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BUDAPESTE - CAPÍTULO 34 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)



 

BUDAPESTE - CAPÍTULO 34 

ESCRITA E CRIADA POR: WANDERSON ALBUQUERQUE

BUDAPESTE - HUNGRIA 

CENA 01 - AVENIDAS DE BUDAPESTE - DIA

Emese se aproxima da carroceria do caminhão. Ela entra e fica olhando para o corpo de Konrad.

LORENZO - Emese... Precisamos sair daqui.

EMESE - Me dá só um minuto, por favor. 

Emese olha fixamente para o corpo de Konrad.

EMESE - Olha, eu sei que nós nunca fomos próximos. Sei que sempre me odiou, mas acho que as coisas poderiam ter sido diferentes, né? A única vez que brincamos sem nos odiar, foi quando viajamos juntos para Portugal e você teve medo daquele leão no zoológico (risos). Aquela viagem foi incrível... Foi a última e única vez que demos trégua em nossas brigas... Sabe, Konrad, uma vez, eu estava tendo aulas de piano e você foi me buscar, naquele dia... Especialmente naquele dia, eu te vi como um irmão mais velho. Fui dormir sorrindo com isso. Konrad, eu prometo que vou cuidar da tia Ilona. Desculpe não ter sido a melhor prima do mundo. 

Emese fecha os olhos de Konrad e uma lágrima cai no rosto dele. 

EMESE - Sok lúd disznót győz (Muitos gansos derrotam um porco)

Emese desce da carroceria e corre juntamente com Lorenzo.

CORTA PARA:

CENA 02 - RUA QUALQUER - DIA.

Caminhões do exército, carros da polícia seguem correndo pelas vias de Budapeste. As sirenes ecoam pelas ruas. Soldados estão em cima das carrocerias com as armas. 

CORTA PARA:

CENA 03 - TENDA DO EXÉRCITO - INT. - DIA.

Nala está deitada em uma maca. Ela olha fixamente para a lona. Severus aparece e grita o seu nome. Ela, em um rompante vai em direção a ele e o abraça.

NALA - Por um momento, achei que você tivesse morrido na explosão do metrô.

SEVERUS - Eu achei o mesmo de você. Consegui me esconder dentro da gabine do metrô, o que deu segurança. A gente só conseguiu sair depois, porque a porta ficou emperrada por conta das pedras. 

NALA - Estou tão aliviada por você estar aqui. Estou quase tendo um surto psicótico.

SEVERUS (OLHA EM VOLTA) - Cadê o Bence?

NALA - Eu pensei que ele estava com você. 

SEVERUS - Achei que ele tinha escapado. Nala, eu não o vi mais. Eu pulei imediatamente para dentro do metrô quando percebi que a bomba iria explodir.

NALA - Não quero pensar em outra possibilidade. Ele está vivo e vai aparecer.

SEVERUS - Qual a real situação das bombas?

NALA - Pelo que eu entendi, existem diversos pontos, principalmente em lugares considerados "impuros" pelos nazistas. Então, eles estão atacando todos esses lugares. 

SEVERUS - Qual é o próximo local?

NALA - Não sei, mas acredito que será o Bairro Judeu. 

SEVERUS - Isso não pode acontecer, Nala.

NALA - Não vai. O General Hénrik prometeu que não deixaria mais nenhuma pessoa morrer e acredite em mim, quando ele faz uma promessa, ele não quebra. 

CLOSE NO ROSTO DE SEVERUS.

CORTA PARA:



CENA 04 - GALPÃO - INT. - DIA.

Barbara está na plataforma que tem visão ampla do lado externo do galpão. Ela vislumbra a imagem de caminhões e carros chegando. 

BARBARA (DESESPERADA) - O EXÉRCITO ESTÁ AQUI!

Domokos assente e caminha juntamente com Boldiszar e Gizzela para uma porta nos fundos do galpão. 

BARBARA - Aonde vocês vão? 

