A MENINA NA PORTA
webnovela criada e escrita por Jonny Nascimento
Capítulo 05
Um homem oferece carona para Gabriele, que está na chuva.
GABRIELE (desconfiada) - Minha mãe diz que não devo aceitar carona de desconhecidos.
HOMEM - Pode entrar, é melhor que ficar na chuva sozinha e correndo risco de saúde.
Gabriele pensa um pouco, mas não exita e entra no carro do moço, que é um completo desconhecido. Pouco mais a frente na rodovia, o homem começa a fazer perguntas à pequena.
HOMEM - Onde estão seus pais?
GABRIELE (descansada) - Eu não tenho pais…
HOMEM - Por essa eu não esperava… Desculpe menina.
GABRIELE - Não tem problema.
O homem reflete um pouco até abrir a boca outra vez.
HOMEM - Mas se você é órfã, então quem cuidou de você esse tempo todo?
GABRIELE - Eu estava em um orfanato, e fugi para ir atrás da minha tia.
HOMEM - Entendi… e sua tia sabe que você está indo atrás dela?
GABRIELE - É surpresa!
Nesse momento, é possível notar um sorriso de canto no rosto do motorista, que segue dirigindo enquanto Gabriele vê a chuva cair na estrada, olhando pela janela.
CENA 2 | Casa de Carol. A cena começa com Carol dando um empurrão em Val, que cai no chão.
CAROL (furiosa) - SUA ORDINÁRIA.
VAL - Calma, Carol.
CAROL - EU NÃO VOU FICAR CALMA ENQUANTO EU NÃO RECUPERAR A MINHA FILHA!
Carol dá um chute em Val, que ainda está caída.
CAROL - Isso é tudo culpa sua, se eu tivesse dado ouvidos a minha pequena, ela não teria fugido com medo de você!
VAL - A Gabriele tem medo de mim, sem motivo.
CAROL - NÃO É SEM MOTIVO, sem motivo coisa nenhuma porque minha filha não é doida. Alguma coisa você fez, e você vai me contar agora! FALA, o que você pretendia fazer com a minha filha?
Carol puxa os cabelos de Val e a encara, esperando que ela revele suas más intenções.
CENA 3 | Bem distante dali, e praticamente em outra cidade, Gabriele segue desconfiada do homem que lhe ofereceu carona. Enquanto olha pela janela, a menina sente uma mão tocando suas pernas, e ao olhar, percebe que é isso mesmo.
GABRIELE - O que é isso?
HOMEM - Você é muito bonitinha, garota.
GABRIELE - Eu sei, mas porque está com a mão na minha perna? Pode tirar a mão daí imediatamente.
HOMEM - Eu sempre quis ser pai, sabe?
GABRIELE - E o kiko?
HOMEM - Eu adoro pequenininhas que nem você.
Gabriele dá um tapa na mão do homem.
GABRIELE - Eu tenho 5 vezes menos a sua idade, toma tenência viu.
HOMEM - Eu gosto.
GABRIELE - Se manca!
Gabriele abre a porta e salta do carro em movimento.
HOMEM (desesperado) - GAROTA!
CENA 4 | Carol obriga Val a falar.
CAROL (impaciente) - FALA, POR QUE MINHA FILHA TE ODEIA TANTO?
VAL - Eu não sei.
Carol dá uma bofetada em Val.
CAROL - Eu vou te arrebentar se você não falar.
VAL - Tá bom, eu falo!
CAROL - Então comece a falar.
VAL - A sua filha descobriu que eu pretendia me divorciar de você…
CAROL - O QUE?
VAL - NÃO DÁ MAIS, CAROL. Eu não aguento mais viver com você, sem carinho, sem representar nada pra você! Você não me dá atenção e não me dá nada!
CAROL - Que que cê tá falando, Val?...
VAL - Acontece que a Gabriele ouviu eu falando isso no telefone pra uma prima, e me confrontou dizendo que eu iria te deixar triste e tals. A gente discutiu e eu acabei pegando ela pelo braço, foi isso que aconteceu. Eu NUNCA ameacei matar ela!
Carol fica sem reação.
CAROL (triste) - Então é isso que você quer? O divórcio?
VAL - É…
CAROL - Está bem, mas você vai me ajudar a encontrar minha filha! Eu consigo ficar sem você, sem ela não!
VAL - Mas é claro, eu sou a maior interessada em achar a Gabriele.
Carol e Val trocam olhares calmos.
CENA 5 | Bairro de cidade de interior. Após sofrer assédio pedófilo e pular de um carro em movimento, Gabriele corre desesperada pelas ruas de uma cidade pequena. O carro a segue.
GABRIELE - Ah não, ele tá me seguindo. O que eu faço meu Deus????
HOMEM - NÃO FOGE MENINA, VEM PRO PAPAI, VEM!
GABRIELE - Aiii meu senhor me ajudaaa.
Gabriele entra em um beco estreito, sem passagem para carros, despistando assim o motorista abusador.
GABRIELE - Ai meu Deus, e agora?
Gabriele segue correndo, e decide pedir ajuda a algum morador. Ela corre até uma casa com grades no muro e gramado no quintal. A pequena aperta a campainha.
CENA 6 | A câmera foca em uma mão, aparentemente de uma pessoa idosa, colocando uma caneca de café em cima de uma mesa e se virando. É possível notar que trata-se de uma mulher de mais idade. Ela se vira para o seu marido, preocupada.
VERA - Quem será, no meio dessa chuva toda que tá caindo, que veio bater na nossa porta?
PATRÍCIO - Não sei, mas não custa atender, pode ser importante. Eu vou lá.
VERA - Eu vou com você.
PATRÍCIO - Não, mulher, deixa que eu vou, assim você não fica doente por causa da chuva.
Patrício se levanta de sua poltrona e abre a porta. Ele caminha no quintal em direção ao portão, e se depara com Gabriele.
PATRÍCIO (surpreso) - Quem é você, menina? E o que faz sozinha no meio dessa chuva?
GABRIELE (amedrontada) - Moço, me ajuda, por favor. Me deixa entrar, tem algumas pessoas tentando me matar, por favor me ajuda!
Da porta, Vera observa a situação de olhos arregalados. Patrício se vira e encara sua mulher, enquanto Gabriele aguarda a resposta do casal.
CONTINUA…
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