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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 02

 



Capítulo 02

 

Cena 01 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]

 

(Cristina permanecia parada em frente ao carro de Ulisses com um olhar assustado).

 

ULISSES: (Tira o cinto de segurança e desce do carro logo em seguida) Você está bem? (Questiona ao se aproximar).

CRISTINA: Estou... Quer dizer! Roubaram minha bolsa, está tudo lá, meu dinheiro, meus documentos, endereço... Eu preciso recuperar minha bolsa! (Responde atordoada).

ULISSES: Você viu a direção em que o assaltante foi?

CRISTINA: Vi, vim sim. Ele foi por ali! (Responde apontando).

ULISSES: (Dá a volta e se aproxima da porta do carro) Vem, entra!

CRISTINA: Entrar no seu carro? (Estranha).

ULISSES: É, menina. Você não quer recuperar as suas coisas? Vamos tentar alcançá-lo.

(Sem alternativa, Cristina entra no carro ao lado de Ulisses. Logo após, ele dar partida em disparada).

 

Campinas, Interior de São Paulo

Cena 02 – Presídio Feminino Santa Luzia [Interna/Noite]

 

(Amanda se aproxima do lugar onde Carmen caiu e tenta constatar se ela ainda está viva).

 

AMANDA: Carmen? (Chama mexendo no corpo de Carmen com o pé e percebe que ela não responde). E agora, o que eu faço? Preciso dar um jeito de me livrar dessa encrenca!

(Nervosa, Amanda caminha de um lado para o outro ao perceber que Carmen está morta).

AMANDA: (Após dar alguns passos, Amanda olha para a mesa de Carmen e reconhece o isqueiro que a diretora da penitenciária utilizou durante toda a vida) É isso! Como você é esperta garota, ninguém vai desconfiar... (Com auxilio de um lenço, Amanda pega o isqueiro e acende alguns papéis, iniciando um incêndio. Em seguida ela limpa o objeto com o lenço, livrando a possibilidade de deixar suas digitais como evidência e joga o isqueiro aberto ao lado do corpo).

(Após montar a cena ideal do crime para que pareça um acidente, Amanda vai até a porta segurando seu dossiê embaixo do braço, porém se recorda de algo e para antes de abrir a porta).

AMANDA: Cris! (Lembra da amiga e olha para trás, observando o arquivo por alguns segundos enquanto o fogo segue se alastrando em cima da mesa de Carmen. Em seguida ela vai até o móvel e começa a vasculhar as pastas organizadas em ordem alfabética, localizando o dossiê de Cristina). Eu vou sumir daqui e encontrar a minha amiga, vamos esquecer esse horror! (Pensa em voz alta e em seguida sai da sala de Carmen sem ser vista, levando consigo as duas pastas).


São Paulo, Capital

Cena 03 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]

 

(O carro de Ulisses percorria o quarteirão onde Cristina havia sido assaltada, enquanto ele e a jovem buscavam do interior do veículo algo que a ajudasse).

 

CRISTINA: Ali, ele está naquela praça! (Diz ao avistar o assaltante).

ULISSES: (Freia o carro bruscamente e desce do veículo. Em seguida ele corre na direção do assaltante).

CRISTINA: O que ele vai fazer? Moço, não faça isso, é perigoso... (Fala consigo mesma enquanto tira o cinto de segurança e se prepara para também descer do carro).

(Ulisses corre e fica frente a frente com o assaltante).

ULISSES: Eu quero a bolsa da moça de volta. Se me devolver, prometo que não vai te acontecer nada!

ASSALTANTE: Ih, qual é? Perdeu a noção do perigo, playboy? Eu estouro a sua cabeça. Quer pagar pra ver? (Ameaça, porém não mostra a arma).

ULISSES: (Encara o bandido e o confronta) Eu conheço o seu tipo, cara. Já defendi muitos como você. Posso apostar que você não está armado e se tiver, não passa de uma arma de brinquedo. Estou certo? Devolve a bolsa!

