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Uma Estrela Caiu do Céu - Capítulo 07 (Reprise)


CAPÍTULO 07


uma produção Web Mundi


novela criada e escrita por 

FELIPE ROCHA 


Anoitece...

CENA 01: BAR NEGO DA PIRANHA - INTERIOR - NOITE
Apolo e os amigos bebem cerveja com álcool. Enquanto isso, Apolo conta um caso, bêbado.
APOLO — Aí ele disse e falou assim para minha irmã: Ela não é minha!! É do vizinho, eu a roubei para ficar comigo. 
Os amigos dão gargalhadas com a piada em que Apolo termina de contar. 
APOLO — Ó, seu Negão, tá aqui tiuzão! Hoje eu vou "pagá" a bebida pra esses "miserável" aqui, ó.
Os amigos de Apolo comemoram. Apolo tira duas notas de cem reais e dá o seu Negão.
NEGÃO — A gente tava sentindo saudade de você tiuzão, vem mais aqui para bater papo.
APOLO — Eu venho! Mas hoje eu precisava. Tenho que ir, tchau procês seus cabra mole!
AMIGOS DE APOLO — Tchau, tiuzão. 
Apolo sai do bar e entra no carro e dirige.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 02: BARRA - AVENIDA - INTERIOR - NOITE 
Apolo, descontrolado, bebe uma garrafa de cerveja enquanto dirige, se mostrando no trânsito. Ele ultrapassa carros e ainda é sobrevivente. Dirigindo em alta velocidade, sem se importar com nada. A bebida ocupa o seu cérebro!
Desta vez, ele está em um viaduto. Nisso, ele ultrapassa os carros, continuando a dirigir em alta velocidade, desta vez no máximo (360 km/h). Apolo pega mais uma garrafa de cerveja, solta o volante e continua a beber. Quando ele aumenta mais ainda a velocidade, e ultrapassa o semáforo, ele é atingido por um carro e o outro carro o choca na lateral!! O carro de Apolo encapota seis vezes e cai do viaduto.
Após isso, um tumulto de pessoas se junta para observar o acidente de carro. Ruídos das conversas entre os figurantes são marcantes nessa passagem da cena. Um figurante resolve tomar atitude, pega seu celular e liga para a ambulância:
FIGURANTE 1 — Alô, ambulância, ocorreu uma acidente aqui na rua Senhor dos Passos. É... O moço tá machucado... Por favor, venha o mais rápido possível, viu?
O figurante desliga o telefone.
Depois de algum tempo...
A ambulância chega e recolhe o corpo de Apolo, que está inconsciente. As pessoas continuam a observar e se entender, levantam hipóteses para o acidente do homem, e ao mesmo tempo fazem questionamentos.


CNA 03: TRIBO INDÍGENA - OCA 16 - INTERIOR - DIA
Serena, ao ver Lucas e Rafael discutindo, repreende-os:
SERENA — (agressiva) Parem com isso! Vocês estão parecendo dois cachorros idiotas. Para ter que ficar comigo, precisa de um comportamento bom! E por que você está aqui Lucas?... Ah claro. É você né Rafael?
LUCAS — Ele me sequestrou, Serena, eu estava na mata observando as plantas, e fui atingido por esses índios aí, os comparsas dele!
RAFAEL — É tudo mentira Serena! O Lucas é um "baita" mentiroso. Não acredita nele meu amor, eu não faria isso, nem se eu perdesse você.
SERENA — Rafael, já está na hora de você crescer e já! Eu não vou ficar discutindo com você essas mentiras idiotas, desiste! Você já me perdeu, mesmo de qualquer jeito.
RAFAEL — Mas meu amor, pergunta para os índios, eles vão te responder. Foi o Lucas que veio aqui e causou briga comigo.
Serena vai até os índios:
SERENA — Índios, o que realmente aconteceu?
ÍNDIO 1 — "Ba" (aponta para Rafael) mandou pegar homem branco!
SERENA — É verdade isso Tibirité?
TIBIRITÉ — Muçulmano tá dizendo "as verdade".
Rafael nervoso de ser desmascarado.
RAFAEL — Seus inúteis! Vocês não servem para bosta nenhuma! 
Em seguida, Rafael joga fogo na Oca e foge, correndo.
SERENA — (ordena) Vamos atrás dele!
Serena, os demais índios e Lucas perseguem Rafael.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 04: TRIBO INDÍGENA - MATA - INTERIOR - DIA
Serena, Lucas e os índios encontram o Mestre Cuca,  que questiona:
MESTRE CUCA — Serena? O que houve? Porque vocês estão correndo nessa rapidez?
SERENA — Mestre Cuca, dessa vez não dá tempo de explicar, mas temos que capturar o Rafael e rápido! Ele fez alguma coisa completamente errada. Avisem os demais.
MESTRE CUCA — Ouviram isso? Atrás de Rafael!!
Os índios vão com o arco e flecha atrás de Rafael. No meio da confusão, Anahí e Cadore gritam:
ANAHÍ E CADORE — Serena! Serena! Minha filha.
Serena não ouve.
Rafael continua a correr e os índios vem atrás para capturá-lo. Ele passa entre as pedras do riacho. Durante a corrida, ele perde o fôlego, olha para trás e vê que os índios estão alcançando-o.
RAFAEL — Tenho que fugir daqui o mais rápido possível! Eles não podem me capturar. 
Rafael corre dos índios e eles com o arco e flecha na mão.
Com isso, Rafael chega a uma montanha sem perceber.
A montanha acaba e lá em baixo há uma correnteza de água que passa entre ele. Rafael olha para baixo e para os índios, que finalmente o alcançam.
RAFAEL — Por favor, não me matem aqui, tenham piedade!! Não me matem!!
MESTRE CUCA — Rafael traiu nossa confiança! Agora é hora dele morrer! Vamos!
E todos os índios apontam suas armas para Rafael...
RAFAEL — Nãoooo!!!
Rafael resolve pular da montanha e os índios observam, angustiados. Rafael cai na correnteza de água e desaparece. 
CORTA PARA:

