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AMOR DE VERÃO - Capítulo 11




CENA 01: COMPANHIA DE TEATRO. ESCRITÓRIO DE ROSE. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. Daniel aguarda uma resposta de Rose, que está nervosa.


DANIEL – E então? Você vai hoje à noite?

ROSE – Daniel, você me pegou de surpresa…/

DANIEL – Tudo bem, Rose. Eu já entendi, você não vai.


Daniel dá as costas para ela e se prepara para deixar a sala.


ROSE – Espera.


Daniel volta para ela.


ROSE – Eu vou. Só me diz o endereço e o horário, que eu irei aparecer.

DANIEL – Certo. Muito obrigado por aceitar ir.


CENA 02: COMPANHIA DE TEATRO. SALÃO. INTERIOR. DIA

André anda até Marina com duas garrafas de água na mão e lhe entrega uma garrafa.


MARINA – Obrigada, tava precisando.


Os dois dão um gole na água.


MARINA – Tava pensando aqui na gente ir para a minha casa já que amanhã não tem ensaio, o que você acha?

ANDRÉ – Ah, eu acho ótimo, mas tem um problema.

MARINA – Como assim? Que problema, André?

ANDRÉ – O Henrique.

MARINA – Ah…

ANDRÉ – Você sabe que ele é bem ciumento, será que não vou arrumar problema entre vocês com isso?

MARINA – Não vai ter problema nenhum, relaxa. Ele vai entender.

ANDRÉ – Eu espero.


CENA 03: COMPANHIA DE TEATRO. LANCHONETE. INTERIOR. DIA

O garçom chega até a mesa de Henrique e Bárbara com um caderno de anotações.


GARÇOM – Bom dia, o que desejam?

HENRIQUE – Eu quero o 37 sem o cheddar, por favor.

GARÇOM – Certo, anotado, e a senhora?

BÁRBARA – Só uma água, por favor.

GARÇOM – Tudo bem, já trago.


O garçom sai da mesa em direção a cozinha.


BÁRBARA – Henrique, cadê a Marina?

HENRIQUE – Não sei, deve estar lá fora.

BÁRBARA – Com certeza deve estar com o André, né?

HENRIQUE – Bárbara eu não posso obrigar ela a vir comigo lanchar aqui.

BÁRBARA – Você precisa agir com mais firmeza com ela, não deixar ela tão perto do André.

HENRIQUE – Você tá querendo que eu afaste eles porque tá gostando do bonitão, né?

BÁRBARA – Eu tenho um sentimento por ele sim, mas eu quero te ajudar, Henrique.

HENRIQUE – Tá, Bárbara. Vou fingir que acredito (Ri).


CENA 04: CASA ROSADA. ESTUDIO FOTOGRÁFICO. INTERIOR. DIA

GABRIELA – As fotos ficaram ótimas, depois eu coloco elas reveladas na recepção para você pegar.

JÉSSICA – (Se aproximando) Hm, mas eu acho que queria pegar outra coisa…

GABRIELA – Ai não, Jéssica, não vem com essa, primeiro você diz pra a gente se distanciar agora tá flertando comigo? Eu não consigo entender a sua mente.

JÉSSICA – Não precisa disso tudo, tá bom? Tô indo embora, tchau.


Jéssica sai do estúdio deixando Gabriela mais intrigada do que ela já estava.


CENA 05: APARTAMENTO DE RENATA. SALA. INTERIOR. DIA

Jéssica abre a porta do apartamento e se depara com Caio e Renata sentados no sofá..


JÉSSICA – O que é isso? Vocês dois estão fazendo o que aí?

CAIO – Eu vim aqui para te esperar.

JÉSSICA – Ué? Esperar o que? A gente nem marcou nada.

RENATA – Eu disse pra ele que hoje ia ter um ensaio seu e você não avisou ele.

CAIO – Sim, você não me avisou por que?

JÉSSICA – Caio e mãe, eu já estou no meu limite de falar para vocês dois que eu sou uma mulher adulta, eu não devo satisfações do que eu faço a ninguém, se eu saí sozinha até o meu trabalho para receber o meu dinheiro isso só cabe a mim. Por favor, né Caio? Parece que não tem nada para fazer e fica o dia inteiro atrás de mim, eu já estou saturada e cansada e vocês dois, me superem!


Com uma expressão irritada, Jéssica vai até o seu quarto e bate à porta com força. Caio e Renata se entreolham, preocupados.


ABERTURA:



CORTE:


CENA 06: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

Anoitece. CAM mostra visão aérea dos principais pontos da cidade maravilhosa. Corta para a fachada da Mansão de Paula.


