Budapeste – Hungria
Cena 01 – Ruas da Hungria – Noite
As luzes tomam conta das ruas da Hungria, há um movimento intenso. Uma música com batida EDM toma conta da cena inteira, acompanhando o agito das pessoas. Os carros em alta velocidade iluminam as avenidas com as luzes de seus faróis.
Cena 02 – Galpão – Int. – Noite
Luca está amarrado à cadeira, onde as suas vestes estão rasgadas e seu rosto aparenta estar cheio de hematomas. Há o eco de um salto que toma conta de todo o galpão, fazendo com que Luca fique transtornado, buscando forças, as quais ele já não tinha.
Uma bela mulher surge, deixando as sombras para trás.
Barbara: Está gostando do show, meu amor? Isso é apenas o ato de abertura
Luca: Como você ousa fazer tudo que fez e ainda...
Barbara: CALA A BOCA!
Ela dá uma bofetada na cara de Luca e logo em seguida cospe, deixando o rapaz completamente sem reação. Close em Barbara que retira um canivete de seu bolso e começa a passar lentamente no rosto de Luca.
Barbara (sussurrando): Você é um criolozinho de merda. A sua raça não deveria estar nesse país. É por isso que a gente precisa limpar essa nação de pessoas como você.
Luca(com a voz embargada): Sua racista!
Barbara (grita): Cala a Boca! Presta atenção(segurando o queixo de Luca). Hoje é o seu último dia de vida aqui, mas não se preocupe que a sua morte não será em vão, todos da sua cor vão pensar duas vezes antes de vir pra cá.
Ela crava o canivete no peito de Luca que arregala os seus olhos em uma mistura de medo, dor e surpresa. O corpo do rapaz cai da cadeira e Barbara fica ali admirando a morte dele lentamente
Barbara: Merdinha.
Barbara admira o seu canivete com sangue. Ela de repente percebe que há uma mancha de sangue em sua roupa e fica furiosa
Barbara: Até nos últimos segundos essa desgraça me dá trabalho. Desgraçado!
Ela grita pavorosamente, é possível perceber que o grito parece ser muito mais alto do que realmente é, por conta do eco. Ali mesmo, alguns metros de distância, a mochila de Barbara está. Close nela que se dirige até a sua mochila e pega algo que parece ser um papel.
Barbara volta para perto do corpo de Luca e coloca o papel dentro da boca do jovem. Ela amarra os seus cabelos e sai de cena lentamente.
Amanhece o dia em Budapeste/ Avenidas Movimentadas
Cena 03 – Clinica Veterinária – Sala de Exames – Int.
Emese está examinando um cachorro da raça Buldogue, ela prescreve um medicamento em um papel e entrega para a dona do cachorro.
Emese: Ele está bem, mas está com a glicose alta. Aconselho que você mude radicalmente a alimentação dele para alimentos mais leves. Esse remédio vai ajudar a controlar a pressão dele também. Sempre que possível, dê um jeito de fazer uma caminhada com ele.
A mulher assente, pega seu cachorro e sai da sala. Emese ajeitava algumas coisas, Gabor bate duas vezes e pede permissão para entrar na sala e Emese permite.
Emese faz o gesto para que Gabor sente-se e ambos sentam ao mesmo tempo e continuam com a conversa.Emese(surpresa): Gabor! A Que devo a honra da sua visita? A última vez que eu te vi, você ficou me devendo um chopp
Gabor: Eu vim falar com você sobre um assunto que está me incomodando muito.
Emese: Agora você está me deixando curiosa e também nervosa. Sente-se
Gabor: O Konrad conseguiu internar a Ilona em uma Clínica Psiquiátrica.
A sobrancelha de Emese arqueia e não parece acreditar no que está ouvindo.
Emese (surpresa): O quê? Isso é bizarro. Por que ele fez isso?
Gabor: Você sabe muito bem que o seu primo é ambicioso e tudo que ele quer na vida é dinheiro e conseguir que a empresa da sua tia seja dele. Aquele crápula conseguiu uma liminar na justiça alegando que a mãe não tem condições mentais de cuidar da própria fortuna
Emese levanta-se da cadeira e começa a andar pela sala e se exalta.
Emese: Não posso acreditar que ele foi capaz de fazer isso! Eu não posso permitir que ele suje a imagem da Tia Ilona! Desde criança ele sempre foi um crápula! Quando eu era pequena ele simplesmente matou o gato que a Tia Ilona deu pra mim. Isso não vai ficar assim.
