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Maré Alta - Capítulo 22

   





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 22


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. PORTO DA AREIA. PENHASCO. EXTERIOR. NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior. SAMUEL vai andando de um lado para o outro demonstrando estar bastante aflito e preocupado com a situação de CASSIANO. Logo depois uma mulher entra no quarto e ela olha para o nosso protagonista com muito desprezo. Ela é JUDITH (Inez Viana) que vai enfrentando SAMUEL sem medo. 


Judith — (séria) Eu posso saber o que está acontecendo aqui, Samuel? Quem é esse homem? E o que ele está fazendo aqui?

Samuel — O que você queria que eu fizesse, Judith? Esse homem sofreu um acidente de proporções catastróficas. Eu não poderia deixar ele para morrer. Cadê a sua compaixão? 

Judith — Eu não quero saber de um estranho na minha casa, Samuel. Você sabe como eu sou. Não me interessa de ele quase morreu. 

Samuel — Ele não vai a lugar nenhum, Judith. Eu não sabia que você era tão mesquinha assim. Eu mesmo vou cuidar dele. 


JUDITH fica muito nervosa. SAMUEL a encara. 


Judith — Você está cometendo um grave erro, Samuel. A gente nem sabe de onde esse homem veio. Não podemos confiar nele. 

Samuel — Já chega, Judith. Eu não quero mais saber desse seu veneno. Esse homem precisa de ajuda e eu vou ajudar ele. 

Judith — Faça como você quiser, Samuel. Mas depois não venha dizer que eu não avisei. 


JUDITH sai do quarto contrariada. SAMUEL se aproxima de CASSIANO que está totalmente desmaiado. 


Samuel — Você vai ficar bem, meu amigo. Se você sobreviveu daquela queda do penhasco eu acredito que nada mais pode te abalar.


SAMUEL também vai saindo do quarto. A câmera se aproxima ainda mais de CASSIANO e vemos o seu semblante de quem está totalmente apagado.

CORTA PARA/


CENA 02. CASA DE FÁTIMA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

LENITA vai saindo de trás da porta deixando LÍVIA e FÁTIMA totalmente surpresas. LENITA vai indo na direção de LÍVIA e sem dizer absolutamente nada ela dá um tapa na cara de nossa protagonista. FÁTIMA fica em choque. Ela tenta defender LÍVIA, mas LENITA está muito nervosa. 


Fátima — O que você pensa que está fazendo, Lenita? Você não pode descontar as suas frustrações em cima da Lívia. Isso o que você está fazendo não está certo.

Lenita — (nervosa) Eu não posso? Por causa dessa infeliz o meu filho está morto. Eu sabia que ela não era para o meu filho.

Lívia — Eu nunca quis que isso acontecesse, Lenita. Eu amo o seu filho mais que tudo.

Lenita — E do que adiantou todo esse amor? Agora o meu filho está morto. E a culpa é sua, Lívia. Some da minha frente agora. 


LÍVIA fica se sentindo muito mal. LENITA a olha com ódio. 


Lenita — O que você ainda está fazendo aqui, sua infeliz? Eu nunca mais quero te ver na ninja frente. Eu vou fazer de tudo para acabar com você, Lívia. Pode ter certeza disso.

Fátima — Já chega disso, Lenita. Você está indo longe demais. Ninguém tem culpa dessa tragédia que aconteceu. Aceite isso. 

Lívia — Está tudo bem, Fátima. Eu sei que ela está sofrendo. Mas eu também estou. Eu amo o seu filho, Lenita. Nada vai mudar isso. 


LENITA demonstra todo o seu desprezo por LÍVIA. As lágrimas vão escorrendo dos olhos de nossa protagonista. 


Lívia — (chorando) O seu filho salvou a minha vida, Lenita. O que eu sinto por ele nunca vai morrer. Você não é a única que está sofrendo. Eu também estou sofrendo muito. 

Lenita — Você já disse o que queria, Lívia. Agora vai embora. Antes que eu perca a cabeça. 


LÍVIA vai embora se sentindo totalmente sozinha. LENITA fecha a porta com raiva. FÁTIMA a encara com seriedade. 

