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A Razão de Amar - Capítulo 20 (Reprise)

  

 

 

                                                                        Capítulo 20

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

 João Marinho

 

Personagens deste capítulo

Afonso Valadares                                   Cecília Valadares                                                                                                         

Branca Valadares                                  Eduardo Valadares                                                                                                                                                                                     

Olga Duarte                                              Otávio Duarte                

Letícia Fernandes.                                    Elias

Horácio Duarte.                                       Lola

Vilma Duarte.                                         Guarda

Padre Amaro

CENA 01/ PALMEIRÃO DO BREJO/ EXT./ MANHÃ

Continuação da última cena do capítulo anterior. Tocar a música “Vida de Viajante”, de Luiz Gonzaga. José Jacinto observa toda a cidade. Ele desce da carroça.

JOSÉ JACINTO – É nessa cidade que eu vou ficar. Palmeirão do Brejo. (Tira a fotografia do bolso). Vou encontrar o meu irmão vou encontrar o meu irmão. Vou fazer isso pela minha mãezinha.

Ele caminha, puxando a rédea do cavalo, até à praça e se senta no banco. Descansa um pouco e fica pensando na vida.

A música para neste ponto.

Corta para:

CENA 02/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ QUARTO DE OTÁVIO/ INT./ MANHÃ

Tocar a música “Valsinha”, Otávio, sentado na cama, pensa no beijo que Cecília deu. Inserir Flashback da cena 14 do capítulo 19:

O rádio está ligado e tocando algumas músicas. Otávio está sentado no sofá a espera de Eduardo. No mesmo instante, Cecília aparece.

CECÍLIA – Buh! (Ri). Não precisa ter medo de mim. Eu não mordo.... Pelo menos, por enquanto. (Mudando de assunto). Eu gostei de você, sabia? Pelo menos agora está se comportando como um macho.

OTÁVIO – Depois do que você me fez passar com seu pai...

CECÍLIA – Acho que eu também preciso pedir desculpas. Me excedi um pouco.

OTÁVIO – É melhor deixarmos para lá essa história.

Cecília encosta seus lábios nós de Otávio. Os dois dão um selinho.

CECÍLIA – Meus pedidos de desculpas.

Fim do insert.

Sorridente, Otávio não esconde a felicidade que está sentindo. Vilma entra no quarto e se aproxima dele, que se assusta. A música encerra neste ponto.

VILMA – Você está tão sorridente, tão feliz. Não me diga que...

OTÁVIO (Interrompe) – Cecília me beijou.

VILMA (Questiona) – Você está mesmo apaixonado por Cecília, não é, meu filho?

OTÁVO (Feliz) – Sim, minha mãe. Eu não consigo parar de pensar nela.

Otávio abraça a mãe e os dois dançam uma valsa.

VILMA – Que você seja muito feliz, meu filho.

OTÁVIO – Eu vou ser o homem mais feliz do mundo!

Em seguida, eles param a dança e descem.

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CENA 03/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ MANHÃ

Cecília coloca algumas joias em um pequeno baú, no instante que Eduardo entra.

EDUARDO (Rindo) – Amansou a fera que habita dentro de você? Coitado do Otávio! Você o expões ao ridículo, a troco de nada.

CECÍLIA (Fecha o baú) – Ele pelo menos sabe agora como se trata uma mulher.

EDUARDO – Eu te conheço muito bem. Saímos do mesmo ventre. Sei quando você está triste, alegre, preocupada. Sei que você não está demonstrando o que está sentindo por Otávio.... Na verdade, não quer aceitar o que está sentindo por Otávio, porque nunca quis se envolver em um romance.

CECÍLIA (Interrompe) – Enganou seu. Eu só acho que não estou pronta.

Olga entra no quarto. Eduardo a beija.

EDUARDO – Faça como eu. Não tenho medo de declarar o meu amor a minha amada.

OLGA (P/Eduardo) – O que foi?

EDUARDO (P/Olga) – Cecília não quer admitir que está apaixonada pelo seu irmão.

OLGA – Ah, mas isso ela nem precisa dizer. Eu já tinha percebido.... Principalmente, por parte do meu irmão. (P/Cecília). Ele me disse que passa o dia e a noite pensando em você.

