SARAMANDAIA ��️ – CAPITULO
Web novela adaptada e escrita por: Luan Maciel
Baseada na obra homônima de: Dias Gomes
Produção Executiva: Ranable Webs
CENA 1: EXTERIOR. ESTAÇÃO DE TREM. PLATAFORMA.
MANHÃ
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. ZICO
ROSADO OLHA COM MUITO ÓDIO PARA VITÓRIA QUE FICA
TOTALMENTE SEM REAÇÃO DIANTE DESSE ENCONTRO.
PEDRO E ESTELA SE OLHAM SEM ENTENDER O QUE ESTÁ
ACONTECENDO COM OS SEUS PAIS.
ZICO ROSADO (nervoso): - Olha só quem resolveu aparecer?
Depois de 30 anos você volta como se não tivesse destruído a
minha vida, Vitória. Mas eu vou me vingar de você acredite.
VITÓRIA (séria): - É só nisso que você consegue pensar, Zico?
Você nunca se perguntou o que me fez ir embora dessa cidade?
Mas eu não quero discutir isso aqui. Aqui não é lugar para isso.
ZICO ROSADO: - É típico mesmo de você, Vitória. Brincou com
os meus sentimentos e agora acha que está certa. Você é
patética.
ESTELA E PEDRO FICAM NO MEIO DE ZICO ROSADO E
VITÓRIA IMPEDINDO QUE ALGO DE RUIM POSSA
ACONTECER.
ESTELA (ponderando): - Olha só o que vocês estão fazendo?
Estão discutindo por algo que aconteceu há quase 30 anos.
Vocês precisam superar essa diferença entre vocês. Não
acham?
PEDRO (concordando): - A Estela tem toda a razão. Eu não sei
o que aconteceu entre vocês no passado, mas vocês precisam
superar isso. (P) Mãe… A senhora quer me explicar o que foi
que aconteceu entre a senhora e esse homem?
ZICO ROSADO: - Então Vitória…. Vai ter coragem de contar a
verdade para o seu filho? Deixa eu te dizer uma coisa,
sujeitinho. A sua mãe não é essa santa que você está
imaginando. (P) Estela…. Vamos embora daqui. Eu já fiz o que
eu tinha que fazer.
ZICO ROSADO PEGA ESTELA PELO BRAÇO E A VAI LEVANDO
EMBORA DALI. PEDRO FICA OLHANDO PARA VITÓRIA QUE
ESTÁ TOTALMENTE MEXIDA COM ESSE ENCONTRO COM
ZICO ROSADO.
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CENA 2: INTERIOR. CASA DE LEOCÁDIA. SALA. MANHÃ
LEOCÁDIA ESTÁ PARADA NO MEIO DA SALA PENSANDO NA
CONVERSA QUE ELA TEVE COM MARCINA. NESSE MOMENTO
JOÃO GIBÃO SAI DE TRÁS DA PORTA DEIXANDO SUA MÃE
COMPLETAMENTE SURPRESA. O SEMBLANTE DE JOÃO GIBÃO
É UMA MISTURA DE TRISTEZA E ARREPENDIMENTO.
LEOCÁDIA (surpresa): - João…. Desde quando você estava
atrás dessa porta? Você ouviu toda a minha conversa com a
Marcina, não é mesmo? Eu posso imaginar o que está
pensando.
JOÃO GIBÃO (abalado): - Será que pode mesmo, mãe? Tudo
que eu mais queria era me casar e ter uma família com a
Marcina. Mas como que eu posso querer isso? E se um filho
meu com ela nascer com a mesma monstruosidade que eu
tenho nas costas?
LEOCÁDIA: - Sinceramente eu não sei o que te dizer, meu filho.
Eu gosto da Marcina, mas eu preciso te proteger do povo dessa
cidade. Eles nunca iriam entender esse seu dom.
A TRISTEZA É VISÍVEL NO OLHAR DE JOÃO GIBÃO.
LEOCÁDIA SE APROXIMA DE SEU FILHO E TENTA O
CONFORTAR.
JOÃO GIBÃO (triste): - Que dom é esse que eu preciso
esconder de todos? Isso não passa de uma maldição. Eu queria
ser normal.
LEOCÁDIA (sem palavras): - Meu filho…. Você não pode
pensar assim. Eu sei que essa corcunda nas suas costas não é
algo que você goste, mas você ainda vai ver que isso é um dom.
JOÃO GIBÃO: - Eu queria tanto acreditar nisso, mãe. Mas
infelizmente a realidade é bem diferente. Agora sim eu vou
conversar com o seu Cazuza. É algo que eu tenho que fazer.