Emese tira seu jaleco e pega sua bolsa e sai da sala com Gabor.
Cena 04 – Casa de Barbara – Quarto – Int. – Dia.
Barbara acorda e logo em seguida vai para o seu banheiro escovar os dentes. Ao finalizar, ela tira sua blusa, a nudez é explícita, uma tatuagem fica visível na região do cóccix. Close na tatuagem que mostra o símbolo “SS”*. Seu telefone toca e ela bufa.
Barbara (Tel.): O que você quer a essa hora da manhã?
Konrad (Tel.): Eu já consegui a liminar atestando que a minha mãe é completamente birutinha (ele dá uma risada)
Barbara: E a sua queridinha prima Emese já está sabendo disso? Ela pode ser uma pedra no seu sapato, afinal, vocês foram criados como irmãos.
Konrad: Ela não vai fazer nada contra mim. O juiz é um amigo de velha data, ele estava me devendo um favor e chegou o momento de retribuir.
Barbara(Solta um suspiro): Espero que você seja esperto e faça a transferência do dinheiro o mais rápido possível... Mas o que eu quero saber é se a polícia já encontrou o corpo no galpão.
Konrad: Já sim! Vão tentar buscar as câmeras de segurança ao redor. Você tem certeza que não tem como ter sido flagrada, certo?
Barbara: Seria muito melhor se eles me encontrassem. Estou precisando de um pouco de agito na minha vida, não aguento mais ficar fazendo essas coisas escondidas.
Konrad: Em breve tudo vai acabar, minha irmã. Nós iremos salvar essa nação. Temos um aliado poderoso nessa guerra. O Senador Fridrich está do nosso lado.
Cena 05 – Monster Grill – Int. – Tarde.
A música “Indestructible da Robyn” toca no local, o qual está mais ou menos cheio. A sonoplastia vai ficando mais abafada. Frank bebia no balcão e Otávio chega e pede uma bebida. A música dura até o final da cena
Frank: Otávio? Não esperava ver você por aqui tão cedo
Otávio: Pois é, eu estava passando e eu resolvi beber um pouco para colocar os pensamentos no lugar as ideias. Mas acho que quem não larga esse lugar aqui é você, não é? (risos)
Frank(um sorriso de canto de boca): Não, o lugar que não larga de mim.
Otávio: Como está a relação da sua irmã com os seus pais?
Frank baixa a cabeça e segura o copo de Whisky com a mão esquerda. É possível ver uma lágrima caindo em sua perna e molhando sua calça.
Frank(lacrimejando): Eu não sei, cara. Meus pais estão escondendo tudo de mim. Eles não conseguem perdoa-la.
Otávio: Sua irmã teve todo direito de fazer o aborto! O corpo é exclusivo dela, seus pais não tem que dar palpite em nada.
Frank(range os dentes): Não precisa me dizer algo que eu já sei, Otávio. O Clima lá em casa não está dos melhores... e... e eu nem sei aonde a Vitória está!
Otávio: Vocês devem estar passando por uma barra, não é?
Otávio coloca a mão no ombro de Frank que aceita o carinho.
Frank: Sim..
Otávio: Me desculpa por ter feito qualquer tipo de comentário, eu juro que jamais gostaria de me intrometer em um assunto tão familiar assim.
Frank: Sim, mas não tem problemas. A cidade inteira não para de comentar. Aquele lixo de jornalzinho de esquina, todo dia posta uma manchete diferente com a Vic... “A Herdeira do Império Tóth faz aborto”
Otávio: Vai ficar tudo bem, eu prometo! Isso é só uma fase, de verdade!
Otávio desce do seu banco e abraça Frank de maneira apertada, os dois saem do abraço e se olham um pouco. Ao fundo, um homem branco e alto com tatuagens em seu braço observa a cena.
Cena 06 – Mansão dos Bartha – Sala. – Int. – Tarde.
Emese chega abrindo a porta com tudo, seguida por Gabor que a acompanha. Ela começa a berrar e ao seu lado, em uma mesa de centro, pega um vaso e o joga no chão.
Emese (Berrando): Cadê? Cadê aquele cafajeste? Eu quero que ele olhe na minha cara e tenha a coragem de falar olhando nos meus olhos que internou a Tia Ilona em uma clínica
Eva parece surgir da copa e vai de encontro para ver a cena apavorada. Emese se aproxima.
