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VILAREJO - Capítulo 50 (Últimos Capítulos)

 



Capítulo 50 (Últimos Capítulos)

Cena 01 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

[Maria do Céu estava tão atordoada com o que estava acontecendo, que mal podia acreditar no que estava acontecendo bem diante os seus olhos.]


GRAÇA: - Juvenal, meu irmão… [Repetiu incrédula].


JUVENAL: - Soltem a minha filha. Não me ouviram? Ainda sou um comandante do exército. Terei que usar minha autoridade acá? [Grita].


GRAÇA: - Não ouviram o que ele disse? Soltem-a! [Ordena].


[Os enfermeiros soltam Maria do Céu e retiram a camisa de forças.]


JUVENAL: - Minha filha, eu voltei… Eu não estou morto como quiseram que eu estivesse.


MARIA DO CÉU: - Papai…


[Maria do Céu desceu a escada rapidamente e finalmente pode abraçar o pai, de quem não tinha notícia há quase vinte anos.]


GRAÇA: - Bom, como podem ver… Tudo não passou de um mal entendido. Enfermeiros, muito obrigada. Vosmecês já podem ir embora. Meu irmão, que bom te ver acá!


JUVENAL: - Para sua tristeza, Maria da Graça… Eu estou vivo! [Responde ainda abraçado].


[Os enfermeiros vão embora.]


ANA CATARINA: - Vosmecê está muito enganada se pensa que as coisas acabaram. Vosmecê ainda está mantendo sob cárcere privado um homem livre sob falsa acusação de escravidão. Vosmecê sabe que isso é crime de falsificação, não sabe? [Diz ao adentrar].


MARIA DO CÉU: - Ela também fez alguma coisa com a minha prima, ela bateu nela e depois eu não a vi.


JUVENAL: - As coisas só pioram, não é minha irmã? Vejo que temos muitas contas a acertar. [Dispara].


GRAÇA: [Olha para o irmão sem saber o que responder].


Cena 02 - Mercearia da Paz [Interna/Noite]

Música da cena: Apesar de Você - Chico Buarque

[Imagens das ruas do vilarejo são apresentadas, em seguida surge a fachada da mercearia que já estava fechada.]


JOANA: - Mamãe, já cheguei… [Diz ao subir e entrar em casa]. - Mamãe, onde a senhora está? [Questiona].


[Joana vai até a sala e procura por Cândida, porém não a encontra. Em seguida vai até o quarto e se surpreende com o que se depara.]


JOANA: - Céus… O que foi que ela fez agora? [Questiona-se].


[É neste momento que percebemos que os armários do quarto de Cândida estavam todos abertos e esvaziados.]


Cena 03 - Igreja do Vilarejo [Interna/Noite]

[Após terminar suas orações, Padre Júlio ouviu um barulho estranho vindo do quarto de Ângelo e resolveu ir até lá para ver o que estava acontecendo. Ao chegar lá, notou que o seminarista estava esculpindo um pedaço de madeira.]


PADRE JÚLIO: - Hum, vejo que voltou a fazer artesanato. [Diz ao perceber o que Ângelo está fazendo].


SEMINARISTA ÂNGELO: - Sim, estou esculpindo um anjo para Mila. Ela está passando por alguns problemas e eu quero animá-la. Veja, o senhor acha que Mila irá gostar? [Questiona empolgado].


PADRE JÚLIO: - Naturalmente. Vosmecê gosta muito dessa moça, não é?


SEMINARISTA ÂNGELO: - Sim padre, gosto muito dela. [Instantaneamente percebe que foi indiscreto]. - Quer dizer…


PADRE JÚLIO: - Não precisa disfarçar, filho. Eu te conheço, por mais que negue, seus olhos dizem outra coisa. Pensa que nunca notei como olha para essa moça? Seus olhos brilham.

SEMINARISTA ÂNGELO: - É errado, não é Padre? Eu sei que isso que eu sinto é proibido.


PADRE JÚLIO: - Na verdade ainda não, vosmecê ainda não consagrou seus votos. Aconselho que pense no que sente no fundo do seu coração e descubra o quanto é tempo. Uma vez consagrado a Deus, torna-se cada vez mais difícil sair desse caminho.


