CAMINHOS
novela de MIGUEL VICTOR
direção geral RICARDO WADDINGTON
CAPÍTULO 25 - ÚLTIMA SEMANA
CENA 01. CASA YEDDA. SALA. DIA
Yedda e Milton estão sentados no sofá, assistindo televisão. A expressão de Yedda se
transforma em choque e indignação ao ver uma notícia na TV.
Televisão: E na feira de tecnologia deste ano, o renomado Dr. O'Bryan apresentou seu mais
recente projeto revolucionário, o LUNNA. Uma inteligência artificial capaz de realizar
diversas tarefas e interações com os usuários.
Yedda aperta o controle remoto, aumentando o volume da TV.
Yedda: O que é isso? O LUNNA é meu projeto! Eu que o criei, não o Dr. O'Bryan!
Milton, surpreso, olha para Yedda, tentando entender a situação.
Milton: Como assim, Yedda? O que está acontecendo?
Yedda se levanta do sofá, com os olhos cheios de indignação.
Yedda: Milton, eu trabalhei por anos no desenvolvimento do LUNNA. Era minha criação,
minha ideia. E agora o Dr. O'Bryan está levando todo o crédito por algo que não é dele!
Milton se levanta também, se aproximando de Yedda, tentando acalmá-la.
Milton: Yedda, isso é grave. Se o LUNNA é realmente seu projeto, você precisa ir procurar o
Dr. O'Bryan e resolver isso.
Yedda respira fundo, sentindo-se determinada.
Yedda: Você está certo, Milton. Não vou permitir que ele se aproveite do meu trabalho e do
meu talento. Vou procurar o Dr. O'Bryan e ele vai ter que me dar muitas explicações.
Milton segura as mãos de Yedda, demonstrando apoio.
Milton: Calma, meu amor. Eu estarei ao seu lado, apoiando você em cada passo dessa
batalha.
Yedda sorri, agradecida pelo apoio de Milton.
Yedda: Obrigada, Milton. É bom saber que tenho alguém em quem posso confiar nesse
momento tão difícil.
Os dois se beijam.
CORTE:
CENA 02. CASA GLÓRIA. SALA. DIA
Glória está sentada no sofá, abatida, enquanto Rebeca se aproxima dela, segurando sua
bolsa e uma expressão preocupada.
Rebeca: Mãe, sei que está sendo difícil lidar com a separação do papai, mas precisamos
nos animar um pouco. Que tal irmos às compras juntas?
Glória olha para Rebeca, seus olhos marejados refletindo a tristeza que a consome.
Glória: Rebeca, não sei se tenho ânimo para sair de casa hoje. Estou me sentindo tão
vazia...
Rebeca se aproxima mais de Glória e senta-se ao seu lado no sofá, colocando a mão no
ombro dela com carinho.
Rebeca: Mãe, entendo como se sente, mas ficar aqui sozinha só vai piorar as coisas.
Precisamos nos distrair um pouco, mudar o foco. E, quem sabe, encontrar algo que traga
um pouco de alegria.
Glória olha para Rebeca, seus olhos vermelhos demonstrando vulnerabilidade.
Glória: Talvez você esteja certa. Preciso tentar me reerguer e seguir em frente. Vamos,
então, às compras.
Rebeca sorri, satisfeita com a resposta da mãe, e se levanta, estendendo a mão para
ajudá-la a levantar.
Rebeca: Ótimo! Tenho certeza de que encontraremos coisas maravilhosas para levantar o
seu astral. Vamos, mãe, eu estou aqui com você.
Glória segura a mão de Rebeca, sentindo-se apoiada pela filha.
Glória: Obrigada, minha querida. Sua presença é o meu maior conforto neste momento
difícil.
As duas se encaminham para a saída da sala, unidas.
CORTE:
CENA 03. METRÔ. DIA
Gabi está sentada em um dos assentos do metrô, olhando distraída pela janela. O trem
para em uma estação e Juliano entra no vagão, seus olhos encontram os de Gabi, mas ele
rapidamente desvia o olhar.
