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BUDAPESTE - CAPÍTULO 05

 



Budapeste - Capítulo 5

Debrecen – Hungria


Cena 01 – Ruas de Debrecen

O sol aparece entre as nuvens. O dia está frio, apesar da luz do sol invadir a cidade. Os corvos voam por toda cidade até chegarem no alto da Catedral. Lá eles começam a fazer seu canto agonizante em um coro uníssono. Close na cara de um dos corvos que vai tomando toda a cena.

Cena 02 – Pousada – Int. – Quarto de Aranka - Manhã

Aranka está tomando seu café da manhã, salada de frutas com mel. István bate na porta do quarto e ela autoriza a entrada.

Aranka (esperançosa): Alguma novidade?

István (cabisbaixo): Não tenho nenhuma. Não faz o menor sentido, parece que estamos andando em círculos e não achamos nada.

Aranka: Precisamos mudar o nosso método. Não há menor dúvida de que tem algo acontecendo.

István (entrega uma foto): Consegui essa foto.

Aranka pega a foto. Close na imagem de uma mão de uma pessoa morta que está segurando uma espécie de rosa.

István: Não é muita coisa, mas consegui essa foto com um dos moradores que viu o corpo dessa mulher e ela estava segurando essa rosa. O assassinato foi há 3 dias.

Aranka: Tá, mas e daí? Me parece que ela morreu segurando essa rosa.

István: Sim, só que faria sentido se essa rosa fosse originária da Hungria. É uma rosa comum no oriente médio, chama-se de Rosa damascena.

Aranka (boquiaberta): Eu acabei de me lembrar de uma coisa.

Aranka liga o seu laptop e procura em arquivos de imagens. Ela encontra a imagem desejada e mostra para István.

A imagem é do corpo da mulher de uma mulher judia que fora assassinada na cidade de Eger e teve em seu peito desenhado o ano de “1926”.

István: Mas o que isso tem a ver com esse caso?

Aranka (dando zoom no canto da imagem): Aqui! (mostra a rosa na imagem) Tem uma rosa bem aqui no canto. É o mesmo padrão!

István: Então você está dizendo que esses merdas neonazistas estão simplesmente dando sinais?

Aranka: Eles querem publicidade. Querem criar pânico e quanto mais divulgado, mais pessoas irão aderir a essa baboseira.

István: Agora tudo faz sentido. Nós estamos lidando realmente com um grupo grande de neonazistas.

Aranka (preocupada): Sim... É o que eu estou achando também, mas isso me deixa com mais medo ainda. Vou enviar essas duas imagens para o Jornal, o Zóltar vai saber o que fazer.

Aranka fica olhando a imagem fixamente 


Budapeste – Hungria

Cena 03 – Clínica Veterinária – Int. – Dia

Dentro da ambientação, está Emese que acabara de chegar e Gabor que a está esperando em frente ao seu consultório.

Gabor: Achei que você iria demorar mais! Já estava cansado de ver essas revistas.

Emese: Por qual motivo não me ligou, então? Eu estava na Bartha’s Enterprise. Hoje foi dia da votação para escolher o presidente.

Gabor (apreensivo): O Konrad perdeu, né?

Emese: Sim, mas para um perdedor ele estava feliz até demais. Ele não esboçou nenhum traço de tristeza. Estou preocupada quanto à isso... Mas enfim, qual o motivo da sua visita?

Gabor (olhando ao redor): Acho melhor entrarmos no seu consultório

CORTA PARA PRÓXIMA CENA

Cena 04 – Clínica Veterinária - Consultório – Int. – Dia

Gabor senta-se em frente a mesa de Emese. Ela dá a volta, põe sua bolsa na sua mesa e senta na sua cadeira.

Emese: Espero que não traga mais problemas, estou farta. Preciso de uma viagem o quanto antes.

Gabor (debocha): Está precisando, suas olheiras estão gritando daqui.

Emese (rindo): Idiota!

Gabor (corta): Bom, o que eu tenho pra falar é que eu vou me casar.

Emese (eufórica): Mentira! Como foi isso?

Gabor: Ah, ele me pediu em casamento e eu simplesmente aceitei. Estar com ele é incrivelmente bom.