CECÍLIA (P/Eduardo) – Preciso falar sozinho com Olga.

Eduardo concorda com a cabeça e sai do quarto. Cecília e Olga se sentam na cama.

OLGA – Pode ser sincera comigo, minha amiga.

CECÍLIA – Estou sentindo uma coisa muito estranha. Pela primeira vez, admito que estou apaixonada por alguém. Está tudo muito confuso na minha cabeça.

OLGA – Imagino como está sendo com você.

Cecilia se levanta e se apoia na escrivaninha.

CECÍLIA – Desde o beijo que ele me deu aqui no quarto que eu senti uma força muito estranha nos atraindo. Eu até tentei enfrentar essa força, mas é muito mais forte do que eu posso suportar.

OLGA – Você está assim porque está apaixonada por Otávio. Amor à primeira vista.

CECÍLIA – Acho que você tem razão.

OLGA – Eu dou todo apoio a vocês dois. São pessoas muito queridas em minha vida.

Elas dão-se as mãos.

CECÍLIA – Muito obrigada, minha amiga.

OLGA – Pode contar comigo para qualquer coisa, minha amiga.

Olga se despede de Cecília e sai. A filha de Afonso senta-se na cama, sorridente.

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CENA 04/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ SALA DE JANTAR/ INT./ MANHÃ

Horácio, Vilma e Otávio estão sentados à mesa, que está farta de comida. Bolos, queijos, sucos, pão, leite e café. O patriarca está mais tranquilo que costumava ficar. Os dias no hospital estão tranquilos. Otávio está feliz. Vilma também. Horácio quebra o silêncio.

HORÁCIO (P/Otávio) – Você está tão diferente hoje, filho!

VILMA (Interrompe) – Otávio está apaixonado por Cecília!

HORÁCIO – Como o tempo passa rápido. Me lembro, como se fosse hoje. Olga pequena correndo pela casa; Otávio chegando na nossa família. Hoje estão todos crescidos, formados e prestes a construir as suas famílias.

VILMA (Pensativa) – O tempo passa rápido mesmo.

OTÁVIO – Tudo que eu sonhei eu estou conquistando. Me formei e agora estou próximo conquistar a mulher mais bonita da cidade.

VILMA – Tenho muito orgulho de você, meu filho. Você preencheu um vazio que estava no meu coração e no do seu pai também. Devolveu nossa alegria.

OTÁVIO – Vocês nunca me contaram direito o que aconteceu no passado.

HORACIO – São lembranças muito doídas que é melhor deixá-los no passado.

Otávio coloca o leite no copo. Horácio continua tomando café.

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CENA 05/ IGREJA/ INT./ TARDE

José Jacinto entra na igreja para rezar um pouco. Algumas pessoas o olham com desprezo, por estar sujo, fedido. Ele percebe que todos o olham com desprezo, mas ignora. Senta-se, então, num dos bancos, fazendo uma reza pela alma de seu pai, pela saúde de sua mãe.

JOSÉ JACINTO – Deus, proteja a minha mãe de todo o mal! Que o meu pai esteja em um bom lugar. E que o Senhor me ajude a encontrar o meu irmão. Prometi a minha mãe que ia fazer isso. (Tira a fotografia do bolso). Otávio Correia.

O padre Antônio se aproxima do José Jacinto.

PADRE ANTONIO – Nunca te vi aqui. Chegando agora na cidade?

JOSÉ JACINTO – Cheguei hoje aqui. Não conheço nada. Nem tenho família aqui, a não ser o meu irmão (mostra a foto para o padre).

PADRE ANTONIO (Olhando a fotografia) – Não conheço. Essa foto parece ser antiga. Faz pouco tempo que eu cheguei na cidade.

JOSÉ JACINTO – Otávio Correia é o nome dele.

PADRE ANTONIO – Não conheço, mas esse sobrenome é sobrenome de gente importante na cidade. Esse tal Otávio que o senhor está procurando deve ser família dos Alves Correia. Uma das famílias mais importantes da região.

JOSÉ JACINTO – O senhor sabe onde eu posso encontra-lo?

PADRE ANTONIO – A fazenda não longe daqui.

O padre e José Jacinto continuam conversando.