Gabi: Juliano...
Ela tenta chamar a atenção dele, mas ele continua fingindo que não a reconhece, evitando
contato visual. Gabi levanta-se, decidida, e vai em direção a Juliano, que faz um movimento
sutil para evitar o encontro. Ela se aproxima mais, sua expressão refletindo esperança e
ansiedade.
Gabi: Juliano, sou eu... Gabi. Podemos conversar?
Juliano finge surpresa, olhando para Gabi como se a visse pela primeira vez.
Juliano: Desculpe, acho que você está me confundindo com outra pessoa. Não sei quem é
você.
Gabi fica chocada com a atitude de Juliano, seu coração partido diante da rejeição. Ela
tenta conter as lágrimas, mas uma única lágrima escapa de seus olhos.
Gabi: Você... não se lembra de mim? Dos momentos que passamos juntos? Eu achei que
fosse algo especial...
Juliano desvia o olhar, visivelmente desconfortável com a situação.
Juliano: Olha, desculpe se dei essa impressão. A verdade é que não estou interessado em
reviver o passado. Preciso seguir em frente.
Gabi engole o choro, seu coração partido pela rejeição de Juliano. Ela recua, desolada, e
volta para seu assento no metrô, enquanto Juliano se afasta, evitando qualquer contato
visual.
CORTE:
CENA 04. LOJA DE ROUPAS. DIA
Glória e Rebeca entram na loja de roupas movimentada, com várias araras cheias de peças
coloridas e elegantes. A música animada ecoa pelo ambiente. Glória olha empolgada ao
seu redor, examinando as roupas expostas. Rebeca segue atrás dela, sorrindo com a
animação da mãe.
Rebeca: Mãe, olha só essas blusas! Acho que vão ficar lindas em você.
Glória: Verdade, Rebeca. Vamos experimentar algumas peças e ver como ficam.
Elas se dirigem para o provador, onde Glória começa a experimentar algumas roupas,
enquanto Rebeca ajuda a selecionar outras opções. Enquanto Glória está de costas para o
espelho, ajustando uma saia, o vendedor Alex se aproxima, oferecendo sua assistência.
Alex: Olá, posso ajudar em algo? Está procurando algo específico?
Glória vira-se, surpresa com a presença de Alex. Seus olhares se encontram, criando uma
conexão instantânea.
Glória: Ah, não... só estou experimentando algumas roupas. Mas obrigada pela oferta.
Alex continua a observar Glória, intrigado por sua presença e beleza.
Alex: Bom, se precisar de alguma opinião, estou à disposição. Você parece ótima em tudo
que experimenta.
Glória sorri, sentindo-se lisonjeada pelo elogio.
Glória: Muito obrigada. Acho que vou precisar de uma segunda opinião.
Rebeca, que estava observando a interação de longe, sorri e se afasta para dar espaço aos
dois. Alex e Glória continuam a conversa, trocando sorrisos e elogios.
CORTE:
CENA 05. SALA DE DR. O'BRYAN. DIA
Yedda entra na sala de Dr. O'Bryan, com o rosto cheio de indignação. Ela fecha a porta com
força e se posiciona diante dele, determinada.
Yedda: Dr. O'Bryan, quero explicações! Descobri que você roubou o meu projeto, o LUNNA!
Como pôde fazer isso?
Dr. O'Bryan: Ah, Yedda, você finalmente descobriu! Parabéns pela sua perspicácia. Mas o
que você esperava? Na indústria da tecnologia, não há espaço para ingenuidade.
Yedda aperta os punhos, lutando contra a raiva que a consome.
Yedda: Você é um ladrão! Um trapaceiro! Eu coloquei todo o meu coração e conhecimento
nesse projeto, e você o roubou descaradamente!
Dr. O'Bryan: Oh, por favor, Yedda. Como se você fosse a única mente brilhante por trás do
LUNNA. Você acha que é a única capaz de criar algo grandioso? Eu apenas peguei o que
era meu por direito.