Emese: E quando vai ser? Eu estou muito feliz por você, Gabor. Você é meu melhor amigo e merece toda felicidade do mundo.

Gabor: Fico grato. O Casamento será em um mês. Não queremos nada muito grandioso, apenas um casamento para os mais próximos. Como você sabe, o casamento não será aqui na Hungria, afinal, ainda é proibido e ultimamente eles estão aprovando cada vez mais leis anti-lbgts.

Emese: É, eu fiquei sabendo. Uma tristeza enorme esse país está regredindo tanto.

Gabor: Enfim, o casamento será na Áustria. Eu tenho família austríaca, então posso me casar por lá. É um direito garantido por lei... Bom, eu quero que você seja minha madrinha. Minha melhor amiga precisa estar comigo nesse momento.

Emese: Mas é claro que estarei por lá. É só me enviar as coordenadas e aparecerei lá. (deboche) Prometo não roubar toda atenção.

Gabor: Se até lá ainda estiver com essas olheiras, atenção é o que não vai te faltar.

Emese (jogando papel em Gabor): Que idiota! Me respeita, tá?

Cena 05 – Casa de Barbara – Sala– Int. – Dia

Barbara está olhando para um espelho. Seu olhar é de apreensão. Ela vai até o sofá e vasculha sua bolsa em busca do seu celular. Ela o encontra e faz uma ligação.

Barbara (voz apreensiva): Alô? Ainda bem que você atendeu... Eu sei que não posso te ligar... É urgente... Me escuta, apareceu uma mulher hoje dizendo que me reconhecia de algum lugar... E eu lá sei? Eu não a conheço e também nunca vi, pelo menos não lembro do rosto dela... Tem certeza que ninguém daquela época apareceria por aqui, né? ... Eu tenho medo... Alô? (ligação encerrada)

Barbara joga o celular longe com raiva.

Barbara (furiosa): Ninguém vai me encontrar aqui... Ninguém!

Cena 06 – Haras Kovács – Lago – Dia

Kimerul está sentando a beira do lago, olhando para o horizonte e observando a água cristalina do lago. Há um pouco de neblina permeando. Felícia vislumbra a imagem de Kimerul sentado e vai em sua direção.

Felícia (séria): Rodei por esse haras inteiro atrás do senhor. Não imaginei que viesse pra cá. O András está preocupado, acho melhor dar sinal de vida pra ele.

Kimerul (sorri): O András é uma verdadeira benção pra mim. Eu não sei o que eu faria da minha vida sem ele.

Felícia: O senhor tem um ótimo filho.

Kimerul: Estava precisando colocar as ideias na minha cabeça. Algumas coisas na minha mente já fazem mais sentido.

Felícia (curiosa): Posso saber o que seria?

Kimerul: Não, isso não é assunto seu e você nem precisa se intrometer também.

Felícia (ofendida): Me desculpe, não era minha intenção.

Kimerul: Você e o András precisam entender que eu não quero proteção de vocês dois, eu sei me cuidar e estou bem. É sempre bom ficar sozinho e colocar os pensamentos em ordem.

Felícia: Eu te entendo. Não é fácil passar por tudo que o senhor já passou e ainda ter que estar forte todos os dias.

Felícia pega a mão de Kimerul e beija. Ele retira a mão rapidamente. Ela sorri pra Kimerul que retribui. Os dois se olham por mais alguns segundo e depois viram para observar a paisagem e os pássaros que acabaram de dar o ar da graça

Cena 07 – Jornal – Escritório – Int. – Dia

Zaco está digitando em seu celular e Zóltar fumando seu charuto, olhando para sua janela que dá para o Parlamento Húngaro.

Zaco (assustado): Zóltar, olha isso! (mostrando o celular)

Zóltar: Mas que merda é essa?

Zaco: A Aranka acabou enviar.

Close no celular mostrando uma colagem dos dois assassinatos semelhantes que ocorreram em Debrecen e Eger. Na imagem, está circulado a rosa damascena e com um texto de Aranka.

A Rosa damascena, ou rosa búlgara, é uma espécie de rosa amplamente cultivada em algumas regiões muito específicas do mundo. A região mais famosa e tradicional para o cultivo da Rosa damascena é o Vale das Rosas, localizado na Bulgária, especialmente nas proximidades da cidade de Kazanlak. Além da Bulgária, a Rosa damascena também é cultivada em outros países, como Turquia, Irã, Marrocos, Índia e Rússia. Isso é um alerta! Só há um lugar na Hungria que armazena essas rosas. É uma empresa de cosméticos.