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, AMANHECE


CENA 03. CASA DE TOM. SALA DE JANTAR . INTERIOR. MANHà

CLOSE em TOM que está tomando café da manhã absolutamente sozinho. Nesse momento SHIRLEY invade sua casa e ela parece estar bastante irritada. O vilão toma uma xícara de café e olha para SHIRLEY de uns forma cínica. Ela bate com raiva na mesa e TOM a olha.


Shirley — Você quer parar de me ignorar, Tom. Eu quero o resto do dinheiro que você ne me deve. Eu preciso sair dessa cidade. 

Tom — (cínico) de novo essa história, Shirley. Eu já disse que eu não vou te dar absolutamente nada. Queira ir embora.

Shirley — A Ana Rosa está no meu encalço. Eia vai acabar descobrindo o que você fez. 

Tom — Não me diga que você está com medo da Ana Rosa? Eu achei que você fosse mais inteligente, Shirley. Mas eu me enganei.


SHIRLEY fica possessa de raiva. 


Shirley — Não me provoca, Tom. Eu estou te avisando. Eu não vou ser presa por sua causa. Eu preciso de uma rota de fuga. 

Tom — Me encontre mas tarde na estrada mais a tarde. Eu vou te dar o que você merece. 

Shirley — Eu acho bom mesmo, Tom. E de um jeito na Ana Rosa. Eu não quero ela me rodeando. Eu espero ter sido bem clara. 


TOM balança a cabeça positivamente. SHIRLEY vai embora. A câmera mostra o ódio no olhar de TOM. 


Tom — (ameaçador) Ninguém me ameaça e fica por isso mesmo. O seu fim chegou, Shirley. 


TOM sorri totalmente satisfeito. 

CORTA PARA/


CENA 04. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. QUARTO DO CASAL. INTERIOR. MANHà

ZÉ BATALHA está sentado na veria da cama em silêncio total. ONDINA tenta fazer um carinho, nas ele se recusa. O semblante de ONDINA é de confusão. ZÉ BATALHA se levanta da cama e vai na direção da porta do quarto. ONDINA olha para seu marido que devolve o olhar. 


Ondina — (séria) O que é que está acontecendo com você, meu velho? Não vai me dizer que você ainda está chateado? Eu já te expliquei. Eu não posso abandonar a nossa filha. Você vai consegue entender isso? 

Zé Batalha — E você ainda tem coragem de perguntar, Ondina? Eu deixei claro que eu não queira mais a Ana Rosa aqui. Você não me respeitou. Onde está a nossa confiança? 

Ondina — Porque você tem que ser tão teimoso, Zé? Não importa o que a Ana Rosa fez. Ela sempre vai ser a nossa filha.

Zé Batalha — Eu não acredito que eu estou ouvindo isso. O seu amor de mãe está te cegando. 


ONDINA se recusa a aceitar a verdade sobre ANA ROSA.


Ondina — Eu não consigo entender todo esse seu ódio pela nossa filha, meu velho. Você sempre preferiu o Franchico. É a verdade. 

Zé Batalha — A Ana Rosa nunca foi flor que se cheire, Ondina. Só você não quer admitir a verdade. 

Ondina — O que você quer provar com tudo isso, Zé? Eu acredito que a Ana Rosa pode sim melhorar. Ninguém vai me fazer pensar o contrário. Nem mesmo você. 


ZÉ BATALHA olha para ONDINA bem sério. Ele se aproxima de sua esposa e toca suavemente em suas mãos. 


Zé Batalha — (sério) Você precisa enxergar que a nossa filha não é quem você pensa, Ondina. Eu estou tentando abrir os seus olhos. 

Ondina — Eu não quero mais falar sobre isso, Zé. Eu acredito na bondade da nossa filha. E no final das contas é isso que importa.

ZÉ BATALHA fica visivelmente entristecido. Ele sai do quarto sem olhar para atrás. ONDINA mantém a sua decisão. 

CORTA PARA/


CENA 05. PORTO DA AREIA. CAIS. EXTERIOR. MANHà

De forma geral podemos ver que BABY está andando de um lado para o outro parecendo bastante angustiada. Nesse momento o barco de FRANCHICO vai chegando até o cais do porto. FRANCHICO vai descendo do barco e ele vai na direção de BABY. Eles se olham em silêncio. 


