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BUDAPESTE - CAPÍTULO 35 (ÚLTIMO CAPÍTULO)



 

BUDAPESTE - CAPÍTULO 35

ESCRITA E CRIADA POR: WANDERSON ALBUQUERQUE

BUDAPESTE - HUNGRIA

CENA 01 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA.

Emese desce as escadas enxugando o cabelo. Melánia está sentada no sofá.

EMESE - Eu sei que talvez eu fui incoveniente, mas ainda bati na porta do quarto para tentar conversar com a tia Ilona, mas infelizmente ela não quis me atender.

MELÁNIA - Dê um desconto pra ela. O dia de hoje deve ser o mais pesado da vida dela.

EMESE - E não é pra menos.

A Campainha toca.

MELÁNIA - Estranho... Quem será que veio até aqui nessa confusão toda?

Emese dá de ombros e vai até a porta. Ela abre e se depara com um homem.

DOMOKOS - Olá, minha sobrinha.

EMESE - O que você está fazendo aqui?

Emese tenta fechar a porta, mas Domokos consegue segurar. Ele pega Emese pelo braço e aponta a arma para a cabeça. Melánia grita e entra em desespero.

MELÁNIA - Largue a minha filha agora, seu crápula!

DOMOKOS - Largar? Nossa, Melánia, mas eu não vou poder me divertir nenhum pouco antes?

MELÁNIA - Não ouse fazer nada contra a minha filha, ou eu não vou responder por mim. Boldiszar e Gizzela adentram a sala.

GIZZELA - Finalmente eu encontrei você, Melánia. Há quanto tempo não nos vemos, não é mesmo?

MELÁNIA - Você continua a mesma vadia de sempre.

GIZZELA - Vou considerar isso como um elogio.

Lorenzo surge na sala correndo e Boldiszar aponta a arma para ele.

BOLDISZAR - Mais um passo e eu atiro.

EMESE - Vocês são uns lixos! Não adianta, você perdeu, Domokos! Perdeu!

DOMOKOS - Sabe, minha querida sobrinha, eu não tenho problema nenhum em perder. A vida é como uma partida de Xadrez, às vezes vencemos, outras vezes... Mas o que importa de verdade, é que independentemente se eu for perder, nunca caio sem levar alguém comigo.

LORENZO - Você não presta, é um filho da puta. Como conseguiu entrar aqui com toda a segurança?

GIZZELA - Aqueles seguranças? O Domokos cuidou de todos, não foi difícil.

MELÁNIA - Domokos, quanto você quer para nos deixar em paz? 

DOMOKOS - Melánia, por favor, desse jeito você até me deixa ofendido. Não quero o seu dinheiro, apenas quero vingança. Sabe quanto tempo eu esperei para poder matar a sua filha? Nossa, faz mais de 30 anos.

Sebestyénne observa tudo da copa. Ela pega o seu telefone;

SEBESTYÉNNE - Alô? Eu falo da Mansão Angyal. O Domokos, o homem que vocês procuram está aqui ameaçando todo mundo. Por favor, venham imediatamente.

CORTA PARA:

CENA 02 - JORNAL - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.

Zóltar observa Budapeste através da sua janela. Aranka está ali próxima a mesa dele.

ARANKA - Por um momento, achei que fôssemos morrer, mas conseguimos informações suficientes.

ZÓLTAR - Vocês fizeram um ótimo trabalho, Aranka. Parabéns.

ARANKA - Você em algum momento de sua vida imaginou que Budapeste estaria em Estado de sítio?

ZÓLTAR - Nunca, nem nos meus piores sonhos. Apesar da Hungria nos últimos anos estar tirando direitos essenciais da sociedade por estar alinhado com ideologias de extrema direita, nunca imaginaria que algo dessa magnitude fosse acontecer.

ARANKA - E que tudo se resolva da melhor forma. Espero que a polícia e o exército consigam capturar o Domokos.

ZÓLTAR - Isso se ele não tiver preparado o gran finale.

CLOSE NO ROSTO DE ARANKA APREENSIVA.

CORTA PARA:

CENA 03 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA.

DOMOKOS - Isso aqui tudo era para ser meu, Melánia, mas você fez questão de arruinar tudo. 

MELÁNIA - Eu fiz o que era necessário, seu crápula. Você roubou milhões de euros da empresa e se eu não tivesse feito a auditoria o rombo teria sido maior.

DOMOKOS - Foi a mesma coisa que o seu querido pai disse.

MELÁNIA - O quê? Do que você está falando?

DOMOKOS (RINDO) -  Melánia, você acha mesmo que o seu pai morreu de velhice? Aquele velho caquético descobriu que eu estava desviando dinheiro da Angyal Alimentos e ele iria contar tudo para o Kornél! Eu jamais poderia perder o respeito do meu irmão, tinha demorado tanto para conseguir, não poderia deixar que tudo fosse por água abaixo.

