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Maré Alta - Capítulo 38 (Últimos capítulos)

 



MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 38

Última Semana 


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. SALA DE JULGAMENTO. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. ANA ROSA continua olhando fixamente para CASSIANO que está fervendo de ódio. A vilã continua sorrindo cinicamente o que vai deixando o nosso protagonista cada vez mais fora de controle. O OFICIAL DE JUSTIÇA vai levando LÍVIA até o banco dos réus. O clima vai se intensificando. 


Cassiano — (nervoso) Porque você não vai embora, Ana Rosa? Ninguém quer você aqui. É melhor você ir antes que minha paciência acabei de uma vez por todas. Vai logo. 

Ana Rosa — Ir embora e perder o maior evento que essa cidade já viu? Nem morta. Nada vai me tirar a satisfação de ver a ruína da Lívia. 

Cassiano — Você não me provoca, Ana Rosa. Você acha que vai conseguir se livrar de todos os seus crimes? Eu sei que foi você mandou colocar votar fogo na associação. 

Ana Rosa — Cuidado com o que você fala, Cassiano. Você vai ter que provar o que está dizendo. 


CASSIANO se enfurece cada vez mais. Nesse momento SANDOVAL aparece no meio deles e tenta os acalmar. 


Sandoval — Não vale a pena, Cassiano. A Ana Rosa está totalmente fora de si. Ela não sabe mais destinguir o que é certo e o que é errado. 

Cassiano — Você tem razão Sandoval. Eu não vou ficar perdendo o meu tempo com uma louca. 

Ana Rosa — Eu não sou louca. Mas você vai aprender que só eu posso ser a mulher que vai te fazer feliz, Cassiano. Apenas eu. 


O JUIZ (participação especial de Reginaldo Faria) começa a ficar incomodado com o barulho da discussão de CASSIANO e ANA ROSA. Ele chama a atenção de todos no recinto. 


Juiz — (enérgico) Silêncio no recinto. Eu não quero mais saber de conversas paralelas. O julgamento de Lívia Assunção já vai começar. Todos em seus lugares. 


CASSIANO e SANDOVAL voltam para os seus lugares. ANA ROSA lança um olhar de ódio para LÍVIA que percebe. 

CORTA PARA/


CENA 02. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

A câmera mostra que GREGÓRIO está reunido com o INVESTIDOR que parece estar bastante apreensivo com a proposta que o vilão acaba de lhe fazer. GREGÓRIO demonstra toda a sua frieza para tentar convencer o INVESTIDOR que está cada vez mais inseguro. 


Gregório — (ardiloso) Eu espero que você tenha entendido o que eu estou planejando. Eu vou destruir com aquela vila de pescadores custe o que custar. Eu vou colocar tudo no chão. E ninguém vai poder me impedir. 

Investidor — Eu não sei se eu quero continuar participando disso, Gregório. Isso está ficando ainda mais perigoso. 

Gregório — Não vai me dizer que você está querendo dar para trás logo agora? Eu não vou admitir que você coloque tudo a perder por medo. 

Investidor — Essa não é a questão, Gregório. Você foi preso acusado de matar a sua própria filha. Eu e o grupo para qual eu trabalho não podemos nos ver nesse tipo de confusão. 

GREGÓRIO fica muito nervoso. O INVESTIDOR começa a ficar bastante apreensivo. GREGÓRIO o encara friamente. 


Gregório — Você está querendo me dizer que não vai me ajudar? Você não sabe do que sou capaz de fazer. É melhor não me enfrentar. 

Investidor — Eu sei exatamente do que você é capaz de fazer, Gregório. E é por isso que eu não vou te ajudar. Se você foi capaz de virar as costas para sua neta imagina para mim. 

Gregório — Quer saber? Eu não quero um covarde assim tão perto de mim. Saia da minha propriedade agora mesmo. Suma daqui. 


O INVESTIDOR vai embora da mansão sem nem olhar para atrás. A câmera foca no olhar frio e vazio de GREGÓRIO. 


Gregório — (decidido) Eu vou destruir com aquela vila de pescadores custe o que custar. E ainda eu vou acabar com o Cassiano e o Sandoval. Isso que eu vou fazer. 