SEMINARISTA ÂNGELO: - O que vosmecê quer dizer…


PADRE JÚLIO: [Interrompe] - Que vosmecê deve descobrir se o que sente por essa moça é amor ou uma singela amizade. [Conclui].


Cena 04 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

[Todos observaram o capitão do mato soltar Miguel do tronco, que foi ao chão de tão enfraquecido.]


MARIA DO CÉU: - Meu amor… Estamos livres, livres! [Diz ao amparar Miguel].


MIGUEL: - Livres? [Repete].


ANA CATARINA: - Como ele está? [Pergunta ao se aproximar].


AMÁLIA: - Meu filho… [Corre ao encontro de Miguel, emocionada].


JUVENAL: - Que situação deplorável, Graça. Vosmecê não tem vergonha? [Esbraveja].


GRAÇA: - Meu irmão, vosmecê tem que me entender. Tudo o que eu fiz foi para proteger a nossa menina, ela tem uma saúde muito frágil.


[Neste momento, Açucena se aproxima com Laura ao seu lado.]


AÇUCENA: - Eu encontrei a Laura, ela estava presa no quarto.

GRAÇA: - Meu irmão, é tudo um mal entendido. Vamos conversar e tudo vai resolver, eu sou a tutora dela e…


JUVENAL: - E nada, Graça. Acaba acá sua maldade, vosmecê não vai mais tocar na minha filha, pois ela tem a mim. Isso não vai ficar assim. Quero que saia desta casa imediatamente. Vosmecê vai pra rua!


GRAÇA: - Pra rua? Como pra rua? Vosmecê não pode fazer isso comigo, não tenho para onde ir. Pra onde eu irei?


JUVENAL: - Vosmecê tem sorte de que eu não seja tão vil como outros. Fique no hotel, deixarei uma hospedagem paga. Entretanto, não se acostume… Essa hospedagem tem data de validade e pelas relações que semeou durante sua vida, duvido muito que tenha alguém que queira te abrigar. É o seu fim, Graça! [Conclui].


Cena 05 - Acampamento dos Ciganos [Interna/Noite]

Música da cena: Acreditar no Seu Amor - Liah Soares

[Joana procurou por sua mãe por toda cidade e o último lugar que faltava era o acampamento.]


JOANA: - Céus, é ela! [Fala ao avistar a mãe entre os ciganos].


VLADIMIR: - O que foi, xaborrí? Está procurando alguém? [Estranha o jeito de Joana].

Tradutor: Xaborrí = Menina.


JOANA: - Aquela… Vosmecê viu aquela mulher? [Aponta para a cigana].


MADALENA: - Aquela é Bibiana, ela voltou depois de muitos anos. Achei que essa romí estivesse morta. 

Tradução: Romí = Mulher Cigana.


JOANA: - Bibiana? [Estranha]. - A senhora também a chama assim?


MADALENA: - Sim, Bibiana viveu com nosso povo há muitos anos atrás, até que se envolveu com um de nossos varões. Ela dançava como ninguém, as mulheres a invejavam por sua beleza.


JOANA: - Não estou entendendo.


MADALENA: - Bibiana se apaixonou e se entregou para Alejandro, um de nossos ciganos, só que ele fugiu com outra trupe e deixou tudo para trás. Bibiana ficou muito triste e quase morreu. Foi então que em meio a amargura ela resolveu sair do acampamento e desapareceu sem deixar rastros. Nunca mais tivemos notícias dela até ontem!


JOANA: - Quer dizer que a minha mãe mudou de vida porque estava magoada? Por isso tanto ódio pelos ciganos.


VLADIMIR: - Até eu estou surpreso com essa história! [Completa enquanto observa Bibiana com outros ciganos].


Cena 06 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]

[Após saber que tinha uma visita, Carlota foi até a sala de estar acompanhada por Idalina.]


GRAÇA: - Sua mentirosa! [Grita].


CARLOTA: - Pode deixar, Idalina… Eu assumo a partir de agora! [Disse ao avistar Graça parada na sala].


IDALINA: [Percebe o clima estranho e ao invés de sair, resolve se esconder para ouvir a conversa].


CARLOTA: - Posso saber o que te deu? Eu não vou admitir tamanha Porque veio acá e está gritando comigo?


GRAÇA: - Por isso! [Aproxima-se e dá um tapa na cara de Carlota]. - Sua vagabunda!