Baby — (apreensiva) A gente precisa conversar, Franchico. O Rubinho me procurou de novo. Ele disse tantas coisas que eu nem sei por onde começar a falar. Eu estou confusa. 

Franchico — Você está com saudade da vida de luxo que você tinha antes não é, Baby? Eu consigo ver isso em seu olhar. 

Baby — Eu quero ficar com você, Franchico. Mas eu também não posso negar que eu não consegui me adaptar a essa vida simplória. 

Franchico — Eu já esperava que isso iria acontecer, Baby. Eu gosto de você de verdade. Mas o Rubinho é quem mais combina com você.


BABY se enfurece. Ela dá um tapa em FRANCHICO. 


Baby — Nunca mais fale isso, Franchico. Você não imagina o tanto que eu sofri nas mãos daquele canalha. É você que eu amo. 

Franchico — Eu não queira te ofender, Baby. Mas as vezes eu penso que eu não sou suficiente para você. Eu me sinto tão insignificante. 

Baby — É melhor você pensar no que você realmente quer, Franchico. Eu não quero alguém que tenha dúvidas ao meu lado. 


BABY dá as costas para FRANCHICO. Ele a segura pelo braço. BABY fica olhando para FRANCHICO bem séria.


Franchico — Você não pode estar falando sério, Baby. Será que você não está usando isso como desculpa? Eu nem sei mais o que pensar.

Baby — (irritada) É isso mesmo que você pensa de mim, Franchico? Eu não acredito que eu estou ouvindo isso. É melhor eu ir embora. 


BABY vai embora do cais do porto. FRANCHICO fica sozinho. Ele fica pensando no que acaba de acontecer.

CORTA PARA/


CENA 06. VILA DOS PESCADORES. CASA DE SANDOVAL. QUARTO. INTERIOR. MANHÃ

A câmera mostra que LÍVIA está deitada na cama chorando copiosamente. As lágrimas vão escorrendo dos olhos de nossa protagonista parecendo um dilúvio. Logo em seguida SANDOVAL entra no quarto e ele se sente ao lado de LÍVIA. SANDOVAL toca suavemente nos cabelos de sua filha.


Sandoval — Lívia…. Eu já soube de tudo o que aconteceu. Eu nem sei o que te dizer, minha filha. O Cassiano não merecia morrer. 

Lívia — (chorando) Porque isso tinha que acontecer, pai? Isso não é justo. Eu amo tanto o Cassiano. Eu quero ele comigo. 

Sandoval — Não tem nada que eu diga que possa aplacar a dor que você está sentindo nesse momento. Eu senti a mesma dor quando a sua mãe morreu. Pode chorar a vontade. 

Lívia — E tudo isso por  culpa da ambição do Tom. Mas isso não vai ficar assim. Eu não vou descansar enquanto ele não pagar. 


LÍVIA está decidida. SANDOVAL fica bastante preocupado. 


Sandoval — Você tem certeza do que você está falando, Lívia? O Tom é um homem muito perigoso. Todo cuidado com ele é pouco. 

Lívia — Isso não importa, pai. O Tom precisa pagar pela morte do Cassiano. É o mínimo. 

Sandoval — Eu concordo com você, minha filha. Mas isso não muda o fato de que eu me preocupo com a sua segurança. Até hoje ninguém soube quem tentou te matar no incêndio da associação de moradores. 


LÍVIA se levanta da cama bastante nervosa. 


Lívia — (decidida) Eu quero fazer justiça, pai. O Tom não pode continuar andando livremente depois de tudo o que ele fez. Eu vou levar isso até às últimas consequências. 

Sandoval — Você está cada vez mais parecida com a sua mãe, Lívia. Se é isso que você quer então eu estou com você. Pode acreditar. 


LÍVIA fica bastante emocionada. Ela e SANDOVAL se abraçam em um momento singular de pai e filha.

CORTA PARA/


PORTO DA ARRIA, HORAS DEPOIS.


CENA 07. PORTO DA AREIA. ESTRADA. EXTERIOR. DIA

SHIRLEY vem andando por uma estranha totalmente vazia e sem ninguém. Ela olha para todos os lados e percebe que está mesmo muito sozinha. O barulho das ondas do mar ao fundo são a sua única companhia. A câmera gira e podemos que o carro de TOM está bastante longe.