CENA 05: BO INDÍGENA - OCA 10 - INTERIOR - DIA
Na oca do Mestre Cuca os índios fazem um ritual para o corpo de Rafael, pois pensam que ele está morto. Eles ficam em roda e começam o ritual. Alguns derramam lágrimas.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 06: HOSPITAL DR. ALBERT EINSTEIN - CORREDOR 3°ANDAR - INTERIOR - DIA
Médicos e enfermeiros correm com Apolo na cama para o quarto de observação do hospital DR. ALBERT EINSTEIN. Mariana e Elisinha chegam. Mariana, triste, chora ao ver seu amor sendo levado para o quarto e grita:
MARIANA — Apoloooo! 
Elisinha preocupada, grita:
ELISINHA — Mariana, volta aqui, minha filha.
Mariana vai correndo atrás dos médicos que entram com Apolo para o quarto de observação.
MARIANA — Por favor, moço, deixa eu ver o meu namorado.
MÉDICO 1 — Senhora aqui você não pode entrar. Tem muitas pacientes aqui. Só é permitido a entrada de médicos.
MARIANA — Por favor, eu quero só dar um beijo nele, falar uma coisa antes que ele morra.
MÉDICO 1 — Senhora, aguarde sentada nas cadeiras. Não vai adiantar insistir! Vamos cuidar bem dele. Agora faça o favor de esperar. Ok?
Mariana, chorando, corre para os braços da mãe.
MARIANA — O Apolo vai morrer mãe?
ELISINHA — Nas condições que ele tá, eu não tenho resposta para essa questão. Mas você tem que orar para correr tudo bem ok?
Elisinha beija a cabeça da filha, que chora.
Mariana, desolada, derrama lágrimas.
Ela senta-se na cadeira e espera com Elisinha, impaciente. Elisinha a consola. A cada hora que passa no relógio, Mariana não para de chorar. Impaciente, ela levanta da cadeira, depois senta, e repete essa ação a cada minuto, não para quieta. Passam-se quatro horas no relógio e o Doutor Bruno chega para avisá-los:
MARIANA — E aí doutor o Apolo tá vivo ou morto? 
DOUTOR BRUNO — Dona Mariana, essa é a primeira vez que eu vejo um paciente sobreviver a seis capotadas, e eu posso dizer, que fiquei muito surpreso com esse acontecimento! Nenhum paciente meu foi tão forte como ele. O coração continua mantendo seu funcionamento normalmente, batendo a cada minuto. Eu acho que ele sobreviveu por amor... Amor por você... Se não fosse por você, esta hora ele já estava no céu... 
ELISINHA — É Doutor, a minha filha gosta muito dele!
MARIANA — Gosto nada. Eu amo o Apolo, ele é tudo para mim! E cada um dá força para o outro nos momentos difíceis.
Elisinha suspira com a fala de Mariana, nervosa.
DOUTOR BRUNO — Sendo assim, receio que alguns órgãos foram afetados pelo trágico acidente de carro e ele deverá ir para a sala de cirurgia imediatamente. Vocês estão liberados a ir para casa, e qualquer coisa o hospital comunica para a família.
MARIANA — Eu não vou para casa não! Enquanto ele não melhorar, eu vou ficar aqui de guarda.
