! (Grita).

(Nesse momento, todos ficam em silêncio e olham para o lado. É nessa hora que percebemos que muitas pessoas ao redor ouviram, inclusive Murilo).

JOAQUIM: O quê? (Questiona surpreso).

MARION: Eu estava grávida e você não tinha emprego, um filho não se criaria com sonhos, por isso eu resolvi tomar uma atitude. A culpa me perseguiu durante anos, pois eu via você no Murilo. Vocês se parecem demais! (Olha para Murilo). – Ele é seu pai, meu filho. Essa é a verdade...

MURILO: (Olha para os dois, super sério e em seguida vai embora).

SOFIA: Murilo, espera... Murilo! (Diz ao sair correndo).

ULISSES: (Puxa Joaquim pelo braço) Agora chega, vovô. Vamos embora agora mesmo!

JOAQUIM: (Olha para Marion) Você não sabe amar, Marion. Mas pra sua sorte, você pode aprender! (Conclui, para logo após ser arrastado por Ulisses).

MARION: (Olha em volta ao ficar sozinha e percebe que todos estão olhando para ela).

AMÁLIA: Venha, senhora. Vamos para casa, será melhor! (Responde ao se aproximar, conduzindo Marion para fora da festa).

 

Cena 19 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

Música da cena: Tudo de Novo – Negra Li

(Após a festa de casamento, Cristina havia resolvido voltar para casa para Mariana descansar com mais comodidade, por isso Marina e Antônio haviam resolvido acompanha-las até em casa).

 

CRISTINA: Ai, meus pés estão me matando! (Disse ao respirar aliviada por voltar para casa, carregando a filha nos braços).

MARINA: Foi uma linda festa, não foi? Seu irmão e o Tiago estavam tão felizes. Tirando a parte do showzinho da Marion, que deprimente! (Responde pensativa).

ANTÔNIO: Bota feliz nisso! O Daniel vai ser muito feliz, dava para ver no brilho dos olhos dele. Se um filho nosso está feliz, nós pais também ficamos. Quanto  a sua mãe, vamos esquecer essa parte da história. (Disse enquanto tirava a gravata).

CRISTINA: (Olha para a menina e percebe que ela adormeceu) Ih, olha só quem resolveu dormir antes do banho. Que danadinha!  

MARINA: (Observa a neta no colo de Cristina) É, maldade acordá-la agora para dar banho. Melhor deixar para amanhã!

CRISTINA: Já está acostumando mal essa menina, mamãe? Bem que dizem que os avós estragam os netos. Eu vou coloca-la no berço...

(Em seguida, Cristina surge no quarto, colocando Mariana dentro do berço).

CRISTINA: (Sorri feliz ao observar a menina adormecida e começa a sussurrar com ela) E aí, você gostou do casamento? Porque logo, logo teremos outros... É, eu acho que será o meu e o do seu pai. O que é que você acha disso? Gosta da ideia? (Questiona).

 

Cena 20 – Apartamento de Ulisses [Interna/Noite]

Música da cena: Diferença Mara - Juliette

(Imagens externas apresentam as grandes avenidas da cidade. A ponte Octávio Frias de Oliveira surge iluminada e com um fluxo intenso de veículos, em seguida surge a fachada do edifício onde Ulisses morava. Em seu quarto, Janice arrumava sua mala para a viagem).

 

IRMÃ JANICE: Um sonho! Isso tudo foi apenas um sonho bonito, mas eu tinha que acordar. Finais felizes não existem! (Pensa em voz alta, enquanto arruma a mala, completamente melancólica).

 

Cena 21 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

Música da cena: Because You Loved Me – Cláudia Rezende

(Com a transição de cenas, surge a fachada da casa de Marina e Antônio. Na cozinha, Cristina finalizou o preparo da mamadeira e logo se dirigiu até o quarto para alimentar a filha).

 

CRISTINA: (Abre a porta do quarto, sorridente) Filha, a mamãe chegou! (Vai até o berço e o encontra vazio). – Ué, onde está a Mariana? (estranha).

(Cristina sai do quarto e caminha pelo corredor, batendo na porta do quarto de Marina).