JOÃO GIBÃO SAI DE CASA SEM OLHAR PARA TRÁS.
LEOCÁDIA FICA PENSANDO NO SOFRIMENTO DE SEU FILHO.
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CENA 3: INTERIOR. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU
CAZUZA. QUARTO DE MARCINA. MANHÃ
CLOSE EM MARCINA QUE ENTRA NO QUARTO TOTALMENTE
AOS PRANTOS. ELA SE JOGA NA CAMA E VAI CHORANDO
AINDA MAIS AO PENSAR EM JOÃO GIBÃO. NESSE INSTANTE
NARIA APARADEIRA ENTRA NO QUARTO, SENTA NA BEIRA
DA CAMA E MARCINA OLHA PARA ELA COM MUITA MÁGOA.
MARCINA (chorando): - Você está satisfeita? O João terminou
comigo por se achar que não é a pessoal ideal para me fazer
feliz. E tudo culpa desse seu preconceito surreal.
MARIA APARADEIRA (séria): - Eu tenho que admitir que pela
primeira vez aquele esquisito fez algo que preste. (P) Ele não é
homem para você. Porque não dá uma chance para o Carlito?
MARCINA: - É sério que você está falando sobre isso? Eu
prefiro ficar sozinha do que me envolver com aquele canalha
do Carlito Prata. Você está me jogando para cima dele como se
eu fosse nada. Eu pensei que tinha uma mãe, mas você é uma
carrasca.
SEM PENSAR EM SEU ATO MARIA APARADEIRA DÁ UM TAPA
NA CARA DE MARCINA. ELA LEVA A MÃO AO ROSTO
SURPRESA.
MARIA APARADEIRA (fria): - Como você é ingrata, Marcina.
Tudo o que eu faço é para o seu bem. Ninguém tem culpa se
aquele esquisito do João Gibão tem aquelas corcundas nas
costas.
MARCINA (desabafando): - É sério que eu tenho que ouvir
isso? Você e todos dessa cidade sempre humilharam o João. Ele
nunca fez nada para merecer todo esse desprezo. Quer saber
da verdade? Você não passa de uma falsa moralista.
MARIA APARADEIRA: - Isso continua defendendo esse
esquisito mesmo. Está vendo como ele te decepciona? Mas
você prefere ele do que a sua própria família. Você é uma
iludida, Marcina.
MARIA APARADEIRA SAI DO QUARTO COMPLETAMENTE
NERVOSA. A CÂMERA SE APROXIMA DE MARCINA
MOSTRANDO A TRISTEZA LATENTE NO OLHAR DELA.
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CENA 4: INTERIOR. PENSÃO "ALVORADA". RECEPÇÃO.
MANHÃ
RISOLETA VEM ENTRANDO NA PENSÃO, E ELE FICA EM
CHOQUE AO VER QUE O LOCAL ESTÁ SUJO E
COMPLETAMENTE ABANDONADO. LOGO DEPOIS ELA É
SURPREENDIDA POR OSÓRIO, O DONO DO LOCAL QUE A
CUMPRIMENTA.
ATENÇÃO: O ATOR JOSÉ AUGUSTO BRANCO FAZ UMA
PARTICIPAÇÃO COMO OSÓRIO, O DONO DA PENSÃO.
OSÓRIO (sendo cordial): - É muito bom te conhecer
pessoalmente. Então…. O que você achou da pensão? Está um
pouco judiada, mas se você dar uma geral ficará nova.
RISOLETA (sorrindo): - Essa pensão vai servir exatamente
para o que eu quero fazer. Os hipócritas dessa cidade nunca
mais vão dormir em paz depois da surpresa que eu estou
preparando.
OSÓRIO: - Você está se metendo em um ninho de cobras,
senhorita. Tem pessoas nessa cidade que prezam pelos bom
costumes. Principalmente as bestas que não vão gostar nada
do que você está planejando fazer.
RISOLETA ESBOÇA UM SORRISO. ELA FICA MUITO
CONFIANTE.
RISOLETA (firme): - Eu não estou preocupada com isso. Anos
atrás eu fui expulsa dessa cidade sem ter feito nada de grave.
Agora eu quero que esses hipócritas sintam na pele o que
passei.
OSÓRIO (compreendo): - Tudo o que eu posso te desejar é boa
sorte, senhorita. Você está querendo enfrentar a influência
que a família Rosado tem, e isso é suicídio.
RISOLETA: - Eu não me importo. Eu quero mesmo é ver o circo
pegar fogo. Eu tenho os meus motivos. Pode acreditar em mim.