O semblante de GREGÓRIO demonstra todo o seu ódio. 

CORTA PARA/


CENA 03. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. CORREDOR. INTERIOR. DIA

CLOSE no DELEGADO AUGUSTIN que está ao celular e ele parece estar bastante sério. Nesse momento KÉSIA vem saindo da sala de julgamento e ela vai indo na direção do DELEGADO AUGUSTIN que logo em seguida vai desligando o celular. KÉSIA percebe que algo sério está acontecendo. 


Késia — (séria) O que foi que aconteceu, Delegado? Eu te conheço muito bem. Eu sei que alguma coisa está te incomodando. 

Delegado Augustin — Eu acabei de receber uma pista de quem pode ser o verdadeiro assassino do Tom. E eu preciso chegar isso. 

Késia — Você tem certeza disso, Delegado? Se isso for mesmo verdade pode ser um passo enorme para provar a inocência da Lívia. 

Delegado Augustin — Exatamente, Késia. Mas eu preciso que você fique aqui no tribunal e me informe de tudo que está acontecendo. 


O DELEGADO AUGUSTIN está bastante do que ele precisa fazer. KÉSIA balança a cabeça concordando com ele. 


Késia — Você vai precisar ser muito rápido, Augustin. O julgamento da Lívia já começou. É uma questão de tempo para ela ser condenação. E nós não queremos isso. 

Delegado Augustin — Você está coberta de razão, Késia. Eu vou agora mesmo checar essa pista sobre o assassinato do Tom.

Késia — Eu gostaria de ir com você, Delegado. Mas você sabe que eu não posso deixar a Açucena sozinha. O Enrico está rodeando ela de todo jeito. Eu preciso me precaver. 


O DELEGADO AUGUSTIN toca suavemente nos ombros de KÉSIA. O semblante dele é de muita aflição. 


Delegado Augustin — (sério) Seja como for essa história vai terminar hoje. Eu vou conseguir provar a inocência da Lívia. Tenho certeza. 

Késia — Pode ir tranquilo, Delegado. Qualquer coisa que acontecer você será avisado. 


O DELEGADO AUGUSTIN vai embora do tribunal. A câmera em KÉSIA que está bastante aflita com o que pode acontecer daqui para frente. 

CORTA PARA/


CENA 04. PORTO DA AREIA. CASEBRE. QUARTO. INTERIOR. DIA

A câmera mostra que os raios de sol estão entrando pela fresta da janela que está fechado com várias ripas de madeira. ROSELI vai se arrastando pelo chão parecendo muito desesperada. Nesse instante a porta vai se abrindo e podemos ver MISAEL com um copo de água. ROSELI olha para ele querendo o copo de água que está com MISAEL. 


Misael — (sádico) Eu aposto que você deve estar querendo ser copo de água, não é mesmo, Roseli? Você sabe o que precisa fazer. 

Roseli — Você sabe que eu não posso fazer isso, Misael. Eu jamais vou abandonar o meu filho. E o homem que eu amo é o Aníbal. 

Misael — Você teve a sua última chance de fazer a coisa certa, Roseli. Agora nós vamos embora dessa cidade. Essa é a hora certa. 

Roseli — Porque você está fazendo isso comigo, Misael? Eu nunca fiz nada para merecer isso. Eu só quero ficar com o meu filho. 


MISAEL fica furioso.Ele segue o rosto de ROSELI com força. 


Misael — Eu já disse mil vezes, Roseli. Você é minha mulher e nada vai mudar isso. Nós vamos embora dessa cidade agora. 

Roseli — Eu prefiro morrer do que ir para qualquer lugar com você, Misael. Você foi o pior erro da minha vida. A única felicidade que você me deu foi o meu filho. Essa é a verdade. 

Misael — Tem certeza que você quer me enfrentar, Roseli? Isso não vai acabar bem para você. 


ROSELI se enche de coragem e ela cospe na cara de MISAEL. Ele fica descontrolado e dá um tapa em ROSELI. 