EMESE - Você matou o meu avô, seu desgraçado? 

DOMOKOS - Eu me livrei de uma das peças principais, garotinha. Tentei me livrar da sua mãe depois, mas acabou que a enxerida da Anita resolveu estar no momento errado.

LORENZO - Como você pode ser tão frio a ponto de falar isso?

DOMOKOS - O filho do Don Vito! Eu te peguei no colo, sabia? Eu e seu pai éramos grandes amigos, mas infelizmente foi outro que tentou me apunhalar pelas costas.

MELÁNIA - Você é o ser mais desprezível que eu já conheci, Domokos. 

GIZZELA - Cuidado ao falar do meu marido, sua vaca.

DOMOKOS - Como vocês foram ingênuos esses anos todos. Eu sempre estava vigiando. Principalmente o garoto, o Konrad. Esse foi um verdadeiro achado. 

MELÁNIA - E você o matou! Seu crápula!

DOMOKOS - Em minha defesa, eu não fiz nada. 

EMESE - A Barbara, não é?

DOMOKOS - Pra quê citar nomes? Acho que isso não leva a nada. Hoje, tudo será resolvido. Vou mandar todos vocês para o inferno.

Neste momento, Ilona aparece nas escadas. Ela vislumbra toda a cena e olha furiosamente para Domokos. Ela desce as escadas furiosa e tenta ir para cima do vilão. 

ILONA - Seu assassino! Largue a minha sobrinha!

Domokos dispara em direção a Ilona que recebe o impacto do tiro e cai no chão.

Emese e Melánia gritam. Melánia vai em direção a Ilona que está sorrindo.

ILONA - Eu estou bem, minha irmã. Essa era a única forma de poder me juntar ao Konrad... Minha irmã, me perdoe.

MELÁNIA - Ilona, por favor, não me deixe, eu preciso de você. Nós precisamos sair para tomar um café como fazíamos antes...

ILONA - Minha irmã, eu te amo tanto, muito mesmo. Por favor, não deixe que a Emese fique sem a salada de frutas matinal dela.

MELÁNIA - Eu te amo...

Ilona suspira pela última vez e morre sorrindo. 

EMESE (TENTA SAIR) - SEU ASSASSINO.

Melánia chora e tem um ataque de fúria e parte pra cima de Domokos que não espera e cai juntamente com Emese. Boldiszar tenta impedir, mas Lorenzo dá uma chave de braço no capanga que fica sem respirar.

MELÁNIA - Eu vou te matar, seu desgraçado. Cretino!

Melánia e Emese, juntas, começam a estapear Domokos. Gizzela vai para cima das duas, mas Sebestyénne surge e puxa Gizzela pelos cabelos e a joga no chão.

EMESE - Você vai pagar caro pelo que você fez!

Emese vislumbra a arma e tenta pegar, mas Domokos dá um chute na região do pulmão e Emese cai sentindo forte dor. Melánia volta a esbofetear Domokos que a joga para o lado. Melánia está no chão.

DOMOKOS - Você vai pagar por esses tapas, vagabunda.

Domokos dá diversos chutes na barriga de Melánia. Ela começa a cuspir sangue. Emese arranja forças e pula no pescoço de Domokos que cai novamente. Emese finalmente pega o revólver e aponta para o vilão que agora está desarmado. 

DOMOKOS - Vai, Emese. Atira, querida. Prove que você não é uma mosca morta igual aos seus pais. Mostre a ira que corre no seu sangue. 

MELÁNIA (TOSSINDO) - Por favor, Emese... Não... Não atira.

Emese continua apontando a arma para Domokos o olhando com um olhar de fúria.

DOMOKOS - Você não é boazinha, Emese. Não acha que eu não sei que você mandou matar aquela prostituta só para incriminar o Senador Fridrich? Ah, também teve o incêndio ao Monster Grill. Você está aí no seu pedestal, agindo como se fosse a imperatriz da justiça, mas não passa de uma mulher covarde. A vida inteira, sempre precisando que os outros a protegesse, porque não consegue fazer isso sozinha. 

LORENZO - Emese, abaixa essa arma, por favor. Você não pode ter as suas mãos sujas com o sangue desse cretino.

SEBESTYÉNNE - Por favor, Emese. Jesus jamais aprovaria isso.

EMESE - Então, avise a Jesus que eu irei pecar.

DOMOKOS - Isso! É essa a atitude que eu quero. Agora sim. Não importa o que você faça, Emese. O meu sangue corre nas suas veias, estamos atrelados de alguma forma.

LORENZO - Emese, não faz isso.