OSÓRIO ENTREGA AS CHAVES DA PENSÃO PARA RISOLETA.
ELA FICA COM UM BRILHO DIFERENTE EM SEUS OLHOS.
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CENA 5: INTERIOR. IGREJA. MANHÃ
EM PLANO ABERTO A CÂMERA MOSTRA QUE ALGUMAS
BEATAS ESTÃO FAZENDO SUAS ORAÇÕES. E ENTRE ELAS
ESTÁ DONA REDONDA QUE PARECE NÃO QUERER ESTAR ALI.
NESSE MOMENTO LEOCÁDIA ENTRA NA IGREJA COM UM
TERÇO EM SUAS MÃOS. DONA REDONDA SE APROXIMA DE
LEOCÁDIAMUITA FRIEZA E DESPREZO.
DONA REDONDA (ardilosa): - O que você pensa que está
fazendo aqui, Leocádia? Você não é bem vinda nesse lugar
santo. Vá embora antes que você seja expulsa daqui.
LEOCÁDIA (séria): - E quem vai fazer isso? Você, Dona
Redonda? O meu filho tem toda a razão. Vocês não passam de
hipócritas que só sabem julgar e não compreender.
DONA REDONDA: - É exatamente por causa desse seu filho que
bl mmmmmm nnnnnnm
você não é bem vida aqui, Leocádia. Aquele seu filho é um
monstro, e ele não merece morar em nossa cidade.
A RAIVA PODE SER VISTA NOS OLHOS DE LEOCÁDIA. DOBA
REDONDA VAI SE SENTINDO CADA VEZ MAIS CHEIA DE SI.
LEOCÁDIA (firme): - E quem vocês pensam que são para dizer
essas barbaridades do meu filho? Vocês não passam de abutres
que fingem ser uma coisa que não são. Hipócritas.
O PADRE ROMEU (JOSÉ RUBENS CHACHÁ) QUE FICA ENTRE
ELAS IMPEDINDO UM CONFLITO.
PADRE ROMEU (sereno): - Eu não estou acreditando que as
senhoras estão discutindo aqui na igreja. Eu quero que essa
discussão acabe agora mesmo. Estamos entendidos?
LEOCÁDIA: - Por mim, Padre Romeu. Eu vou embora antes que
certas pessoas digam mais algum absurdo do meu filho.
LEOCÁDIA VAI EMBORA DA IGREJA SEM OLHAR PARA TRÁS.
DONA REDONDA FICA MORRENDO DE RAIVA ENQUANTO O
PADRE ROMEU A OLHA FIXAMENTE.
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CENA 6: INTERIOR. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE
ESTAR. MANHÃ
ZICO ROSADO VEM ADENTRANDO NO CASARÃO E ELE VEM
PUXANDO ESTELA PELO BRAÇO COM MUITA FORÇA. NESSE
MOMENTO HELENA (INGRA LIBERATO) QUE ESTÁ SENTADA
NO SOFÁ DE CETIM DA SALA FICA HORRORIZADA AO VER O
QUE ESTÁ ACONTECENDO. ELA TENTA AJUDAR ESTELA, MAS
ZICO ROSADO PARECE IRREDUTÍVEL.
HELENA (confusa): - Porque você está agindo dessa maneira,
Zico? Porque você está tratando a nossa filha dessa maneira?
ZICO ROSADO (enfurecido): - Você quer mesmo saber a
verdade, Helena? Então pergunta o que a sua filha estava
fazendo na estação de trem? Ela deixou ser beijada no rosto
por um canalha, e ficou parecendo uma quenga. Isso não vou
admitir.
ESTELA: - O Pedro não é nenhum canalha, pai. Eu e nem ele
temos culpa se você e a mãe dele tem uma história distorcida.
HELENA FICA EM UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR. ZICO
ROSADO FICA AINDA MAIS IRRITADO E ELE OLHA PARA
ESTELA.
ZICO ROSADO (sério): - Eu não quero saber o que você acha ou
deixa de achar, Estela. Você não vai mais se aproximar mais
daquele sujeitinho, está me ouvindo? Isso é uma ordem.
HELENA (concordando): - O seu pai está certo, minha filha.
Você sabe muito bem como o nome da nossa família é muito
importante. Então eu te aconselho a ficar longe desse rapaz.
ESTELA: - Eu não acredito que eu estou ouvindo isso. Isso não
me surpreende nenhum pouco, mãe. A senhora sempre foi
refém das vontades do meu pai. Essa relação de vocês me
enoja.