Emese: Cadê o seu patrão?
Eva(assustada): O Konrad está tomando banho, ele está se preparando pra sair.
Emese: Tomando banho? Ele vai sair nu de lá, porque eu vou subir e irei acabar com ele.
Emese sobe as escadas e, é seguida por Eva e Gabor que tentam impedi-la, mas é em vão. A cena corta para a seguinte já no quarto de Konrad.
Cena 07 – Mansão dos Bartha – Quarto de Konrad. – Int. – Tarde.
Emese entra no quarto. Close nela se dirigindo até o close de Konrad, ao chegar lá, ela começa a tirar todas as roupas dele e jogar os perfumes no chão.
Gabor(sussurrando): Para Emese! Vamos descer e espera-lo sair do banho. Olha a sua volta, ele nem está aqui.
Eles olham em volta do quarto. Emese faz o sinal para todos se calarem. Eles começam a ouvir nitidamente um barulho de água caindo vindo do banheiro. Emese vai até a porta do banheiro e abre, logo em seguida o Box e puxa Konrad pelo braço que está incrédulo.
Emese: Anda covarde! Diz na minha cara que você mandou a Tia Ilona para uma Clínica de reabilitação só pra ficar com o dinheiro dela.
Konrad solta um sorriso e parece averiguar a situação com mais calma. Ele olha nos olhos de Emese.
Konrad (friamente): Eu mandei a sua Tia Ilona para a Clínica.
Emese (raiva): Como você teve coragem de fazer isso com a sua própria mãe?
Konrad: A mamãe estava precisando de uns dias de férias. Não sei porque você está tão irritada, Emese. A sua tia está na melhor clínica do país, recebendo os melhores cuidados possíveis
Emese (Assustada): Você é um crápula! Como você pode ser tão frio, a gente foi criado juntos, nós recebemos o mesmo tipo de amor.
Konrad: Sentimentalismo pra cima de mim, Emese? Ah... Nós dois sabemos que não recebemos o mesmo tipo de atenção. Você, uma bastarda recebeu mais atenção do que eu! O FILHO LEGÍTIMO!
Close em Konrad que chega mais perto de Emese
Konrad: Se você veio aqui ouvir da minha boca que eu vou tirar a minha mãe de lá, você perdeu seu tempo, não tem nenhum cachorro pra cuidar, não? Ah.. Eu faria tudo novamente.
Emese parte pra cima de Konrad esbofeteando-o fervorosamente. Gabor tenta separar, mas acaba levando um tapa de Emese. Ao finalmente conseguir tirá-la de cima de cima do primo, Konrad se cobre com o cobertor e ri.
Emese (Confusa): Do que você está rindo seu idiota?
Konrad: Da sua imbecilidade e de como você é patética, Emese. Sempre foi!
Emese é a única entender e fica ainda mais furiosa.
Emese: Não ouse falar inverdades sobre mim! Quero que você me escute bem, mas é muito bem mesmo. Eu vou fazer questão de acabar com você e ainda vou tirar tudo que você mais ama, ou seja, o dinheiro.
Konrad ainda ri e solta um suspiro ao passar a mão na nuca.
Konrad: Se você atravessar o meu caminho, eu vou fazer questão de te atropelar e pode ter certeza que irei passar várias vezes por cima, até ver suas vísceras esparramadas no chão, só para ter certeza que você está morta.
Eva (apazigua): Por favor, Sr. Conrad...
Emese: Se isso foi uma ameaça, você não conseguiu. Eu vou acabar com você antes mesmo de você ver qualquer movimento meu.
Konrad: Eu vou adorar te ver tentar.
Emese solta-se de Gabor, pega sua bolsa e sai do quarto acompanhado por Gabor. Eva fica sem saber o que fazer e sai logo em seguida.
Cena 08 – Jornal – Escritório de Zóltar – Int. - Tarde
Zóltar está fumando e admirando a vista da sua janela que dá direto para o Parlamento de Budapeste. Nesse momento Aranka entra na sala com algumas pastas e coloca em cima da mesa.
Aranka: Por enquanto, ninguém sabe muita coisa sobre o imigrante que foi morto ontem a noite. Mas consegui uma informação valiosa!
Zóltar: E que informação é essa?
Aranka: Eu tenho um amigo que é legista e estava fazendo a autópsia, ele não pôde me dar muitos detalhes, mas ao que parece, foi encontrado dentro da boca do rapaz um papel com o símbolo “SS”.
