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VILAREJO - Capítulo 51 (Última Semana)

 


Capítulo 51 (Última Semana)

Cena 01 - Fórum [Interna/Tarde]

[Uma verdadeira movimentação começou no fórum após a morte súbita de Zeferino.]


ANA CATARINA: - Não, meu Deus… Ele não pode estar morto. Façam alguma coisa. [Grita].


LEONORA: - Não há mais nada que possamos fazer, minha filha. Ele se foi! [Responde chocada com o acontecido].


[Antônio e Miguel se aproximam após o juiz suspender a audiência.]


ANTÔNIO: - Infelizmente não há mais nada que possamos fazer, ele está morto.


ANA CATARINA: - Mas como morreu? Ele não estava doente, isso não pode ser, não pode.


LEONORA: - Acalme-se, querida. Tanto nervoso assim, te fará mal.


MIGUEL: - Aparentemente foi um mal súbito, talvez um infarto fulminante.


VLADIMIR: - A morte estava do lado desse maldito e ele não vai pagar em vida por seus crimes. 


ROSAURA: - Como a pobre Dona Adelaide, que Deus a tenha. Todos pensávamos que seria a doença que iria consumi-la, mas de repente, ela teve um mal súbito assim e faleceu.


ANTÔNIO: [Desconfia].


ANA CATARINA: - Não é possível que a desgraçada da Carlota continue se safando a vida inteira de seus crimes.


JUVENAL: - Engana-se, Ana Catarina. Eu vou retomar minha investigação de onde parei. Quando Carlota tramou contra mim para me tirar do caminho, eu estava prestes a encontrar o braço direito de Zeferino no dia da emboscada. Se dermos sorte, ele ainda pode estar vivo e no mesmo local.


ANA CATARINA: - Vosmecê faria isso? 


JUVENAL: - Pela memória do meu grande amigo, sim. [Completa].       


Cena 02 - Casa dos Lobato [Interna/Tarde]

Música da cena: Lua Cheia - Dienis (Participação Especial: Letícia Spiller)

[Já faziam algumas semanas que Pedro havia viajado. Açucena sempre organizava os pertences do marido para matar um pouco da saudade.]


AÇUCENA: [Coloca um blazer de Pedro no cabide] - Que tenha dado tudo certo na sua viagem e que vosmecê volte logo, meu amor. [Neste momento, Açucena cheira a roupa e de repente sente um forte enjôo]. - Nossa… Preciso lavar de novo! [Pensa em voz alta]. 


Cena 03 - Acampamento Cigano [Externa/Tarde]

Música da cena: Carinhoso - Céu

[Após a audiência, Vladimir estava inconformado com o desfecho do caso de Zeferino, que também havia assassinado seu pai.]


JOANA: [Observa Vladimir em silêncio, sentado ao seu lado e resolve quebrar o gelo] - Eu ainda não acredito que a minha mãe também é cigana. Vejo ela interagindo com os outros, assim… Tão enturmada, que pela primeira vez consigo notá-la verdadeiramente nesta personalidade e não na mãe que conheci durante toda minha vida.


VLADIMIR: - É verdade, nem parece aquela comerciante rabugenta.


JOANA: - Sabe, eu sei que vosmecê está chateado com o desfecho da audiência, mas saiba que vosmecê não está sozinho. [Segura a mão de Vladimir]. - Vosmecê poderá sempre contar comigo, entendeu? Sempre!


VLADIMIR: - Obrigado, xaborrí. Vosmecê é realmente uma grande amiga.

Tradução: Xaborrí = Menina.


JOANA: - Amiga? [Repetiu desapontada].


VLADIMIR: É, uma amiga muito especial. Que foi, disse algo errado? [Questiona].


JOANA: - Não! Não foi nada… Acontece que eu tenho que ir, preciso organizar algumas coisas na mercearia. [Levanta-se e começa a caminhar, segurando-se para não chorar].


VLADIMIR: - Espera… O que foi? [Vai atrás de Joana e consegue alcançá-la].


JOANA: - O que foi? O que foi que é melhor eu me afastar de uma vez por todas, isso não está me fazendo bem, está me matando.


VLADIMIR: - Eu não entendo, xaborrí!