ASSALTANTE: É melhor você vazar ou a chapa vai começar a esquentar...

CRISTINA: (Interrompe a conversa ao se aproximar rapidamente) Eu já chamei a polícia!

(Dois guardas correm na direção onde os três estão).

ASSALTANTE: Polícia? Sujou! (Joga a bolsa no chão e começa a correr, sendo seguido pelos guardas).

ULISSES: (Pega a bolsa do chão) Acho que isso te pertence! (Diz ao estender a bolsa para entregar a Cristina).

Música da cena: A Primera Vista – Pedro Aznar

CRISTINA: (Segura a bolsa e olha para Ulisses fixamente).

 

Campinas, Interior de São Paulo

Cena 04 – Presídio Feminino Santa Luzia [Interna/Noite]

(Amanda volta para a sua cela completamente desconfiada).

 

AMANDA: Pronto! Agora é só esperar a bomba explodir! (Fala consigo em pensamento).

(Nesse mesmo momento o alarme de incêndio dispara e gritos se alastram pelos corredores do presídio).

CARCEREIRA: (Atravessa o corredor apressada em meio aos gritos) Alerta vermelho, todas para o pátio. Repito, todas para o pátio principal, agora!

 

São Paulo, Capital

Cena 05 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]

Música da cena: Suit & Tie - JAMZ

(Um carro conversível percorre as grandes avenidas de São Paulo. Paralelamente, as pessoas caminham pelos arredores. No interior do veículo, Rodrigo dirige atentamente com um semblante de seriedade. Em seguida, o veículo entra na garagem de um edifício de luxo situado no bairro Pinheiros).

 

VILMA: (Caminha pela sala extensa da luxuosa cobertura do edifício e abre a porta para receber alguém) Boa noite, senhor. Estávamos lhe esperando para o jantar.

RODRIGO: Boa noite, Vilma! Peguei um engarrafamento daqueles, pensei que não fosse chegar a tempo. Está tudo bem aqui, com os meus filhos? (Pergunta enquanto desabotoa as mangas de sua camisa social azul e tira a gravata).

VILMA: Tudo na mais perfeita paz. A Cissa estava me ajudando a finalizar o jantar, eu acho que essa menina ainda vai se tornar uma grande chefe. Já o Caio...

RODRIGO: O que tem o Caio? (Questiona).

VILMA: Ah, o senhor sabe... Ele está no quarto, daquele jeito! (Responde).

(Com a transição de cenas, Rodrigo bate na porta do quarto do filho adolescente e em seguida entra no cômodo).

RODRIGO: Filho, eu vim te chamar para jantar comigo e a sua irmã. A Vilma me disse que você não queria sair do quarto, aconteceu alguma coisa? (Pergunta a Caio, que não lhe dá atenção).

CAIO: (Joga no celular, usando um enorme fone de ouvido).

RODRIGO: (Tira o fone de ouvido de filho e segura o celular dele) Eu estou falando com você, Caio! Não me ouviu?

CAIO: Que saco, pai! Você nunca me deixa fazer nada em paz, nunca respeita o meu espaço. O que foi agora? (esbraveja).

RODRIGO: Que modo de falar é esse? Eu apenas vim te buscar para fazer uma refeição saudável e em família, comigo e a sua irmã. Você precisa sair desse universo digital e interagir conosco, você faz parte de nós. Eu e a Cissa também precisamos de você. (Diz ao se sentar na cama do filho).

CAIO: Mentira! Isso é conversa fiada. Desde que a mamãe morreu o senhor esqueceu de mim e da Cissa. Mergulhou na própria dor e nem pai soube ser, depois se enfiou naquela faculdade e nos deixa aqui, abandonados. Vai bancar o pai amoroso agora? Conta outra! Eu não quero jantar com você, será que agora pode me deixar continuar jogando no meu quarto? (Estende a mão na direção do pai, requisitando os objetos confiscados).