Roseli — (firme) Eu não tenho mais medo de você, Misael. Tudo o que eu sinto por você é nojo. 

Misael — Isso é o que nós vamos ver, Roseli. Depois que estivemos longe dessa cidade você vai voltar a ser a mulher obediente que sempre foi. Isso é o que vai acontecer. 


MISAEL pega ROSELI com força pelo braço e vai levando ela para fora do quarto. O clima vai ficando ainda mais tenso. 

CORTA PARA/


CENA 05. CASA DE RUBINHO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

BRENDA está sozinha na sala de estar totalmente concentrada lendo um livro. Nesse momento RUBINHO vem entrando na sala de estar e o playboy parece estar bastante nervoso e fora de si. Ele fica parado na frente de BRENDA que olha para o seu filho de uma forma bem séria. 


Brenda — O que foi dessa vez, Rubinho? O que você quer comigo? Eu não posso nem ler mais um livro em paz? Diz o que você quer. 

Rubinho — (nervoso) Você está sabendo que a Baby deu dinheiro para aquele maldito do Franchico arrumar o barco dele? Isso não pode estar acontecendo. Isso é um absurdo. 

Brenda — E o que você tem a ver com isso, Rubinho? O certo seria você mandar arrumar o barco do Franchico. O que você fez foi crime, meu filho. Foi algo abominável. 

Rubinho — Até parece que eu iria fazer isso. Eu fiz o que eu precisava para tirar aquele pescador do meu caminho. E eu não me arrependo. 


BRENDA se levanta do sofá. Ela encara RUBINHO. 


Brenda — Eu já disse para você ficar longe do Franchico e da Baby, Rubinho. Eu não vou te avisar isso novamente. Está me ouvindo? 

Rubinho — Eu amo a Baby e eu nunca vou desistir dela. Eu sei que eu posso fazer ela feliz. 

Brenda — Você está obcecado pela Baby, meu filho. Isso não é saudável. Você precisa esquecer ela de uma vez por todas, Rubinho. 


RUBINHO está insistindo. BRENDA respira fundo. 

Rubinho — (sério) Não vai adiantar você querer titaro todo o dinheiro que eu sempre tive, pois não vai adiantar. Eu atrás deka mesmo assim. 

Brenda — Faça o que você quiser, meu filho. Mas aceite as consequências que vão aparecer. 


BRENDA sai da sala deixando RUBINHO sozinho. Ele fica bastante pensativo enquanto vai lembrando de BABY. 

CORTA PARA/


CENA 06. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. SALA DE JULGAMENTO. INTERIOR. DIA

O julgamento está bem no começo. LÍVIA está sentada no banco dos réus e ela está bastante aflita. O PROMOTOR DE JUSTIÇA (participação especial do ator Déo Garcez) fica parado bem na frente de LÍVIA que vai ficando ainda mais apreensiva. Todos no recinto ficam em silêncio diante do que está acontecendo. O PROMOTOR encara LÍVIA. 


Promotor — (indagando) Senhor Juiz…. Senhores e senhoras do Júri…. A moça que vemos em nossa frente sempre teve as melhores oportunidades na vida e mesmo assim no dia de hoje está sendo acusada de assassinato. Ela é perigosa para ficar livre. 

Lívia — Eu sou inocente…. Eu sou inocente. 

Promotor — Senhoras e senhores depois de todas as provas que foram apresentadas para a justiça não há mais dúvidas. Lívia Assunção matou Tom Macieira com frieza e requinte de crueldade. Eu peço a pena máximo para ela. 

Lívia — Por favor não faça isso. Eu sou inocente. Eu não fiz isso. Vocês tem que acreditar em mim. Eu jamais mataria uma pessoa assim..


LÍVIA fica desesperada. CASSIANO fica agitado na plateia. 


Cassiano — Lívia!!!!

Sandoval — Você ficou maluco, Cassiano? Se você continuar fazendo essa balbúrdia o juiz pode mandar te prender. É melhor você ficar calado. Vai ser melhor para todo mundo. 

Juiz  — Silêncio no tribunal. Se vocês não ficarem quietos eu serei obrigado a mandar prender todos por desacato. Vocês estão ouvindo?


