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Teen Workout - A Menina Na Porta (Capitulo 14)

 

A MENINA NA PORTA

webnovela criada e escrita por Jonny Nascimento

Capítulo 14

Vera está ao telefone com Camila.

CAMILA (aguardando resposta) - Dona Vera? A senhora está aí? Dona Vera?

VERA - Oi, minha filha… sim… sobre o que seria?

CAMILA - Basicamente, eu preciso que a senhora fique um tempo cuidando da Gabriele.

VERA - Mas por que? Aconteceu alguma coisa?

CAMILA - Eu posso conversar pessoalmente com a senhora? É que é muito sério.

VERA - Tudo bem, passa aqui mais tarde.

CENA 2 || Com um corte seco, vemos Camila estacionando o carro na frente da casa de Vera. Ela ajeita seu cabelo no espelho, sai do carro e vai em direção ao portão, tocando a campainha. Vera atende.

VERA - Oi, querida. Veio rápido.

CAMILA - Assunto sério exige agilidade.

VERA - O que pode ser tão sério assim?

CAMILA - Vou explicar tudo.

VERA - Entre, fique à vontade.

Vera e Camila entram. Na sala, Patrício e Daniel estão conversando. Camila se espanta ao ver Daniel.

CAMILA (espantada) - Ué… Daniel, que que você tá fazendo aqui?

DANIEL - Isso é jeito de me receber, Cami?

CAMILA - Eu tô muito espantada, não esperava te ver aqui. Quanto tempo…

DANIEL - Só alguns aninhos. Senti sua falta.

CAMILA - Eu também… Bom, eu vim aqui pra falar de coisa séria.

VERA (aflita) - É, desembucha.

CAMILA - Então, dona Vera, o que acontece é o seguinte: o meu ex-marido, Ernesto, é chefe da mãe da Gabriele. E ele enviou fotos pra casa da minha mãe, indicando que pode aparecer a qualquer momento. A menina está desesperada, precisando sair de lá pra não ser descoberta antes de eu terminar a investigação sobre a Val.

DANIEL (preocupado) - Do que estão falando?

VERA - Uma menina que bateu aqui essa semana, na chuva, pedindo abrigo. Fugiu de casa porque a madrasta queria matar ela.

DANIEL - Que merda hein…

CAMILA - Você vai ajudar, dona Vera?

VERA - Mas é claro!

PATRÍCIO - Olha…

VERA - Cala a boca, Patrício. A menina precisa de ajuda e nós vamos ajudar SIM!

Patrício engole a opinião que pretendia dar, e se submete à vontade da esposa.

CENA 3 || No hospital, Val é atendida por uma médica após fingir passar mal na frente de Carol.

MÉDICA - O que a senhora tem?

VAL - Você quem devia me dizer isso, é a doutora aqui.

MÉDICA - Me expressei mal, o que você está sentindo?

VAL (mentindo) - Pontadas na cabeça. Minha visão está turva.

MÉDICA - Olha, eu vou pedir alguns exames porque isso pode ser mais sério do que um simples mal estar. Pontada na cabeça é um sintoma de aneurisma…

VAL (fingindo) - NÃO PODE SER! Eu não posso ter um aneurisma, não agora…

CAROL (preocupada) - Calma, Val. CALMA.

VAL - E agora, meu Deus? O que eu vou fazer…

CAROL - Ei, vai ficar tudo bem.

Carol abraça Val, que olha com falsidade para a Médica.

CENA 4 || Íris está andando de moto em uma rodovia, rumo a casa de Val. Ouve-se de pensamento, como se fosse fala:

ÍRIS - Vou querer participar. Por dinheiro, deu a hora de aceitar…

Íris acelera a moto e a câmera se afasta.

CENA 5 || Enquanto limpa o banheiro em casa, Sérgio encontra mais remédios para emagrecimento e de indução de vômito.

SÉRGIO - Ela ainda tá nessa?

Sérgio recolhe tudo, e sai, indo até Lívia.

LÍVIA - O que foi, que cara é essa?

SÉRGIO - A nossa filha ainda está usando esses remédios para emagrecer. Você pode me dar uma explicação?

LÍVIA - Explicar o que? Na cabeça dela, isso faz sentido.

SÉRGIO - Não é assim que as coisas funcionam. A Eduarda agora, pensa que é gorda. Alguém tá botando isso na cabeça dela.

LÍVIA - Provavelmente estão falando isso pra ela na escola, e eu sinceramente, acho que ela está acima do peso. Mas é claro, não vai resolver nada tomar esse monte de remédio esperando resultados bons.

SÉRGIO - Você, por favor, não fale pra ela que acha que o peso dela está fora do ideal. Eu tenho certeza que se sair da sua boca, vai afetar muito mais ela.

LÍVIA (ironia) - Ué… e você esperava o que? Que ela perguntasse ao espelho quem é a mais magra e ele dissesse "você, Eduarda"?

SÉRGIO - Ela não está gorda. Eu tive uma filha linda, mas ela se maltrata e você não faz nada pra ajudar. Se continuar assim, vai se ver comigo!

Sérgio sai, e deixa os remédios com Lívia, que furiosa, vai até o quarto de Eduarda.

EDUARDA (assustada) - MEU DEUS. Que susto!

LÍVIA (irritadíssima/gritando) - EU JÁ FALEI PRA VOCÊ PARAR DE USAR ESSAS PORCARIAS DE REMÉDIOS PRA EMAGRECER, NÃO FALEI?

Eduarda se levanta da cama.

EDUARDA - Calma, não precisa gritar.

LÍVIA - Ah, precisa sim. Não preciso só gritar, como também, desenhar. Eu já disse e vou repetir: tomar essa merda toda não vai resolver NADA!

EDUARDA - E o que vai resolver? Você mesma disse que eu tô gorda, na minha cara.

LÍVIA - Gorda ou não, o que resolve é dieta regular, exercícios… e não, parar de comer ou tomar comprimidos. Quantas vezes eu vou precisar falar?

EDUARDA - Nenhuma mais, porque eu não vou ouvir, mãe.

LÍVIA - O que?

EDUARDA (grito) - EU CANSEI! Cansei de ir pra escola e ver gente rindo de mim porque eu uso roupa larga. Cansei de fugir da educação física por medo do que vão falar, e acima de tudo eu cansei de você. Você não me dá apoio moral nenhum, e se tem alguma pessoa que tem culpa na minha falta de autoestima, essa pessoa é você!

Revoltada, Lívia dá um tapa na cara de Eduarda. Sérgio entra na hora.

SÉRGIO (desacreditado) - Eu não acredito nisso, Lívia…

Sérgio abraça Eduarda, enquanto Lívia parece ter feito isso por impulso e pressiona os cabelos enquanto bufa. Todos se encaram, e a câmera foca no rosto de Eduarda, que deixa escorrer uma lágrima.

CONTINUA… 

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