CARLOTA: [Encara Graça, furiosa].





Cena 07 - Fazenda Santa Clara [Interna/Manhã]

[Escondida, Idalina estava completamente assustada com a discussão que estava presenciando.]


GRAÇA: - Por sua causa eu perdi tudo, infeliz. [Grita].


CARLOTA: [Esbofeteia Graça de volta] - Eu não vou permitir que vosmecê venha até a minha casa e me afronte desse jeito. Quem pensa que é? [Grita].


GRAÇA: - Vosmecê me garantiu que tinha se livrado do Juvenal e ele está vivo. 


CARLOTA: [Surpreende-se] - Como disse? Isso não pode ser verdade.


GRAÇA: [Ri] - Pobre idiota… Ele está vivo e me expulsou de casa. Agora se prepare, se eu cair, vosmecê também cai. Não se esqueça que eu sei de muitas coisas que convém ocultar.


CARLOTA: - Ora, não me ameace. Vosmecê está tão envolvida nisso quanto eu. Não se lembra quando me procurou? Seu marido havia apostado todo seu dinheiro e sua casa quando desapareceu com uma cortesã. Sua única esperança era se livrar de seu irmão e ficar com toda herança, só que as coisas não saíram como pensou e ele te deixou com aquela sonsa de herdeira.


GRAÇA: - Faça-me rir… Não foi bem assim! Unimos o útil ao agradável. Vosmecê sabia que Juvenal estava prestes a descobrir a verdade sobre aquele assalto que o  Gonçalo sofreu na estrada e que o matou. Foi por isso que Ana Catarina voltou, não foi? Para se vingar e lhe destruir.

CARLOTA: - E daí? Isso só prova que vosmecê estava tão envolvida quanto eu nesse servicinho sujo.


GRAÇA: - Não se compare a mim, vosmecê é bem mais ordinária. Não se esqueça de Adelaide. Eu nunca acreditei que ela adoeceu e teve um mal súbito. Pensa que eu não sei a verdade? Vosmecê era a única a ter contato com ela, além do marido. Gonçalo amava aquela mulher mais do que tudo nesse mundo e vosmecê a envenenou. 


CARLOTA: - Já chega! [Grita].


IDALINA: [Surpreende-se].


CARLOTA: - Diga o que vosmecê quer de uma vez? Vamos!


GRAÇA: - Dinheiro, eu preciso de dinheiro. Provavelmente serei denunciada por maus tratos e falsificação, já que o golpe do falsificador está prestes a ser descoberto e se eu for pega, eu vou falar.


CARLOTA: - Está bem, eu vou ver o que consigo e volto a te procurar.


GRAÇA: - Seja rápida, não temos muito tempo. Me ouviu? [Conclui ao se retirar].


CARLOTA: - E ainda mais essa, agora! [Pensa em voz alta ao ficar sozinha].


Cena 08 - Casa dos Lobato [Interna/Tarde]

Música da cena: Corre - Gabi Luthai

[Com curativos que cobriam suas feridas e machucados, Miguel acordou lentamente em um dos quartos de hóspede da casa.]


MIGUEL: - Vosmecê! [Sorri ao ver Maria do Céu ao seu lado, velando seu sono]. - Essa é a melhor coisa que podia me acontecer ao despertar, ver o seu rosto.


MARIA DO CÉU: - Pois então, acostume-se. Será assim a partir de agora, pois agora que o meu pai voltou e as coisas estão se acertando, nada mais vai nos impedir de ficarmos juntos. É Senhor Miguel, vosmecê será obrigado a me pedir em casamento.


MIGUEL: - Obrigado? Como posso ser obrigado a uma coisa tão boa? Me unir a vosmecê é tudo que eu mais quero nessa vida.


MARIA DO CÉU: - Eu te amo, Miguel. [Diz enquanto acaricia o rosto dele].


MIGUEL: - Você é o meu céu… Minha Maria do Céu! [Beija nos lábios].


Cena 09 - Acampamento Cigano [Interna/Noite]

Música da cena: Mil Noites de Um Amor Sem Fim - Silva

[Com a transição de cenas, a noite surge e as ruas começam a ser iluminadas. Em seguida, surge o acampamento cigano. Os ciganos serviam-se com um pouco de caldo quente, quando Ana Catarina se aproximou.]