ELISINHA — Filha não seja teimosa. São oito horas da noite e você precisa descansar!
DOUTOR BRUNO — Mariana, a sua mãe está certa. Vamos cuidar bem dele. Confie em mim.
MARIANA — Se você tá falando eu vou, mas qualquer coisinha, me comunique, vou avisar a família dele. Eu não sei como te agradecer doutor.
DOUTOR BRUNO — Não tem que agradecer! Recomendo que acenda uma vela e reze um terço, vai valer.
Mariana e Elisinha vão embora do hospital.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07: TRIBO INDÍGENA - CASA DE SERENA - SALA - INTERIOR - DIA
Lucas, Serena, Cadore e Anahí reunidos! Eles jantam uma sopa.
LUCAS — Dia tenso hoje viu? Nunca imaginei que o Rafael seria capaz de fazer uma coisa dessas comigo.
SERENA — Qualquer pessoa faria isso por ciúmes, Lucas. Eu já olhei isso no Rafael. Mas agora tá tudo bem graças a Deus.
ANAHÍ — Agora vocês vão poder ficar juntos, um ao lado do outro, com a minha aprovação. Lucas, eu queria dizer que eu te parabenizo por ser um homem bom e me desculpe se eu já te magoei, mas foi por causa desse duro aqui do Cadore. E faça a minha filha a mulher mais feliz desse mundo viu? Se não tá cortado o casamento!
LUCAS — Não tem que se desculpar Anahí. 
Anahí cutuca Cadore.
ANAHÍ — E você vai falar alguma coisa, Cadore?
Cadore, voado no tempo, questiona.
CADORE — O quê?
ANAHÍ — Cadore, fale alguma coisa.
Cadore, pensativo, toma atitude e diz! 
CADORE — Fui eu! Eu preciso ser punido imediatamente, não é o Rafael não! Eu preciso ser punido, eu que bolei todo o plano para afastar vocês dois e até hoje eu me arrependo.
Cadore, chorando, se afasta.
CADORE — E eu vou embora. Não tenho nada a fazer aqui.
ANAHÍ — Cadore, volta aqui, eu vou cutucar sua cabeça com uma vassoura, volta aqui "home".
Serena, surpresa, questiona:
SERENA 
— Peraí... Então foi o papai que fez isso tudo?
LUCAS — Eu já desconfiava Serena... O seu pai queria nos afastar de qualquer maneira... Mas, vamos largar isso para lá, já passou. O importante é que estou aqui... Eu queria comunicar com você que já estou indo embora semana que vem.
SERENA — O quê?
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 08: PASSAGEM DE TEMPO: STOCK SHOTS
Na tribo, há uma passagem de tempo. Lucas e Serena na mata, se beijam, nadam juntos no rio, observados por Anahí e Cadore que se escondem atrás das árvores. Cadore tropeça numa árvore e Lucas e Serena descobrem que estavam sendo flagrados... O que gera uma risada... Cadore, emocionado, dá um abraço em Lucas. No seu aniversário, Lucas o presenteia. E os dois se abraçam... A tribo comemora o aniversário de Cadore... Várias coisas acontecem... Até que se passa uma semana.
CORTA PARA: 

