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VILAREJO - Capítulo 29



Capítulo 29

Cena 01 - Banco D’ávilla [Interna/Tarde]

[Sorridente, Ana Catarina encarava Carlota sentada na cadeira que era ocupada por ela há muitos anos.]


CARLOTA: - Saia já daí ou se não eu vou…


ANA CATARINA: - Vai o quê, Carlota? [Perguntou interrompendo]. - Vai me expulsar? Não, já sei… Vai me bater! Ah, Carlota… Não se engane, vosmecê não é nada. Vosmecê não é ninguém! [Grita].


CARLOTA: - Vosmecê se julga tão esperta, esqueceu que eu tenho documentos que comprovam meu poder acá? Vosmecê não manda em nada nesse banco.


ANA CATARINA: - Ah, não? Então vamos ver o que as autoridades dirão quando eu contar das suas falcatruas e do seu envolvimento na morte do meu pai e de minha irmã. Certamente eles irão abrir o processo, o testamento será revogado e eu como única parente idônea, ficarei com o banco. 


CARLOTA: - Sim, isso é o que vosmecê diz. Por quê não foi as autoridades ainda? Seria por quê vosmecê não tem provas das tolices que anda dizendo por aí? Cuidado… Do jeito que vão as coisas, não seria difícil provar que vosmecê enlouqueceu.


ANA CATARINA: [Gargalha] - Não me diga que esse é o novo plano que vosmecê está maquiando? Ah, Carlota. Não seja patética! Assuma que perdeu e confesse seus crimes, talvez eu tenha piedade…


CARLOTA: - Sabe quando isso vai acontecer, maldita? Nunca! [Ironiza].


ANA CATARINA: [Levanta-se e aproxima de Carlota] - É uma pena, vosmecê prefere continuar lutando, vamos ver quem vai sair ganhando.


CARLOTA: - Vamos ver! [Responde em um tom ameaçador].


ANA CATARINA: - Pode ficar com essa cadeira, ela tão vagabunda que impregnou esse seu perfume barato. Quando eu reassumir minha herança, mandarei queimá-la. Até breve, minha querida. [Vai embora].


Cena 02 - Casa dos Lobato [Interna/Tarde]

[Graça tomava um chá enquanto lia algumas correspondências, quando ouviu o barulho da porta da sala se abrir.]


PEDRO: - Mamãe, mamãe… Eu trouxe visita! [Diz ao entrar acompanhado].


GRAÇA: - Meu filho, trouxe algum amigo para o almo… [Diz ao se girar e de repente, depara-se com Pedro e Açucena]. - O que essa moça faz acá?


PEDRO: - Mamãe, que modos são esses? Essa moça tem nome e se chama Açucena, minha namorada. Viemos te visitar, pois quando avançarmos em nosso compromisso, vosmecê não poderá dizer que não conhece a mulher com quem pretendo me casar.


GRAÇA: [Engole seco] - Vosmecê pretende se casar com essa cigana? [Questiona incrédula].


AÇUCENA: - Qual é o problema, senhora? Nós ciganos temos muito orgulho do nosso povo. A senhora não gosta do meu povo? [Pergunta aborrecida].


GRAÇA: - Não, minha filha. Longe de mim… Acontece que as pessoas são muito maldosas e podem comentar coisas negativas sobre os dois, não quero que sofram.


PEDRO: - Venha, minha querida. Sente-se acá! [Disse mostrando-lhe o sofá].


GRAÇA: - No meu sofá? [Questiona].


PEDRO: - Sim, mamãe. Onde mais Açucena poderia se sentar? No chão?


GRAÇA: [Sorri] - Claro… Sente-se querida.


PEDRO: - Não oferece nada a visita? Um refresco? [Questionou sentando-se ao lado de Açucena].


GRAÇA: - Sim, certamente. Tomásia… Tomásia! [Gritou].


[Nesse momento, outra escrava da casa entra na sala de estar e se aproxima.]


ESCRAVA: - Tomásia saiu, sinhá. Posso ajudá-la?


GRAÇA: - Saiu, como saiu? Eu não dei ordens!