CASSIANO e SANDOVAL ficam em silêncio. O PROMOTOR continua andando na frente de LÍVIA que está sem palavras. 


Promotor — (discursando) Senhoras e senhores do júri. Não há mais dúvidas. Lívia Assunção matou Rom Macieira. Ela merece a prisão. 

Lívia — Isso não é justo. Eu não fiz nada. Porque vocês estão fazendo isso comigo? 


CASSIANO e LÍVIA trocam olhares apreensivos. O clima dentro da sala de julgamento vai ficando muito tenso. 

CORTA PARA/


CENA 07. PORTO DA AREIA. CASA DE OTACÍLIA. ENTRADA. EXTERIOR. DIA

O carro do DELEGADO AUGUSTIN vai chegando na frente de uma casa bem simples. Ele desce do carro e vai indo na direção da casa. Nesse momento uma senhora vem saindo da casa com o semblante bastante intrigado. Ela é OTACÍLIA (Bete Mendes) que estranha a presença do DELEGADO AUGUSTIN parado na porta de sua casa. 


Otacília — (intrigada) Quem é você? E o que você está fazendo parado na porta da minha casa? Eu quero uma explicação agora. 

Delegado Augustin — Senhora eu posso explicar. Eu sou Delegado aqui da cidade e e eu acho que a senhora pode ajudar a resolver um grande mistério. Eu recebi uma dica que a senhora presenciou um assassina algumas semanas atrás. Estou enganado? 

Otacília — Eu não quero falar sobre esse assunto Delegado. Eu acho melhor você ir embora. 

Delegado Augustin — Você tem certeza disso, dona Otacília? Você vai deixar uma pessoa inocente ser presa injustamente? 


OTACÍLIA fica balançada com as palavras do DELEGADO AUGUSTIN. O seu semblante vai mudando aos poucos. 


Otacília — Eu queira ajudar, Delegado. Pode acreditar em mim. Mas eu não quero me envolver. Eu te peço que me entenda. 

Delegado Augustin — É claro que eu te entendo, dona Otacília. Mas eu quero que você saiba que uma mulher que acabou de dar a Liz está para ser condenada injustamente por esse crime. Você acha isso justo? 

Otacília — Tudo bem, Delegado. Eu vou te contar quem foi que eu vi matando esse tal de Tom. 


OTACÍLIA conta para o DELEGADO AUGUSTIN em OFF o nome do assassino de TOM. O semblante do DELEGADO AUGUSTIN vai ficando ainda mais em choque. 


Delegado Augustin — (em choque) Eu não estou acreditando no que a senhora está me dizendo, dona Otacília. Eu nunca poderia desconfia que tinha disso essa pessoa. (P) Eu sei que estou pedindo muito. Tem como a senhora vir como até o julgamento? 

Otacília — Tudo bem, Delegado. Mas eu só vou agora ajudar essa sua amiga que está sendo acusada injustamente desse crime.


O DELEGADO AUGUSTIN esboça um sorriso. Ele e OTACÍLIA entram no carro que sai dali em velocidade. 

CORTA PARA/


CENA 08. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. CORREDOR. INTERIOR. DIA

LENITA vem saindo da sala de julgamento e ela finalmente consegue respirar aliviada. Nesse momento ela não percebe, mas GREGÓRIO que está disfarçado se aproxima dela e a segura pelo braço com muita força. LENITA fica desesperada ao ver GREGÓRIO em sua frente. O vilão a encara. 


Gregório — (sussurrando) Você achou mesmo que iria conseguir fugir de mim, Lenita? Por sua causa eu fui preso. Você merece morrer.

Lenita — Fica longe de mim, Gregório. Se você tentar fazer qualquer coisa eu grito. Eu juro. 

Gregório — Você acha que eu tenho medo disso, Lenita. Eu vim aqui apenas para te dar um aviso. Você e o seu filho tomem cuidado. Eu vou me vingar de todos que me prejudicaram. Podem ter certeza disso. 

Lenita — Você acha que pode ameaçar o meu filho e ficar por isso mesmo, Gregório? Você ne tirou do convívio do meu filho por quase 30 anos. Isso é algo que nunca vou perdoar.