Yedda, incapaz de conter sua fúria, avança em direção a Dr. O'Bryan e o esbofeteia com
força. Ele é pego de surpresa e toca o rosto, incrédulo.
Yedda: Eu vou provar para o mundo que você é um traidor, um ladrão de ideias. Não vou
descansar até que todos saibam a verdade!
Dr. O'Bryan: Boa sorte, Yedda. Mas saiba que você é apenas uma pequena peça em um
jogo muito maior. E, no final, ninguém se importa com quem veio com a ideia primeiro. E
lembre que sua palavra, uma mulher antiética que acabou de ferir os sentimentos de uma
pobre garota do subúrbio, não vale de nada.
Yedda olha para Dr. O'Bryan com desdém, recuando alguns passos.
Yedda: Você pode ter roubado meu projeto, mas não pode roubar minha coragem e minha
vontade de lutar. Prepare-se, Dr. O'Bryan, porque você vai se arrepender amargamente do
dia em que cruzou o meu caminho.
Yedda saindo da sala de Dr. O'Bryan, deixando-o para trás com sua arrogância e falsidade.
CORTE:
CENA 07. CAFETERIA. NOITE
Gabi e Cris estão sentados em uma mesa na cafeteria, tomando suas bebidas. Gabi parece
abatida e Cris nota sua expressão triste.
Cris: Gabi, você está diferente. Aconteceu alguma coisa?
Gabi: Cris, eu encontrei o Juliano no metrô hoje e tentei falar com ele, mas ele agiu como se
não me conhecesse. Ignorou completamente a minha presença.
Cris franze a testa, preocupado com a revelação de Gabi.
Cris: Sinto muito, Gabi. Sei que vocês tiveram um relacionamento complicado, mas que
ainda há sentimentos envolvidos.
Gabi abaixa a cabeça, visivelmente triste.
Gabi: Eu pensei que tivéssemos superado tudo, e tenho tanto medo dessa reação dele ser
por puro preconceito. Mas parece que ele ainda guarda ressentimentos ou simplesmente
não quer mais ter nada a ver comigo.
Cris: Gabi, talvez ele precise de mais tempo para processar tudo o que aconteceu entre
vocês. E você também precisa se permitir seguir em frente.
Gabi olha nos olhos de Cris, sentindo-se reconfortada pela sua presença.
Gabi: Você está certo, Cris. Eu preciso me concentrar em mim mesma e deixar o passado
para trás. Afinal, é você quem tem estado ao meu lado, me apoiando e me fazendo feliz.
Cris sorri, sentindo-se aliviado ao ver Gabi recuperando o ânimo.
Cris: E estarei sempre aqui, Gabi, para te apoiar e te fazer sorrir. Você merece alguém que
valorize todo o amor e carinho que tem para oferecer.
Gabi sorri de volta, sentindo-se grata pela presença reconfortante de Cris.
CORTE:
CENA 07. CASA CLARA. BANHEIRO. NOITE
Cassandra entra no banheiro, carregando uma expressão cansada e preocupada. Ela está
prestes a iniciar seu banho quando percebe algo incomum. Ela olha para baixo e vê sangue
saindo de sua parte íntima. Seus olhos se arregalam de choque.
Cassandra: Não... não pode ser...
Ela corre para o espelho, apoiando-se na pia enquanto sua respiração se torna ofegante.
Lágrimas começam a encher seus olhos enquanto ela percebe o que está acontecendo. Ela
está perdendo seu filho. Cassandra cai de joelhos no chão do banheiro, desesperada. Ela
agarra seu ventre, como se pudesse segurar o bebê, como se pudesse reverter o que está
acontecendo.
Cassandra: (gritando) Socorro! Alguém, por favor, me ajude!
Seus gritos ecoam pelo banheiro, carregados de angústia e desespero. Ela continua a
gritar, enquanto lágrimas rolam pelo seu rosto.
CORTE:
FIM DO CAPÍTULO 25
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