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A Razão de Amar - Capitulo 12 (Reprise)

  

                                                       Capítulo 12

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

Afonso Valadares                                                                 Vera Fernandes

Aurélio                                                                            Venâncio Correia                                                  

Branca Valadares                                                         Quitéria Valadares                         

Bernardo Correia                                                        Carcereiro

Celso Correia

Irineu Rodrigues

Joana

Jorge Correia

Madalena Correia

Marta Correia

Olímpio Vasconcelos

Raul Fernandes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CENA 01/ FAZENDA CORREIA/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Continuação imediata da última cena do capítulo. Aurélio lê todo o testamento e diz para Madalena.

AURÉLIO – Madalena, a senhora não herdou nada de Venâncio.

MADALENA – Há algum engano.

AURÉLIO – Não há nada de errado. Como último desejo dele, você ficou sem nenhum vintém.

MADALENA (gritando) – Ele não ia fazer isso comigo. Nós fomos casados por 20 anos.

AURÉLIO – Eu não posso fazer nada. É o que ele escreveu e vocês podem conferir para ver que eu não estou mentindo.

Celso se levanta e vai até Madalena.

CELSO – Parece que ele não gostou de saber do seu envolvimento com aquele rapaz.

MADALENA – Acho que eu já estou entendendo. Primeiro, você aparece depois de 20 anos de uma forma muito suspeita, sem motivo algum para vim; depois, fica de segredinhos com seu irmão; Diz que Bernardo é seu filho; em seguida, Venâncio morre de uma forma que aparenta ser suicídio. Só me resta chegar à conclusão de não foi um suicídio, mas um assassinato. E que foi você o autor deste crime.

CELSO – O que a senhorita está fazendo é uma acusação muito grave e incabível. Eu não ia ter nenhum benefício com a morte do meu irmão.

MADALENA – É muito estranho. Vocês não eram melhores amigos, nem muito menos confidentes. Tem algo muito estranho aí. Ainda mais porque o filho bastardo de Venâncio herdou metade da herança. É muito estranho!

CELSO – Pelo visto, ele não me odiava tanto quanto odiava você! E Bernardo tem o direito de receber parte da herança do biológico dele.

Madalena sai sem falar mais nada.

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CENA 02/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE JANTAR/ INT./ NOITE

A mesa está posta. Sarapatel, arroz, cuscuz. Estão sentados à mesa o coronel Afonso, Branca, Eduardo, Quitéria e Tereza. Eles se servem.

AFONSO (P/Quitéria) – A família está aumentando, mamãe! A Tereza está esperando um filho de Fausto.

QUITÉRIA (P/Afonso) – É uma pena que meu filho não esteja mais entre nós!

TEREZA – Eu estou muito feliz. A dor da perda de Fausto deu lugar a esperança de ter o primeiro filho ou filha.

BRANCA – A minha mãe falava de reencarnação. Ela acreditava que é possível voltar de outra vida. Quem sabe essa criança que você está esperando é uma reencarnação de Fausto.

TEREZA – Eu não acredito muito nisso. Prefiro acreditar que Deus está me dando mais uma razão de viver, mais uma razão de amar.

Eles continuam jantando. Eduardo sobe ao quarto.

QUITÉRIA – O que esse menino tem? Nunca janta conosco! Só fica no quarto.

AFONSO – Ele anda muito cabisbaixo. Disse que acha a vida na fazenda muito chata.

BRANCA – Talvez se nós estivéssemos mais um filho, ele não ficaria tão só.

Afonso concordou com a cabeça. Eles continuaram conversando e comendo.

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CENA 03/ MANSÃO DUARTE/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

A cartomante, após embaralhar as cartas, os coloca na mesa. Pede para que Vilma escolha uma.

CARTOMANTE – A carta está me mostrando que a sua vida mudará de rumo. Muitos acontecimentos bons. Estou vendo um filho. Mas que estranho! Não estou vendo uma gravidez.