Shirley — (impaciente) Onde é que o Tom se meteu? Se ele acha que vai me enrolar está muito enganado. Ele não sabe do que eu sou capaz de fazer. 


SHIRLEY vai ficando cada vez mais nervosa. A câmera se aproxima do carro de TOM e o vilão liga o carro e ele está com o pé no acelerador. O olhar de TOM é de puro ódio. 


Tom — Você não deveria ter me enfrentado, Shirley. Agora você vai morrer por esse erro. 


TOM acelera o carro que vai indo na direção de SHIRLEY. Em questão de poucos segundos TOM joga o carro em cima de SHIRLEY que é atingida e cai morta no chão. Sem perder tempo o vilão vai embora sem nem olhar para trás. 

CORTA PARA/


CENA 08. CASA DE FÁTIMA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

CASSIANO continua desmaiado na cama. A porta do quarto vai abrindo e JUDITH entra olhando com muito desprezo para o nosso protagonista. Ele se senta na 





CLOSE em LENITA que está sentada no sofá da sala com um álbum de fotografias em suas mãos. Ela não consegue segurar a emoção ao ver várias fotos DE CASSIANO. Para a sua surpresa GREGÓRIO vai entrando na casa e o vilão está com um sorriso em seu rosto. LENITA fica muito nervosa. 


Lenita — (nervosa) O que você veio fazer aqui, Gregório? O que você ainda quer comigo? Você já tirou tudo de mim. Veio tripudiar da minha dor? Você é muito desprezível. 

Gregório — Eu odeio ter que dizer isso, Lenita. Mas eu avisei. Você nunca deveria ter fugido daquela casa de repouso. Está satisfeita com o rumo que as coisas terminaram? 

Lenita — Nem mesmo a morte do meu filho você consegue respeitar, Gregório? Quem deveria estar morto agora é você. Apenas você. 

Gregório — Foi melhor assim. Você não iria aguentar terbum filho envolvido com turismo sexual. Tem males que vem para o bem, Lenita. 

.

LENITA perde o controle. Ela cospe na cara de GREGÓRIO. 


Lenita — Isso é pouco perto do que você merece, Gregório. O meu filho está morto e você tem a sua parcela de culpa. Sone da minha frente. Eu nunca mais quero te ver. 

Gregório — Quer saber a verdade, Lenita? Eu estou muito satisfeito com a morte do Cassiano. Finalmente eu vou ter de volta tudo o que eu perdi. E você não vai me impedir.

Lenita — Eu não quero saber disso, Gregório. Você e o Tom mataram o meu filho. Eu juro que isso não vai ficar assim. Eu prometo. 


GREGÓRIO esboça um sorriso manipulador. 


Gregório — (frio) Você não está em posição de me ameaçar, Lenita. Eu acho melhor você ficar longe de mim se não quiser morrer também. 

Lenita — Você deveria estar preso, Gregório. Agora saia dessa casa. Você não é bem-vindo aqui. Eu juro que eu vou te colocar na cadeia. Disso você pode ter certeza. 


GREGÓRIO vai embora demonstrando toda a sua frieza. Logo depois a câmera mostra a tristeza de LENITA.

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO. SALA. INTERIOR. DIA

ENRICO está sozinho em sua casa e podemos perceber que tudo está revirado. O seu semblante é de quem está descontrolado. Nesse momento a porta vai se abrindo e ANA ROSA entre demonstrando um sorriso em seu rosto. Ao vevr ANA ROSA em sua frente ENRICO fica mais nervoso.


Ana Rosa — (ardilosa) Olha só como as coisas aconteceram tão rápido. Eu já soube de tudo, Enrico. Você foi humilhado por todos. 

Enrico — O que você veio fazer aqui, Ana Rosa? Eu sei bem o que você quer de mim. É melhor você não testar a minha paciência. 

Ana Rosa — Que foi que houve, Enrico? Não vai me dizer que você perdeu a coragem? Todos agora sabem quem você é de verdade. 