ANA CATARINA: - Vosmecê ainda vai demorar muito a me castigar com esse silêncio? [Questiona ao se aproximar de Mila].


MILA: - Eu não quero falar com vosmecê, será que não entende? [Responde arisca].


ANA CATARINA: - Mila, eu sou sua mãe… Nós precisamos conversar, nos entendermos…


MILA: - Eu não tenho o que conversar. Agora se me dá licença, eu vou me recolher, tenho um compromisso muito importante. Boas noites! [Conclui ao se retirar].


Cena 10 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

[Sozinha em sua suíte, Carlota tomava banho na banheira, quando Filipe invadiu seu quarto bruscamente.]


CARLOTA: - Ora, até que enfim vosmecê apareceu. Não quer entrar nessa banheira comigo? [Pergunta de forma maliciosa].


BARÃO FILIPE: - Depois, o que tenho para contar é muito mais importante do que um banho de banheira.


CARLOTA: [Estranha] - O que aconteceu? Do que vosmecê está falando?


BARÃO FILIPE: - Um informante meu na justiça me disse que o seu capitão do mato aceitou um acordo, uma espécie de delação premiada e vai depor contra vosmecê. Ele não sabe de nada importante a seu respeito, não é?


CARLOTA: - Não… Claro que não! [Disfarça].


BARÃO FILIPE: - Ótimo! Agora eu vou ao escritório analisar algumas correspondências que recebi da Espanha. Te espero para o jantar! [Diz ao sair].


ANA CATARINA: - Maldito Zeferino, resolveu me trair. Se vosmecê pensa que vai dar com a sua língua nos dentes, vosmecê não me conhece e não sabe do que eu sou capaz! [Fala consigo mesma].


Cena 11 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

[Com a transição de cenas, surge a fachada da casa da família Lobato. No interior da propriedade, Maria do Céu recebia uma visita.]


MARIA DO CÉU: - Eu fiquei sabendo dos últimos acontecimentos, só não tive como ir te ver. Como vosmecê está diante dessa revelação? [Disse enquanto caminhava de braços dados com Mila, sua amiga].


MILA: - Como se o mundo estivesse desabando em minha cabeça. Eu preciso de um tempo para me recompor, para pensar melhor nas coisas. Pode parecer algo banal, mas a minha vida toda eu imaginei que a minha história fosse uma, mas na verdade ela é outra. Estou vivendo uma crise de identidade muito grande.


MARIA DO CÉU: - Eu entendo, mas acredito que vosmecê deveria conversar e perdoar a sua mãe. Ela é uma mulher boa, justa… Naturalmente, ela teve suas razões, por mais erradas que fossem, eu não acredito que ela tenha feito com a intenção de lhe prejudicar arbitrariamente.


MILA: - É por isso que eu quero dar um tempo e vim até acá. Não me leve a mal, minha amiga. Eu sei o momento delicado que está vivendo, mas será que vosmecê conseguiria me hospedar acá por alguns dias? Eu preciso colocar minha cabeça no lugar.


MARIA DO CÉU: - Claro, Mila. Essa casa também é sua, acá vosmecê poderá ficar o tempo que quiser. Sem pestanejar! [Conclui].


Cena 12 - Posto Policial [Interna/Manhã]

Música da cena: Apesar de Você - Chico Buarque

[A noite se vai e o sol logo aparece no céu, trazendo consigo um novo dia. As pessoas surgem caminhando na cidade. Comerciantes abrem as portas de seus respectivos comércios. A noite chega e o dia volta a amanhecer. Os ciganos cantam e dançam no acampamento. Carlota entrega dinheiro a graça. Antônio e Ana Catarina continuam estremecidos, enquanto Mila segue morando na casa de Maria do Céu. Açucena sente falta de Pedro.]


DIAS DEPOIS…


ZEFERINO: - Aquela tinhosa me traiu e sequer teve coragem de me visitar. É por isso que io não vou me arrepender de falar tudo o que sei. Se io vou afundar, ela também vai. [Disse sentado em sua cela].


[Um carcereiro surge carregando um sanduíche e uma garrafa de suco.]


CARCEREIRO: - É, hoje é o seu dia de sorte Zeferino. Vosmecê ganhou um lanche, mandaram te entregar. 


ZEFERINO: - Pra mim? Quem mandou? [Questiona].