CENA 07: MANSÃO DE PAULA. SALA DE JANTAR. INTERIOR. NOITE

Paula e Fernando sentam à mesa para jantar. A empregada termina de servi-los e volta para a cozinha.


FERNANDO – A Miriam não vai jantar?

PAULA – Ainda não chegou da faculdade, está terminando um trabalho.

FERNANDO – Que bom que ela voltou a se empenhar nos estudos.

PAULA – Nossa filha está crescendo, Fernando.

FERNANDO – O que quer dizer com isso?

PAULA – Quero dizer que em pouco tempo ela se forma e vai começar a trabalhar na sua empresa.

FERNANDO – Onde você quer chegar?

PAULA – Não acha que ela deseja ter independência? Ter a própria casa?

FERNANDO – Ela nunca me falou nada sobre isso, falou pra você?

PAULA – Já comentou.

FERNANDO – Bom, nós podemos financiar um apartamento para ela…

PAULA – Por que financiar, se você já tem um disponível?

FERNANDO – Que apartamento disponível eu tenho, Paula?

PAULA – O da Ilana. Você realmente vai entregá-lo de mão beijada para aquela mulher?

FERNANDO – Aquele apartamento é tão da Ilana quanto meu.

PAULA – Ah, você vai defender ela agora, é? O casamento de vocês é em separação parcial de bens, você pode muito bem lutar por aquele apartamento.

FERNANDO – A Ilana só tem aquele apartamento para morar, Paula. Eu já tenho essa casa.

PAULA – Ela que vá trabalhar e compre um apartamento para ela. Você não pensa na nossa filha?

FERNANDO – Paula, eu acho melhor encerrarmos essa conversa. 

PAULA – Ah, claro, porque pra você é sempre mais confortável fugir dos seus problemas. (P) Perdi o apetite. 


Paula dramatiza, levantando de sua cadeira e indo embora para o quarto, deixando Fernando para trás. 


CENA 08: RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE

Daniel e André chegam ao restaurante e são levados pela recepcionista até à mesa que reservaram, onde se acomodam.


ANDRÉ – Será que ela vem mesmo, pai?

DANIEL – Ela prometeu.


TRILHA SONORA: Ana Carolina - Se Essa Rua Fosse Minha (até a cena 10)


André fica apreensivo. Daniel tenta disfarçar o nervosismo.


CENA 09: CASA DE ROSE. SUÍTE. INTERIOR. NOITE

Rose está de frente para o espelho encarando o vestido que colocou. A mulher começa a colocar seus acessórios e a se maquiar. Em um corte, está totalmente pronta. Ela senta-se na cama e começa a pensar nas mil possibilidades que podem haver ao encontrar Daniel e André. Rose inicia uma crise de ansiedade e começa a chorar incontrolavelmente. A mulher deita em posição fetal e retém-se em suas lágrimas. 


CENA 10: APARTAMENTO DE ILANA. INTERIOR. NOITE

Ilana está sentada no sofá da sala e começa a lembrar da conversa que teve com Vicente.


FLASHBACK ON


ILANA – Enquanto ainda fazia faculdade, acabei conhecendo o Fernando e logo começamos a namorar. Quando me formei, já estava para casar e aí… dediquei vinte anos da minha vida a um casamento de fachada e esqueci de mim mesma.

VICENTE – Nossa, Ilana, nem sei o que dizer. Eu até me identifico um pouco com você, apesar de nossas situações serem em contextos completamente diferentes. Bem, se você quiser, pode fazer parte da companhia. Afinal, nunca é tarde para começar. 

ILANA – Você tá falando sério?

VICENTE – Seríssimo.

ILANA – Vicente, eu adoraria. Mas, para você, não vai ter nenhum problema em eu ser amiga da Helena?

VICENTE – É claro que não. Isso não tem nada a ver.

ILANA – Muito obrigada, de verdade.


Ilana não consegue conter sua felicidade. Vicente sorri e segura na mão dela, demonstrando apoio. Eles trocam olhares.


FLASHBACK OFF


ILANA – Já pensou… eu nos palcos?


Ela esboça um sorriso e começa a se imaginar encenando uma peça de teatro nos palcos.


CENA 11: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. NOITE

Ana está sentada ao sofá, de pijama, e preparada para assistir um filme. Helena desce as escadas, também preparada para dormir, e chega na sala.


HELENA – Vai assistir o quê?

ANA – Como se fosse a primeira vez.

HELENA – Ih, tá romântica, é?

ANA – Pior que sim.

HELENA – Acho que vou assistir com você também. 


Helena senta ao lado da filha e se cobre com a mesma coberta dela.


ANA – Ai, mãe, acho que estou realmente apaixonada.

HELENA – Acha ou tem certeza?

ANA – Tenho certeza. Sinto que ele é o homem da minha vida.

