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VILAREJO - Capítulo 32

 



Capítulo 32

Cena 01 - Casarão D’ávilla [Interna/Manhã]

[Antônio continuava parado, de frente para Ana Catarina que estava estarrecida com a proposta do marido.]


ANA CATARINA: - Me separar? Mas é claro que não, isso não vai acontecer. Não pode acontecer!


ANTÔNIO: - Vosmecê não pode estar falando sério. Ana Catarina, não percebeu que essa sua vingança está ferindo não só aos seus inimigos, mas a ti também? Vosmecê sofre, eu vejo em seus olhos e não quero mais ser o motivo das suas lágrimas.


ANA CATARINA: - Eu não sei do que vosmecê está falando, mas não vai adiantar. Está amarrado a mim e não pode se livrar das consequências dos seus atos.


ANTÔNIO: - Ana Catarina, vosmecê não pode continuar me acusando por uma fatalidade que aconteceu no seu passado. Já disse que não tenho nada a ver com o que aconteceu com o seu pai e a sua irmã, eu também gostava deles.


ANA CATARINA: - Vosmecê não gosta de ninguém, a não ser do dinheiro. Eu ainda não sei como, mas irei provar a responsabilidade de vocês dois nisso. Quando isso acontecer, eu não terei piedade.


ANTÔNIO: - Vosmecê está enganada, eu até gostei de alguém. Gostei muito de alguém que hoje me renega, baseada em informações caluniosas. Mas quem faz questão de provar o contrário sou eu. Só que depois, não se arrependa de todo mal que está nos causando. [Completa ao sair].


ANA CATARINA: - Mentiroso! [Grita lançando um bibelô de porcelana contra a porta já fechada].


Cena 02 - Mercearia da Paz [Interna/Manhã]

[Ao sair de seu quarto, Joana percebeu que sua mãe já havia descido para abrir a mercearia. Foi nesse momento que ela percebeu que essa seria a oportunidade perfeita para continuar vasculhando os pertences da mãe, em busca de alguma informação que a levasse até o seu pai.]


JOANA: [Silenciosamente entra no quarto de Cândida e observa ao redor, recordando de onde ainda não tinha mexido. Foi nesse momento que ela reparou em um baú de madeira que ficava junto à cama e resolveu se aproximar dele] - O que será que tem acá? [Questionou-se].


[Ao abrir o baú, Joana identificou coisas variadas, como objetos de casa, roupas de cama, papéis velhos e em meio essas coisas, ela encontrou uma pequena caixa de presentes.]


JOANA: [Segura a caixa e a observa] - O que será que temos dentro dessa caixinha? Só vou saber… Abrindo! [Responde a si mesma abrindo a caixa e surpreendendo-se com o que tinha dentro].



Cena 03 - Gazeta do Vilarejo [Interna/Manhã]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[Com a transição de cenas, surgem algumas imagens externas da cidade. Logo após, a fachada do jornal da cidade é apresentada. No interior do estabelecimento, Ricardo finalizava de conferir o editorial da próxima edição, quando se surpreendeu com a chegada de alguém.]


RICARDO: - Mas eu não acredito no que os meus olhos estão vendo. O noivo mal acaba de subir ao altar e já retorna ao trabalho? Isso deveria ser proibido por lei. [Disse ao avistar Antônio].


ANTÔNIO: - Um bom filho à casa torna. Eu estava cansado de ficar em casa, gosto de me sentir útil, nada melhor que voltar ao batente. Quero muito trabalhar!


RICARDO: - Meu Deus, juro que não entendo esses casados de hoje em dia. [Completa, abraçando Antônio].


Cena 04 - Igreja de São José dos Vilarejos [Interna/Manhã]

Música da cena: Rosa - Fagner

[No interior da igreja, Mila apareceu acompanhada do Padre Júlio, pois ela havia resolvido procurá-lo para se aconselhar, já que buscava uma forma de como ajudar sua mãe, que claramente enfrentava problemas no casamento com Antônio.]



MILA: - E é isso, padre… Eu fico sem saber o que fazer para ajudar minha mãe, tenho medo de ser inoportuna, invadir a privacidade deles. O que o senhor acha que eu posso fazer?