LENITA enfrenta GREGÓRIO com coragem. O vilão solta o braço de LENITA que continua o enfrentando. 


Gregório — E quem disse que eu estou atrás de perdão, sua maldita? Eu vou ter de volta tudo que vocês tiraram de mim. Isso sim. 

Lenita — Isso foi pouco perto do que você merecia, Gregório. Você deveria estar na cadeia. 

Gregório — Esse prazer você nunca vai ter, Lenita. Eu já disse tudo o que eu queria. Agora eu vou embora antes que alguém apareça aqui. 


O tom ameaçador na voz de GREGÓRIO é imponente. LENITA continua enfrentando ele sem nenhum medo. 


Lenita — (se enchendo de coragem) Já foi o tempo que eu sentia medo de você, Gregório. Se  tentar fazer qualquer coisa contra o meu filho eu juro que você vai se arrepender. 

Gregório — Você já foi avisada, Lenita. Se você deixar novamente o meu caminho a história vai ser diferente. Isso eu garanto.


GREGÓRIO vai embora do tribunal. LENITA fica pensativa. 

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO. QUARTO. INTERIOR. DIA

CLOSE em ENRICO que está sentado na beira da cama e ele tem um álbum de fotografias em suas mãos. Ele vai olhando as fotos de AÇUCENA e as lágrimas acabam escorrendo por seu rosto. O semblante de ENRICO vai ficando cada vez mais entristecido. Ele tesoura fundo. 


Enrico — (triste) Eu fiz tudo errado, Açucena. Só agora eu consigo ver a verdade. Mas agroa é tarde demais. Eu já estraguei tudo. 


ENRICO enxuga suas lágrimas enquanto ele continua olhando as fotos de AÇUCENA. Ele começa a cair em si.


Enrico — Eu sei exatamente o que eu preciso fazer. Eu tenho que pelo menos me desculpar com a Açucena. Isso que eu tenho que fazer. 


ENRICO pega o seu celular sobre a cômoda ao lado da cama. Ele faz uns ligação para AÇUCENA que atende. 


Enrico (ao celular) Alô…. Açucena por favor não desligue. Eu preciso muito falar com você. 


ENRICO fica em silêncio. A ligação fica muda. 

CORTA PARA/


CENA 10. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. SALA DE JULGAMENTO. INTERIOR. DIA

A câmera passeia por dentro da sala de julgamento e o FOCO está nos olhos de CASSIANO que está muito apreensivo. ANA ROSA vai andando na direção de nosso protagonista enquanto ela olha na direção de LÍVIA que encara a vilã de uma forma bastante séria. 


Ana Rosa — (ardilosa) Você pensou em tudo o que eu disse, Cassiano? Você ainda tem a chance de fazer a coisa certa e esquecer essa sonsa da Lívia. O que você me diz?

Sandoval — Porque você ainda insiste nisso, Ana Rosa? Porque você não deixa o Cassiano em paz? Vá embora daqui agora mesmo.

Cassiano — Pode deixar, Sandoval. Eu sei exatamente o que a Ana Rosa está querendo. Ela ainda que tudo que a Lívia tem. E isso me inclui nisso. 

Ana Rosa — Finalmente você entendeu, Cassiano. A Lívia nunca te mereceu. Ela nunca vai conseguir te amar como eu amo você.


CASSIANO se enfurece. Ele segura o braço de ANA ROSA. 


Cassiano — Você acha que eu esqueci que você tentou matar a Lívia e que você sequestrou o meu filho? Eu nunca vou perdoar isso. 

Ana Rosa — Tudo o que eu fiz foi por ano, Cassiano. Eu faria absolutamente tudo de novo. 

Cassiano — Você está louca, Ana Rosa. Eu jamais sentiria alguma coisa por você. Tudo o que eu quero de você é distância. Entendeu? 


CASSIANO solta o braço de ANA ROSA. A vilã fica totalmente desequilibrada. Ela tenta avançar em CASSIANO, mas só que SANDOVAL não permite que ela faça isso. 