DOMOKOS - Vamos sair daqui. Você deveria fazer o mesmo, minha querida. 

Eles saem e Barbara fica ali no ponto alto.

BARBARA - MERDA!

FUSÃO COM:

CENA 05 - GALPÃO - EXT. - DIA. 

Os carros param em frente ao galpão. O General Hénrik desce do veículo.

GEN. HÉNRIK - Quero que todos vocês cerquem o local e façam uma busca em um raio de 1km em qualquer carro suspeito.

Os soldados e policiais assentem e começam a cercar o local apontando armas. Algumas viaturas saem cortando pneu. Do lado de fora do galpão estão em torno de uns 130 homens. 

FUSÃO COM:

CENA 06 - GALPÃO - INT. - DIA

Barbara grita do alto.

BARBARA (GRITA) - Preparem-se para atirar. 

Os homens se preparam para atirar. 

Disparos começam a ser ouvidos e uma intensa troca de tiro começa. 

CORTA PARA:

CENA 07 - GALPÃO - EXT. - DIA.

Os Soldados começam a disparar. 

GEN. HÉNRIK - Quero todos que estão lá mortos, não me importo. Matem e não exitem. Invadam o local. Somos maioria! Entrem imediatamente.

Os soldados invadem o galpão e são recebidos com mais tiros, mas revidam. Os bandidos caem no chão com os tiros.

Barbara consegue escapar pelos fundos. Ela vai em direção a um carro. A vilã entra no veículo e sai cortando pneu. 

GEN. HÉNRIK - Tem um carro fugindo. Não quero que ninguém fuja!

Os soldados assentem e vão em direção aos seus caminhões e começa uma perseguição.

CORTA PARA:

CENA 08 - JORNAL - ESCRITÓRIO - INT. DIA.

Zóltar está abaixado em sua mesa. Zaco abre a porta.

ZACO - Eu sei que deveríamos estar todos abaixados, mas o István e a Aranka estão aqui.

ZÓLTAR - Peça para que eles entrem. 

Aranka e István entram no escritório e Zaco fecha a porta, permanecendo no local.

ZÓLTAR - Já estava duvidando que vocês fossem realmente aparecer. 

ARANKA - Precisávamos nos ausentar e investigar tudo direito. 

ZACO - E o que vocês descobriram?

ISTVÁN - O Domokos é o chefe do Grupo Nazista e esse grupo tem conexões e subsedes em países como Romênia, Alemanha e Sérvia. Criamos um livro com todos os assassinatos dos últimos meses coordenados por esse grupo. 

ARANKA - O Domokos é responsável tem contato direto com um general do exército norte-coreano, então pra ele, exportar as armas diretamente pra lá, é muito mais fácil. Ele possui uma rede de aliciamento de menores que era coordenada pelo Senador Fridrich. 

ZÓLTAR - O Senador Fridrich? 

ARANKA - Sim! Ele buscava crianças em países subdesenvolvidos e vendia as vendia. 

ZACO - Isso é um absurdo.

ZÓLTAR - Imaginem quantas crianças não foram tiradas dos seus pais por esses criminosos?

INSTVÁN - Nós temos como provar esses crimes. Mas não conseguiremos chegar até a delegacia com esse caos que está acontecendo, já foi difícil chegar até aqui.

ZÓLTAR - Vamos aguardar tudo se estabilizar.

CORTA PARA:

CENA 09 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT - DIA. 

Melánia aparece com um copo d'água com açúcar e entrega para Ilona.

ILONA (CHORANDO) - Ainda não acredito que o meu filho morreu. Desumano ainda é terem enviado a foto dele morto para mim.

MELÁNIA - Não tem o número de quem enviou?

ILONA - Não, apenas número desconhecido. Melánia, eu deveria ter criado melhor o Konrad. Eu sei que eu deveria ter feito isso. O meu filho poderia ter ficado vivo se eu tivesse sido uma mãe melhor.

