SAGRADA FAMÍLIA
“Capítulo 36”
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
Esta é uma obra de ficção e sem
compromisso com a realidade.
CENA 1. CARRO DE ALEXANDRE. INT.
DIA.
Alexandre, com aparência bastante confiante, dirige enquanto
Renata está no banco de passageiro.
ALEXANDRE – (olhando para Renata) Tudo está
encaminhando para dar super certo, a Helena já foi reconhecida como a filha da
Nathalia e do Jayme, ela já se casou com o Guto...
RENATA – (concordando) É verdade. Tudo está
dando certo!
ALEXANDRE – Só uma pessoa está atrapalhando que
nossos planos de concretizem.
RENATA – A Nathalia.
ALEXANDRE – (sorrindo) Sim, ela é o único
obstáculo que eu preciso vencer para chegar à presidência da Castro Cosméticos.
Alexandre esboça um sorriso sinistro enquanto mantém os
olhos na estrada.
ALEXANDRE – Acho que está na hora de darmos um
jeito nisso.
Renata franze a testa, curiosa.
RENATA – O que você está pensando?
ALEXANDRE – Sabotar o freio do carro dela. Será
o suficiente para causar um grande acidente.
Renata fica surpresa, mas logo concorda.
RENATA – Você tem certeza disso?
ALEXANDRE – (com ar debochado) Absoluta certeza.
É o momento ideal, nem o Guto e nem a Helena vão estar aqui, eles já vão voltar
da Bahia com a triste notícia de que a mãezinha da Helena morreu.
Renata concorda com a cabeça, sendo cúmplice no plano
nefasto de Alexandre. O clima tenso toma conta do carro enquanto eles conspiram
para prejudicar Nathalia.
CORTA PARA
CENA 2. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DE EDUARDO. DIA.
Eduardo, visivelmente incomodado, desabafa com sua irmã
Bárbara sobre a situação familiar.
EDUARDO – (olhando para o celular) Faz meses que a mamãe não atende
minhas ligações. E o pai na empresa? Ele me evita como se eu fosse invisível.
Bárbara, comovida, se senta ao lado de Eduardo para
confortá-lo.
BÁRBARA – Edu, isso não está certo. Eles não
podem te tratar assim só por ser gay.
EDUARDO – (frustrado) Eu não entendo. Sempre
pensei que nossa família fosse mais aberta, principalmente a mamãe, eu jamais
esperaria esse abandono da parte dela.
BÁRBARA – Eu te amo do jeito que você é, e
não importa o que os outros pensem. Vou conversar com o papai sobre isso, tenho
certeza de que ele vai entender.
Eduardo olha para Bárbara, agradecido pela compreensão e apoio.
EDUARDO – (sorrindo) Obrigado, irmã. Sua
aceitação significa o mundo para mim.
Bárbara reafirma seu apoio e promete resolver a situação com
o pai.
BÁRBARA – Você esteve no casamento do Guto e
da Helena?
EDUARDO – Sim, foi um casamento maravilhoso.
Você deveria ter ido.
BÁRBARA – Eu não iria desacompanhada do
Murilo, e ele se negou a ir.
EDUARDO – Se negou? Isso é muito estranho, dá
a impressão de que ele...
BÁRBARA – (interrompe) Não precisa continuar,
eu sei bem o que você está querendo dizer. E eu também penso a mesma coisa.
EDUARDO – (curioso) Por que você insiste
nesse relacionamento, sendo que não é recíproco da parte do Murilo? Mesmo com a
Helena já namorando e agora casada com o Guto, o Murilo não esconde que ainda
sente alguma coisa por ela.
BÁRBARA – (se levanta e anda pela sala) Eu
não faço idéia. Sempre achei que esse apego dele por ela fosse algo passageiro,
um amor de uma viagem, mas não é, ele gosta dela de verdade e eu acho que ele só
está comigo por pena, por pena de eu ter perdido o nosso filho.
EDUARDO – (se levanta e fica diante de
Bárbara) Você não merece ficar com alguém que só está com você por pena e que
não te ama. Pense melhor se vale à pena manter continuar assim.
Bárbara fica pensativa.
CORTA PARA
CENA 3. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA PRESIDÊNCIA. DIA.
Beatriz e Nathalia estão sentadas na sala da presidência,
trocando idéias.
NATHALIA – (sorrindo) Estive pensando em
escapar um pouco da cidade neste fim de semana, enquanto a Helena está em lua de
mel com o Guto. Que tal irmos para a serra?
BEATRIZ – (pensativa) Ah, Nathalia, adoraria,
mas minha mãe está chegando ao Rio de Janeiro para me visitar neste fim de
semana.
NATHALIA – (com expressão de compreensão) Que
pena! Eu estava ansiosa para compartilhar esse tempo fora da rotina com você. E
acho que você não conhece a minha casa na serra, ela passou por uma reforma
recente, está lindíssima.
BEATRIZ – Com certeza teremos outras
oportunidades. E você pode ir, aproveite por nós duas.
NATHALIA – Vou ligar para Adélia agora mesmo e
pedir para ela começar a arrumar minhas malas. Será um fim de semana incrível!
E você está convocada para na próxima vez ir comigo.
Beatriz sorrir enquanto Nathalia pega o celular e faz a
ligação para Adélia.
NATHALIA – Adélia, prepare minhas malas. Vou
passar o fim de semana na serra.
ADÉLIA – (do outro lado da linha) Mas a
senhora deu folga ao motorista nesse final de semana.
NATHALIA – É verdade, mas eu mesmo dirijo ou
pego um helicóptero, que é até mais prático. Mas por favor, arruma minhas
malas. Obrigada!
