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RAZÃO PARA VIVER - CAPÍTULO 05:

 




CAPITULO 05

 

CENA 01.SALÃO DE FESTAS/INT/NOITE.

Em slow motion, Nieda caminha dentre os convidados. A cam foca no olhar misterioso dela. Ela sobe no palco e pega o microfone. Todos no local param e a olham.

 

Ao vê-la, Soraya fica incrédula.

 

Soraya- (p/si) Mas... mas isso não pode ser possível.

 

No palco, Nieda olha fixamente para Soraya.

 

Nieda- (microfone) Boa noite, Soraya Stephen. Você não sabe o quanto esperei por esse momento.

 

Aurora olha para Soraya sem entender.

 

Nieda- (microfone) Durante anos esperei pra olhar dentro dos teus olhos e dizer: A hora do acerto de contas chegou. (T) Vagabunda!

 

Soraya, com os olhos marejados, encara Nieda.

 

Nieda- (microfone) Bem eu gostaria de informar aos presentes que essa distinta dama que vos chama de Soraya Stephen, na verdade é uma ralé da mais baixa espécie.

Soraya- (gritando) Seguranças, tirem essa rata daqui. Agora!

 

Burburinho geral no salão. Os seguranças caminham em direção ao palco.

 

Nieda- (microfone) Essa desgraçada, junto do Giácomo Rangel, destruiu a minha vida. Eles foram capaz...

 

Nieda é interrompida pelos seguranças, que tiram o microfone e tira ela do palco a força.

 

Soraya- (gritando) Tirem essa cachorra sarnenta daqui.

 

Aurora se aproxima de Soraya.

 

Aurora- O que foi isso , mãe?

 

Soraya, em êxtase , se afasta e caminha para a saída do salão.

 

CENA 02. SALÃO/ESTACIONAMENTO/NOITE.

Nieda, sem rumo, anda pelo salão. Soraya, correndo, se aproxima e a segura pelo cabelo. Nieda a empurra.

 

Soraya- Vagabunda...

Nieda- (sorrindo) Gostou da minha visita?

Soraya- Tá querendo me ferrar, é isso?

Nieda- Eu ainda não fiz nada!

Soraya- E nem vai fazer, cachorra.

 

Nieda cai na gargalhada.

 

Nieda- Você e o Giácomo vão pagar caro por tudo o que me fizeram.

Soraya- Experimenta tentar alguma coisa.

Nieda- Tá me ameaçando?

Soraya- Não é ameaça. É aviso!

 

Nieda volta a se aproximar de Soraya.

 

Nieda- Vamos ver quem acaba com quem primeiro.

 

Soraya a olha com raiva.

 

CENA 03. TAKES DO RIO DE JANEIRO

Transição noite- dia.

 

CENA 04.MANSÃO RANGEL/SALA DE JANTAR/MANHÃ

Giácomo tomando café da manhã. Soraya entra em cena.

 

Giácomo- Ora ora, quem é viva sempre aparece.

 

Soraya puxa uma cadeira e se senta.

 

Giácomo- Não me diga que veio aqui pra reclamar por eu não ter ido a sua recepção.

Soraya- (interrompendo) Apesar de estar bem chateada com sua desfeita, não foi por esse motivo que vim até aqui.

 

Giacomo serve café na xícara para Soraya.

 

Giácomo- Bem, pela sua feição parece que o assunto é bem sério.

Soraya- Mais que isso...

Giácomo- Antes de você soltar a sua bomba, deixa eu contar a que eu tenho. Artur está decidido a terminar o noivado com Aurora.

 

Soraya é pega de surpresa.

 

Soraya- Mas isso não pode ser possível.

Giácomo- Ao que parece ele e Aurora já não demonstram tanto afeto um com o outro.

Soraya- Mas isso é um despautério. Minha Aurora ama seu neto mais do que a própria vida.

Giácomo- Também acho, mas Artur jura de pé junto que Aurora também não o ama e pra piorar a situação , deu a entender, que se apaixonou por outra garota. Chegou até a trazê-la aqui. Tinha de ter visto, garota extremamente baixo nível . Chegou a me dar nojo.

Soraya- Mas ele não pode fazer isso com minha Aurora. Onde ele está ?

 

Soraya faz menção em se levantar e Giácomo segura seu braço.

 

Giácomo- Artur não está. Saiu bem cedo.

 

Alguns instantes de silêncio.

 

Giácomo- Então , o que de tão grave tinha pra me dizer?