RODRIGO: (Fica visivelmente abalado com as críticas de Caio e em seguida devolve o fone e o celular do filho).

CAIO: Se o senhor não se incomoda, eu prefiro ficar sozinho! (Diz olhando na direção da porta de saída do quarto).

RODRIGO: (Em silêncio, Rodrigo levanta-se da cama de Caio e deixa o filho sozinho).

 

Cena 06 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Noite]

(O carro de Ulisses para bem em frente ao pensionato).

 

ULISSES: (Para o carro) Bem, está entregue... Cristina!

CRISTINA: Muito obrigada por tudo o que fez por mim hoje, Ulisses. Nem sei o que teria sido de mim se aquele homem tivesse levado todos os meus pertences. Bom, agora eu não quero te alugar ainda mais. É melhor eu entrar e acertar minhas coisas pendentes, é isso. Boa noite! (Abre a porta do carro).

ULISSES: Espera, será que a gente pode ser de novo qualquer dia desses? Quem sabe um café ou um lanche, sem perseguição policial. (Brinca).

CRISTINA: Quem sabe! Agora você já sabe onde me encontrar. Boa noite! (Desce do carro e vai embora).

(Após descer do carro de Ulisses, Cristina acena para o advogado em sinal de despedida e logo após adentra no pensionato que havia acordado de alugar um quarto. Já na recepção, a recém-chegada na cidade foi surpreendida).

 

CRISTINA: Como assim? Como o senhor não tem mais quartos disponíveis? Moço, eu liguei, eu confirmei tudo por telefone. Como pode não haver mais quartos? Deve ter algum erro, por favor, olhe de novo no computador.

RECEPCIONISTA: Eu sinto muito, moça. Acredito que houve uma confusão na hora em que lhe passaram as informações. A outra recepcionista do turno vespertino é nova, com certeza ela se equivocou e não percebeu que todos os quartos estavam reservados. Infelizmente o último que tínhamos foi alugado hoje à tarde.

CRISTINA: Mas eu vim de tão longe! Para onde eu vou agora? (Questiona com um olhar triste).

RECEPCIONISTA: Como eu disse, sinto muito, senhorita. Sinto muito, mesmo. Infelizmente não tenho o que fazer.

CRISTINA: (Pega sua mala e deixa o pensionato desolada).

 


Campinas, Interior de São Paulo

Cena 07 – Presídio Feminino Santa Luzia [Externa/Noite]

(As presas estavam consternadas no pátio do presídio após receberam a noticia do falecimento da diretora).

 

PRESIDIÁRIA: (Senta-se desnorteada) Morta?

CARCEREIRA: Infelizmente é verdade. Quando o socorro chegou, era tarde demais! Ao que tudo indica, ela teve um mal súbito, passou mal, caiu e bateu a cabeça. O incêndio foi provocado pelo isqueiro dela, provavelmente ela estava tentando acender um cigarro na hora. (Explica).

AMANDA: Coitadinha! A diretora Carmen era uma mulher maravilhosa, tinha uma vida toda pela frente. Sempre falei que esse vicio do cigarro era muito perigoso, mas ela nunca me deu ouvidos. (Respondeu enquanto roía as unhas).

CARCEREIRA: (Estranha o comportamento de Amanda) Engraçado, você foi a última pessoa que a viu com vida. Não reparou nada de estranho? Sobre o que falaram?

AMANDA: Sobre a melhor notícia que alguém pôde me dar nos últimos anos. A diretora me entregou o meu alvará de soltura. Amanhã eu estarei bem longe desse lugar e não pretendo passar nem perto daqui de novo. Pode escrever! (Responde friamente).

 

São Paulo, Capital

Cena 08 – Hotel Emiliano [Interna/Noite]

(Despida na cama, envolvida apenas por um lençol de linho branco. Alguém acariciava as costas de Stella com uma rosa vermelha).

 

STELLA: (Sorri) Você sabe mesmo como satisfazer uma mulher!