JOANA: - Eu não consigo, Vladimir. Eu não consigo continuar fingindo que eu não sinto o que sinto. Eu não quero ser apenas a sua amiga. Por isso é melhor me afastar. Assim cada um poderá seguir suas vidas e…


VLADIMIR: [Beija Joana de repente].


JOANA: [Surpreende-se após o beijo] - O que foi isso? [Questiona].


VLADIMIR: - O verdadeiro amor nasce através de grandes amizades, xaborrí. Que tal recomeçarmos? [Questiona sorridente e em seguida volta a beijar Joana].        

      

Cena 04 - Fazenda Santa Clara [Interna/Noite]

[Após saber dos últimos acontecimentos, o Barão Filipe logo tratou de ir para casa e informar Carlota sobre o que tinha acontecido com Zeferino, porém se deparou com uma cena atípica.]


CARLOTA: - Ah, que bom que vosmecê chegou… Estava lhe esperando! [Diz sorridente].


BARÃO FILIPE: - Carlota… [Se surpreende ao ver Carlota champanhe, como se estivesse em meio a uma comemoração]. - Vejo que vosmecê está feliz!


CARLOTA: Feliz? Estou felicíssima… A vida não é realmente esplêndida? Vosmecê brinda comigo? [Questiona dando uma taça a Filipe].


BARÃO FILIPE: [Segura a taça] - Posso saber a quê brindamos?


CARLOTA: - Nossa união, minha sorte. [Diz ao bater a taça na de Filipe].


BARÃO FILIPE: - Não sou homem de meias palavras, por isso vou ser extremamente claro no que vou perguntar. Vosmecê tem algo a ver com o que aconteceu no tribunal, não foi? Foi vosmecê que deu cabo no capitão do mato!


CARLOTA: - Eu? [Sorri]. - Ora, de onde tirou uma sandice dessa. Eu não sou nenhuma assassina. O que aconteceu com Zeferino foi uma fatalidade, nada além disso. [Completa].


Cena 05 - Acampamento Cigano [Externa/Noite]

[Com a transição de cenas, surge o acampamento cigano. Ana Catarina e Leonora conversavam pelo lugar, quando Juvenal se aproximou.]


LEONORA: - Eu não sou ninguém para lhe julgar, minha querida. Também cometi muitos erros na minha juventude e acá estão as coisas, estou criando laços aos poucos com Antônio. Sonho com o dia em que ele me aceite e me veja como sua mãe. Dê tempo ao tempo, tudo vai se encaixar.


ANA CATARINA: - Assim espero, Leonora. [Muda de assunto ao ver Juvenal]. - Comandante Juvenal, boas noites. O que faz acá essa hora?


JUVENAL: - Boas noites! Vim apenas avisar que está tudo pronto, amanhã embarco na minha viagem para Pelotas. Eu vou encontrar o capanga de Zeferino, te prometo.


ANA CATARINA: - Tenho fé que sim, vosmecê é a minha última esperança.


LEONORA: - Faça boa viagem, comandante. Que Deus te abençoe e guie seu caminho de ida e volta. 


JUVENAL: - Certamente, senhoras. Farei muito gosto em vê-la novamente, Leonora. Até mais ver! [Conclui ao se retirar].


LEONORA: [Fica encabulada com o comentário de Juvenal].


Cena 06 - Hotel do Vilarejo [Interna/Noite]

[Ao sair de quarto onde estava passando uma estadia no hotel, Graça organizava alguns pertences na bolsa, quando notou uma conversa entre funcionários do lugar.]


GRAÇA: [Esconde-se no mezanino].


RECEPCIONISTA: - Foi, soube que ele até espumou pela boca antes de morrer. Coisa muito feia, disseram!


GARÇOM: - Que morte lamentável, morreu sem pagar pelos seus crimes. Mas é realmente muito estranho esse ataque dele do coração, nem comentaram que ele era cardíaco.


GRAÇA: - Carlota! [Fala consigo mesma através do pensamento].


Cena 07 - Casarão D’ávilla [Interna/Manhã]

[Em sua casa, Rosaura recepcionava duas visitas enquanto conversavam um pouco.]


ROSAURA: - Como vassuncê está, minha menina? Ainda muito abalada com o que aconteceu no tribunal?


ANA CATARINA: - Cada dia que passa, parecem que a Carlota tem menos chance de ir para a cadeia.


LEONORA: - Confesso que por mais que ela seja minha irmã, eu sinto a necessidade de ver a justiça sendo feita. Carlota precisa pagar por todos seus crimes.