HELENA – Então, meu amor, aposte todas as suas fichas! Vai fundo nesse relacionamento e não perca tempo. Se é amor, tem que ser vivido. 

ANA – Você sempre sabe usar as melhores palavras, né, dona Helena?

HELENA – Experiência, meu amor. Experiência. 

ANA – Vamos assistir ao filme?

HELENA – Pode dar play!


CENA 12: RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE

As horas vão passando. O garçom vai e volta na mesa de Daniel e André, esperando que eles façam o pedido, até o momento em que fazem. Eles jantam juntos e mais um tempo se passa, o restaurante está esvaziando e o garçom recolhe os pratos da mesa.


ANDRÉ – Ela não vem.

DANIEL – Calma, filho/

ANDRÉ – Que calma o quê, pai?! Esse jantar foi um erro, era óbvio que ela não viria.

DANIEL – Não acredito que a Rose fez isso…

ANDRÉ – Já era de se esperar vindo dela.

DANIEL – Não quer esperar mais um pouco?

ANDRÉ – Você não já cansou de ser feito de idiota, não, pai?


TRILHA SONORA: Instrumental - Ternura (até a cena 14)


Daniel abaixa a cabeça. André seca as lágrimas que escorrem por seu rosto. O garçom chega na mesa e Daniel paga a conta. Na sequência, os dois se levantam e se abraçam, seguindo o caminho até o exterior do restaurante.


CENA 13: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA

Amanhece. CAM transita pela orla do Leblon, as pessoas começam a se movimentar pelo calçadão e os carros tomam espaço das avenidas. O céu está azul e ensolarado. Corte para a Mansão de Paula.


CENA 14: MANSÃO DE PAULA. SALA. INTERIOR. DIA

Miriam está se preparando para sair. A jovem sente um cansaço e senta no sofá para respirar. Seu rosto está meio pálido. Paula chega na sala e, ao notar a presença da filha, vai correndo até ela, sentando-se ao seu lado.


PAULA – Seu pai já saiu?

MIRIAM – Já. 

PAULA – (notando) Você tá pálida, minha filha. O que aconteceu?

MIRIAM – Não comi direito. 

PAULA – Por que não?

MIRIAM – Falta de apetite.

PAULA – Antes de sair, coma alguma coisa, viu?! Não pode ficar de barriga vazia, senão não se sustenta em pé. 

MIRIAM – Tá bom, tá bom. Mas o que a senhora quer falar comigo?

PAULA – Você precisa me ajudar a convencer seu pai de uma coisa.

MIRIAM – Que coisa?


TRILHA SONORA: Instrumental - Armações (até a cena 15)


PAULA – Miriam, me escuta, você tem que dizer a ele que quer sair de casa e ter sua independência. 

MIRIAM – Mas quem disse que eu quero isso agora?

PAULA – Eu estou dizendo.

MIRIAM – Mãe, onde você quer chegar com isso?

PAULA – O seu pai quer deixar o apartamento pra Ilana no processo de divórcio, e eu não posso permitir que isso aconteça. Não irei aceitar perder pra ela.

MIRIAM – Perder o quê, dona Paula?

PAULA – Perder algo que pode ser nosso! Já pensou você morando naquele apartamento luxuoso, em um condomínio nota dez?

MIRIAM – (imaginando) Acho que você está começando a me convencer…

PAULA – Então, boba! Faz o que eu estou te falando e vai ser sucesso.

MIRIAM – Tudo bem. Eu vou te ajudar!

PAULA – A Ilana não perde por esperar…


A mulher dá um sorriso malicioso e Miriam acha graça. Close no olhar determinado de Paula.


CENA 15: COBERTURA DE HELENA. SALA. INTERIOR. DIA

Helena desce as escadas e Ana já está na sala, arrumada para ir trabalhar. Helena está com uma fotografia em mãos. Ana nota.


ANA – O que é isso?

HELENA – Você não queria ver o rosto do grande amor da minha vida? Então, eu encontrei essa foto há pouco tempo e separei pra te mostrar. Acabei esquecendo, mas agora aqui está. 

ANA – Ai, meu Deus…


Helena fica ao lado da filha, respira fundo, e entrega a foto para ela. Ana, que estava com um sorriso no rosto, expressa confusão em seu rosto. Aquele jovem da foto lembra muito Celso. 


HELENA – E aí, o que achou dele?

ANA – Muito bonito… Qual o nome dele?

HELENA – Celso. (P) Celso de Sá. 


Os olhos de Ana arregalam e ela começa a associar tudo. Close no rosto da jovem mulher, que tenta disfarçar o nervosismo.


ENCERRAMENTO (ao som de Adriana Calcanhotto - Devolva-me):





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