Enquanto Nathalia fala com Adélia, Beatriz observa.
CORTA PARA
CENA 5. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. SALA. DIA.
Renata está descendo as escadas quando ouve a conversa de
Adélia e Nathalia no telefone.
RENATA – (curiosa) A Nathalia vai viajar?
Para onde?
ADÉLIA – Sim, ela vai passar o fim de semana
na serra. Está decidindo se vai de carro ou de helicóptero.
RENATA – Pelo visto a casa vai ficar
esvaziada no fim de semana. Se você quiser Adélia pode tirar o fim de semana de
folga.
ADÉLIA – (sorrindo) Eu vou aceitar sim dona
Renata, quero receber meu filho lá em casa e é bom que preparo um bom almoço.
Renata pega o celular, sobe as escadas e liga para
Alexandre.
CORTA PARA
CENA 6. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. QUARTO DE RENATA E ALEXANDRE. DIA.
Renata entra no quarto falando no celular com Alexandre.
RENATA – Alexandre advinhe! A Nathalia está
planejando uma viagem para serra neste fim de semana. Ela ainda não decidiu se
vai ser de carro ou de helicóptero, mas não é o momento perfeito para você
colocar o plano em prática?
Alexandre, do outro lado da linha, reage com entusiasmo.
ALEXANDRE – É o momento perfeito! Agora a gente
só tem que fazer ela desistir da idéia de ir de helicóptero.
RENATA – Se ela for de helicóptero ela deve
usar o helicóptero da empresa, diz que vai utilizar para alguma coisa e assim
ela não vai poder usar.
ALEXANDRE – Tive uma idéia. Vou agir agora.
Depois falo com você.
CORTA PARA
CENA 7. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA PRESIDÊNCIA. DIA.
Alexandre entra na sala.
ALEXANDRE – Desculpa entrar assim, sem ser
anunciado, mas é que houve um problema operacional na unidade em Niterói, e eu
preciso ir resolver pessoalmente.
NATHALIA – Foi alguma coisa muito séria?
ALEXANDRE – Não, nada demais, mas eu prefiro ir
pessoalmente. Vou usar o helicóptero da empresa para evitar o trânsito caótico
na ponte.
NATHALIA – (compreensiva) Claro, Alexandre.
Resolva o que precisar. Eu iria usar o helicóptero também, mas sem problemas,
vou de carro para serra.
ALEXANDRE – (agradecido) Vai para serra? Quando
pretende viajar?
NATHALIA – Amanhã à tarde. Quero aproveitar o
fim de semana por lá.
Alexandre e Nathalia trocam um sorriso breve.
CORTA PARA
CENA 8. APARTAMENTO DE EDUARDO. INT.
SALA. NOITE.
Guilherme e Eduardo estão juntos na sala.
GUILHERME – Amor, tenho uma novidade! Minha mãe
nos convidou para almoçar na casa dela no sábado.
EDUARDO – (feliz) Sério? Que legal!
GUILHERME – (entusiasmado) Sim! Vai ser ótimo.
Você vai conhecer oficialmente minha irmã Sol e meu amigo Pedro. Estou ansioso
para apresentar você a todos.
EDUARDO – A Sol eu já vi várias vezes pela empresa,
ela é a secretária do meu pai, mas esse Pedro ai só ouvir falar.
GUILHERME – Ele é namorado da Sol e o meu
melhor amigo.
EDUARDO – (sorriso contido) Isso é
maravilhoso. Mas ás vezes eu sinto um vazio por dentro por não ter essa mesma
aceitação na minha família.
GUILHERME – (carinhoso) Eu entendo, amor. É
difícil, mas lembre-se, você é amado por mim. Minha família te aceita e gosta
de você, e é isso que importa.
EDUARDO – (sorriso mais aberto) Obrigado meu
amor. É reconfortante ter você ao meu lado.
Guilherme e Eduardo trocam olhares carinhosos e se beijam.
CORTA PARA
CENA 9. BAR. INT. NOITE.
Bar movimentado, Alexandre e Tobias conversam em um canto
mais discreto.
ALEXANDRE – (susurrando) Amanhã no final da
tarde ela viaja, você precisa estar lá antes para executar o plano.
TOBIAS – Isso vai ser muito fácil, mas
quando fizerem a perícia no carro vão descobrir que os freios foram cortados.
ALEXANDRE – (com um sorriso maquiavélico) Mas
não vão saber quem foi. E isso pouco importa agora, eu quero ela morta.
TOBIAS – (bebe uma dose de cachaça) O
serviço será feito!
CORTA PARA
CENA 10. RIO DE JANEIRO. EXT.
NOITE/DIA.
Tomadas da cidade do Rio de Janeiro, entre o amanhecer e o
entardecer.
CORTA PARA
CENA 11. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. GARAGEM. DIA.
Nathalia coloca as malas no carro e parte rumo à serra.
CORTE IMEDIATO
CENA 12. EXT. ESTRADA. DIA.
Nathalia dirige em alta velocidade pela estrada sinuosa.
Tomadas mostrando imagens rápidas do carro percorrendo a estrada. No momento em
que Nathalia se aproxima da curva, ela pisa no freio, mas nada acontece. Seu
rosto se enche de pânico.
NATHALIA – (desesperada) O que está
acontecendo? Meu Deus!
O carro perde o controle, a curva se aproxima rapidamente.
Nathalia tenta controlar o volante, mas é tarde demais. O carro sai da pista,
cai da ribanceira, capotando violentamente. A poeira se dissipa lentamente,
revelando o carro virado e danificado, e Nathalia bastante ferida dentro do
carro.
CONGELAMENTO FINAL EM NATHALIA.
Obrigado pelo seu comentário!