PADRE JÚLIO: - É muito bonito vê-la querendo ajudar vossa mãe. Confesso que já havia notado que existe algum tipo de problema no ar, mas acontece que sua mãe se nega e demonstra ter uma verdadeira aversão a igreja e principalmente a mim.


MILA: - A minha mãe não é assim, ela é uma mulher bondosa e sempre ajudou os necessitados. Não entendo o que pode ter acontecido desde que ela retornou ao Brasil e essa cidade. O que devo fazer, padre? [Questiona].


[Nesse momento, o seminarista aproxima-se apressado, sem saber que o padre estava com Mila.]


SEMINARISTA ÂNGELO: Padre, a próxima pessoa que vai se confessar já está espe… [Perdeu a fala ao ver Mila].


MILA: [Observa Ângelo e também permaneceu em silêncio após isso].


PADRE JÚLIO: - Ah, acabei me esquecendo na companhia da senhorita Mila. Avise que eu vou em instantes, por favor. [Percebe que Ângelo não estava prestando atenção no que ele estava falando]. - Ângelo, vosmecê está me ouvindo?


SEMINARISTA ÂNGELO: [Volta a si] - Oi… Sim, eu me distraí. Vou avisar a senhora que o senhor não vai se demorar. Com licença, padre. Com licença, senhorita!


MILA: Tem toda! [Diz para Ângelo que se retira em seguida]. - Padre, eu também acho que é melhor ir, podemos retomar essa conversa depois. Vejo que estou atrapalhando sua agenda com os moradores da cidade e não quero de fato roubar mais o seu tempo. Sua benção, padre! [Disse ao beijar a mão do padre rapidamente, visivelmente corada].


PADRE JÚLIO: - Tem toda, minha filha. Que Deus te abençoe e te acompanhe. Vá em paz!


MILA: - Até logo! [Retirou-se].


PADRE JÚLIO: [Observou Mila ir embora e em seguida o seminarista de longe, atendendo a senhora que havia falado] - Ai, ai… Que eu esteja enganado. Que eu esteja enganado! [Completou].


Cena 05 - Casarão D’ávilla [Interna/Manhã]

[Assim que viu Ana Catarina se aproximar, Rosaura logo abriu os braços e a confortou em um forte abraço.]


ROSAURA: - Minha menina, eu queria muito vê-la. Estava com saudades…


ANA CATARINA: - Ai, Bá… Só vosmecê para me consolar em tempos tão difíceis. Ainda bem que tenho vosmecê.


ROSAURA: - Então vou fazer como te animava quando vassuncê era criança, lembra? Está sentindo esse cheirinho? [Questiona].


[Há uma transição de cenas e as duas surgem na cozinha.]


ANA CATARINA: - Bolo de laranja! [Disse ao avistar o bolo recém-saído do forno].


ROSAURA: - O seu favorito. Sente-se, vou te servir uma fatia, enquanto nós conversamos. Me conte o que está acontecendo! [Respondeu enquanto cortava uma fatia de bolo].


ANA CATARINA: - Eu estou muito confusa, Bá. Antônio está mexendo com as minhas emoções, era para eu estar feliz com o que estou fazendo, mas no fundo não estou. Além disso, tem a minha filha que está acá, presenciando esses embates… Não quero que ela seja envolvida nisso.


ROSAURA: [Entrega o prato a Ana Catarina] - Creio que vassuncê não está feliz exatamente pelo motivo que sabe aí dentro, do seu coração. Vassuncê ama Antônio, por quê não para com essa história de se vingar? Eu não acho que ele tenha colaborado com a mãe dele. Inclusive no dia que tudo aconteceu, a cobra da Carlota o deixou trancado no quarto, eu que abri a porta.


ANA CATARINA: [Estranha] - Trancado?


ROSAURA: - Sim, trancado. Por algum motivo, ele queria evitar a sua viagem, mas a mãe não deixou o filho sair.


ANA CATARINA: - Com certeza era peso na consciência, ele não queria se envolver numa barbárie, mas se envolveu. Eu preciso castigá-lo e afastar minha filha dele e da Carlota.


[Sem perceberem, Ana Catarina e Rosaura continuavam a conversa com Idalina ouvindo tudo às escondidas.]