Soraya- Nós precisamos agir o quanto antes ou um antigo fantasma do passado vai nos destruir.

Giácomo- Do que é que está falando?

Soraya- (sorrindo) Da pra ver que não leu o noticiário de hoje.

 

Giacomo olha sem entender.

 

Soraya- A minha recepção foi um desastre. Tudo graças a Nieda, que resolveu voltar do inferno, pra nos perturbar.

 

Giácomo olha incrédulo.

 

Giácomo- Não vai me dizer que ela disse algo?

Soraya- Não disse, pois não deu tempo.

Giácomo- Você tem noção do perigo que essa mulher representa para as nossas vidas?

Soraya- Sim, e por esse motivo precisamos agir.

Giácomo- Tem alguma ideia do que faremos?

Soraya- Já andei me informando e descobri que essa mequetrefe está morando numa pensão nas redondezas da Gamboa. Hoje mesmo eu farei uma visitinha a ela.

 

Close no olhar de Soraya.

 


CENA 05. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA/INT/TARDE.

Renata bate na porta e em seguida entra com uns papéis na mão.

 

Renata- Com licença, Domini. Aqui estão os relatórios que me pediu.

 

Renata coloca a papelada sobre a mesa.

 

Domini- (sorrindo) Nossa, se eu soubesse que era tão eficiente eu já teria te contratado a mais tempo.

 

Renata sorri.

 

Renata- Almoçamos juntos, hoje ?

 

Domini olha sem jeito.

 

Domini- Infelizmente, na hora do meu almoço vou ter que resolver alguns problemas.

Renata- (triste) Ah sim, entendo.

 

Domini percebe.

 

Domini-( sorrindo) Bem, mas no f do expediente podemos sair pra tomar um chopp.

Renata- (sorrindo) Olha que eu cobro hein

 

Domini sorri.

 

Renata da uma piscadinha e sai. Alcides observa.

Domini fica pensativo.

 

Alcides-  (sorrindo) Não sou garoto do tempo, mas aparentemente tá rolando um clima.

Domini- Tá doido? Não viaja...

Alcides- Domini, eu te conheço.

Domini- Alcides, ela é minha cunhada e apesar de tudo, eu ainda amo a minha mulher.

Alcides- Sei...

 

CENA 06. MANSÃO STEPHEN/INT/TARDE.

Após ser anunciado pela empregada, Cesar entra com uma cesta de vinhos e queijos.

 

Aurora- Perdeu alguma coisa aqui, criado?

 

Cesar entrega a cesta a Aurora.

 

Cesar- Vim apenas trazer essa encomenda do senhor Artur.

 

Aurora olha para a cesta, sorrindo.

 

Aurora- Eu sabia que o Artur estava falando da boca pra fora. Sei que ele me ama.

Cesar- Não querendo ser invasivo, mas essa cesta é um presente do senhor Artur para a dona Soraya. É um pedido de desculpa por não ter ido a recepção ontem.

 

A fisionomia de Aurora muda e Cesar a olha com deboche.

 

Aurora- O que foi seu paspalho!?

Cesar- (debochando) Nada, ué.

 

Aurora se aproxima.

 

Aurora- Você não sabe como odeio esse seu ar de superioridade.

Cesar- (sorrindo) Você vive me esculachando, me chamando de criado e eu que tem ar de superioridade?

 

Aurora respira fundo.

 

Aurora- Eu quero que você dê um fora da minha casa agora mesmo. Grosseiro, estúpido!

Cesar- Não tinha pretensão alguma de ficar muito tempo aqui.

 

Aurora vai até a porta e abre para Cesar sair. Cesar sorri.

 

Aurora – Quer tirar esse risinho tosco da cara?

Cesar- Agora vai querer mandar no meu sorriso também?

Aurora- Eu tô pouco me importando com você.

Cesar- Bem, não é o que parece.

Aurora- É, então está parecendo o que?

 

Sonoplastia on: “ I want It That Way- Backstreet Boys”

 

Cesar se aproxima e fica bem próximo de Aurora.

 

Cesar- Me parece que você a todo tempo faz as coisas pra poder chamar a minha atenção.

 

Aurora cai na gargalhada.

 

Aurora- E por que diabos eu faria isso?

Cesar- Porque , por incrível que pareça, consigo enxergar além desse jeito de patricinha mimada.

Aurora- Como você se atreve seu peãozinho de quinta?