MELÁNIA - Jamais, Ilona! Não repita isso nem de brincadeira. Você deu tudo para o Konrad, ele não soube aproveitar o amor de mãe que você ofereceu.

ILONA - Sinto que eu ainda poderia ter feito mais. Isso é culpa minha, Melánia. Não era para ele ter seguido esse caminho. 

MELÁNIA - Ilona, você não vai conseguir nada tentando se martirizar desse jeito, por favor.

ILONA - Melánia, minha vida acabou. Por muitos anos, eu tentei ser mãe, sempre quis ter um filho e eu nem tive tempo de contar pra ele que adotei ele. Melánia, isso é tão injusto! 

MELÁNIA - Calma, minha irmã. Vai ficar tudo bem, eu prometo.

ILONA - Tudo culpa daqueles desgraçado, Melánia. Eu quero aquele desgraçado morto o mais rápido possível.

MELÁNIA - Tudo isso vai acabar em breve.

CORTA PARA:

CLOSE EM MELÁNIA ABRAÇANDO ILONA. 

CENA 10 - RUA QUALQUER - DIA.

Barbara dirige seu carro, enquanto é seguida pelos soldados e também pela polícia.

BARBARA - Vocês não vão conseguir me pegar, bando de filhos da puta.

SONOPLASTIA ON: LONG LONG TIME - LINDA RONSTADT

Ela acelera cada vez mais. Os carros a seguem. Ela desvia dos carros. Ela vê um carro que está parado na avenida e não consegue desviar e acaba batendo fortemente. Os soldados param seus veículos e apontam as suas armas para o carro de Barbara.

SOLDADO 1 - Se tentar alguma gracinha, vamos atirar.

Barbara de dentro do carro, fica zonza. Ela olha para o lado e vê todos os policias e soldados apontado as armas para ela. 

BARBARA (RI) - Então é assim que acaba? Que jeito merda de ter vivido, então...

O Soldado vai até o carro e abre a porta. Ele segura Barbara pelo braço e a algema. 

SOLDADO 1 - Você está presa!

CORTA PARA:

CENA 11 - TENDA DO EXÉRCITO - INT. - DIA. 

SONOPLASTIA OFF. Nala está caminhando de um lado para outro. Severus está sentado na maca. 

NALA - Ainda estou apreensiva com tudo isso. 

SEVERUS - Se eles pegarem o Domokos, vai ser uma ótima chance da gente conseguir pegar todo o restante do grupo e desinstalar qualquer tipo de sede que exista. 

NALA - Eles não vão cair tão fácil, Severus. Olha o estrago que eles conseguiram fazer em Budapeste. 

SEVERUS - Será se eles vão conseguir escapar? Não posso acreditar nisso, Nala.

NALA - Vamos orar para que não.

SEVERUS - Nala, o que está me deixando preocupado de verdade é saber se o Bence está vivo.

NALA - Estou angustiada com isso também. 

O GEN. HÉNRIK surge na tenda.

GEN. HÉNRIK - A operação foi um sucesso, mas não pegamos o Domokos, ele fugiu, mas vamos pegá-lo. É apenas questão de tempo. 

NALA - Tempo é algo que não temos, pai. 

GEN. HÉNRIK - Não se preocupe. Pegamos a filha dele, a Barbara, então já estamos com meio caminho andado. 

CORTA PARA:

CENA 12 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA. 

Emese e Lorenzo entram dentro da mansão e Melánia vai até a filha e a abraça fortemente. 

MELÁNIA - Fiquei tão preocupada com você, Emese. Claro, com você também, Lorenzo. Estava nervosa.

LORENZO - Sofremos um pouco para chegar até aqui, tivemos que vir a pé. O exército está parando qualquer veículo nas ruas.

EMESE - Hoje definitivamente é um dia para esquecer. Cadê a tia Ilona? Preciso falar algo sério com ela.

MELÁNIA - Se for sobre o Konrad, não precisa, já ficamos sabendo. Ela está deitada no quarto. Melhor deixá-la.