Zóltar deixa o cigarro cair e parece incrédulo com o que ouve.
Zóltar (assustado): Como é?
Aranka: Isso mesmo. A polícia no momento não quer que a informação seja de conhecimento público para não causar pânico.
Zóltar: Mas isso precisa ser investigado! Lembra daquele caso na cidade de Eger no ano passado que uma moça judia foi morta e pele dela estava marcada com o número “1926”?
Aranka (confusa): Sim, mas o que isso tem a ver?
Zóltar: 1926 foi o ano que o primeiro volume de “Mein Kampf” foi publicado. Nele constava as ideias mais preconceituosas, antissemitas, racistas, anticomunistas e um nacionalismo de extrema direta do Hitler.
Aranka (assustada): O senhor acha que pode ter alguma relação?
Zóltar (pensativo): Não sei, mas pode ser um sinal de alerta ser ligado o quanto antes. Chame o István e vão imediatamente para os arredores onde aconteceu o crime, descubra tudo que puder.
Aranka assente e sai da sala. Zóltar coloca a mão na cabeça e fica pensativo.
Cena 09 – Haras Kovács – Ext. - Tarde
Música: Whataya Want From Me – Adam Lambert
A música toca mostrando todo o Háras. Está acontecendo uma partida de hipismo. O sol vai se pondo nas montanhas, encerrando a tarde também a partida.
Cena 10 – Haras Kovács – Escritório – INT. - Noite
András abre a porta todo suado depois da partida de Hipismo. Seu pai Kimerul está assinando alguns papéis.
Kimerul: Ganhou mais uma partida, András?
András: Ganhei sim!
Kimerul: Mas suponho que você não tenha vindo até meu escritório para se vangloriar da sua vitória, estou certo?
András: Está sim! Eu vim falar que... (Ele pausa e suspira) o fornecedor das rações disse que teve um contratempo na fábrica e não poderá enviar as rações amanhã.
Kimerul (Exalta): Como assim? O nosso último saco de ração só vai dar pra hoje a noite! Os cavalos não podem passar o dia sem comer nada.
András: Eu tentei achar novos fornecedores, mas não consegui. Eu pensei em pedir a família da Emese.
Kimerul soca a mão na mesa e olha diretamente para o seu filho.
András: Você sabe muito bem que isso não pode acontecer! A sua mãe morreu por culpa deles!
András: A Emese não tem culpa do que aconteceu!
Kimerul: Sua anya morreu por culpa daquela família! Não queira manchar a história da sua mãe fazendo aliança com essa família.
András olha incrédulo e tenta entender o que está acontecendo, ele fica com a voz embargada.
András: Por que você fala deles com tanto ódio? Qual o motivo que eles estão ligados a morte da anya?
Kimerul (pega o retrato da esposa): Um dia eu irei ver todos daquela família presos. TODOS! Eu vou vingar a morte da sua mãe, é um juramento!
András vai de encontro com o pai e o abraça fortemente e os dois choram.
Cena 11 – Floresta – Cabana – Ext. – Noite
Konrad chega em seu carro preto. Ele para em frente à cabana. Konrad desce do carro, abre o porta-malas e pega um Fuzil T4 QUADRAIL e coloca a alça da arma em seu ombro, é quando ele é surpreendido por Agnes que o abraça fortemente.
Konrad: O que você está fazendo aqui? Não era pra você estar em Berlim?
Agnes (Felicidade): Eu até estaria, mas a Barbara ligou desesperada pra mim e para o Miklós e pediu para que voltássemos.
Konrad: Mas por quê?
Barbara surge na porta e grita para eles entrarem. Os dois assentem e vão de encontro com a vilã
Cena 12 – Floresta – Cabana – INT. – Noite
Konrad: Qual o motivo de você ter pedido para trazer a Agnes e o Miklós de volta para Budapeste? Não é arriscado demais?
Barbara pega um copo em uma bancada perto da janela com vista para fora e coloca um Whisky.
Barbara: Achei que você ficaria feliz com a chegada da sua namoradinha.
Agnes: Eu também, delicinha.
Konrad: Eu estou preocupado com a Agnes, aquela sapatão da boate reconheceu ela, não lembra?
Barbara: Acredite, se eu quisesse, eu teria deixado essa daí bem longe daqui.... Mas eu só estou respeitando ordens superiores.
Konrad: Então o plano vai começar mesmo?