ROSAURA: - Ela também é filha dele, menina. Vassuncê já pensou que ele tem o direito de saber a verdade? Assim como a Emília também. Já pensou que ela pode ficar magoada por vosmecê esconder isso dela?


IDALINA: [Surpreende-se ao ouvir a informação].


ANA CATARINA: - Isso nunca vai acontecer, tudo o que eu fiz foi para protegê-la, minha filha não merecia a decepção de saber que tinha pai e avó assassinos. Mila jamais vai saber a verdade.


Cena 06 - Banco D’ávilla [Interna/Tarde]

[Carlota mexia no cofre do escritório em busca de algo que pudesse guardar, quando assustou-se com a entrada brusca de Antônio.]


CARLOTA: - Meu filho! Que modos são esses de entrar? Vosmecê me assustou…


ANTÔNIO: - Precisamos ter uma conversa muito séria sobre algo que aconteceu há quase vinte anos.


CARLOTA: [Fecha o cofre e tenta fingir não estar nervosa] - Eu não sei do que vosmecê está falando.


ANTÔNIO: - Não sabe? Como não sabe? Eu estou falando do principal motivo da vingança de Ana Catarina contra nós. Por quê ela insiste em nos culpabilizar pela morte do Gonçalo e Maria Letícia? Me diga a verdade, mamãe… A senhora tem alguma coisa a ver com o que aconteceu naquele dia?


CARLOTA: - Antônio, vosmecê é meu filho. Como pode duvidar da sua própria mãe? É claro que eu não tenho nada a ver, aquilo foi uma fatalidade. Os malfeitores nunca foram encontrados, eu estava em casa. Ana Catarina deve ter inventado tudo isso, pois ela nunca gostou de mim. Certamente há de lembrar, ela vivia causando intrigas com o pai dela para me prejudicar.


ANTÔNIO: [Observa Carlota como se ficasse desconfiado] - Eu espero sinceramente que esteja dizendo a verdade, mamãe. Saiba que se um dia, eu descobri que tenha tido quaisquer envolvimento com esse crime monstruoso, eu não vou lhe perdoar, entendeu?


CARLOTA: - Pode se despreocupar, sua mãe não é nenhuma assassina. Vosmecê é que vai se arrepender de me julgar. Eu que lutei tanto para te criar e te dar tudo o de melhor. Como pode pensar isso de mim?


ANTÔNIO: [Abaixa o tom] - Me desculpe… Isso tudo está me enlouquecendo, essa história de vingança. Acho que não deveria ter vindo acá, é melhor voltar para a fazenda. Não quero arrumar ainda mais brigas.


CARLOTA: - Não se preocupe, meu filho. Essa vingança não vai demorar muito, eu vou cuidar de tudo.


ANTÔNIO: - Espero que sem nenhum assassinato, naturalmente. [Responde com uma certa alfinetada].


CARLOTA: - Claro, naturalmente. Não vai me dar um beijo antes de ir?


ANTÔNIO: - Claro… [Aproxima-se, beija Carlota e a abraça]. - Eu preciso tirar essa história a limpo, mas por quê não consigo sentir confiança no que a minha mãe está dizendo? Será que ela é realmente inocente? [Questiona a si mesmo através do pensamento]. 




Cena 07 - Estação de Trem de Pelotas [Interna/Tarde]

[Após correr durante algum tempo, o homem com máscara de ferro adentrou em uma região habitacional e ao se deparar com um quintal cheio de roupas secando ao sol, ele teve uma ideia.]


HOMEM: [Retira algumas peças do varal e as veste em seguida] - Pronto, com essas roupas, ninguém há de reparar tanto em mim. [Concluiu, cobrindo a cabeça com um grande capuz].


Cena 08 - Fazenda Santa Clara [Interna/Tarde]

Música cena: Vilarejo - Marisa Monte

[Com a transição de cenas, surgem algumas imagens externas da cidade, que dão lugar aos campos e em seguida a área externa da fazenda Santa Clara, onde homens trabalhavam nos pomares ao redor da propriedade. No interior da casa, Ana Catarina que já havia voltado para casa, recebia uma visita.]


ANA CATARINA: - Faço muito gosto em recebê-la, Miguel falou muito de vosmecê. [Disse ao abraçar Maria do Céu].