Enrico — Eu no seu lugar não ficaria tão animada assim, Ana Rosa. Não se esqueça que você está nas minhas mãos. Ou já esqueceu?.


O sorriso de ANA ROSA vai se desfazendo. Ela e ENRICO ficam se encarando em um momento de confronto. 


Ana Rosa — O que você está querendo dizer com isso, Enrico? Você está pensando em me entregar pelo incêndio da associação? 

Enrico — Vontade não me falta, Ana Rosa. Se eu cair eu não vou cair sozinho. Não mesmo! 

Ana Rosa — Se você tivesse conseguido matar a Lívia a gente não estava passando por essa situação bastante delicada. Entendeu? 


ENRICO segura ANA ROSA pelo braço com muita força. 


Enrico — (sério) Você não tem mais nenhum poder sobre mim, Ana Rosa. Agora sai da minha casa. Eu não vou te avisar novamente. 

Ana Rosa — Você não sabe onde está pisando, Enrico. É melhor você esquecer essa história para o seu próprio bem. Quem avisa amigo é. 


ENRICO bastante nervoso. Ele pega ANA ROSA pelo braço e a expulsa de sua casa. O seu olhar mostra todo o seu ódio. 

CORTA PARA/


CENA 10. ARREDORES DE PORTO DA ARRIA. CASEBRE. QUARTO. INTERIOR. DIA

CASSIANO continua desmaiado na cama. A porta do quarto vai se abrindo e podemos ver JUDITH entrar sorrateiramente. Ela olha para o nosso protagonista de um jeito bastante perverso. Ela se senta na cama ao lado de CASSIANO. JUDITH começa encarar CASSIANO friamente.


Judith — Você não tinha nada que aparecer. O Samuel pode até estar querendo te proteger, mas ele não vai fazer isso para sempre. 


JUDITH se levanta e fica rodeando a cama enquanto CASSIANO não pode fazer nada para se defender. 


Judith — (irritada) Nós aqui temos poucas coisas para dizer que são nossas. E agora o meu marido quer dividir com você? Isso não vai acontecer. Eu não vou deixar. 


JUDITH pega um travesseiro e vai se aproximando do rosto de CASSIANO. Nesse exato momento SAMUEL entra no quarto e segura as mãos de JUDITH com muita força. 


Samuel — (sério) O que você pensa que está fazendo, Judith? Você ficou louca de vez? 

Judith — Solta a minha mão, Samuel. Você está me machucando. (P) Porque você está fazendo isso? Esse homem não é nada nosso. Nós não devemos nada para ele. 

Samuel — Nós vamos ter uma conversa, Judith. Dessa vez esse seu comportamento foi longe demais. Para mim já chega. 


SAMUEL vai levando JUDITH para fora do quarto. A câmera foca que CASSIANO aos poucos vai mexendo os olhos.

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, ALGUMAS SEMANAS DEPOIS.


CENA 11. PORTO DA AREIA. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

De forma bem ampla a câmera mostra que BABY está sentada no banco da praça e ela está perdida em seus pensamentos. Sem que ela perceba CLARICE vai se aproximando de sua irmã e se senta ao seu lado. BABY e CLARICE se olham e se entendem apenas com o olhar.


Clarice — Até que enfim eu consegui te encontrar, Baby. A gente precisa ter uma conversa bem séria. E você sabe do que se trata, Baby.

Baby — (ríspida) Eu não quero falar sobre esse assunto, Clarice. Fazem semanas que o Franchico não me procura. Isso quer dizer que eu não tão importante assim para ele. 

Clarice — Deixa de ser teimosa, Baby. Você não está percebendo que isso tudo é o que o Rubinho mais quer. Você sabe a verdade.

Baby — E do que isso adianta agora, Clarice? O Franchico acha que eu sou uma patricinha fútil. Essa relação nunca daria certo. 


BABY se levanta do banco da praça. CLARICE fica olhando para sua irmã de um jeito bastante sério. 


Clarice — Você mesmo confessou que estava com saudades dessa vida, Baby. Você acha mesmo que o Francisco não iria notar? 

Baby — E qual o problema de eu gostar de alguns luxos? Será que isso é tão errado assim?