Barbara: Ainda não, é muito cedo. Mas em breve, vamos ver tudo mudar por aqui.
Konrad e Agnes se entreolham.
Cena 13 – Monster Grill – Int. - Noite
Música: Fancy – Iggy Azalea Feat. Charli XCX
Felícia chega ao local com um vestido amarelo. A Música toma conta do local. Ela senta-se em uma mesa e pede um drink. Antônio senta-se a mesa junto com ela.
Felícia(confusa): Posso te ajudar?
Antônio: Claro que pode. Eu queria saber se você não toparia sair comigo hoje à noite.
Felícia: Se enxerga,Antônio! Se eu quisesse ficar com brasileiros, eu teria ficado no Brasil.
Felícia dá uma piscada de olho e sai para perto de uma mesa no canto do Monster Grill. Zaco que olhava de longe se aproxima.
Zaco: Levou outro fora da Felícia?
Antônio: Sim, eu só levo fora dela. Só esse mês foram quatro. Quando eu me cansar...
Zaco (Interrompe): Essa é a questão, você nunca vai se cansar de levar fora dela. Ela faz o que quer com você e você deixa.
Antônio: Eu sou muito tosco. (leva a mão a testa)
Zaco: Não é que você seja tosco, é só que... A Felícia tem personalidade, ela gosta de vida boa.
Antônio: Mas eu sinto que eu vou dobrá-la.
Zaco: Eu pago pra ver!
Zaco dá um tapa de leve em Antônio e sai.
Cena 14 – Mansão Angyal – Int. – Quarto de Emese – Noite.
Emese estava escrevendo em sua agenda, enquanto comia um pouco de salada de frutas com mel. É quando Sebestyénne, a governanta da mansão, bate na porta.
Emese: Pode entrar, Sebestyénne.
Sebestyénne senta-se no canto cama
Sebestyénne: A rádio fofoca correu rápido. Já fiquei sabendo que você foi tirar satisfação com o seu primo.
Emese: Eu deveria ter quebrado a cara dele inteira! Aquele maldito. Se ele acha mesmo que eu vou deixar as coisas ficarem desse jeito, ele está muito enganado.
Sebestyénne: E falando nisso... Agora que você tocou no assunto, aquele seu advogado ligou.
Emese (Franze a testa): Ele disse o que ele queria?
Sebestyénne: Pediu para que você ligasse amanhã logo cedo. É justamente sobre a sua tia Ilona que ele quer falar.
Emese: Se meus pais estivessem aqui, isso não estaria acontecido.
Sebestyénne: Seu pai era um verdadeiro carrasco, em compensação, a sua mãe, foi a mulher mais doce que eu já conheci.
Emese: Eu daria tudo para ter um último abraço deles.
Emese vai para perto de Sebestyénne e pega suas mãos e coloca em seu peito parecendo desesperada.
Emese: Quem matou meus pais? Por que você não me diz isso... Por que ninguém quer me contar o que aconteceu naquela noite?
Sebestyénne: Se eu contar qualquer coisa, eu coloco tanto a sua vida em perigo quanto a minha e eu prezo demais pela vida da minha família.
Emese fica confusa e parece entender.
AMANHECE O DIA EM BUDAPESTE
Cena 16 – Ruas de Budapeste - DIA
A cena mostra as pessoas caminhando, alguns pássaros voando aparentemente sem direção, silenciados pelo barulho da gigante e movimentada Budapeste. Do alto do Parlamento, há um corvo, close em sua cara, ele começa a cantar em um coro agoniante.
Cena 17 – Gabinete do Senador Fridrich – INT. DIA
O Senador está em sua mesa mexendo em seu computador, quando sua secretária surge entregando algo que parece uma carta.
Secretária: Uma senhora pediu para deixar aqui, ela alegou ser a sua irmã.
Ela entrega e rapidamente sai do Gabinete. O senador olha a carta e logo identifica o selo, ele abre rapidamente começa a ler.
“Meu querido, irmão, se você está recebendo essa carta, é um sinal de que acredita na pureza racial e na nossa supremacia. Em breve, em um futuro não distante, não sentiremos mais vergonha de ser quem somos, poderemos andar do sol ao luar. O nosso Reichsfuhrer está orgulhoso nesse exato momento e mal pode esperar para abraçar todos vocês."
Mein Ehre heißt Treue”
A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
DENUNCIE!
Fim do Capítulo 1
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