ROSAURA: - Vamos ter paciência, o comandante é um homem de palavra, tenho certeza de que ele irá conseguir nos ajudar.


ANA CATARINA: - É a minha última esperança. Tanta incerteza está me fazendo pensar que não conseguiremos desmascarar aquela assassina. Eu ainda não engoli aquele mal súbito. 


ROSAURA: - Vassuncê acha que Carlota pode estar por trás da morte de Zeferino?


ANA CATARINA: - Não só acho, como praticamente tenho certeza de que foi ela.


[Neste momento, todas ficam em silêncio com a chegada de alguém.]


IDALINA: - Com licença, io num quero atrapalhar a prosa de vassuncê, mas é que preciso muito falar com a Dona Condessa! [Diz ao entrar com um envelope nas mãos].



Cena 08 - Casa dos Lobato [Interna/Tarde]

[Maria do Céu, Miguel, Açucena e Amália mal podiam acreditar no que estavam vendo.]


ANA CATARINA: - Acá está, isso lhe pertence meu irmão. A comprovação da sua liberdade! [Diz ao entregar sua carta de alforria].


MIGUEL: [Segura o documento emocionado] - Agora ninguém mais poderá me prender de novo.


MARIA DO CÉU: - Vosmecê está livre, como sempre deveria ter estado.

AMÁLIA: - Bendito seja Deus e vosmecê, Ana Catarina. Mas com quem o documento estava?


ANA CATARINA: - Isso não importa agora, Amália. O importante é que o Miguel está bem e está salvo. A propósito, pretende tomar alguma atitude com relação a Graça? Ela te prendeu de propósito e diante uma falsificação.


MIGUEL: - Sim, nós dois decidimos denunciá-la. [Conclui ao lado de Maria do Céu].


Cena 09 - Acampamento Cigano [Interna/Tarde]

Música da cena: Coleção - André Leonno

[Surge o acampamento cigano. Após passar o dia fora, Ana Catarina retornou ao acampamento e foi para a tenda onde estava instalada.]


ANTÔNIO: [Nota Ana Catarina em silêncio] - Que foi, vosmecê não fala mais com o seu marido? [Questiona].


ANA CATARINA: - Pensei que vosmecê não quisesse falar comigo depois de tudo o que aconteceu.


ANTÔNIO: [Aproxima-se de Ana Catarina] - Vem cá… Senta aqui. [Diz ao se sentar ao lado de Ana Catarina na cama]. - O que vosmecê fez foi muito errado e nada justifica o seu erro. Mas já sofreu uma vida toda e eu não quero mais te condenar por nada.


ANA CATARINA: [Emociona-se] - Vosmecê me surpreende com uma atitude tão nobre, Antônio.


ANTÔNIO: - A vida já nos massacrou demais, eu não quero mais passar vinte anos longe do meu amor. [Beija Ana Catarina].


Cena 10 - Igreja do Vilarejo [Interna/Tarde]

[Ângelo limpava e organizava o altar da igreja, quando notou o padre conversando com o carteiro da cidade ao receber uma correspondência. Após se despedir, o padre entrou e aproveitou para ler enquanto caminhava pelo corredor principal.]


SEMINARISTA ÂNGELO: - Alguma coisa importante na carta, padre?


PADRE JÚLIO: - Sim, é da arquidiocese.


SEMINARISTA ÂNGELO: - Problemas? [Questiona].


PADRE JÚLIO: - É sobre a cerimônia de ordenação. Seus votos serão feitos dentro de alguns meses. Eles pedem que vosmecê se mude para o mosteiro na capital. 


SEMINARISTA ÂNGELO: - Ah, é? [Responde pouco interessado].


PADRE JÚLIO: - Vosmecê não parece muito feliz com a novidade. Acredito que agora é o momento de pensar e refletir sobre o que deseja. Uma vez a decisão tomada, vosmecê não poderá mais voltar atrás. Pense nisso! [Completa deixando Ângelo sozinho].


Cena 11 - Posto Policial [Interna/Tarde]

Música da cena: Flor de Lis - Melim

[Imagens externas apresentam as ruas da cidade. Em seguida percorrem os canaviais do engenho e mostram o posto policial.]