CENA 09: CASA DE SERENA - SALA - INTERIOR - DIA
Anhandí coloca tapa olhos em Serena e vai orientando-a quanto ao tapa-olhos. Serena gira para que a amiga coloque o objeto em seus olhos.
ANHANDÍ — Peraí, peraí. Tá pronto!
Serena, suspira.
ANHANDÍ — E aí tá pronta amiga?
Serena, feliz, balança cabeça.
SERENA — Tô pronta sim.
Anhandí, triste, lamenta.
ANHANDÍ — Ah, amiga, só de ver você indo embora, me dá uma tristeza. Eu acho que eu não tô preparada, não mesmo. (tom) Vou perder minha melhor amiga que conviveu esses anos todos comigo...
SERENA — Ah, sua boba. Você não vai me perder. Eu sempre serei sua amiga. E não abandonarei vocês. Sempre que puder vou estar ao teu lado, pro que der e vier.
ANHANDÍ — Ah, que me dá uma abraço.
Radiante, as amigas se abraçam.
SERENA — E aí, podemos ir?
ANHANDÍ — Não, ainda não. Deixa eu dar uma olhadinha.
Anhandí olha pela cortina se a festa esta pronta. Em seguida, vê Lucas fazendo um sinal de positivo para ela. Feliz, ela fecha a cortina, pega nas mãos da amiga e avisa.
ANHANDÍ — Tá tudo pronto sim. Olhando assim para você, dá até vontade de chorar. Você está linda amiga, eu tenho certeza que o Lucas não vai resistir.
SERENA — Vamos ver né, Anhandí? Tomara. Podemos ir? Tô ansiosa, não aguento mais esperar.
Anhandí conduz Serena, que está de tapa olhos até o exterior da tribo. 
Lucas faz um sinal de silêncio para todos. Anhandí vem trazendo Serena até o centro, que está de tapa olhos. Serena, impaciente, que está com tapa olhos pergunta a amiga:
SERENA — E aí já posso tirar?
ANHANDÍ — Pode sim amiga.
Serena tira o tapa olhos e se surpreende, emocionada.
Ela se encanta ao perceber a decoração da festa de despedida. Há bexigas, e uma faixa em que está escrito: “Sentiremos saudades, Serena!”. Em sua frente, uma mesa com várias frutas do pomar: PITANGA, MORANGO, LARANJA, ACEROLA, CEREJA, MAÇÃ, ABACAXI.
Radiante, ela comemora.
SERENA — Meu Deus... Eu não tô nem acreditando... Isso tudo é para mim?!
Anahí se aproxima de Serena.
ANAHÍ — É sim filha...
Anahí derrama lágrimas e argumenta.
ANAHÍ — (chora) Para uma pessoa especial, que conviveu com nós por muito tempo e agora já está indo embora, infelizmente... 
Serena consola a mãe, abalada.
SERENA — Ô mãe não fica assim, não.
Anahí se posiciona em seu lugar.
Lucas se aproxima da amada Serena.
LUCAS — Pronta para dar o discurso?
Serena, radiante, questiona.
SERENA — Discurso?    
LUCAS — Vai lá.
Todos da tribo, radiantes, começam a gritar, pedindo a Serena: Discurso! Discurso! Discurso!
Até que ela se posiciona no centro e todos vibram.
Lucas faz um sinal de silêncio para que todos calem.
SERENA — (tom) Quem diria né? Quem diria que um dia eu teria coragem de sair daqui para escrever uma nova página no livro da minha vida... E pra mim é uma experiência nova, porque durante muito tempo, de convivência com todos, eu acredito que aprendi várias coisas principalmente com o Mestre Cuca, o Padre Romão e com vocês né?... Queria dizer que eu vou sentir saudades da minha terra, de estar junto com pessoas que foram especiais e muito, muito, muito importantes para mim, como a minha família e você, Anhandí.
Anhandí, emocionada, faz um gesto de agradecimento à amiga Serena. Em seguida, todos, emocionados, batem palmas.
SERENA — Olha, eu não sei o que dizer mais... Mas uma coisa eu garanto... Vocês, todos vocês... (chora) Estarão guardados no meu coração.  Tivemos momentos ruins e bons, mas vamos guardar só os bons... E hoje, numa nova fase da minha vida, eu garanto que... Nunca esquecerei de ninguém, nunca, nunca mesmo.... É uma promessa... E... (enxuga as lágrimas) Muito obrigada, muito obrigada mesmo viu? Obrigada por tudo... E é só isso.
Serena tem uma crise de choro, emocionados, juntamente com os outros, que batem palmas ao discurso da “mãe natureza”.
Lucas novamente faz o sinal de silêncio para que todos calem.
Em seguida, ele vai ao centro e dá início ao discurso, emocionado.
LUCAS — Eu também quero dar um discurso... De uma certa forma, eu me apeguei bastante a vocês e quem pode comprovar essa afirmação é a Serena... Olha, eu sei que eu não fui bem recebido, quando...
O Mestre Cuca (corta) repreendendo Lucas.
LUCAS — Desculpe... Desculpe... Mas eu queria dizer que eu levarei saudades e só sentimentos bons durante a viagem para o Rio. E... Creio que meu discurso foi pouco, mas... Eu não tenho mais nada para falar, é só isso. 
Todos aplaudem. E, em seguida, começam a aproveitar a festa.
Lucas se aproxima de Serena, dá um beijinho nela.
LUCAS — E aí fui bem no discurso?
SERENA — Foi sim meu amor.
O casal se beija novamente.
E então, todos animados continuam a festa de despedida de Serena. Ao som do coral da igreja, a maestra da tribo Rita (participação especial) orienta-os quanto à música.
Serena e Lucas dançam juntos, felizes.

 CONTINUA...

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