VILMA – Noticia maravilhosa.

CARTOMANTE – Você e seu marido irão prosperar profissionalmente.

Horácio entra em casa estressado por mais dia de plantão e encontra a cartomante na sala fazendo previsões.

HORÁCIO (Gritando) – Eu já disse que não quero essa mulher em nossa casa. Eu não gosto deste tipo de coisa. São todos charlatões.

VILMA (Gritando) – Você está ofendendo a moça!

HORÁCIO (Calmo) – Vou para o quarto. O dia foi muito estressante! Faça o que você achar melhor!

Horácio sobe para o quarto, enquanto Vilma continua a conversar com a cartomante. No mesmo instante Olga desce segurando uma boneca. Ela se senta no chão da sala e brinca com a boneca e seus outros brinquedos.

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CENA 04/ DELEGANCIA/ CELA/ INT.EXT. / NOITE

Raul, deitado no colchão, pensa na vida. Inserir Flashback da cena 15 do capítulo 08:

Ele entra no banheiro. Vera está na banheira tomando banho. Ele ataca com a faca pelas costas...

VERA (gritando) – Socorro! Socorro! Ahhhh!

RAUL (continuando a esfaquear) – Vagabunda, rameira, devassa! Eu vou te matar sua infeliz!

O sangue desce junto com a água pelo ralo da banheira.

Fim do insert.

Raul, com as mãos nos ouvidos, tenta esquecer essas lembranças que tanto o torturam. Se levanta.

VERA (off) – O que foi, Raul? Está com medo de quê? (Gargalha)

RAUL (Gritando) – Sai daqui!

VENÂNCIO (off) – Tolo! (Gargalha)

RAUL (Gritando) – Vocês se merecem!

No exterior da cela, o carcereiro, que está fiscalizando os presos, olha para Raul e diz.

CARCEREIRO – Ei! Está brigando com os ventos?

No instante em que Raul encara o carcereiro, as vozes param de o atormentar.

RAUL – Desculpa!

Raul volta se deitar no colchão.

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CENA 05/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ INT./ NOITE

O delegado Olímpio analisa os documentos entregues pela perícia. Ele folheia esses documentos.

DELEGADO – Foi encontrado resquícios de pólvora nas mãos de Venâncio. Então, diante disso já posso concluir o caso. (Pega o jornal e lê). “Caso Venâncio Correia: Suicídio ou Assassinato? ”. (Prossegue na leitura). “Venâncio não estava com o juízo perfeito desde que fora exposto seu caso extraconjugal com Vera Fernandes. Mas o suicídio é uma solução radical para um homem sempre e ambicioso. Sonhava em conquistar cargos importantes. Mas diante de todo o sofrimento que vinha passando: separação, revelação do adultério”. Essa história de Venâncio ainda vai render muito burburinho.

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CENA 06/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

Celso estava conversando com Marta no instante em que o delegado entra. Ele, sorridente, aparenta estar muito feliz e traz em suas mãos alguns documentos.

OLIMPIO – Aqui está o laudo preliminar das causas da morte de Venâncio.

Celso e Tereza se levantam apreensivos.




CENA 07/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

Continuação da última cena do bloco anterior. Celso e Marta se levantam apreensivos. O delegado respira fundo e diz.

OLÍMPIO – Pelo que se pode constatar nos laudos preliminares não resta dúvida de que foi suicídio. 

CELSO (P/Olímpio) – Infelizmente, Venâncio ceifou a própria vida. Eu e Marta estávamos conversando e chegamos nesta terrível conclusão. Mas meu irmão estava sofrendo muito com os últimos acontecimentos que antecederam a sua morte.

OLIMPIO – A perícia ainda falta ser concluída, mas pelo que já foi apurado não tem dúvidas de que se trata de um suicídio.

MARTA – É muito triste tudo isso, mas temos que nos conformar. Só Deus sabe o que ele sofreu com tudo isso.