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Então, sobre o que gostaria de fazer uma denúncia? [Questionou a Miguel, que estava acompanhado de Maria do Céu].


MIGUEL: - Toma! [Diz ao entregar o envelope]. - Acá está o documento que sempre mencionei e o senhor não acreditou. Sou um homem negro livre, médico diplomado e fui vítima de uma armação. Gostaria de saber o que o senhor vai fazer com essa falsificadora?


MARIA DO CÉU: - Também gostaria de formalizar uma denúncia. A minha tia é uma mulher cruel. Ela me manteve em cárcere privado minha vida toda, me fazendo passar por doente com o único objetivo de me roubar durante anos.


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Mas isso é muito grave! Vosmecê tem como provar? 


MARIA DO CÉU: - Pode apostar que sim, oficial. [Responde].


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Guardas! [Grita].


GUARDA 1: - Sim, senhor oficial.


OFICIAL DE JUSTIÇA: - Fiquem a postos e não saiam, estou emitindo agora um mandado de prisão em nome de Maria da Graça Lobato Ribeiro Alves. [Conclui]. 


Cena 12 - Pelotas [Interna/Tarde]

[Após desembarcar na cidade de Pelotas, Juvenal começou a buscar pelo capanga de Zeferino, que tinha trabalhado com ele na emboscada. Tratava-se de um homem de caráter duvidoso de nome Josué Pedreira.]


JUVENAL: [Entra em uma taberna e observa ao redor. Em seguida se aproxima do balcão e fala com o responsável pelo local] - Boas tardes, como vai? Eu estou procurando por um homem de nome Josué Pedreira. Soube que ele costuma frequentar esse estabelecimento. O senhor por um acaso saberia me informar se ele está acá? [Questiona].


GERENTE: - O Pedreira? Ele não sai dessa taberna, vive bebendo. Ele está bem ali! [Diz apontando para o fundo do local].


JUVENAL: - Muito bem, obrigado. [Diz ao se afastar e caminhar pelo local. Em seguida vai até a mesa onde Josué estava sentado]. - Josué Pedreira? 


PEDREIRA: - Quem gostaria? [Murmura].


JUVENAL: [Senta-se na mesa] - Alguém que vosmecê com certeza vai querer esquecer! [Diz em tom ameaçador].


Cena 13 - Hotel do Vilarejo [Interna/Tarde]

Música da cena: Acreditar no Seu Amor - Liah Soares

[Surgem imagens da cidade e em seguida o hotel da cidade. O saguão do hotel estava movimentado, quando o recepcionista encontrou com dois guardas.]


RECEPCIONISTA: - Pois, não. Como posso ajudá-los, senhores?


GUARDA: - Sim, nós queremos ver imediatamente a hóspede Maria da Graça Lobato Ribeiro Alves. Pode nos informar em qual quarto ela está? 


[No quarto, Graça contabilizava o dinheiro que havia conseguido roubar de Carlota, quando ouviu vozes se aproximar.]


GRAÇA: - O dinheiro vai acabar em algum momento, preciso tirar mais daquela vadia da Carlota. [Fica em silêncio ao ouvir vozes]. - Tem alguém vindo! [Pensa em voz alta].


[Do lado de fora do quarto, o recepcionista conduzia os guardas pelo corredor.]


RECEPCIONISTA: - Venham, é o quarto 1120. Este acá! [Diz ao parar diante a porta].


GUARDA: - Com licença. Senhora Maria da Graça, precisamos falar com vosmecê. Será que pode abrir a porta? [Bate na porta, porém ninguém abre]. - Tem certeza que ela não saiu? [Questiona].


RECEPCIONISTA: - Sim, eu tenho. Ela não passou pela recepção para deixar a chave conosco.


GUARDA: - O senhor teria uma cópia da chave?


[Neste momento vemos o quarto por dentro, quando o recepcionista abre a porta com a cópia da chave.]


GUARDA: [Olha para a porta da varanda aberta] - Não está acá, ela fugiu! Rápido, precisamos percorrer todo o quarteirão, ela não pode ter ido longe. [Diz ao sair correndo acompanhado com outro guarda].


Cena 14 - Casa dos Lobato [Interna/Noite]

Música da cena: Vilarejo - Marisa Monte

[Com a transição de cenas, podemos ver o pôr-do-sol e em seguida o anoitecer chegar. Pedro ainda não havia retornado para casa, Laura estava com Ricardo, Amália havia saído para fazer compras com Tomásia e Maria do Céu e Miguel ainda aguardavam por notícias de Graça no posto policial. Enquanto isso, Açucena estava sozinha em casa.]