VAVO: (Beija a nuca de Stella e em seguida, deita-se por cima dela) Essa sua pele, teu cheiro. Eu não resisto! Porque você não larga de vez o seu marido e foge comigo?

STELLA: (Vira-se bruscamente) Ficou louco? Eu não posso deixar o meu marido, tem muita coisa em jogo. Bens, dinheiro e o meu filho. Além disso, quem mais iria nos proporcionar todos esses prazeres? Quem mais te daria tantos mimos, gato? (Responde enquanto beija Vavo).

VAVO: Você sabe muito bem que isso pouco me importa. Eu não estou com você por conta dos seus bens e sim porque eu te amo, Stella. Eu te amo! (Responde olhando nos olhos dela).

STELLA: Eu sei meu amor! Por isso mesmo que eu estou aguentando o meu marido ainda. Para o nosso bem, confie em mim! (Beija Vavo intensamente e em seguida o abraça).

VAVO: (Com o rosto na direção oposta ao de Stella, Vavo demonstra um grande desdém com relação a Stella).

 

Cena 09 – Donna Sô (Café Bar) / Bixiga [Interna/Noite]

(Sem rumo, Cristina caminhava pelas ruas do bairro do Bixiga pensando onde viria viver a partir de agora. Com um verdadeiro turbilhão de emoções na cabeça, ela só voltou a si quando parou em frente ao Café Bar e ouviu uma mulher cantar para os clientes)

 

Música da cena: Nosso Amor É Assim – Ana Clara

 

CRISTINA: (Observa a cantora por alguns segundos e em seguida resolve entrar no estabelecimento. No interior do café bar, ela sentou em um banco junto ao balcão).

TIAGO: Oi, tudo bem? Já sabe o que vai querer? (Pergunta com um bloquinho na mão acompanhado de uma caneta para anotar o pedido).

CRISTINA: Tá falando comigo? (Questiona ao voltar a si).

TIAGO: É claro que eu estou. Sente-se mal?

CRISTINA: Não, é bobagem. Eu vou querer um suco de laranja! (Responde).

TIAGO: Suco de laranja? (Estranha).

SOFIA: Pode deixar, eu mesma sirvo e atendo a moça. Você atende as mesas externas, Tiago. (Responde ao se aproximar).

(Alguns instantes depois, Sofia serve o suco de Cristina).

SOFIA: Saindo um suco de laranja para a recém-chegada!

CRISTINA: Como a senhora sabe que eu acabei de chegar?

SOFIA: Fácil! Pela a mala ao seu lado. Depois disso, me chame de Sofia, sem o “senhora”.

CRISTINA: A senhora é muito observadora. Eu me chamo Cristina e de fato, cheguei hoje na cidade, estava em Campinas.

SOFIA: Campinas! Tinha uma tia-avó lá, depois que ela morreu, nunca mais fui até lá. Mas me responde, porque essa carinha triste? Brigou com o namorado?

CRISTINA: Antes fosse! Acontece que fiquei sem ter um lugar para morar. Eu estava alugando um quarto numa pensão, mas quando cheguei, não estava mais disponível e agora nem sei para onde ir, não tenho muito dinheiro e não posso gastar tanto.

SOFIA: Deus escreve certo por linhas tortas, menina. (Pensa em voz alta).

CRISTINA: Como assim? O que quer dizer com isso?

SOFIA: Que talvez hoje seja o seu dia de sorte! (conclui).

 

Campinas, Interior de São Paulo

Cena 10 – Presídio Feminino Santa Luzia [Interna/Manhã]

Música da cena: Bandida - Cleo

(O dia amanhece e algumas imagens externas mostram a cidade de Campinas. Em seguida, surge a fachada do presídio. No interior da penitenciária, Amanda caminhava por alguns departamentos e recuperava seus bens deixados durante a sua chegada. Em seguida, ela surge sem o uniforme e com roupas comuns, carregando consigo uma pequena sacola).