Cesar- É a mais pura verdade. Você não passa de uma patricinha querendo atenção.

 

Aurora levanta a mão para bater no rosto de Cesar e ele a segura.

 

Aurora- Solta o meu braço seu cretino.

 

Aurora tenta se soltar e Cesar a puxa para si. Ambos ficam com os rostos bem próximos, apenas se olhando.

 

Aurora- (sussurra) Me solta, eu tô pedindo.

 

Sonoplastia off

 

Cesar a solta e vai embora.

Aurora fica pensativa.

 

CENA 07.PRAÇA/MANHÃ

Luiza distraída , caminha pela praça, rumo a estação do metrô. Artur, com um buquê de flores, aparece de repente em sua frente.

 

Luiza- Artur!?

 

Artur entrega as flores.

 

Luiza- Que lindas!

 

Luiza cheira as flores.

 

Artur- Essa é a forma que encontrei para me desculpar com você pela maneira que foi tratada na minha casa ontem.

Luiza- Não se preocupa, não foi nada. Sua noiva e seu avô estavam no direito deles. Eu era a intrusa.

Artur- A Aurora não é mais a minha noiva. Faz tempo que queria conversar com ela a respeito, mas não tinha coragem.

Luiza- Nossa, que tenso.

Artur- Mas graças a você, agora tenho a coragem necessária.

Luiza- Graças a mim?

 

Artur se aproxima e segura uma das mãos de Luiza.

 

Artur- Pode parecer loucura, mas desde o primeiro instante que te vi, não consigo te tirar da cabeça.

Luiza- (sem jeito) Para com isso. Você, um cara rico, o que veria numa garota como eu!?

 

Luiza baixa a cabeça. Artur leva a mão ao queixo de Luiza e levanta a a cabeça dela.

Artur se aproxima mais do rosto de Luiza e em seguida a beija.

Luiza se afasta assustada e em seguida sorri

 

Luiza- Nossa, que rápido você.

Artur- Me perdoa, não consegui resistir.

 

Luiza sorri e os dois ficam em silêncio por um tempo.

 

Artur- Agora eu vou cobrar aquele almoço de ontem.

Luiza- (sorrindo) Pode ser, mas com a condição de que seja na minha casa.

Artur- Já que a senhorita prefere assim, vamos...

 

 

CENA 08.BORDEL/QUARTO/TARDE

Domini entra no quarto puxado pela mão de uma garota de programa. O ambiente é vulgar e decadente.

 

Prostituta- Espera aí só um pouquinho.

 

A mulher caminha até um abajur brega, abaixa e pega um baby doll. Domini olha a bunda dela, Muito grande, num short apertado.

 

Ao longe, começa a vazar o som de alguém gemendo de dentro de um dos quartos. Domini está  em pé, nervoso.

Domini, completamente desconfortável e tenso, olha em volta.

Detalhes de lençol furado de Cigarro, uma lâmpada pendurada no teto sem Abajur, um cinzeiro do lado da cama com tocos e meio cigarro apagado.

 

Ela volta e acaricia o rosto de Domini. Ele fica ainda mais tenso. Está tremendo.

 

Pristituta- Primeira vez, né ?

Domini- Sim! (t) Faz tempo que não tenho relação com minha esposa e preciso muito me aliviar .

 

A mulher pega carinhosamente no cabelo de Domini e sorri. Ela o empurra e tira sua blusa. Domini deitado. A mulher não hesita e sobe em cima dele.

 

 

CENA 09. PENSÃO DE LOLA/EXT/TARDE.

De dentro do carro, Soraya, observa quando Nieda caminha para a  pensão com uma sacola de compras.

 

Soraya- (com raiva) Eu avisei que seria perigoso se meter no meu caminho. Crioula vulgar!

 

Na parte de fora do carro, a uma certa distância, Artur e Luiza caminham em direção a pensão.

Luiza grita por Nieda, mas Soraya não percebe. Ao ouvir, Nieda para.

 

Soraya- (com raiva) Hora de voltar pro inferno, maldita desgraçada.

 

Soraya acelera o carro ao máximo, guiando-o para a direção de Nieda.

Luiza percebe o carro indo na direção dela.

 

Luiza- (grita) Niedaaaa...

 

Ao olhar para o lado, Nieda vê o carro se aproximando em alta velocidade.

Nieda grita apavorada.

 

A imagem congela na expressão de desespero de Nieda.

 

FADE TO BLACK.

 





 

 


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