EMESE - Eu vi o corpo dele lá, mãe. Foi terrível.

MELÁNIA - Certeza que foi o Domokos. 

LORENZO - O Konrad estava sendo transferido para prisão pelo que vimos lá, mas infelizmente chegaram antes. 

MELÁNIA - A sua tia está péssima, está se sentindo culpada pela morte dele, como se ela fosse responsável pelas atitudes dele.

EMESE - A tia Ilona foi guerreira a vida inteira, sempre tentou nos proteger, não é justo ela ficar se martirizando desse jeito. 

MELÁNIA - Vai ficar tudo bem. Acho melhor vocês tomarem um banho, estão podres de fumaça.

CORTA PARA:

CENA 13 - HARAS KOVÁCS - ESCRITÓRIO - INT. - DIA. 

András anda de um lado para outro. Kimerul está sentado em uma poltrona. 

ANDRÁS - Não consigo ficar tranquilo vendo a cidade toda sendo destruída. 

KIMERUL - Pelo que eu vi, as últimas notícias são de que está tudo mais tranquilo. Mas é melhor nós não sairmos. 

ANDRÁS - Não estou pensando em sair daqui, mas me dá uma tristeza tremenda em ver o quanto o ódio é capaz de mover pessoas. 

KIMERUL - Desde os primórdios, meu filho. 

ANDRÁS - Estou preocupado com a Emese.

KIMERUL - Por que você não se declara pra ela? Acho que você já deveria ter falado isso pra ela. Dá pra perceber de longe que gosta dela.

ANDRÁS - Eu acho que ela gosta do Lorenzo, o que faz bastante sentido.

KIMERUL - Você não pode desistir de algo sem nunca nem ter tentado, András.

ANDRÁS - Não sei... Tenho receio de ser invasivo. 

KIMERUL - Se não lutar por sua felicidade, ninguém poderá, András.

András fica pensativo.

CORTA PARA:

CENA 14 - PALÁCIO DE SÁNDOR - SALA DE IMPRENSA - INT. - DIA.

A sala de imprensa está lotada, todos estão esperando um novo pronunciamento da Primeira ministra. Ela surge e diversos flashs são disparados.

PRIMEIRA MINISTRA - Devido aos últimos acontecimentos em Budapeste, estamos em alerta total. O mundo está com os olhos para o nosso país. A situação pode ter fugido do controle, mas conseguimos evitar uma catástrofe maior. Diante das situações que ocorreram no dia de hoje, Budapeste entra oficialmente em Estado de Sítio até tudo  se normalizar e pegarmos o principal criminoso

O burburinho começa e mais flashs são disparados. 

CORTA PARA:

CENA 15 - DELEGACIA DE BUDAPESTE - INT. - DIA.

Nala e Severus estão na recepção com outros policiais. Barbara aparece algemada sendo segurada por três soldados.

NALA - Ora, ora... Até que enfim nos conhecemos. Espero que aproveite bastante a sua estadia, porque você ficará atrás das grades por um bom tempo.

BARBARA - Reze pra eu não sair da cadeia, porque se eu sair, vou acabar com você.

NALA - Levem-na. Faço questão que ela fique na melhor cela.

Barbara sai bufando de ódio

CORTA PARA:

CENA 16 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA.

Emese desce as escadas enxugando o cabelo. Melánia está sentada no sofá.

EMESE - Eu sei que talvez eu fui incoveniente, mas ainda bati na porta do quarto para tentar conversar com a tia Ilona, mas infelizmente ela não quis me atender.

MELÁNIA - Dê um desconto pra ela. O dia de hoje deve ser o mais pesado da vida dela.

EMESE - E não é pra menos.

A Campainha toca.

MELÁNIA - Estranho... Quem será que veio até aqui nessa confusão toda?

Emese dá de ombros e vai até a porta. Ela abre e se depara com um homem.

DOMOKOS - Olá, minha sobrinha.

A IMAGEM CONGELA EM EMESE

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penalque define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 34




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