 

AMANDA: Finalmente, chegou meu dia! (Fala consigo mesma enquanto caminha em direção aos portões da saída).

 

(Os grandes portões se abrem e Amanda deixa o presídio).

 

AMANDA: Liberdade! Enfim a liberdade. (Comemora por deixar a prisão).

 

(Em seguida, um ônibus surge na estrada percorrendo o trajeto Campinas x São Paulo. No interior do coletivo, Amanda tira alguns papeis debaixo da blusa e começa a ler folha por folha).

 

AMANDA: Nenhuma novidade! Que falta de imaginação, não tem nada que eu não saiba na minha ficha, que dossiê mais chinfrim. (Debocha enquanto lê o que havia dentro do seu dossiê. Em seguida, ela olha para o banco ao lado e percebe o dossiê de Cristina). – O que será que diz no dossiê da Cris? Vamos descobrir! (Amanda começa a folhear o arquivo com os dados de Cristina). – Órfã, pais desconhecidos, presa por cumplicidade no assassinato da socialite dona de uma rede de joalherias... Espera, isso aqui parece ser interessante. Deixada aos cuidados de uma senhora chamada Milú Rodriguez pela avó materna, Marion Assumpção. Assumpção? (Pensa consigo mesma). – Assumpção? A milionária Marion Assumpção? A dona da indústria que produz molho de tomate? Não, eu não acredito. A Cristina vai ter um troço quando descobrir que é neta de Marion Assumpção. É... Eu acho que ela não deve saber que é neta dela, se não teria me contado. Se bem que conhecendo a Cris como eu conheço, isso pouco vai importar, ela nem gosta dessas coisas. Que sorte a dela, eu sim saberia aproveitar bem mais todos esses milhões e como saberia... Eu vou procurar a Cris em São Paulo e contar que ela é neta dessa velha cheia da grana, ela precisa descobrir porque essa milionária a jogou fora. (Fala consigo).

 

 

São Paulo, Capital

Cena 11 – Castro & Rios, Advogados Associados [Interna/Manhã]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari e Gabriel Nandes

(Ulisses e André saem da sala de reunião do escritório e se despedem de dois clientes. Em seguida eles caminham por um extenso corredor enquanto conversam).

 

ANDRÉ: Tá tudo bem com você? Te achei um pouco distante...

ULISSES: Não, impressão sua.

ANDRÉ: Impressão? Sei! Você acha que eu nasci ontem? Com essa sua cara de quem está no mundo da lua, aposto que é mulher. Quem é ela? (Cutuca Ulisses).

ULISSES: Está bem, você venceu... Eu conheci uma mulher linda ontem e não parei de pensar nela.

ANDRÉ: Eu sabia! Minha experiência nunca falha, meu caro.

(O celular de André começa a tocar).

ULISSES: É o seu! Não vai atender?

ANDRÉ: (Tira o celular do bolso e vê o nome de Letícia no display) Não! Ninguém importante. Vamos tomar um café e discutir o processo de divórcio do Casal Muniz?

ULISSES: Vamos, precisamos discutir algumas clausulas do acordo pré-nupcial que foi assinado quando eles casaram.

(André desliga o telefone e os dois vão até a copa do escritório).

 

Cena 12 – Sobrado de Sofia (Bairro do Bixiga) [Interna/Manhã]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(Imagens aéreas sobrevoam os grandes edifícios da capital paulista e mostram o ritmo frenético da cidade. Ônibus percorrem a cidade, enquanto pessoas andam de um lado para o outro nas grandes avenidas. Em seguida, surge a fachada do sobrado onde Sofia mora com seu filho Tiago).

 

TIAGO: (Caminha pelo corredor ainda sonolento e vestido em seu pijama, quando se assusta ao ver a presença de alguém dormindo no sofá. Assustado, Tiago começa a gritar).

CRISTINA: (Levanta-se bruscamente e despenteada ao acordar com os gritos).