DOMOKOS - Vai, Emese. Atira, mas atira bem aqui (aponta) no peito do seu titio. Você não quer vingar as centenas de pessoas que morreram hoje? Vamos, Emese. Quero que você atire e acabe se tornando igual a mim.

EMESE - Vai para o inferno, filho da puta!

Emese faz dois disparos.

CORTA PARA:



CENA 04 - DELEGACIA DE BUDAPESTE - SALA - INT. - DIA.

Barbara está algemada na cadeira. Nala está na frente da vilã. 

BARBARA - Eu acho que você deveria tomar um banho ao menos. Sua situação está péssima.

NALA - A intenção é deixar você o mais desconfortável que eu puder. Se isso estiver dando certo, melhor ainda.

BARBARA - Você sabe que eu não irei falar nada, não é?

NALA - Ah, você está pensando que sou eu quem irá fazer o interrogatório? (ri) Não, não. Tem uma pessoa que é especial de arrancar qualquer informação.

BARBARA - E quem seria essa pessoa?

NALA - Você já vai conhecê-la.

O General Hénrik abre a porta e Nala faz uma continência a ele.

GEN. HÉNRIK - Então, é essa a filha do Domokos...

Severus adentra a porta rapidamente.

SEVERUS - Gente, o Domokos. Ele está na casa da Emese. Algumas viaturas já estão chegando lá.

NALA - Precisamos ir pra lá o quanto antes, então...

GEN. HÉNRIK - Você não vai a lugar nenhum. Vai ficar aqui comigo. Temos oficiais competentes para pegá-lo. Vamos cuidar dessa garota primeiro.

BARBARA - Como eu disse a delegada, eu não irei falar nada. 

GEN. HÉNRIK (ANDA) - Você não tem outra opção. É claro que antes de contar qualquer coisa, filhos da puta como vocês preferem suicidio, mas não se preocupe, nada melhor do que a dor como instrumento.

General Hénrik busca uma mala do lado de fora e a abre. Ao revelar o conteúdo, aparece diversos tipos de armas brancas.

NALA - Pai, não posso permitir que você a torture.

GEN. HÉNRIK - Saia da sala imediatamente. Ela vai sofrer tudo que fez os outros sofrerem.

BARBARA - Eu conheço meus direitos. Não irá fazer isso...

O general dá um tapa na cara de Barbara. Ele dá outro. 

GEN. HÉNRIK (PEGA A ARMA) - Vamos ver até onde a sua dor pode ser verdadeira.

NALA - General! Se não parar agora mesmo, vou abrir uma denúncia dentro da polícia do exército.

GEN. HÉNRIK - Faça isso. Irei me orgulhar do mesmo jeito.

O General passa a faca no braço direito de Barbara e faz um corte superficial, mas suficiente para o sangue surgir.

BARBARA - É só isso que consegue fazer?

GEN. HÉNRIK (RI) - Você ainda não viu nada.

Ele dá outro tapa em Barbara que está furiosa. Ele vai para trás dela e puxa os cabelos da vilã. O General começa a cortar o cabelo dela que tenta se sair e Nala observa tudo horrorizada.

CORTA PARA:

CENA 05 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA.

Todos estão olhando para Emese que está com a arma apontada. Sirenes começam a ser ouvidas do lado de fora. 

EMESE - Eu não sou como você, seu cretino de merda.

Domokos olha para Emese com fúria. Um dos disparos pegou no chão e o outro na perna dele.

EMESE - Eu disse que faria de tudo para acabar com você, mas quero te ver sofrer, Domokos. Você irá apodrecer na cadeia. 

DOMOKOS - Não teria tanta certeza se fosse você, garotinha.

EMESE - Você não vai sair mais de lá. Seu criminoso! Cretino.

Emese se aproxima e dá um tapa em Domokos que tenta ir para cima de Emese, mas esta dá um chute no vilão que cai.

EMESE - Seu saco de merda.

Emese cospe em Domokos. A policia invade o local. Eles algemam Boldiszar, Gizzela e por fim Domokos.

Lorenzo vai até Emese e a abraça.

LORENZO - Ainda bem que você não o matou.

CORTA PARA:

EMESE (OLHA PARA O CORPO DE ILONA) - Mas minha vontade era de matá-lo. Ele tirou a minha tia de mim.

Emese vai até a mãe que está no chão.

MELÁNIA - Eu estou bem, não se preocupe comigo. Mas preciso de um médico.

SEBESTYÉNNE - Vou chamar uma ambulância...

VISÃO GERAL DA SALA. EMESE SE ABAIXANDO PERTO DO CORPO DA TIA E CHORANDO. LORENZO A CONSOLANDO.

CENA 06 - JORNAL - SALA - INT. - DIA.

Zóltar continua observando toda a visão de Budapeste.