Sandoval — (sério) Eu não vou deixar você fazer isso, Ana Rosa. Ou você sai daqui sem fazer escândalo ou então eu irei te denunciar por tentar matar a minha filha. O que vai ser? 

Cassiano — Eu já disse tudo o que eu queria, Ana Rosa. Eu não quero nunca mais te ver.

ANA ROSA fica muito nervosa. Ela para na porta da sala de julgamento. A vilã olha LÍVIA com ódio e depois vai embora.

CORTA PARA/


CENA 11. PORTO DA AREIA. CAIS. EXTERIOR. DIA

Em PLANO GERAL podemos ver que FRANCHICO e BABY estão andando pelo cais da cidade de mãos dadas. Eles param em frente ao barco de FRANCHICO que já está totalmente restaurado. FRANCHICO fica totalmente sem reação. Ele e BABY se beijam. Nesse momento, RUBINHO vem chegando aplaudindo de forma irônica o beijo deles. 


Rubinho — (cínico) Meus parabéns para vocês dois. Vocês finalmente conseguiram jogar a minha própria mãe contra mim. Era isso que vocês queriam. Vocês realmente se merecem. 

Baby — A gente não teve culpa de absolutamente nada, Rubinho. Você só está colhendo o que você plantou. Deixa a gente em paz. 

Franchico — Eu nunca te fiz nenhum mal, Rubinho. A única coisa que eu fiz foi me apaixonar pela Baby. A gente não escolhe essas coisas. 

Rubinho — O simples fato de você existir já me irrita, seu pescador imundo. Olha só no que você transformou a Baby. Antes ela tinha classe. Já agora ela é alguém tão sem graça. 


FRANCHICO perde a cabeça. Ele dá um soco em RUBINHO. 


Franchico — Quem você pensa que é para falar assim dela, seu imbecil? Eu não vou deixar você falar da Baby assim na minha frente. 

Baby — Você está pedindo por isso há muito tempo, Rubinho. E só para te avisar eu sou uma pessoa melhor por causa do Franchico. 

Rubinho — Isso é o que você está dizendo, Baby. Se você quer viver essa vida miserável isso é problema seu. Mas eu sou melhor que isso. 


FRANCHICO continua nervoso. Ele tenta dar outro em RUBINHO, mas só que BABY consegue acalmar ele. 


Baby — (sensata) Isso não vale a pena, meu amor. Tudo o que o Rubinho quer é te tirar do sério. Você não está vendo isso? 

Franchico — Você tem razão, Baby. É melhor a gente ir embora. Outra hora a gente volta e vou te levar para dar um passeio no meu barco. 


FRANCHICO e BABY se beijam como forma de provocar RUBINHO. Logo depois eles vão embora do cais do porto de mãos dadas. A câmera mostra o olhar furioso de RUBINHO. 

CORTA PARA/


CENA 12. PORTO DA AREIA. SAÍDA DA CIDADE. EXTERIOR. DIA

Do alto vemos um carro em alta velocidade se aproximando da saída da cidade. Em um CORTE RÁPIDO a câmera mostra que dentro do carro estão MISAEL que está dirigindo o carro e ROSELI que está apavorada. Um outro carro vai seguindo o carro de MISAEL deixando ele muito irritado. 


Roseli — (suplicando) Você precisa parar esse carro antes que alguma coisa mais grave acabei acontecendo, Misael. Você não consegue ver que você não vai escapar? 

Misael — Cala a boca, Roseli. Eu sei que isso é ordem do Aníbal. Mas ele não vai conseguir me impedir. Eu não vou deixar. Não vou. 

Roseli — Você não pode continuar com toda essa loucura, Misael. Isso está indo longe demais. 

Misael — Eu já mandei você calar a boca, Roseli. Se você acha que eu vou deixar você ficar com o Aníbal você está enganada. Ouviu?


O carro que está seguindo o carro de MISAEL consegue passar a frente e para na rua travando a passagem. Logo depois MISAEL desce do carro com uma arma apontada para a cabeça de ROSELI. O PREFEITO ANÍBAL também desce do outro carro e o clima vai se intensificando. 