MARINA: Pode entrar! (Respondeu enquanto tirava o excesso da maquiagem, sentada na penteadeira).

CRISTINA: (Abre a porta do quarto sorridente, pois tinha certeza que a menina estava com Marina, porém logo sua expressão mudou) Cadê a minha filha?

MARINA: Como onde está a Mariana? Ela está no berço, onde você a deixou...

CRISTINA: Não, ela não está! (Responde pensativa). - Então ela deve estar com o meu pai.

MARINA: Não, o seu pai está no banho. (Responde sem perceber o que está acontecendo).

CRISTINA: (Sente um arrepio nesse momento) Mariana! (Em seguida Cristina corre pela casa, abre a porta e vai até a rua, olhando para os dois lados). – Mariana! (Grita).

MARINA: (Corre até a rua, sem entender o que está acontecendo) Minha filha, o que está acontecendo?

CRISTINA: A Mariana, ela não está no berço, não está com vocês... Roubaram a Mariana! (conclui nervosa).

 

 

Cena 22 – Indústrias Assumpção [Interna/Noite]

Música da cena: Bandida - Cleo

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo através dos grandes edifícios. Em seguida, surge a fachada da fábrica de Marion. Na área de produção, a pequena Mariana chorava insistentemente em cima de uma esteira enquanto Amanda a observava).

 

AMANDA: Ai, que inferno... Cala a boca, menina nojenta! Só podia ser filha daquela mosca morta para ser tão chorona. Eu daria tudo para ver a carinha da sua mamãe, será que ela já percebeu que você desapareceu? (Sorri ironicamente enquanto brinca com a arma em punho).

(Enquanto isso no bairro do Bixiga, assim que soube da notícia do desaparecimento da filha de Cristina, Ulisses logo se dispôs de ir até a casa de Cristina para ajudá-la).

 

MARINA: Ulisses, que bom que você veio! (Diz ao abrir a porta e cumprimenta-lo com um abraço).

ULISSES: Eu vim assim que soube, alguma notícia da menina? (Questiona ao se aproximar).

RODRIGO: Nenhuma ainda!

MARION: Maldita seja a hora que a Amanda entrou em nossas vidas, maldita, mil vezes maldita! Eu seria capaz de acabar com a vida dela se nós conseguíssemos voltar a ter paz com isso.

CRISTINA: (Chora) Eu não sei mais o que fazer, eu preciso da minha filha. Aquela louca é capaz de tudo, ela me odeia, ela vai querer matar a minha filha pra se vingar de mim, eu sei que vai...

MARINA: Vire essa boca para lá, minha filha. Deus não há de permitir que nada de mal aconteça com a Mariana. (Responde tentando confortar a filha).

ANTÔNIO: Alguma notícia daquela desgraçada? (Pergunta se referindo a Ulisses).

ULISSES: Ela fugiu mais cedo, matou dois policiais na viatura e fez uma mulher de refém ao roubar um carro. A polícia foi avisada e está na cola dela, todas as saídas da cidade estão fechadas, a Amanda não vai conseguir fugir por terra, água ou ar. Ela vai voltar para a cadeia! (Conclui).

(Nesse momento o telefone fixo toca e Cristina corre para atende-lo, a tela então divide-se em duas).

CRISTINA: Alô? Alô? (Atende desesperada).

AMANDA: Nossa, atendeu rápido! Tudo isso era saudade de mim, amiga? Você não sabe o quanto me fez falta. (Ironiza).

CRISTINA: Onde é que está a minha filha? O que você fez com a Mariana? (Grita).

AMANDA: Como o que eu fiz com ela? Nada! Pelo menos nada por enquanto. Se você quiser ver a sua filha novamente, você vai ter que vir até o endereço que eu vou te passar e com a grana que eu pedir. Ah e eu nem preciso dizer que não é para meter a polícia nessa história, não é? É isso, ou a Marianinha morre... (Amanda encosta o celular perto da menina, para que Cristina ouça o choro da filha).

CRISTINA: Minha filha! (Responde aflita).

 

CONTINUA!

 

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