ZÓLTAR - Acredito que tudo está controlado até o momento.

Uma mensagem aparece em seu telefone 

Emese - O Domokos foi preso. 

ZÓLTAR - O Domokos foi preso!

ISTVÁN - O quê?

ZÓLTAR - A Emese enviou a mensagem confirmando. Ela não entrou em detalhes, apenas falou que ele foi preso.

ARANKA - Eu me sinto aliviada. Nunca esperei tanto por uma notícia como essa.

ZACO - Finalmente o pesadelo acabou.

O Escritório inteiro vibra.

CORTA PARA:

CENA 07 - AVENIDAS DE BUDAPESTE - DIA.

A fumaça ainda paira pela cidade e helicópteros sobrevoam Budapeste. Bombeiros continuam fazendo o processo de apagar o incêndio. A Cidade está vazia. As pessoas estão dentro de suas casas. Carros destruídos estão pelas ruas e corpos.

O Narrador de uma rádio aparece em cena.

NARRADOR - A polícia finalmente conseguiu prender o chefe do grupo nazista que fora responsável pelo atentado terrorista hoje em nossa cidade. O mundo parou para ver Budapeste entrando em colapso. Os culpados precisam ser responsabilizados e julgados. Até o momento, a polícia conta 2435 mortos. A Primeira Ministra decretou Estado de Sítio e também de Luto por 1 semana.

A voz se dissipa juntamente com o dia que dá lugar a noite.

CORTA PARA:

CENA 08 - MANSÃO ANGYAL - JARDIM - NOITE.

Emese está sentada no meio das rosas. Lorenzo aparece.

LORENZO - Você está bem?

EMESE - Não sei. Por mais que tudo tenha acabado, não sinto como se eu estivesse realmente bem. Minha tia, a mulher que me criou morreu... Sinto que há mais saldo negativo nessa história inteira do que positivo.

LORENZO - Emese, a sua tia não morreu emvão. Você sabe bem disso. O Domokos era perigoso e isso acabaria de alguma forma. 

EMESE - Não consigo aceitar... Duas pessoas da minha família morreram, Lorenzo. Minha tia e o meu primo.

LORENZO - Vem cá.

Lorenzo abaixa-se e dá um abraço em Emese.

LORENZO - Eu estou aqui com você. Também sou sua família. 

Emese vira-se para Lorenzo e o beija delicadamente. Eles saem do beijo.

LORENZO - Você precisa descansar.

EMESE - Eu já vou. Quero ficar um pouco sozinha.

Lorenzo assente e sai. Emese fica ali observando o céu e as rosas.

CORTA PARA:

CENA 09 - DELEGACIA DE BUDAPESTE - CELA - INT. - NOITE.

Barbara está no canto da cela. Close em seu rosto totalmente desfigurado. Cortes são vistos por todo o seu corpo. Nala chega com um prato de comida.

NALA - Aqui está o seu jantar... Olha, eu não concordo com o que o General fez, mas o mesmo tempo, não consigo ter pena de você. É aquela coisa, não é? O karma. Todos os crimes que você cometeu, as torturas, tudo... Acho que chegou a hora de você pagar.

BARBARA (TOSSE) - Eu não me arrependo de nada do que fiz. 

Barbara sorri com dificuldade e sorri. 

NALA - Imaginei... Bom, acho melhor comer, a comida vai esfriar... Ah, o seu grupo já era. O seu pai, juntamente com sua mãe, foram presos.

Nala sai e Barbara permanece imóvel

CORTA PARA:

CENA 10 - BASE DO EXÉRCITO - CELA ESPECIAL - INT. - NOITE.

Domokos está algemado e deitado em uma cama na cela. O general entra juntamente com um soldado.

DOMOKOS - Por qual razão estou ema base militar?

GEN. HÉNRIK - Você agora é um inimigo do país. Nada mais do que justo em receber as regalias sinceras.

DOMOKOS - Vocês deveriam era me proteger desses malditos. O que eu fiz foi por nosso país. Essa cidade precisava ser purificada. Você sabe quantos imigrantes há nesse país? Quantos criolos entram diariamente aqui?

GEN. HÉNRIK - Mas a sua filha não é turca?

DOMOKOS - A Barbara é diferente. Ela estava assustada quando a resgatei e sabia que seria uma grande mulher.

GEN. HÉNRIK - Ela se tornou uma mulher sem alma por sua causa... Você arruinou os sonhos de uma pobre criança.

DOMOKOS - Aí que você se engana. Eu dei sonhos a ela. Foi graças a mim que ela estudou. Se tivesse continuado na Turquia, teria se tornado uma garota de programa.

GEN. HÉNRIK - E qual seria o problema? Ela se tornou uma mulher ardilosa e que matou milhares de pessoas hoje. Vou fazer questão que ambos peguem prisão perpétua. 