Prefeito Aníbal — Acabou, Misael. Você não tem como mais fugir. Eu disse que iria te impedir. 

Roseli — Eu te suplico pela última vez, Misael. Acabe com isso tudo. Você não tem para onde fugir. Você sabe que nunca serei sua fé novo. O que eu sentia por você já morreu. 

Misael — Isso nunca vai acontecer. Eu prefiro morrer do que te dar de bandeja para ele. 


MISAEL aponta a arma na direção do PREFEITO ANÍBAL. Nesse instante um dos policiais atira na perna de MISAEL que cai no chão. ROSELI corre para os braços do PREFEITO ANÍBAL. Logo em seguida MISAEL é preso. 


Prefeito Aníbal — Finalmente esse pesadelo acabou, meu amor. Você está livre graças a Deus. 

Misael — (gritando) Você não pode fazer isso comigo, Roseli. Você nunca vai conseguir se livrar de mim. 


Os policiais colocam MISAEL dentro da viatura policial. A câmera foca em ROSELI que respira fundo. Ela e o PERFEITO ANÍBAL se abraçam aliviados.

CORTA PARA/


CENA 13. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. SALA DE JULGAMENTO. INTERIOR. DIA

Todas as pessoas que estão presentes ficam em silêncio quando o JUIZ está prestes a retomar o julgamento. Nesse momento o DELEGADO AUGUSTIN invade o julgamento deixando todos surpresos. Ele para na frente do JUIZ que não consegue entender o que está acontecendo. 


Juiz — Eu posso saber o que está acontecendo aqui, Delegado? Eu não vou admitir esse tipo de interrupção nesse julgamento. Eu espero que você me dê uma explicação. 

Delegado Augustin — Eu sei que eu estou atrapalhando, senhor juiz. Mas a Lívia é inocente. Eu finalmente descobri quem matou o Tom Macieira. E não foi ela. 

Juiz — Do que você está falando, Augustin? A ré  foi encontrada com a arma do crime bas mãos. Se não foi ela então quem foi?

Delegado Augustin — Eu peço para trazer uma va testemunha até o julgamento, Juiz. Pode entrar dona Otacília Almeida. Por favor. 


Dona OTACÍLIA entra na sala de julgamento e ela se senta em uma cadeira bem na frente do JUIZ. A câmera mostra a surpresa nos olhares de CASSIANO, LÍVIA e de todos ali. 


Juiz — Dona Otacília….. A senhora foi traga até aqui, pois trm a possibilidade de saber a real identidade do assassino de Tom Macieira. 

Otacília — Sim, senhor juiz. No dia em questão eu vi claramente quem foi que matou o Tom. Eu não disse nada antes por muito medo. 

Delegado Augustin — Você não precisa ter mais medo, Dona Otacília. Essa pessoa não pode te fazer mal novamente. Isso eu prometo. 


DONA OTACÍLIA respira fundo. Ela olha para todos que estão presentes e depois fica olhando para LÍVIA. 


Juiz — Dona Otacília…. A Ré Lívia Assunção matou Tom Macieira? Se a resposta for negativa a senhora está pronta para dizer a verdade? Você não pode mentir em juízo. 

Otacília — Essa moça não matou o Tom, senhor juiz. Ela é totalmente inocente. Mas a pessoa que matou o Tom está presente no julgamento. 


Um certo burburinho pode ser ouvido na sala de julgamento. A esperança vai voltando aos olhos de LÍVIA. A câmera gira mostrando que CASSIANO está bem animado com o que ouve. As atenções agora estão em DONA OTACÍLIA.

CORTA PARA/


CENA 14. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

A campainha da mansão está tocando de uma forma bastante insistente. Logo depois ANA ROSA entra na mansão deixando GREGÓRIO totalmente sem reação. O vilão tenta expulsar ANA ROSA da mansão, mas ela está mais desequilibrada do que nunca. Eles se encaram. 


Gregório — (autoritário) Eu posso saber o que você está fazendo aqui, sua infeliz? Eu não quero ninguém da sua laia dentro da minha propriedade. Trate de ir embora agora.