CARCEREIRO: - Vosmecê além de ter a missa, quer saber também quem é o vigário? Eu não tenho tempo de ficar investigando a identidade dos outros quando não é necessário. Se vosmecê não quiser, eu jogo no lixo! [Disse direcionando os alimentos em direção a lixeira].


ZEFERINO: - Não, io fico. A comida deste lugar é horrível!


CARCEREIRO: - Então tome, veja se não se demora muito. Temos que sair para o tribunal hoje à tarde. [Retira-se].


ZEFERINO: [Coloca a garrafa de suco em cima da cama e morde o sanduíche] - Nossa, está horrível… Muito salgado! [Reclama após dar a primeira mordida]. - Preciso tirar esse gosto ruim da boca!


[Neste momento, observamos bem a garrafa de suco quando Zeferino a pega e bebe praticamente todo o liquido.]


ZEFERINO: - É, pelo menos o suco estava bom! [Conclui ao limpar a boca].


Cena 13 - Casarão D’avilla [Interna/Manhã]

[Rosaura havia terminado de se arrumar quando surgiu na sala de estar do casarão.]


ROSAURA: - Pronto, minha menina. Eu já estou pronta, podemos ir.


ANA CATARINA: - Vamos, Bá. Eu não estou me aguentando de curiosidade. Preciso ver o Zeferino finalmente despejando toda a verdade publicamente e desmascarando aquela maldita assassina.


LEONORA: - É melhor vosmecê se acalmar, Ana Catarina. Desse jeito vai acabar ficando doente. 


ROSAURA: - É, eu não sei se confio nele e sinceramente eu espero que ele não volte atrás com a palavra.


ANA CATARINA: - Não vai, eu acredito nele. Vosmecê verá… Agora vamos, se não iremos nos atrasar.


Cena 14 - Fórum [Interna/Tarde]

[Os moradores da cidade estavam se acomodando nas cadeiras da sala de audiência, quando o juiz adentrou e iniciou a sessão.]


JUIZ: Bons dias! Estamos acá reunidos para a reabertura pelo caso de assassinato de Gonçalo D’ávilla e sua filha Maria Letícia D’ávilla. Além disso, a tentativa de assassinato sofrida pelo senhor Antônio Guerra. Que o réu, Zeferino da Silva venha até a cadeira das testemunhas e deponha sobre o que sabe. [Ordena].


[Conduzido por um meirinho, Zeferino começava a transpirar incessantemente e sua feição estava empalidecida.]


JUIZ: - Senhor Zeferino, devo lembrar que vosmecê está acá, neste julgamento perante a corte sob juramento e que perjúrio, pode agravar ainda mais a sua situação. Por isso, recomendo que fale a verdade e somente a verdade.


ZEFERINO: - Sim, seu juiz. [Responde começando a ficar com a visão turva].


JUIZ: - Senhor Zeferino, é verdade que vosmecê e seus comparsas preparam uma emboscada na estrada na saída da cidade, com direção ao município de Pelotas que vitimou dois membros da família D’ávilla?


ZEFERINO: [Transpira e enxerga cada vez menos].


JUIZ: - Senhor Zeferino? [Repete].


ANA CATARINA: [Estranha a reação do capitão do mato] - O que deu nele? Porque ele não responde? [Questiona-se].


ROSAURA: - Ele inté parece que está com febre do jeito que tá suando…


ANTÔNIO: - Zeferino, o juiz lhe fez uma pergunta. Responda! [Orienta].


ZEFERINO: - É… [Começa a apresentar dificuldade para falar, sua visão fica ainda mais embaçada e ele cai no chão].


ANTÔNIO: - Céus, ele está passando mal! [Diz ao correr em sua direção].


JUIZ: - Um médico! [Grita]. - Chamem um médico!


MIGUEL: - Eu sou médico, meritíssimo… [Disse ao se aproximar para atender Zeferino].


[O clima na sala de audiência era de muita tensão enquanto Miguel examinava Zeferino, até que ele deu o diagnóstico.]


MIGUEL: - É tarde demais, infelizmente não há mais nada que possamos fazer. Esse homem está morto! [Completa ao checar a pulsação].


ANA CATARINA: - Não! [Grita].


[A imagem congela focando em Zeferino morto e caído no chão, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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