Domokos apenas ri

CORTA PARA:

CINCO DIAS DEPOIS...

CENA 11 - ANGYAL ALIMENTOS - AUDITÓRIO - INT. - DIA.

Emese está na plataforma, ao lado de Melánia, Lorenzo e o diretor Kim.,

EMESE - Como todos vocês já sabem, nos últimos dias, minha família passou por um intenso conflito. Budapeste foi brutalmente atacada por meu tio, Domokos. Diante disso, a Angyal Alimentos está criando o Instituto Angyal. A partir de hoje, a empresa será controlada por minha mãe, Melánia Angyal.

O burburinho começa.

EMESE - Sim, ela está viva e em breve faremos um comunicado oficial à imprensa. O Diretor Kim, continuará como presidente da Bartha's Enterprise, já que minha tia Ilona e meu primo Konrad morreram. Com isso, renuncio meu cargo de presidente da Angyal Alimentos.

Os repórteres levantam as mãos para fazerem perguntas, mas Emese desce do palco juntamente com os outros. 

CORTA PARA:

CENA 12 - JORNAL - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.

Zóltar está sentado em sua cadeira. Nala adentra o ambiente.

ZÓLTAR - Delegada! 

NALA - Por favor, Zóltar, me chame apenas de Nala.

ZÓLTAR - Me desculpe a informalidade. Queira sentar-se. 

Nala assente e senta em uma cadeira

ZÓLTAR - A que devo a honra de sua visita?

NALA - Eu vim te agradecer por ter contribuído durante esses meses de investigação. Se não fosse com a sua ajuda, não teríamos conseguido.

ZÓLTAR - Não precisa agradecer, fiz apenas meu trabalho.

NALA - É, eu sei. Mas fez um trabalho muito bem feito. Mas gostaria de pedir uma coisa. Um dos meus oficiais acabou morrendo no atentado, você deve ter tido a chance de conhecê-lo, o Bence. Eu gostaria que você fizesse uma matéria sobre a bravura dele, não precisa ser primeira página, mas queria que as pessoas soubessem o grande homem que ele foi.

ZÓLTAR - Claro, Nala. Meus sentimentos. Vou pedir para os redatores providenciarem o quanto antes.

NALA - Obrigada.

ZÓLTAR - Ah, Nala... Você aceitaria tomar um café comigo?

NALA - Como em um encontro?

ZÓLTAR - Exato.

NALA - Achei que nunca fosse fazer essa pergunta.

Eles dois trocam olhares e sorriem.

CORTA PARA:

CENA 13 - PRISÃO DA HUNGRIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.

Fatima está de frente para um vidro. Barbara aparece algemada e olha friamente para Fatima. Fatima pega o telefone e Barbara também.

FATIMA - Oi, eu sei que você não quer me ver. Mas eu senti que precisava vir até aqui.

BARBARA - Perdeu o seu tempo. Melhor voltar para sua vida xexelenta.

FATIMA - Por favor, deixa eu ter uma conversa sincera com você, sem precisar ouvir esses seus ataques.

BARBARA - Eu não quero te ver aqui. Será que você não entende?

FATIMA - Você vai me ouvir. Querendo você ou não. Agora fique calada. Eu sou sua mãe mesmo que não goste. Tudo que eu fiz na minha vida foi correr em busca de você. 

BARBARA - Eu não pedi pra ser salva.

FATIMA - Mas deveria. Olha onde você está agora. Está aqui presa. E cadê o seu brilhante pai? Preso! Vai pegar prisão perpétua e você também. O júri vai fazer de tudo para deixar vocês pelo resto da vida atrás das grades e eu sou a única pessoa que está aqui, então aceite.

BARBARA - Por que se humilhar tanto por alguém que não te ama?

FATIMA - Porque fui eu que te dei a vida e te tiraram de mim sem a menor possibilidade de dizer um adeus.

BARBARA - Por favor, vai embora. 

FATIMA - Barbara, por favor... Eu sou a sua mãe. 

BARBARA - Antes não fosse. Esqueça que eu existo, Fatima. Vai ser o melhor que você irá fazer...

FATIMA (CHORANDO) - Você já deve ter amado alguém e sabe como é dificil desistir de alguém que ama. 

BARBARA  (SOLTA UMA LÁGRIMA) - Já te disse, saia daqui. GUARDA!

O Guarda aparece e Barbara olha uma última vez para Fatima que chora copiosamente.  

CORTA PARA:

CENA 14 - APARTAMENTO DE OTÁVIO - INT. - DIA.

Frank e Otávio arrumam as malas.

FRANK - Nunca pensei que você teria tantas roupas assim.

OTÁVIO - A maioria eu não irei levar. Vou levar um pouco para doação.