Zóltar: É claro. Alguém está financiando a entrada dessas rosas no país e estão cultivando em algum lugar que nós precisamos descobrir.

Zaco: O mais rápido possível. E então, vamos publicar?

Zóltar: Sim!

Cena 08 – Aeroporto Internacional Ferenc Liszt – Saguão – Int. – Dia


Ilona, Lorenzo e Sebestyénne estão indo em direção ao salão de embarque. Eles caminham calmamente. Lorenzo carrega uma pequena mala de Ilona.

Ilona: Fico grata por vocês terem me acompanhado.

Lorenzo: A Emese vai ficar furiosa quando souber que a senhora foi sem se despedir dela.

Ilona: Pode deixar que assim que eu chegar em Valetta, eu ligo pra ela para aguentar os desaforos (rindo).

Sebestyénne (abraça Ilona): Ah, minha amiga. Uma pena você está saindo dessa forma tão brusca.

Ilona: É por um bem maior, acredite. Eu sei que se eu continuar aqui, vou estar colocando todo mundo em perigo.

Lorenzo: Pode deixar que irei cuidar da Sebestyénne e da Emese. Assim que a senhora chegar no aeroporto, vai ter uma van te esperando. Eles vão estar com a senhora.

Ilona: Muito obrigada, rapaz. (segura a mão de Lorenzo) Eu espero que um dia, você tome coragem pra domar o coração da Emese.

Lorenzo (arregala os olhos): O quê?

Ilona: Não ache que eu sou ingênua pra não perceber que você gosta da Emese. Desde o dia que seu pai levou você quando ainda era bem pequeno. Lembro de você correr sempre com a Emese pra lá e pra cá. Deixe o seu coração agir, Lorenzo.

VOZ: ATENÇÃO PASSAGEIROS DO VÔO Nº 787334

Ilona: Bom, preciso ir!

Ilona beija a testa de Lorenzo e abraça Sebestyénne mais uma vez. Ela sai em direção ao portão de embarque e some do campo de visão dos dois.

Cena 09 – Monster Grill – Int. – Dia

Konrad está bebendo um conhaque, apesar de ser de dia, o Monster Grill está aberto com um cardápio especial para almoço. Ao lado de Konrad, estão duas mulheres que estão acariciando o rosto uma da outra.

Konrad (rindo): Se começarem a fazer isso aqui, eu vou ser obrigado de expulsar as duas daqui.

MULHER 1: Você ficou louco? Nós somos amigas do dono, o Antônio!

Konrad: Acho que vocês perderam a noção do tempo. Esse lugar aqui agora é meu, acabei de fechar negócio. Então, antes que eu seja obrigado a expulsar as duas pelos cabelos, é melhor se retirarem. Não aceito vagabundas lésbicas aqui.

A MULHER 2 dá um tapa na cara de Konrad que apenas ri e levante-se devagar.

Konrad: Quando eu prometo algo, eu cumpro.

Konrad pega a MULHER 2 pelo cabelo e a joga longe, esta, antes de cair bate a cabeça na quina da mesa.

Konrad (deboche): Merda, vou ter que limpar essa bagunça depois.

MULHER 1 (Grita): Socorro!

Konrad (revira os olhos): Sempre tem uma histérica por aqui.

Konrad fecha a sua mão e dá um soco no rosto da MULHER 1 que cai com o nariz sangrando. Ela sai correndo. Ele se aproxima da MULHER 2, agacha e cospe. Mais uma vez de pé, ele transfere vários chutes na barriga da mulher que começa a cuspir sangue.

Neste momento, Antônio chega e fica horrorizado com o que vê.

Antônio: Konrad, o que você está fazendo? Perdeu a sanidade de vez?

Konrad: Tinham duas vagabundas se agarrando na minha frente, é claro que eu não poderia deixar.

Antônio: Eu vou cancelar o contrato de venda imediatamente

Konrad (ri): Se você fizer isso, eu vou te dar um tiro no meio da sua testa. Tire essa vagabunda daqui.