SOFIA: (Corre até a sala, assustada) Cadê? Onde é o incêndio? (questiona).

TIAGO: Como? Não está vendo? O que essa estranha em está fazendo no meio da nossa sala?

SOFIA: Ah, meu filho. Você estava gritando por isso? Ela não é nenhuma estranha. Essa é a Cristina, ela vai ficar com o quarto que estávamos alugando para a Paulinha. Como ela voltou para Mogi das Cruzes, ofereci o quarto para a Cris. Como estava muito bagunçado e ainda não tive tempo de arrumar, a Cris dormiu no sofá.

TIAGO: Mas a senhora só pode estar ficando louca! Como pode trazer uma estranha para dentro de casa? A senhora nem sabe quem ela é!

CRISTINA: Eu não quero criar problemas para a senhora, dona Sofia. É melhor eu ir embora... (Responde arrumando suas coisas).

SOFIA: Nem pensar! A senhorita deixa as suas coisinhas do jeito que estão. Que mal tem de alugar o quarto, Tiago? Ele está livre, precisamos da renda complementar.

TIAGO: A senhora nem tem referências dela. Não sabe de onde ela veio, vai que ela é uma criminosa, já esteve presa?

SOFIA: Meu filho! Já chega de dizer tantos absurdos...

CRISTINA: Não, dona Sofia. O seu filho tem razão!

SOFIA: (Estranha a resposta de Cristina) Tem razão? Como tem razão? O meu filho está dizendo coisas terríveis ao seu respeito e você diz que ele tem razão?

CRISTINA: Sim, é porque ele tem mesmo razão. Eu já estive presa! Na verdade, acabo de cumprir a minha pena e ficar em liberdade.

(Sofia e Tiago se surpreendem com o que Cristina revela sobre o seu passado).

 

Cena 13 – Pensionato Santa Cruz [Interna/Manhã]

(Amanda havia acabado de chegar no pensionato onde Cristina tinha comentado que se hospedaria, quando se surpreendeu com a devolutiva do recepcionista).

 

AMANDA: Como não tem nenhuma Cristina da Silva, aqui? A minha amiga veio para cá, eu tenho certeza. (estranha).

RECEPCIONISTA: Eu olhei bem, senhorita. Não há nenhuma Cristina da Silva entre os pensionistas. Talvez se a senhora me descrever a sua amiga, eu posso dizer se ela esteve aqui ou não.

AMANDA: Sim, claro! Ela é loira, magrinha, mais ou menos 1,70 de altura, bonita e carregava consigo uma mala pequena de cor marrom.

RECEPCIONISTA: Ah, sim! Por sorte ela veio aqui durante o meu turno, quer dizer, já faz algumas horas. O quarto que ela alugou estava alugado, daí ela foi embora. Se eu soubesse que o pensionista iria dar tanto trabalho, teria dado o quarto para ela.

AMANDA: Como assim?

RECEPCIONISTA: O pensionista encheu a cara e quebrou quarto inteiro, tive que chamar a polícia e ele foi embora. Agora o quarto está livre e nós estamos sem hospede.

AMANDA: Se o problema for esse, considere-o resolvido. Eu ficarei com o quarto!

(Alguns instantes depois, o recepcionista abre a porta do quarto e entrega a chave para Amanda, deixando-a sozinha em seguida).

AMANDA: (Tranca a porta e em seguida observa o quarto com nojo) Que bela espelunca. Esse quarto parece uma extensão daquele presidio nojento. E agora, onde será que a Cristina se meteu? Ela precisa procurar a avó dela e reclamar os milhões que tem direito. (Amanda fica em silêncio por um breve momento e com um olhar sombrio, ela se senta na cama). – Eu saberia muito bem aproveitar essa oportunidade. Na verdade, eu combino bem mais sendo a neta da toda poderosa Marion Assumpção... Porque não? (questiona a si mesma).

CONTINUA!
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