FRANK - Está ansioso para a viagem?

OTÁVIO - Apenas um friozinho na barriga. Não me imaginava morar em outro país.

FRANK - A partir de agora, a Finlândia é a nossa casa. 

OTÁVIO  - Espero que a felicidade dure muito em nossa nova vida.

Otávio vai até Frank e o beija.

CORTA PARA:

CENA 15 - MANSÃO KOVÁCS - SALA - INT. - DIA.

Kimerul está lendo o jornal e András aparece.

ANDRÁS - Consegui.

KIMERUL - O quê?

ANDRÁS - Eu vou disputar o campeonato internacional de Hipismo.

KIMERUL - Que notícia maravilhosa, meu filho. Então, é isso... Vai voltar a correr, não é?

ANDRÁS - Sim, mas pai... Eu vou precisar me mudar para Holanda pelos próximos seis meses. 

KIMERUL - Eu imaginei que isso iria acontecer uma hora ou outra.

ANDRÁS - Não queria te deixar aqui sozinho, pai.

KIMERUL - Pelo amor de Deus, András. Eu não estarei sozinho. Vou poder viver minha vida e ser feliz finalmente.

ANDRÁS - Eu fico extremamente feliz em saber que está pensando dessa forma.

KIMERUL - Quando você se muda?

ANDRÁS - Em quatro dias. Tenho que começar os treinos o quanto antes.

KIMERUL - Então, me abrace forte.

Kimerul vai até András e o abraça. Eles começam a chorar.

ANDRÁS - Te amo, pai.

KIMERUL - Te amo, meu filho.

CORTA PARA:

Três dias depois...

CENA 16 - TRIBUNAL - INT. - DIA.

As paredes são adornadas com painéis de madeira escura e grandes janelas permitem que a luz natural ilumine a sala. O juiz, vestindo uma toga preta, está sentado em sua cadeira elevada. Os jurados, sérios e atentos, estão em suas poltronas. A plateia está repleta de expectadores ansiosos.

JUIZ - Ordem na corte. Hoje estamos reunidos para deliberar sobre o caso do Domokos Hovárth. O réu é acusado crimes contra a humanidade. Sr. Promotor, você pode apresentar suas considerações finais.

PROMOTOR - É um caso que entrou para a história da humanidade. Não há razão alguma para termos que abrandar a pena do réu. Foram diversos crimes, entre eles, homicídio, tortura, atentado a ordem e a prática do nazismo. O nosso país precisa punir veemente e com uma pena severa para amenizar os atos. Se a justiça nesse país existe, o réu precisa ser condenado a prisão perpétua. 

EMESE - Assassino!

JUIZ - Ordem! Se continuarem com a algazarra, irei proibir plateia no recinto.

MELÁNIA (SUSSURRA P/ EMESE) - Calma, minha filha. 

JUIZ - Muito bem. Com base no veredito do júri, eu, como juiz deste tribunal, sou obrigado a acatar sua decisão. Sr. Domokos Hovárth, diante do júri e das evidências apresentadas, você é considerado culpado pelos crimes contra a humanidade. De acordo com as leis do Estado, eu o sentencio a prisão perpetua. 

Domokos fica cabisbaixo. A plateia comemora. 

CORTA PARA:

CENA 17 - CEMITÉRIO DE BUDAPESTE - INT. - DIA

A luz do sol invade a neblina. Kimerul e András estão olhando o túmulo de Anita.

ANDRÁS - Mãe, eu queria ter te conhecido. Parte de mim, estava feliz com a possibilidade da senhora realmente estar viva. Mas dessa vez, ao menos estou tendo a oportunidade de fazer o seu sepultamento. 

András abaixa e coloca uma rosa na lápide. 

KIMERUL - Minha querida. Eu te amo tanto. Eu espero ter a sorte de te encontrar em uma outra vida. Espero que eu possa te amar por uma vida inteira, até nós dois ficarmos de cabelos brancos sentados à beira da praia vendo o pôr do sol. Anita, você sempre estará viva em mim.

SONOPLASTIA ON: FOREVER - FIREFLIGHT

András e Kimerul se abraçam. O espirito de Anita aparece e os abraça. Eles sentem um vento forte que leva calma para ambos. Anita está sorrindo. Ela passa a mão no rosto de András lentamente, como se estivesse tentando limpar as lágrimas. 

CORTA PARA:

CENA 18 - DELEGACIA DE BUDAPESTE - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.

SONOPLASTIA OFF. Nala está sentada e o General Hénrik aparece. Nala faz uma continência para ele.

GEN. HÉNRIK - Poupe as formalidades. Estou aqui como seu pai hoje.

NALA - Aconteceu alguma coisa?