Antônio olha com ódio e nojo para Konrad. Ele pega a moça no colo e leva até a saída.

Konrad: Chegou a hora de purificar de vez.

Cena 10 – Avenidas de Budapeste


A cena mostra em slow motion diversos pontos da cidade, com imagens, pessoas caminhando e se divertindo. 

A cena vai mostrando a visão panorâmica da cidade, além de dar close no entardecer, anunciando a chegada da noite na capital da Hungria.

Cena 11 – Restaurante – Int. – Noite

Frank e Otávio estão sentados à mesa, bebendo um vinho. Não há nenhuma entrada em seus pratos. Ambos estão esperando Victoria e Cedric.

Frank (olhando o relógio): Eu sabia que era uma péssima ideia ter vindo pra cá. A Victoria sempre dá um jeito de estragar tudo.

Otávio: Calma, Frank. Ainda está cedo. Você precisa beber mais.

Frank (provoca): Está querendo me embebedar, Sr. Otávio?

Otávio (cora): Ah, pelo amor de Deus, Frank.

Neste momento, Frank vê Victoria e Cedric chegando, eles são acompanhados pela hostess. Eles chegam à mesa. Otávio se levanta para cumprimentá-los e todos se sentam.

Victoria: Desculpa a demora. Eu pedi pro Cedric passar na farmácia. Está uma verdadeira loucura essa cidade hoje

Otávio: Espero que estejam com fome, porque eu já estou soltando minhas tripas (risos)

Frank (sério): E, então, Vic? Qual o intuito deste jantar?

Victoria (séria): Bom, eu sei que você não gosta do Cedric e talvez boa parte dessa opinião seja pautada na opinião dos nossos pais. Eu só quero que vocês se conheçam e se deem bem.

Frank: Como eu posso me dar bem com alguém que fez a minha irmã abortar o filho que estava esperando?

Otávio repreende Frank que parece não ligar, Victoria fica sentida com a informação e Cedric está confuso.

CORTA PARA A PRÓXIMA SEMANA

Cena 12 – Cabana - Floresta – Int. – Noite

Agnes está assistindo TV entediada, Barbara chega com algumas caixas de pizzas.

Agnes: Ainda bem que chegou! Não aguentava mais esperar.

Barbara: Pelo meu humor de hoje, não espere muita coisa. Não trouxe pra você. O Konrad me ligou e pediu para trazer.

Agnes (pegando uma fatia): Ele te contou também? Ele comprou o Monster Grill. Finalmente podemos sair daqui e ir para um lugar só nosso.

Barbara: Já sabe como encontrar pessoas?

Agnes: Hoje em dia é a coisa mais fácil do mundo. Tenho alguns grupos no NEORD (esse app não existe) e também alguns chats na deep web.

Barbara: Ótimo, comece a procurar pessoas hoje mesmo.

Agnes dá uma mordida na fatia de pizza e assente para Barbara.

Cena 13 – Restaurante – Int. – Noite

CONT. DA CENA ANTERIOR

Cedric: Eu nunca pedi pra sua irmã abortar, pelo contrário, é o nosso maior sonho ter um filho juntos.

Frank: Conversa totalmente fiada! A Vic sempre quis ser mãe! Ela estava grávida de você, seu babaca, não faz sentido ela mudar de ideia assim.

Victoria (exalta): Você não sabe metade da história pra ficar acusando o meu MARIDO dessa forma! Eu não vou tolerar nenhum tipo de ataque.

Frank: Então seja mulher e assuma os seus erros!

Otávio (sério): Desde quando aborto é um erro, Frank? Você está ultrapassando todos os limites.

Frank (ignora Otávio): Me desculpa, Vic, mas não tem como… Você mudou e fez um aborto por conta desse merda. O corpo é seu, você faz o que quiser, mas tenho certeza que esse canalha te induziu…

Victoria (grita): Cala a boca!

Todos no restaurante olham em direção a mesa dos quatro. Otávio põe a mão no rosto simulando vergonha da situação.

Victoria (chorando): Eu descobri a Síndrome de HELLP. Está satisfeito agora?

Frank olha assustado para Victoria e Otávio faz cara de negação para Frank. Close no rosto de Victória que está em choro.