MARIA DO CÉU: - Miguel é um homem muito galante, ele também fala muito de vosmecê. Só não havia mencionado o quanto é muito bonita.


ANA CATARINA: [Sorri sem jeito] - Eu? Vosmecê que é muito linda, apesar do disfarce que eu vou querer saber a história por trás dele, em outro momento. Sente-se, vamos conversar um pouco. Quero conhecê-la um pouco mais, Miguel fala maravilhas de vosmecê.


MIGUEL: - Ana Catarina! O que a Maria do Céu vai pensar desse jeito? [Disse ao se sentar ao lado de Mila, em um dos sofás].


ANA CATARINA: - Ora, a verdade… Que o meu amigo é um homem apaixonado. [Respondeu sorridente]. - Bom, Maria do Céu… A cidade é bem pequena, como sou natural de acá, provavelmente devo conhecer a sua família. Quem são vossos pais? [Perguntou após se sentar no outro sofá].


MARIA DO CÉU: - A minha mãe eu não conheci, pois ela morreu no parto. Já o meu pai, eu tenho poucas lembranças, pois ele foi morto em combate durante uma guerra. O meu pai era comandante militar, sei disso pois tenho alguns cadernos de anotações dele, são como diários. As histórias dele me distraem e me fazem construir a imagem viva dele em meus pensamentos.


ANA CATARINA: - Disse que seu pai era comandante militar? Acaso ele se chamava Juvenal Ribeiro Alves? [Questionou curiosa].


MARIA DO CÉU: [Surpreende-se] - Sim, exatamente. Eu me chamo Maria do Céu Ribeiro Alves. Vosmecê conheceu o meu pai?


ANA CATARINA: [Sorri emocionada e pousa sua mão em cima da mão de Maria do Céu] - Sim, nossos pais eram muito amigos. Eu me lembro bem do seu pai… Adoraria ler esses diários do seu pai, algum dia e se me permitir, é claro. Se quiser, posso visitá-la, farei muito gosto.


MIGUEL: [Estranha o pedido de Ana Catarina].


MARIA DO CÉU: [Aterroriza-se] - Me visitar? Não, é melhor que eu traga os diários até vosmecê. Minha tia não pode saber que estou saindo, é por isso que me visto como rapaz.


ANA CATARINA: - Como não te deixa sair? Uma moça tão jovem e linda, é um pecado não pode sair. Como se chama a sua tia? [Pergunta inconformada].


MARIA DO CÉU: [Olha para Miguel e percebe que ele a encoraja a responder] - Maria da Graça, mas todo mundo a conhece como Graça acá na cidade.


ANA CATARINA: [Surpreende-se] - Graça Lobato, mãe de Laura e Pedro Lobato? Céus, vosmecê é da família Lobato?


MARIA DO CÉU: - Sim, ela é irmã do meu pai. O sobrenome Lobato vem do falecido marido dela.


ANA CATARINA: - Bom, eu sinto que há muito mais história e que algum dia vosmecê me contará, quando se sentir confortável e segura, eu vou respeitar o seu tempo, mas saiba de uma coisa. Acá, vosmecê terá uma grande amiga. Quero que façamos isso, em memória aos nossos pais. Amigas, então? [Pergunta abrindo os dois braços].


MARIA DO CÉU: [Sorri] - Amigas! [Completa abraçando Ana Catarina].


Cena 09 - Casarão D’ávilla [Interna/Tarde]

[Sozinho na senzala, Zeferino amolava uma faca quando Carlota adentrou no lugar.]


CARLOTA: - Vosmecê sempre cuidando dessas facas como se elas fossem gente. [Disse ao se aproximar].


ZEFERINO: - As facas são ótimas armas, quanto mais afiadas, melhores. [Respondeu].


CARLOTA: - Ah, armas nem sempre são as únicas coisas mortais, meu caro.


ZEFERINO: [Estranha o comentário e repentinamente para de fazer o que estava fazendo para encarar Carlota] - Io não entendi o que vassuncê quis dizer.


CARLOTA: - Ora, apenas quis dizer que às vezes, a natureza fornece armas bem eficazes, que nem sempre utilizamos em nosso favor.


ZEFERINO: - O que vassuncê tá querendo dizer? Explique de uma vez.