GEN. HÉNRIK - Não. Não posso mais te visitar? Estou fazendo o papel de pai. 

NALA - É estranho estar aqui e agindo dessa forma. Enfim, aceita café?

GEN. HÉNRIK - Não, você sabe que café ataca minha gastrite. 

NALA - E então, qual o motivo da sua visita?

GEN. HÉNRIK - Vim te parabenizar. Quero te dizer que estou orgulhoso da mulher que se tornou. Eu sei que depois da morte da sua mãe, nós não fomos próximos, mas eu tentei te dar o melhor.

NALA - Eu sei, Gen... pai. Não precisa se preocupar com isso. Você fez tudo que estava ao seu alcance.

GEN. HÉNRIK - Mas eu poderia ter te dado amor, Nala. Eu falhei nessa parte.

NALA - Ei, claro que não. Você foi o melhor pai do mundo. Me ensinou que eu nunca desistisse e é por seus ensinamentos que eu sou essa mulher de hoje.

GEN. HÉNRIK - Posso te dar um abraço?

NALA - Claro, pai.

O general vai até Nala e os dois se abraçam. Severus os interrompe.

SEVERUS - Delegada, a Barbara pediu para ir até a prisão. Ela quer te falar algo.

Nala e o general estranham.

CORTA PARA:

CENA 19 - MANSÃO ANGYAL - QUARTO DE MELÁNIA - INT. - DIA

Melánia está sentada na ponta da cama segurando um porta-retratos com uma foto dela e Kornél abraçados.

SONOPLASTIA ON: HOUSE ON A HILL - THE PRETTY RECKLESS

Uma lágrima cai no porta-retratos e ela relembra momentos com Kornél.

FLASHBACK ON

Melánia estão correndo felizes pelas ruas de Budapeste. Kornél abraça Melánia fortemente e a beija.

KORNÉL - Eu te amo, sabia?

MELÁNIA - Será? Talvez esse amor esteja um pouco fraco.

KORNÉL - Então é assim? 

Kornél beija Melánia novamente. 

MELÁNIA - Você é o homem da minha vida. Eu te amo muito

FLASHBACK OFF.

MELÁNIA - Eu te amo ainda, Kornél.

CORTA PARA:

CENA 20 - PRISÃO DA HUNGRIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA.

SONOPLASTIA OFF. Nala e Barbara estão de frente uma para outra.

NALA - E, então? Por que pediu para que eu viesse até aqui?

BARBARA - Aposto que ainda não conseguiu encontrar o assassino do Senador Fridrich.

NALA - Se a intenção foi debochar, estou indo...

BARBARA - Eu sei quem o matou.

NALA (INDAGA) - E como você sabe disso?

BARBARA (SÉRIA) - Porque fui eu quem o matou.

O rosto de Nala está em uma expressão de surpresa.

CORTA PARA:

CENA 21 - MARGENS DO RIO DANÚBIO - DIA.

Emese está sentada em um banco. Lorenzo está ao seu lado.

LORENZO - Está querendo ver o pôr do sol?

EMESE - Não, eu só quero contemplar essa visão. Fazia tempos que eu não tirava um tempo para ver uma paisagem, algo assim. 

LORENZO - Está se sentindo melhor?

EMESE - Um pouco. Achei que eu estaria melhor, mas aos poucos vou me acostumando. Perder a tia Ilona ainda dói, mas vou ficar bem.

Lorenzo beija a testa de Emese.

EMESE - Lorenzo, obrigada.

LORENZO - Está tudo bem. Eu faria tudo novamente por você.

EMESE - Eu te amo.

LORENZO - Eu te amo.

Lorenzo puxa uma caixinha do bolso e se ajoelha diante de Emese.

LORENZO - Emese Angyal, aceita se casar comigo?

EMESE - Mas é claro que sim.

Eles dois se beijam.

CORTA PARA:

CENA 22 - PRISÃO DA HUNGRIA - SALA DE VISITAS - INT. - DIA

NALA - Eu espero que isso não seja nenhum blefe seu.

BARBARA - Não é. Eu matei e não me arrependo.

NALA - E como você o matou?

BARBARA - Eu te conto.

FUSÃO COM:

CENA 23 - FLASHBACK - CASA DO SENADOR - ESCRITÓRIO - INT.

O senador Fridrich está fumando um charuto quando é surpreendido pela porta do escritório sendo aberta. Ele vê a imagem de Barbara.

SEN. FRIDRICH - Barbara? Não achei que falaria com você.

BARBARA - É, senador. Já faz um tempo que não nos encontramos, não é?

SEN. FRIDRICH - O que veio fazer em minha casa?

BARBARA - Eu vim te pedir uma coisa, na verdade. Queria saber aonde está a Maria...