ESCRAVA: - Num sei não, sinhá…


GRAÇA: [Olha para a escrava com um ar de desconfiança e em seguida orienta a outra escrava] - Traga um refresco para nós três. Vê se não erra a mão no açúcar de novo, da última vez praticamente estávamos chupando a cana. Agora vá! [Grita].


Cena 03 - Escritório Buarque Siqueira  [Interna/Tarde]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[Surgem algumas imagens da cidade, em seguida surge a fachada do escritório do advogado e tabelião de Ana Catarina.]


ADVOGADO: - Investir no jornal? [Repete surpreso].


ANA CATARINA: - Sim, exatamente. Quero que assim como vosmecê cuidou dos detalhes do meu casamento, leve adiante essa negociação, só que dessa vez eu quero que o dono do jornal pense que o investidor é vosmecê. Quero que ele aceite sua proposta de se tornar sócio e comprar metade do jornal por uma quantia significativa.


ADVOGADO: - Mas Condessa, eu imaginei que vosmecê estivesse em sua lua de mel e não querendo arrematar metade do jornal da cidade. Eu não entendo onde pretende chegar.


ANA CATARINA: [Sorri] - É exatamente disso que eu preciso, que vosmecê não entenda além do necessário e que faça exclusivamente o que eu desejo, afinal está sendo muito bem remunerado para isso. 


Cena 04 - Casarão D’ávilla  [Interna/Noite]

[Sozinha na senzala acompanhada por Zeferino, Carlota não tinha outra coisa para comer a não ser o mesmo que os escravos usavam para se alimentar.]


CARLOTA: [Experimenta um pouco de angu e faz careta] - Maldição, isso parece comida de porcos! [Gritou ao arremessar a tigela contra a parede].


ZEFERINO: - Vassuncê deveria agradecer que a negra Rosaura te deixou comer isso, por causa do jeito que as coisas andam, a Ana Catarina era capaz de te deixar a pão e água. Sabe que inté agora io me pergunto como aquela fedelha conseguiu se sair daquela carruagem? Eu vi quando ela caiu e foi arrastada pelo rio…


CARLOTA: - Aquela maldita fedelha! Isso também é culpa sua, se vosmecê tivesse feito o seu serviço direito, não estaríamos passando por isso.


ZEFERINO: - Agora vassuncê me culpa, antes se espojava comigo em meio aos lençois.


CARLOTA: - Pois trate de fazer alguma coisa, porque se não nem isso. Além do mais, do jeito que as coisas estão. Aquela desgraçada não se demora a descobrir que temos algo a ver com aquele fatídico dia onde o pai e a irmã dela morreram. Ela desconfia, mas não tem provas e precisamos nos livrar de qualquer vestígio.


ZEFERINO: - Mas foi o crime perfeito, não temos testemunhas. A única pessoa que desconfiava e estava prestes a descobrir algo, vassuncê deu um jeito de se livrar.


CARLOTA: - Comandante Juvenal Ribeiro Alves? Eu o enviei para o inferno assim como o amigo, com apenas uma passagem de ida. Espero que ele esteja ardendo nas chamas. É para lá que pretendo mandar Ana Catarina, a Condessa de Burgos e dessa vez, com uma passagem sem volta. [Completa].


Cena 05 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

Música da cena: Rosa - Fagner

[Com a transição de cenas, surgem as imagens dos canaviais da cidade iluminados com a luz do luar e em seguida a fachada da fazenda de Ana Catarina. No interior da propriedade, Mila lia um livro de poesia na sala de estar, quando Antônio se aproximou.]


ANTÔNIO: [Observa Mila entretida na leitura] - Uma moça tão jovem e fã de grandes clássicos da poesia. Vosmecê é sem dúvida uma moça muito bem instruída do que é bom nessa vida.


MILA: - Antônio, nem vi vosmecê se aproximar. [Respondeu sorridente ao fechar o livro].


ANTÔNIO: - Sim, eu não queria interromper. Vosmecê parecia viajar durante a leitura. O que está lendo?


MILA: - Machado de Assis, peguei no escritório da minha mãe. Soube que ele é muito conhecido acá no Brasil.


ANTÔNIO: - Sem dúvidas, Machado de Assis é brilhante nas emoções ao escrever. Se importa em declamar algo?