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CENA 06/ BORDEL BONHEOUR/ SALÃO DE APRESENTAÇÕES/ INT./ NOITE

Otávio, sentado numa mesa, bebe um pouco de uísque. Em seguida, ele acena para Lola, que vem ao seu encontro.

OTÁVIO – Aceita um uísque?

LOLA – Não, obrigada.

OTÁVIO – Queria te convidar para dançar.

LOLA – Nunca te vi por aqui.

OTÁVIO – Comecei a frequentar a pouco tempo este local.

Otávio se levanta e a conduz para dançar Tocar a música “Lua Branca”, de Chiquinha Gonzaga.

LOLA – Até que você não dança mal. 

OTÁVIO – Costuma ter muitos clientes?

LOLA – Muitos não, mas os que tenho são fieis e vem quase todas as noites.

OTÁVIO – Pelo que eu pude perceber, você tem um cliente muito mais que especial. Jorge Alves Correia.

LOLA – Não estou entendendo onde você quer chegar com isso.

OTÁVIO – Eu quero que você seduza ele. Preciso tratar de uns problemas antigos. Coisas muito antigas e que estão mal explicadas e mal resolvidas. Você vai ganhar muito dinheiro. Aceita?

Focar em Lola, pensativa.

CENA 07/ BORDEL BONHEOUR/ SALÃO DE APRESENTAÇÕES/ INT./ NOITE

Continuação da última cena do bloco anterior. Lola fica um tempo pensando no que Otávio acabara de dizer.

OTÁVIO – Aceita ou não aceita?

LOLA – Continuo não entendendo.

OTÁVIO – É simples! Você será uma espécie de espiã. Aquela família guarda muitos segredos, muita fortuna, muitas coisas erradas. Preciso que você faça esse favor para mim. Ganhará muito bem para isso.

LOLA – O que é que você tem contra os Correia?

OTÁVIO – Agora, eu não posso te contar. Você ainda não me respondeu.

LOLA – Aceito, mas com a certeza de que serei bem recompensada

OTÁVIO – Você receberá muito bem para isso.

LOLA – Assim espero. Não ouse me fazer de idiota.

OTÁVIO – Eu dou minha palavra!

LOLA – Vou confiar em você.

Eles continuam dançando.

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CENA 08/ ESTAÇÃO DE TREM/ INT./ NOITE.DIA

José Jacinto se deita no banco. Se cobre com alguns jornais. A noite está fria. Corte descontinuo: o dia nasce. Um guarda acorda José Jacinto.

GUARDA – Você não pode ficar aqui. Está atrapalhando!

José Jacinto acorda.

JOSÉ JACINTO – Desculpe, senhor! É que eu não tenho onde dormir

GUARDA – Aqui você não pode ficar. 

O filho do jagunço se levanta. Caminha pela estação. Em um momento de distração, esbarra em um engraxate.

ENGRAXATE – Não olha para onde olha não?

JOSÉ JACINTO – Desculpa! Eu estou perdido. O senhor poderia me ajudar?

ENGRAXATE – Ajudar em que? Primeiramente, meu nome é Elias.

JOSÉ JACINTO – Estou precisando de uma casa para morar.

Elias fica pensativo.

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CENA 09/ PENSÃO DO ELIAS/ QUARTO DE JACINTO/ INT./ MANHÃ

Elias entra com José.

ELIAS – É simples, mas é melhor que nada.

JOSÉ JACINTO – A casa que eu morava era muito mais simples. Muito obrigado! Não sei nem como agradecer.

Elias sai do quarto, no instante que José Jacinto se deita na cama. Ele rola um pouco sobre ela, sorridente. 

Corta para:

CENA 10/ ESTAÇÃO DE TREM/ INT./ NOITE

Letreiro mostra: cinco dias depois.

Letícia caminha sozinha pela estação. Ela Olha o relógio para saber as horas. A locomotiva vem se aproximando. Pessoas dessem dos vagões. Letícia fica impaciente esperando a saída do pai. Então, um homem de estatura média, barba por fazer, vestindo uma roupa branca sai.

LETÍCIA (Emocionada) – Pai

Eles correm e se abraçam

Congelamento preto e branco, emoldurado num retrato.











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