Ana Rosa — Você vai gostar do que eu tenho para dizer, Gregório. Eu tenho algo para te oferecer. É algo que você não pode recusar. 

Gregório — Você não tem nada que eu possa querer, Ana Rosa. Eu já disse para você ir embora. 

Ana Rosa — Eu não contaria com isso, Gregório. Eu sei exatamente o quanto você odeia o Cassiano. Eu também quero ele morto. Eu te ofereço uma aliança para destruir ele. 


GREGÓRIO olha para ANA ROSA de uma forma fria. 


Gregório — Eu admito que você eu quero acabar com o Cassiano custe o que custar. Mas como você planeja fazer isso. O que você tem em mente? Isso está ficando interessante. 

Ana Rosa — É muito simples. Uma hora dessas a Fátima deve estar cuidando do filho do Cassiano da da Lívia. A gente pode usar os dois para atrair o Cassiano. Vai ser fácil. 

Gregório — Você não é tão inútil como eu pensei que fosse, Ana Rosa. O que você quer em troca? 


ANA ROSA esboça um sorriso maléfico. A vilã vai se aproximando de GREGÓRIO que fica a olhando bem frio. 


Ana Rosa — (direta) Eu quero uma pequena fortuna para ir embora dessa cidade pitoresca. Eu sei que você deve ter muito dinheiro guardado. Você não me engana, Gregório. 

Gregório — Se esse for o preço que eu tiver que pagar então que seja assim. Trato feito! 


GREGÓRIO e ANA ROSA apertam as mãos firmando uma aliança. O semblante de ANA ROSA está fora de si totalmente. Ela não esconde mais a sua loucura. 

CORTA PARA/


CENA 15. PORTO DA AREIA. TRIBUNAL. SALA DE JULGAMENTO. INTERIOR. DIA

A câmera mostra que todos que estão dentro da sala de julgamento estão fazendo um enorme burburinho. O JUIZ bate o malhete fazendo assim com que todos fiquem em silêncio. Os olhos de CASSIANO procuram por LÍVIA e ela olha na direção de nosso protagonista também. 


Juiz  — (indagando) Dona Otacília…. Eu só tenho mais uma pergunta. Se a senhora sabia quem matou o Tom Macieira porque a senhora não disse absolutamente nada? 

Otacília — Eu estava com muito medo, senhor juiz. Se essa pessoa matou o Tom o que ela poderia fazer comigo. Eu sinto muito. 

Juiz — Está tudo bem, Dona Otacília. Mas agora nos diga quem matou Tom Macieira. 

Delegado Augustin — senhor juiz…. Se permite eu gostaria de fazer essa prisão. Não foi justo o que aconteceu com a Lívia. Eu posso? 


O JUIZ concorda com a cabeça. O DELEGADO AUGUSTIN vai andando de um lado para o outro olhando para todos que estão presentes na sala de julgamento. LÍVIA sorri. 


Delegado Augustin — Senhoras e senhores do júri. Esse julgamento está aqui para determinar quem matou Tom Macieira. Mas as provas deixam claro que Lívia Assunção é inocente. 

a câmera foca no semblante de CASSIANO. Ele está vidrado enquanto SANDOVAL está ao seu lado apreensivo. 


Sandoval — O seu pai cumpriu a promessa, Cassiano. Mas eu não consigo imaginar quem possa ter matado o Tom. É tudo tão misterioso. 

Cassiano — Você tem razão, Sandoval. Tudo o que eu quero é que a Lívia saia inocente daqui. 


A câmera volta para o DELEGADO AUGUSTIN que está cada vez ciente do que ele está prestes a fazer. 


Delegado Augustin — (firme) Senhoras e senhores…. Não há mais nenhuma dúvida. Lívia Assunção é inocente. E agora chegou de prender o verdadeiro assassino. (RESPIRA FUNDO) Pela morte de Tom Macieira. Você está presa. Lenita Marcondes. 


Todos na sala de julgamento ficam surpresos. CASSIANO não consegue acreditar no que está acontecendo. Os olhyde LENITA vão se transformando em puro ódio. 


A imagem congela no semblante descrente de CASSIANO. 






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