Cena 14 – Shopping – INT. Noite

A cena começa e a sonoplastia segue junto a cena “3korty – Azahriah”. Mostra pessoas se movimentando e entrando em lojas. Crianças correndo com seus sorvetes. Há um evento acontecendo sobre cosméticos. Há diversas pessoas na praça de alimentação.

A sonoplastia continua até o início da próxima cena.

Cena 15 – Shopping - Livraria – INT. Noite

Emese está tomando um café e lendo um livro. Neste momento, András chega dentro da livraria e vislumbra a imagem de Emese. Ele vai em direção até ela.

András (sussurrando): Parece que só nos encontramos aqui.

Emese (surpresa e sussurrando): Acho que você está me perseguindo! (rindo)

András (sussurrando): Não, eu tenho seu telefone, não precisaria ser esse nível de stalker.

Emese (sussurrando): Ótimo!

András (sussurrando): Já que estamos aqui, podemos aproveitar para tomar um café?

Emese (sussurrando): Prefiro que você me leve para um restaurante. Minha cota de café por hoje já encerrou.

András (sussurrando): Perfeito.

András sorri e Emese o acompanha. Eles saem de cena.

Cena 16 – Jornal – Escritório. Int. – Noite

CONTEÚDO AGENDADO PARA AMANHÃ ÀS 8H

Zóltar termina de agendar a matéria sobre os assassinatos. Só há ele em todo o Jornal, todos já foram para casa. Seu escritório está sendo iluminado por sua luminária em uma cor amarela e a tela do seu computador. Quando está prestes a desligar o monitor, um e-mail aparece.

Estou aqui mais uma vez, Zóltar. A última manchete rendeu no país inteiro, não é mesmo? Já vi até que os conservadores estão pressionando o partido do Senador Fridrich para tirá-lo. Boa jogada. Será se você tem mais um espaço para mais uma notícia no jornal de amanhã? Bom, lá vai: O Senador Fridrich tem um filho gay, ele o expulsou de casa, porque ficou com medo da repreensão dos seus eleitores. Não acredita em mim? Aqui vai.

Zóltar abre o anexo e se depara com uma foto do filho do Senador beijando outro rapaz que não dá para identificar. Em outro anexo, há um vídeo de uma entrevista de Vencel

VENCEL (OFF): Bom, meu pai é uma pessoa de grande influência na Hungria. Desde os 12 anos de idade ele me esconde, porque percebia que eu era mais afeminado que os demais meninos. Quando eu completei 20 anos, eu simplesmente resolvi apresentar um menino que eu namorava na época. A repreensão foi péssima, eu me senti mal. Horrível pra ser sincero. Ele me expulsou de casa. Não gosto de falar sobre ele, também não quero citar o nome, não acho necessário.

Em outro anexo, mostra uma foto de Vencel criança com o Senador Fridrich.

Eu faria de tudo para ver sua reação, Zóltar. Aposto que está em choque. Quer acabar de vez com a reputação desse canalha? Publique essa matéria. – Partisan.

A cena encerra com close no rosto de Zóltar pouco iluminado.

Cena 17 – Shopping – Restaurante Tailandês – INT. Noite

Emese e András estão comendo. Eles se deliciam com o jantar.

András: Fiquei preocupado em você não gostar da escolha do restaurante.

Emese: Não sou uma apreciadora da comida do leste asiático, mas hoje estou afim de algo diferente.

András: A Tailândia parece ser um ótimo lugar para visitar. 

Emese: Eu quero conhecer toda aquela região, mas enfim, é isso...

András: E como você tem passado?

Emese(suspira): Ah, pra ser sincera, é uma história um pouco longa e também não quero te incomodar com meus problemas.

András: Imagina, de loucura eu e meu pai entendemos.

Emese (bebendo vinho): Bom, pra começar, basicamente tenho um primo que quer tomar tudo da minha tia, desde a mansão até a empresa, ele inclusive chegou internar a própria mãe em uma clínica, mas isso já consegui resolver. Outro ponto, é que descobri que ele está envolvido com grupo neonazista. Isso me pegou de surpresa.

András (surpreso): Neonazistas? Então precisamos denunciá-lo o quanto antes

Emese: No momento, não tenho provas. Mas o lugar dele é atrás das grades.