MILA: - Naturalmente, deixe-me ver algum… [Disse ao começar a folhear o livro]. - Bom, lá vai… [Começa a declamar]. - “Guarda estes versos que escrevi chorando,

Como um alívio a minha saudade,

Como um dever do meu amor; e quando

Houver em ti um eco de saudade,

Beija estes versos que escrevi chorando.”


ANTÔNIO: [Aplaude] - Bravo! Vosmecê declama muito bem, deveria investir nisso. Aposto que sua mãe tem muito orgulho de vosmecê. Sem dúvidas, se seu pai acá estivesse, também teria. Assim como se fosse minha própria filha, também teria.


MILA: - Sim, eu amo muito a minha mãe e sinto muita saudade do meu pai. Ele era tão amoroso e gentil.


ANTÔNIO: - Eu posso imaginar. Vosmecê deve se parecer com ele. Digo, fisicamente, pois sua mãe é diferente, tem o cabelo e os olhos claros. Vosmecê tem cabelos negros e olhos escuros.


MILA: - Pior que não, meu pai também tinha olhos claros e cabelos em um tom de castanho mais claro. Mamãe sempre disse que parecia com outros parentes. Uma pena não tê-los conhecido. [Completa].


Cena 06 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]

Música da cena: Acreditar no Seu Amor - Liah Soares

[A noite se vai e logo o sol começa a raiar, iluminando os canaviais da cidade de São José dos Vilarejos. Em seguida, os grandes campos são apresentados e em seguida aparece a fachada da Fazenda Santa Clara. No interior da propriedade, Ana Catarina e Miguel haviam acordado cedo e conversavam enquanto caminhavam por um corredor da casa, entrando no escritório logo em seguida.]


MIGUEL: - Eu acho isso uma excelente iniciativa, Ana Catarina. Agora só falta um local para atender a população, afinal médico nunca é demais. [Disse fechando a porta].


ANA CATARINA: - Sabia que iria gostar e já aviso, precisarei da sua ajuda para colocar esse objetivo em prática. Quero construir essa escola para que todas as crianças estudem e tenham um futuro melhor, negras ou brancas, pobres ou ricas. Um hospital ou um posto de pronto-atendimento não seria nada mal. [Conclui, sentando-se em sua cadeira].


MIGUEL: - Digamos que é uma forma de limpar o dinheiro que surripiou de Carlota Guerra durante as praticamente últimas duas décadas. Agora vosmecê já definiu qual será o próximo passo de sua vingança?


ANA CATARINA: - Sim, sem pestanejar. Primeiro eu tirei o dinheiro dela. Agora restam o poder e a liberdade. O poder é questão de tempo, pois com a reabertura do processo de testamento, no mínimo o que ocorrerá será que ela precisará dividir tudo comigo, consequentemente precisará do meu aval para tudo. O terceiro e último passo é o mais complicado. A liberdade daquela ordinária. Preciso descobrir uma forma de fazê-la confessar, pois somente duas pessoas do passado de meu pai, estão envolvidas no assassinato dele e de minha irmã. Carlota Guerra e seu fiel jagunço, Zeferino. Ambos estão mancomunados e não pretendem falar, naturalmente. Mas quem poderia me ajudar? Quem? [Questiona-se].


MIGUEL: - Será nisso que precisamos focar a partir de agora, pois pelo o pouco que conheço da sua madrasta e agora também sogra, ela não vai demorar a tramar contra vosmecê.


ANA CATARINA: - Sim e eu estarei forte para enfrentá-la. Pode ter certeza disso! [Conclui].



Cena 07 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]

[O café da manhã já havia sido servido na fazenda quando Ana Catarina e Miguel se aproximaram da mesa, onde já estavam Antônio e Mila, conversando e sorridentes.]


ANA CATARINA: - Vejo que os dois estão se dando bem, fico feliz com isso.


MILA: - O Antônio é um bom homem, mamãe. Tenho certeza que será um ótimo pai para os meus futuros irmãos, ou irmãs! 


ANTÔNIO: - Mila é uma menina muito doce e nobre, naturalmente deve ter o sangue nobre do pai correndo nas veias. [Respondeu alfinetando Ana Catarina].


MIGUEL: - Lady Mila, vosmecê viu minha mãe? Eu não a vi desde que me levantei.