Bernardo e Otávio escutam atrás da porta toda a conversa que está acontecendo na sala;

OLÍMPIO – Só me resta dizer meus pêsames, com tudo isso.

Eles continuam conversando.

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CENA 08/ CASA DE JACINTO/ SALA/ INT./ NOITE

Madalena, sentada no sofá, pensa na vida.

MADALENA – Venâncio não tinha o direito de fazer isso comigo! Fiquei casada com ele durante vinte anos e sai do casamento de mãos abanando, sem nenhum vintém.

JACINTO – Não importa isso agora. Amanhã a gente segue viagem rumo ao sertão.

MADALENA – Você tem razão! É melhor eu esquecer isso.

Contrariando o que dissera, Madalena continua pensando no testamento de Venâncio. Inserir Flashback da cena 15 do capítulo 11:

Aurélio, advogado que substituiu Raul nos assuntos jurídicos da família entra no escritório. Bernardo, Celso, Jorge, Madalena, Marta e Otávio já o esperam no escritório.

AURÉLIO – Passada todas as formalidades, vou fazer do testamento do senhor Venâncio Alves Correia. “Deixo aos meus dois filhos a minha fazenda. Cada um deve ficar com 40% dela. Celso e a Marta ficarão com 20% da fazenda. 45% da minha fortuna deve ficar para Otávio, 45% para Bernardo, 10% para Celso”. Madalena, a senhora não herdou nada de Venâncio.

MADALENA – Há algum engano!

Fim do inset.

JACINTO – Já arrumei nossas coisas. Amanhã cedo partimos!

Madalena continua pensativa. Inserir o Flashback da cena 01 do capítulo 12:

Aurélio lê todo o testamento e diz para Madalena.

AURÉLIO – Madalena, a senhora não herdou nada de Venâncio.

MADALENA – Há algum engano.

AURÉLIO – Não há nada de errado. Como último desejo dele, você ficou sem nenhum vintém.

MADALENA (gritando) – Ele não ia fazer isso comigo. Nós fomos casados por 20 anos.

AURÉLIO – Eu não posso fazer nada. É o que ele escreveu e vocês podem conferir para ver que eu não estou mentindo.

Celso se levanta e vai até Madalena.

CELSO – Parece que ele não gostou de saber do seu envolvimento com aquele rapaz.

MADALENA – Acho que eu já estou entendendo. Primeiro, você aparece depois de 20 anos de uma forma muito suspeita, sem motivo algum para vim; depois, fica de segredinhos com seu irmão; Diz que Bernardo é seu filho; em seguida, Venâncio morre de uma forma que aparenta ser suicídio. Só me resta chegar à conclusão de não foi um suicídio, mas um assassinato. E que foi você o autor deste crime.

Fim do insert.

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CENA 09/ PALMEIRÃO DO BREJO/ PLANOS DA CIDADE/ EXT./ MANHÃ

Tocar o instrumental “Disfarçando”, de

Planos da cidade. O dia amanhece com sol forte. Mulheres indo à modista. Homens entrando no banco. Casais indo à igreja. Casais comendo pipoca, se beijando na praça. Muita movimentação nas ruas.

Corta para:

CENA 10/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Estão na sala Afonso e Irineu. Eles conversam sobre política e sobre os assuntos relacionados à cidade, tomando café. A música para por aqui.

IRINEU – Todo dia acontece algo na cidade. Só se fala na morte de Venâncio. Eu não era aliado dele, mas desconfio de que não foi suicídio. O senhor não tem nada a ver com a morte de Venâncio não, né, Coronel?

AFONSO (Surpreso) – Não. E não sei porque você levantou essa hipótese

Eles continuam conversando.

Corta para:

CENA 11/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ INT./ MANHÃ

O delegado está assinando alguns papeis, no instante em que Madalena entra.

MADALENA – Foi Celso que matou Venâncio!

Focar na expressão surpresa do delegado.

Congelamento preto e branco, emoldurado num retrato.

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