András: Como um homem Judeu, estou me sentindo com raiva, no momento. Esse babaca do seu primo precisa pagar.

Emese: Você é Judeu? Acho realmente incrível. Quanto ao meu primo, não se preocupe, eu estou fazendo de tudo pra neutralizá-lo e colocá-lo na cadeia.

András: Se você precisar de ajuda pra acabar com ele, eu estou aqui.

Close no rosto de Emese curiosa com a reação de András.

Cena 18 – Cabana - Floresta – Int. – Noite

Konrad abre a porta da cabana. Ao perceber a chegada dele, Agnes corre para abraça-lo.

Agnes: Achei que não iria me ver hoje! Precisamos comemorar do melhor jeito a compra do Monster Grill (percebe a camisa manchada de sangue) O que aconteceu com você?

Konrad (apontado pra si): Ah, isso aqui? Tinha duas vagabundas se atracando na minha frente, perdi a paciência e, bom, você sabe... Esse sangue não é meu.

Agnes: Tiveram o que mereceram.

Konrad (olha ao redor): Cadê a Barbara?

Agnes: Ela saiu para comprar alguns itens de limpeza que estavam faltando. Konrad...

Konrad: Sim?

Agnes: Qual a história da Barbara? Ela praticamente está desde o início do nosso grupo.  Como você a conheceu?

Konrad: A Barbara é uma mulher muito bem protegida. Nunca fiquei sabendo a real história dela, mas sei que ela é amparada por nosso Reichsführer.

Agnes: Então não posso me livrar dela?

Konrad: Nem pense nisso. Seria seu fim.

Close no rosto de Konrad e Agnes

Antalya – Turquia – 2003

18 DE JANEIRO


Cena 19 – Bordel - – Int. – Dia

Há uma música calma tocando no ambiente, algumas pessoas estão sentadas fumando seu cigarro e jogando um poker. A cena é tomada por um eco de pessoas descendo a escada: uma mulher jovem e um senhor que aparenta ter seus 50 anos em seu ombro, há uma suástica. Ele se dirige até a senhora que está no balcão.

Homem(Entregando o dinheiro): Essa moça que se deitou comigo, deu pro gasto, mas da próxima vez, dê produtos de qualidade para elas passarem no corpo

Kara(Contando o dinheiro): Pode deixar, com essa quantidade aqui, vou gastar muito com elas (rindo)

Atrás do balcão, está uma garotinha que está brincando com sua boneca feita de pano, Homem olha para a mesma e fica intrigado.

Homem: O que essa menina está fazendo em um lugar como esse?

Kara: É a minha neta Christina. Infelizmente a mãe a abandonou e eu tive que cuidar. (sussurrando) Se o senhor quiser, ela é toda sua

Imediatamente o Homem dá um tapa na face de Kara que quase cai no chão. Todos ficam assustados, menos Christina, esta permanece intacta no chão brincando com sua boneca sem dar importância para a situação.

Homem: Você é uma vagabunda mesmo. Tentar dar sua própria neta para qualquer homem?

Kara: Quem você pensa que é pra me bater assim?

Homem: Eu tenho muitos defeitos, mas pedófilo eu não sou! Vou levar essa garota imediatamente onde ela terá cuidados e ser criada por uma família de verdade

Kara: Mas não vai mesmo! Ela é a minha neta…

Kara é interrompida com um tiro em seu peito. Ela cai lentamente no chão e a cena mostra o Homem devolvendo sua arma para seu paletó. Todas as pessoas no ambiente saem correndo do local. O Homem atravessa o balcão e se abaixa para falar com a garotinha

Homem: Espero que um dia você consiga esquecer essa cena lamentável. Não se preocupe, levarei você para morar comigo e com sua nova mãe. Lá você terá uma casa grande, um jardim enorme para poder brincar com seu cachorro… Sim, você terá um cachorro pra te fazer companhia. O que acha?

A garotinha balança a cabeça em confirmação.

Homem: Seu nome é lindo, Christina! Seu nome significa “Cristã” e “ungida por Deus”. Infelizmente você não poderá ter esse nome mais. Nova vida, novo nome, tá bem?

A garota assente a cabeça em confirmação mais uma vez.

Homem: A partir de agora, você se chamará Barbara.

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 5



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