[Nesse momento, Amália entra trazendo consigo um bolo de côco e o posiciona no centro da mesa de café da manhã.]


ANA CATARINA: - Amália, vosmecê não tem jeito. Não já disse que vosmecê não precisa trabalhar acá? Vosmecê já trabalhou muito nessa vida, agora merece ser servida.


AMÁLIA: - Menina, vosmecê sabe que não me importo com essas regalias. Eu sempre trabalhei, criei o meu filho lindo e ajudei vosmecê e o conde durante muitos anos lá na Espanha. Hoje eu faço isso com muito gosto, pois é uma forma de demonstrar o quanto gosto e sou grata pelo o que fizeram. Nunca vou esquecer o quanto vosmecê é uma mulher boa e de um coração de ouro… [Responde sorridente, estendendo a mão para Ana Catarina].


ANA CATARINA: [Segura na mão de Amália e se emociona] - Eu que nunca poderei agradecer por tudo o que vosmecê fez por mim e no momento em que mais precisei de apoio e afago.


ANTÔNIO: - Pois então, Amália. Faço questão de conversar com vosmecê depois, preciso ouvir as histórias do tempo em que a Ana Catarina vivia na Europa, pois desde que ela chegou ao Brasil, transformou-se completamente. [Completa com ironia].


[Nesse momento, todos disfarçam que não prestaram atenção ao comentário de Antônio e comem em silêncio.]


Cena 08 - Casa dos Lobato [Interna/Manhã]

[Imagens da cidade de São José dos Vilarejo são apresentadas. Pessoas caminham de um lado para o outro nas principais ruas do vilarejo, em meio às charretes e carruagens. Em seguida, surge a fachada da casa da família Lobato com pássaros cantarolando ao cruzar o céu.]


GRAÇA: [Carregando uma chave em uma das mãos, Graça saiu de seu quarto, atravessou o corredor e subiu uma pequena escada que dava acesso ao sótão da casa].


[Ao abrir a porta do quarto de Maria do Céu, Graça encontrou a sobrinha ainda adormecida. Como tudo parecia na mais perfeita ordem, ela resolveu voltar outra hora, até o momento em que reparou no cavalete onde Maria do Céu colocava suas telas e pintava seus quadros.]


GRAÇA: [Aproxima-se do cavalete e observa o quadro novo que Maria do Céu estava a pintar, a figura de um homem negro, que ela aparentemente desconhecia, mas ainda assim chamava sua atenção] - Um homem? Quem será esse homem? É estranho, parece que ele tem algo de alguém que já vi na cidade, mas o quê? [Pergunta-se a si mesmo através do pensamento].


MARIA DO CÉU: [Ainda adormecida, vira para o lado direito da cama e começa ameaçar acordar].


GRAÇA: [Ao perceber que Maria do Céu está prestes a acordar, sai de ponta de pé, evitando fazer barulho].


[Sem ser vista, Graça consegue sair do quarto e mais uma vez tranca a porta pelo lado de fora. Perturbada com a imagem que acabara de visualizar na tela que Maria do Céu pintava, ela permaneceu parada na porta do sótão.]


GRAÇA: - Quem será esse homem? Maria do Céu não sai de casa, como pode pintar o rosto de alguém com tanta exatidão? Não é possível… Tem algo de errado acá e eu preciso descobrir o que é. [Pensa consigo mesma e em seguida desce a escada, retornando ao andar da casa onde ficavam os quartos].


Cena 09 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]

[Em seu quarto, Antônio preparava-se para sair quando ouviu batidas na porta.]


ANTÔNIO: - Pode entrar! [Respondeu finalizando a posição da gravata].


ANA CATARINA: - Eu vim saber se vosmecê não que se juntar a nós para um lanche. Pensei em fazermos algo tipo um piquenique no jardim.


ANTÔNIO: - Agradeço pela atenção em me convidar, mas eu não posso. Preciso ir ao jornal, voltar a trabalhar.


ANA CATARINA: - Voltar a trabalhar? Vosmecê não pode fazer isso, para todos os efeitos estamos em lua de mel, esqueceu? Temos uma reputação a zelar. Não, vosmecê não vai ao jornal.