Clarice — É claro que não, minha irmã. Mas você vai mesmo arriscar perder o homem que você ama por causa dessas futilidades? 


BABY fica sem palavras. O seu semblante vai mudando. 


Baby — (pensativa) Eu até posso dar o braço a torcer, Clarice. Mas o Franchico é muito cabeça dura. Ele não vai querer me ouvir. 

Clarice — Será que não? Eu aposto que o Franchico deve estar esperando você procurar por ele, Baby. Acredita em mim. 


BABY esboça um sorriso. Ela e CLARICE se encaram. 

CORTA PARA/


CENA 12. PORTO DA AREIA. PRAIA. EXTERIOR. DIA

Podemos ver ROSELI andando pela areia da praia totalmente sozinha. Ela está visivelmente triste com tudo que vem acontecendo. Nesse instante JUCA vem correndo e esbarra em ROSELI que esboça um sorriso genuíno. Mãe e filho ficam se olhando sem dizer nenhuma palavra. 


Juca — Eu conheço você. Eu te vi na pensão uma vez. A minha mãe disse para não falar com você. Mas eu sei que posso confiar em você. 

Roseli — (emocionada) A Josefa não é sua mãe, Juca. Ela te tirou dw mim. Eu sou a sua verdadeira mãe. Eu sinto a sua falta. 

Juca — Isso não faz sentido para mim. Se isso fosse verdade a minha mãe teria me contado. Eu não posso acreditar nisso. 

Roseli — Eu jamais mentiria para você, meu filho. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. A Josefa não é uma mulher de confiança. 


JUCA fica em estado de choque. Logo depois JOSEFA chega perto de JUCA e ela olha com muito oídio para ROSELI. 


Josefa — Eu posso saber o que está acontecendo aqui? Eu já disse para você fica longe do meu filho. Eu não vou avisar de novo. 

Roseli — Seu filho? Como você é hipócrita, Josefa. Você roubou o Juca de mim. Mas o que é seu está guardado. E não demora muito.

Juca — Já chega! Eu não aguento ver vocês duas brigando por minha causa. Eu não quero isso. Eu só quero a verdade. 


JUCA começa a chorar. ROSELI se abaixa e faz um carinho fraternal em seu filho. JOSEFA não gosta nada disso.


Roseli — (desabafando) Eu cometi um grave erro, meu filho. Eu jamais deveria ter te abandonado. Mas isso não vai mais acontecer. Isso é uma promessa. 

Josefa — Vamos embora daqui, Juca. Você não pode acreditar nas mentiras dessa mulher.


JOSEFA segura JUCA pelo braço e eles vão embora. A câmera mostra mostra a tristeza no olhar de ROSELI.

CORTA PARA/


CENA 13. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. DIA

Reunião já iniciada. TOM está no centro de alguns diretores da empresa explicando a importância de destruir com a vila dos pescadores. Nesse momento para a surpresa do vilão GREGÓRIO entra na sala o que deixa TOM muito nervoso. GREGÓRIO fica parado na frente de TOM e o encara. 


Tom — (nervoso) Eu posso saber o que significa isso, Gregório? Você não tem mais direito de participar das reuniões do grupo. Saia daqui imediatamente ou eu chamarei a segurança. 

Gregório — Como você é idiota, Tom. Você achou mesmo que eu iria entregar tudo o que eu tenho de mão beijada? Isos não vai acontecer, seu maldito. 

Tom — Você está começando a me irritar, Gregório. Suma da minha empresa agora. 

Gregório — Eu sempre gostei dessa confiança, Tom. Mas vai ser a sua presunção que vai te levar para o chão. Você não passa de um rato que eu vou fazer questão de pisar. 


Todos ficam se entreolhando. TOM está muito irritado. 


Tom — Eu não vou perder a paciência com você, Gregório. Eu sou o dono legal dessa empresa. Você não pode fazer nada.

Gregório — Eu não contaria com isso, Tom. Eu tenho um documento que você tomou para si de forma ilegal. Você está acabado. 

Tom — Isso é o que nós vamos ver, Gregório. Você não vai tirar tudo o que eu tenho. 


GREGÓRIO joga um documento em cima da mesa deixando TOM totalmente nervoso. GREGÓRIO sorri maliciosamente. 