AÇUCENA: [Sai da cozinha e se prepara para subir a escada quando alguém abre a porta bruscamente, assustando-a].


GRAÇA: - Eu sei que está sozinha em casa, sua cigana imunda. Não vai acontecer nada com vosmecê, eu vim apenas buscar as minhas jóias e um dinheiro no cofre. Vou fugir desse vilarejo nojento e ninguém nunca mais vai saber de mim. [Diz ao adentrar].


AÇUCENA: - Não senhora, nem mais um passo. Desta casa, vosmecê não vai tirar nada. Eu não vou ser sua cúmplice nessa fuga, depois de todas as suas maldades, daqui vosmecê só sai para a prisão. 


GRAÇA: - Ora, sua cigana imbecil… Saia da minha frente ou eu vou acabar com vosmecê! [Grita].


AÇUCENA: - Eu não tenho medo de vosmecê, sua perua metida a besta. Vosmecê acha que porque tem dinheiro, é melhor que eu. Pois eu te digo, não é! [Grita].


GRAÇA: [Se aproxima e começa a sair da escada] - Saia da minha frente! [Empurra Açucena, que segura em seu braço e as duas começam uma luta corporal].


[Graça então conseguiu se desvencilhar e subiu para o primeiro andar da casa. Açucena correu e foi logo atrás dela.]


AÇUCENA: [Se aproxima] - Não adianta, vosmecê não vai fugir… Achou que eu era fraca, não era? Mas eu sou uma romí, tenho sangue cigano nas minhas veias, sou forte e não é uma cobra como vosmecê que vai me fazer medo. [Diz ao cercar Graça no corredor].


GRAÇA: - Saia da minha frente ou eu não respondo por mim, sua cigana imunda! [Grita].


AÇUCENA: [Dá um tapa na cara de Graça] - Chega de ofender o meu povo. Chega de me olhar com desprezo e me ofender. Vosmecê não vai tirar nada da minha casa, vai sair sem nada.


GRAÇA: - Desgraçada! [Corre pra cima de Açucena].


[Enquanto se enfrentavam travando uma luta corporal, Graça esbarrou em uma mesa e derrubou um castiçal. A vela ao cair, espalhou sua chama em uma cortina e o fogo logo começou a se alastrar. Foi neste momento que Graça empurrou Açucena, que ao se desequilibrar, bate a cabeça na quina da mesa e cai no chão incosciente.]


GRAÇA: [Entra no quarto apressada] - Ninguém vai me pegar, eu não terminar os meus dias numa cadeia suja e escura. Não vou! [Corre para o cofre e o abre].


[O fogo e a fumaça começavam a se espalhar pelo andar, enquanto Açucena continuava inconsciente. Do lado de fora da propriedade, a fumaça e as chamas começavam a chamar a atenção de quem estava chegando e passava pela rua.]


MARIA DO CÉU: - Mas que fumaça é essa? [Pergunta-se impressionada ao chegar em frente a casa].


MIGUEL: - Fogo… A casa tá pegando fogo, não podemos entrar. [Desespera-se].


LAURA: - Meu Deus o que está acontecendo acá? [Questiona ao chegar correndo ao lado de Ricardo].


RICARDO: - Precisamos de ajuda para conter as chamas antes que elas se espalhem por toda casa. 


[Neste momento, Pedro surge ao chegar de viagem e derruba a mala ao avistar a casa em chamas.]


PEDRO: - Céus, o que aconteceu?


MARIA DO CÉU: - Não sabemos, acabamos de chegar…


PEDRO: [Olha em volta como se estivesse buscando alguém] - Onde está a Açucena? Cadê a minha mulher? [Questiona-se ao se desesperar por não ver a esposa].


LAURA: - Quando eu saí de casa, ela estava lá dentro e disse que não iria sair. [Responde nervosa ao perceber que provavelmente a cunhada estava dentro da casa].


PEDRO: [Aproxima-se dos portões] - Açucena! [Grita].


[A imagem congela focando em Pedro parado diante a casa em chamas, surge um efeito de uma pintura envelhecida e o capítulo se encerra].


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