CARLOTA: - Cobras, eu estou falando das cobras. Animais tão bonitos, de pele brilhante… E tão perigosas ao mesmo tempo, uma picada com a dose de veneno exata e a vítima agoniza até a morte; é exatamente disso que estamos precisando. Eu quero que vosmecê me arrume uma cobra bem venenosa e dê um jeito de colocá-la no quarto da minha querida nora. Do resto, vamos esperar que o destino se encarregue e que Deus a tenha em breve na sua mais santa glória. [Ironiza ao se benzer].


ZEFERINO: [Sorri ao entender o plano de Carlota e em seguida a beija ardentemente].


Cena 10 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

Música da cena: Esquadros - Gal Costa

[Surge a fachada da casa da família Lobato, iluminada após o anoitecer. Laura desceu a escada e logo caminhou até a sala de jantar, onde Graça e Pedro já estavam sentados, quando resolveu se acomodar e juntar-se aos dois.]


LAURA: - O que temos hoje? Estou faminta! [Respondeu posicionando o guardanapo de tecido no colo].


PEDRO: [Observa atentamente o semblante da irmã] - Vejo que está muito feliz essa noite minha irmã, não quer dividir os motivos conosco? 


LAURA: - Não! Eu apenas estou feliz, se melhorar estraga. É melhor não sair gritando aos quatro ventos.


GRAÇA: - Isso tem nome, sobrenome e usa calças.


LAURA: - Mamãe… [Repreendeu].


GRAÇA: - Ora, não é verdade? Acaso acha que não reparamos que esqueceu Antônio Guerra muito rápido e está caindo na lábia do jornalista Ricardo Bonifácio? Eu até entendo, ele é bonito e agora rico. Vosmecê faz bem, deveria se casar antes que perdesse esse também.



LAURA: [Encara a mãe, incomodada com o comentário] - O Ricardo é um ótimo homem, independente dos bens dele, mamãe.


PEDRO: - Não ligue para ela, minha irmã. Nossa mãe está amargurada pois os seus dois filhos começaram a tomar as rédeas do próprio destino, em breve isso passa. Vosmecê há de ver! [Completa].


Cena 11 - Acampamento dos Ciganos [Externa/Noite]

Música da cena: Apesar de Você - Chico Buarque

[Com a transição de cenas, surgem imagens externas dos campos da cidade. Em seguida, o acampamento cigano é mostrado. Ao sair de sua tenda, Madalena carregava consigo um cesto para retirar as roupas do varal, foi então que ela caminhou até uma área mais afastada de onde morava.]


MADALENA: [Cantarola uma música cigana, enquanto retira as peças do varal] - Txumiden mabut… [Retira algumas roupas do varal]. - Sarsas katxiatiat… [Ao retirar um lençol, a cigana dá de cara com o homem de máscara de ferro e grita de pavor] - Santo Deus… Socorro! [Grita].


HOMEM: [Cansado e com fome, vê tudo girar e cai desmaiado aos pés de Madalena].


MADALENA: [Assusta-se] - Morto… Ele está morto! [Conclui].


Cena 12 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

[Sem ser visto, Zeferino pulou a janela do quarto de Ana Catarina e observou ao redor de todo o cômodo como se estivesse procurando algo. Em seguida, ergueu parte da colcha que cobria a cama e abriu um saco de mantimentos, revelando portar uma cobra peçonhenta, que rastejou rapidamente para baixo do móvel.]


ZEFERINO: - Acá será seu novo lar, espero que faça bom proveito. [Respondeu observando a cobra embaixo da cama].


[Nesse momento, o capitão do mato ouviu passos se aproximando.]


ZEFERINO: - Melhor zarpar, tem gente chegando… [Rapidamente Zeferino se levantou e tratou de voltar, retornando pela mesma janela por onde havia entrado].


[Ao abrir a porta do quarto, Ana Catarina logo tratou de acender todas as luzes, iluminando bem o local.]


ANA CATARINA: [Aproxima-se da penteadeira, retira algumas jóias e as coloca em cima do móvel. Em seguida, caminha pelo cômodo, senta-se na cama e começa a retirar as botas que utilizava].


[A imagem congela focando em Ana Catarina descalça e a cobra próxima aos seus pés, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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