SEN. FRIDRICH - Ela foi vendida para um casal de portugueses. 

BARBARA - Você tem o endereço deles?

SEN. FRIDRICH - Por que isso agora? Está pensando em ter a sua filha de volta?

BARBARA - Você a tirou de mim. Eu nem pude contar ao Miklós que eu estava grávida.

SEN. FRIDRICH - Barbara, você sabe como isso funciona. Seu pai jamais aceitaria uma filha sua. Apesar de ter sido criada por ele, você continua sendo uma turca. Colocar mais gente no mundo pra conviver em nosso país seria errado.

BARBARA - Você arrancou a minha filha do meu braço no dia do parto. Eu nem sequer vi o rosto dela. 

SEN. FRIDRICH - Olha só... Então quer dizer que Barbara tem coração...

BARBARA - Não brinque comigo, senador... Eu estou falando sério. Eu quero a minha filha de volta.

SEN. FRIDRICH - Sinto muito. Impossível.

BARBARA - Você é um canalha. 

Barbara tira um revólver da cintura e aponta para o senador.

SEN. FRIDRICH - Não se atreva a puxar o gatilho. Você não é nem louca. 

BARBARA - Vocês tiraram minha menininha dos meus braços. A minha filha. Com quantos anos ela já deve estar? Uns 5? Eu perdi tudo. Tudo. Perdi o Miklós e também a minha filha e por qual motivo? Por causa dessa merda de grupo. 

SEN. FRIDRICH - Eu sabia que você iria acabar surtando. Bem que diz que mulher é fruto de uma fraquejada. 

Barbara atira no senador. Ela faz diversos disparos.

BARBARA - Maldito!

CLOSE NO OLHAR DE BARBARA COM ÓDIO.

CORTA PARA:

1 ANO DEPOIS...

CENA 24 - MANSÃO ANGYAL - JARDIM - EXT. - DIA.

O sol brilha suavemente sobre o jardim exuberante, onde os aromas das flores dançam no ar. No altar, um arco magnífico de flores e folhagens. Lorenzo está a espera de Emese. Os convidados são avisados da chegada da noiva. 

Emese entra no local vestida de branco. O vestilo é longo e ela está com uma coroa de flores na cabeça. A CAM mostra os convidados, incluindo Zóltar e Nala que estão abraçados.  Emese chega ao altar e olha diretamente para LORENZO.

LORENZO - Você está linda

EMESE - Obrigada, meu amor.

Sebestyénne, Eva e Melánia choram.

EVA - A Ilona estaria surtando ao ver isso aqui.

SEBESTYÉNNE - A Emese está tão linda.

MELÁNIA - Eu que fiz.

PADRE - Lorenzo, você aceita Emese como sua esposa?

LORENZO - Sim. 

PADRE - Emese, você aceita Lorenzo como seu esposo?

EMESE - Mil vezes sim.

PADRE - Pelo poder concebido pelo altíssimo. Eu os declaro marido e mulher.

Emese e Lorenzo se beijam e todos aplaudem.

CORTA PARA:

HELSINQUE - FINLÂNDIA 

CENA 25 - AVENIDAS DE HELSIQUE - DIA.

SONOPLASTIA ON: FIRE MEET GASOLINE - SIA

Otávio e Frank andam de mãos dadas. Eles param e dão um selinho.

FRANK - Nem acredito que finalmente estamos casados.

OTÁVIO - Eu que não acredito de ter tido a sorte de ter te encontrado. Você é o homem mais lindo que já conheci. 

FRANK - Otávio, eu te amo. Quem teve a sorte fui eu por ter me apaixonado pelo meu melhor amigo.

OTÁVIO - Eu te amo.

Frank e Otávio se beijam apaixonadamente. 

FRANK - Eu quero ter uma vida leve e longa com você. Obrigado por ter me aceitado a dividir isso.

OTÁVIO - Que o nosso hoje seja o nosso sempre.

Frank beija Otávio novamente.

CORTA PARA:

BUDAPESTE - HUNGRIA

CENA 26 - MANSÃO ANGYAL - SALA - INT. - DIA

Emese, Melánia, Sebestyénne e Lorenzo estão na sala. Um fótografo está ajeitando as posições deles. 

FOTÓGRAFO - Vocês tem que ficar um pouco mais juntos.

EMESE - Desse jeito?

FOTÓGRAFO - Isso mesmo. 

Ele tira várias fotos deles. Emese está sentada na cadeira e Lorenzo também. Ambos estão de mãos dadas. Sebestyénne está ao lado de Lorenzo e Melánia de Emese.

EMESE - A família Angyal renasceu...

A IMAGEM CONGELA EM UMA FOTOGRAFIA DOS QUATRO ANUNCIANDO O FIM DA HISTÓRIA

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penalque define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim...?




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