Gregório — (sério) Você ainda não entendeu a gravidade da situação, Tom. Você deveria dar graças a Deus de eu não te colocar na cadeia, seu desgraçado. 

Tom — É guerra que você quer, Gregório? Então é isso que você vai ter. Eu vou acabar com você de um jeito que você não vai esquecer. 


GREGÓRIO encara TOM de um jeito bem frio. Logo depois ele vai embora se sentindo vitorioso. A câmera mostra que TOM fica muito descontrolado. Ele vai expulsando todos de sua sala. O vilão fica sozinho e bastante descontrolado. 

CORTA PARA/


CENA 14. VILA DOS PESCADORES. RUA. EXTERIOR. DIA

LÍVIA vem andando pelas ruas da vila dos pescadores totalmente cabisbaixa. A nossa protagonista não percebe, mas ela está sendo observada por ANA ROSA que lança um olhar de muito para LÍVIA. Logo depois ANA ROSA sai andando e fica bem na frente de LÍVIA e a encara. 


Ana Rosa — (ardilosa) Olha só quem está aqui. Sabe de uma coisa, Lívia. Eu estou muito satisfeita por você estar assim tão para baixo. Te ver mal é a minha alegria.

Lívia — Qual o seu problema, Aba Rosa? Você acha que pisando em mim vai se sentir melhor? Mas você não vai. Acredite. 

Ana Rosa — Você quer mesmo ne dar lição de moral, Lívia? Quem você pensa que é? Eu sempre fui melhor que você e nada vai mudar isso. 

Lívia — Você ainda não sabe o que aconteceu, não é? O seu queridinho Tom matou o Cassiano. Você entende a gravidade do que eu estou falando? 


ANA ROSA fica sem palavras. Ela vai ficando descontrolada. 


Ana Rosa — Isso é mentira. Você está querendo me afastar do Cassiano. Mas isso não vai funcionar. Está né ouvindo? Ele é meu. 

Lívia — Infelizmente isso é verdade, Ana Rosa. O Cassiano morreu por causa da ambição de pessoas iguais a você e o Tom. Está satisfeita? 

Ana Rosa — Você não pode estar falando sério. Isso não está certo. O Cassiano não morreu. 


LÍVIA começa a passar mal bem na frente de ANA ROSA. A nossa protagonista vomita o que deixa a vilã em alerta. 

Lívia — (sem entender) O que é que está acontecendo comigo? Por que isso está acontecendo logo agora? Eu não entendo. 

Ana Rosa — Como você é idiota, Lívia. Não consegue perceber o óbvio mesmo que esteja na frente do seu nariz. Você está grávida. E isso me faz odiar você ainda mais. Isso era para ser meu. Você não tinha esse direito. 


ANA ROSA vai embora bufando de ódio. A câmera mostra que LÍVIA fica totalmente sem reação. Ela está incrédula. 

CORTA PARA/


CENA 15. ARREDORES DE PORTO DA AREIA. CASEBRE. QUARTO. INTERIOR. DIA

A câmera va entrando pela janela do quarto e podemos que CASSIANO está suando frio. Ele começa a ter flashbacks do último momento que ele esteve com TOM. A câmera de aproxima ainda mais de CASSIANO. Clímax. CASSIANO abre os olhos aos poucos. Ele está bastante confuso. 


Cassiano — (confuso) Onde é que eu estou? Que lugar é esse? Eu não me lembro de nada. 


CASSIANO leva sua mão até a cabeça no momento que ele sente uma forte dor de cabeça. Nesse momento o seu nariz começa a sangrar de uma maneira descontrolada. 

Cassiano — O que é que está acontecendo comigo? 


CASSIANO tenta se levantar da cama, mas ele ainda está fraco. O nosso protagonista vai ficando mais aflito. 


Cassiano  — (angustiado) Eu preciso fazer alguma coisa. Se eu ficar assim eu vou morrer. 


Mesmo com muita dificuldade CASSIANO consegue se levantar da cama. Ele tenta dar alguns passos, mas logo depois ele cai no chão. O nosso protagonista tenta gritar por socorro, mas infelizmente ele não consegue.


A imagem congela no olhar desesperado de CASSIANO. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo. 




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