ANTÔNIO: [Sorri e olha para Ana Catarina] - Como vosmecê apenas disse uma vez, isso se trata apenas de convenções de uma sociedade hipócrita. Além disso, a lua de mel é um mero detalhes, pois sabes bem que de fato só nos casamos no papel.


ANA CATARINA: - Que seja, eu já disse que vosmecê não vai e pronto. [Fala seriamente].


ANTÔNIO: [Sorri] - Está bem, minha senhora. Eu já entendi que não posso desobedecê-la e serei obrigado a me juntar a vosmecê e os seus nesse piquenique.


ANA CATARINA: - Vosmecê deveria me agradecer, pois apesar dos apesares, tento lhe tratar com respeito. Deveria se esforçar para fazer o mínimo possível disso também.


ANTÔNIO: - De mim, vosmecê terá apenas a minha indiferença. [Completa, saindo do quarto, deixando Ana Catarina sozinha].


ANA CATARINA: [Furiosa, vai atrás de Antônio no corredor e ao alcançá-lo, puxa seu braço com força, fazendo com que ele olhe para ela] - Escute, eu não vou admitir que em nenhuma hipótese vosmecê me desrespeite, entendeu? Eu sou sua esposa, não uma qualquer.


[Nesse momento, Antônio e Ana Catarina ficam tão próximos um do outro e quase se beijam].


ANTÔNIO: - O seu escravo já entendeu. Agora se me permite, estarei esperando lá embaixo, com os outros. Com vossa licença! [Retira-se].


ANA CATARINA: [Observa Antônio se afastar sozinho pelo corredor].


Cena 10 - Acampamento Cigano [Externa/Tarde]

[Vladimir retornava da rua para o acampamento, quando se aproximou de sua tenda e deu de cara com Vicente saindo acompanhado de Leonora.]


VICENTE: - Meu filho, não esperava que voltasse tão cedo da rua. [Disse surpreso].


LEONORA: - Bom, eu tenho que ir…


VLADIMIR: - Não! [Diz ao interromper]. - Vosmecê fica, eu quero saber o que está acontecendo acá. Exijo saber quem é essa gají e o que ela faz dentro da nossa tenda, te visitando mais de uma vez. Acaso esqueceu das tradições, bato? Ou será que as tradições são válidas somente para mim? [Questiona].

Tradução: Gají = Mulher não cigana.


[Vicente e Leonora se encaram e ficam sem saber o que responder.]




Cena 11 - Navio [Externa/Tarde]

Música da cena: Vida - Claudio Nucci

[Algumas imagens da cidade são apresentadas. Em seguida surge o mar e sua imensidão. O pôr do sol se aproximava, quando um navio surgiu cruzando a linha do horizonte. No convés, homens trabalhavam e escravos acorrentados também. Entre eles, a figura estranha de um homem chamava atenção, pois ele usava uma estranha máscara de ferro que cobria toda a sua cabeça.]



GENERAL: - Vamos, infeliz. Trabalha! [Disse enquanto chicoteava o homem com máscara de ferro].


HOMEM: [Desvencilha-se com a dor e em seguida volta a puxar as velas do navio, de acordo com a direção do vento].



Cena 12 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

Música da cena: Amor Gitano - Beyoncé ft. Alejandro Fernández

[Com a transição de cenas, surgem a fachada da Fazenda Santa Clara. Após o jantar, todos já haviam se recolhido em seus aposentos. Deitado em sua cama, Antônio sofria de insônia naquela noite.]


ANTÔNIO: [Mexe-se de um lado para o outro na cama e em seguida resolve se levantar. Caminha brevemente pelo cômodo e observa a área externa da fazenda através da janela. Em seguida, volta seu olhar para a porta do quarto e permanece em silêncio].

[Nesse momento, surge o corredor da ala separada da casa onde ficavam os quartos de Antônio e Ana Catarina. Notamos que a porta do quarto de Antônio se abre silenciosamente e logo após ele surge no corredor, observa dos dois lados e para em frente a porta do quarto de Ana Catarina].


ANTÔNIO: [Abre a porta do quarto de Ana Catarina sem fazer muito barulho e em seguida percorre o quarto. Ao se aproximar da cama, observa Ana Catarina dormir].


[A imagem congela focando em Antônio parado ao lado da cama de Ana Catarina, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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