SEM PENSAR DUAS VEZES ZICO ROSADO DÁ UM TAPA NA
CARA DE ESTELA. HELENA FICA PARADA SEM REAÇÃO.
ESTELA OLHA PARA SEU PAI COM MUITA MÁGOA.
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CENA 7: EXTERIOR. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE.
ÁREA EXTERNA. DIA
UM JIPE VEM SE APROXIMANDO DA CASA GRANDE DA
FAZENDA. LOGO DEPOIS O JIPE PARA EM FRENTE A
ESCADARIA DA CASA GRANDE. VITÓRIA DESCE DO CARRO
OLHANDO TUDO AO SEU REDOR COM UM BRILHO DIFERENTE
EM SEU OLHAR. PEDRO TAMBÉM DESCE DO JIPE E FICA
ADMIRADO COM O JEITO QUE SUA MÃE OLHA PARA TUDO.
VITÓRIA (emocionada): - Finalmente!!!! Depois de todos esses
anos eu estou de volta. Nada mais vai me tirar daqui. Eu nunca
mais vou deixar que ninguém me diga o que fazer.
PEDRO (admirado): - Então essa é a fazenda do Vô Tibério? É
diferente de tudo que eu estava imaginando. Mãe…. Eu quero
que você me explique qual a sua relação com o pai da Estela.
Tem algo nessa história que não está batendo.
VITÓRIA: - Eu não quero falar sobre isso agora, Pedro. É
melhor que você não toque nesse assunto na frente do seu avô.
Entendeu? O seu avô tem uma relação complicada com a
família Rosado.
VITÓRIA VAI SUBINDO AS ESCADAS DA CASA GRANDE.
PEDRO CONTINUA PARADO SÓ OBSERVANDO A
GRANDIOSIDADE DA FAZENDA. A CÂMERA MOSTRA QUE DA
JANELA ZÉLIA ESTÁ OLHANDO TUDO ATRAVÉS DA CORTINA.
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CENA 8: INTTERIOR. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE.
SALA. DIA
CLOSE EM VITÓRIA QUE ENTRA NA SALA DA CASA GRANDE
DA FAZENDA, E FICA SEM PALAVRAS QUE EM VOLTA DE SEU
PAI TEM MUITAS RAÍZES TORNANDO ELE QUASE PARTE DO
LOCAL. VITÓRIA SE APROXIMA DE TIBÉRIO E O ENCARA
FRIAMENTE.
VITÓRIA (séria): - 30 anos…. Nesse tempo todo você nunca
ousou me procurar, pai. Todas as vezes que a gente se viu foi
por que eu senti a sua falta. Mas olha só para você.
Lamentável.
TIBÉRIO (firme): - O que você quer de mim, Vitória? Que eu
peça perdão por te afastar daquele crápula do Zico Rosado? Eu
nunca vou fazer isso. Mesmo ele sendo o pai da minha neta.
VITÓRIA: - Nunca mais fale isso, pai. A Zélia nunca vai poder
saber a verdade sobre o nascimento dela. Está me ouvindo?
TIBÉRIO CONCORDA COM A CABEÇA. VITÓRIA COMEÇA A
ANDAR DE UM LADO PARA O OUTRO BEM INCOMODADA.
VITÓRIA (desabafando): - Eu encontrei aquele infeliz do Zico
Rosado na estação de trem. Como eu pude me enganar tanto
assim com ele, pai? Eu amava aquele homem. Mas ele me
iludiu.
TIBÉRIO (ponderando): - Eu tentei te avisar para não se
envolver com esse canalha, minha filha. Agora você sabe quem
ele é.
VITÓRIA: - Tudo o que eu quero é afastar o meu filho da filha
dele. Eles não podem voltar a se ver. (P) Você tem que me
prometer uma coisa, pai. A Zélia nunca pode saber do meu
envolvimento com o Zico Rosado. Isso não pode acontecer.
TIBÉRIO CONCORDA COM A CABEÇA. TIBÉRIO PARECE
SATISFEITO COM A DECISÃO DE VITÓRIA. NESSE MOMENTO
ZÉLIA VEM DESCENDO AS ESCADAS DA SALA COM UM
SEMBLANTE MISTO DE SURPRESA E DECEPÇÃO.
A IMAGEM CONGELA NO OLHAR IMPACTANTE DE VITÓRIA.
AOS POUCOS A IMAGEM VAI GANHANDO UM EFEITO COMO
SE A IMAGEM SE TRANSFORMASSE EM UMA MOLDURA.
Obrigado pelo seu comentário!