SARAMANDAIA
Capítulo 20 ��️
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva: Ranable Webs
CENA 01. BOLE-BOLE. PRAÇA. CORETO. EXTERNA. DIA
A câmera mostra a apreensão nos olhares de todos os presentes
pela resposta de quem venceu as eleições. O auditor depois de
uma pausa abre o resultado e ele fica espantado com o
resultado. Ele começa a revelar quem é o novo prefeito.
AUDITOR (figurante): - Para a surpresa não só de todos vocês,
ama também como surpresa minha. O novo prefeito de Bole-
Bole é João Gibão. Felicitações ao novo prefeito.
O sorriso de Zico Rosado vai se desfazendo. João Gibão beija
Marcina com muita paixão. Ele está muito surpreso.
JOÃO GIBÃO (eufórico): - Nós finalmente conseguimos,
Marcina. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. Eu acho
que devo estar sonhando. Essa cidade vai voltar a ser o que era.
MARCINA (sorrindo): - Você merece, meu amor. Esses últimos
meses foram muito duros para você. Agora uma etapa está se
iniciando. Que você consiga tudo o que você deseja.
ZICO ROSADO: - Isso não pode estar acontecendo comigo. Eu
não posso ter perdido a eleição para esse corcunda. Eu exijo
uma recontagem de votos imediatamente. Vocês sabem que eu
sou? Eu sou Zico Rosado. Aqui quem manda sou eu.
A câmera mostra o ódio no olhar de Zico Rosado. Zélia e Lua
Viana sobem no coreto e confrontam o vilão.
ZÉLIA (comemorando): - Será que você ainda não entendeu,
Zico Rosado? Você perdeu. Essa cidade não quer mais as duas
artimanhas. Porque você não vai embora daqui?
LUA VIANA (firme): - Acabou, Zico Rosado. A influência que
você pensou que tinha acabou de ser contestada. É melhor você
não tentar nada contra nós. Estamos te avisando.
JOÃO GIBÃO: - O povo dessa cidade escolheu o caminho que
deve seguir. A partir de hoje o progresso irá vir. Bole-Bole será
coisa do passado. Viva Saramandaia.
ZICO ROSADO (austero): - Só por cima do meu cadáver, João
Gibão. Vocês podem ter ganhado essa batalha, mas a guerra
está longe de acabar. (P) Você hoje pode ser o prefeito, mas eu
continuo mandando nessa cidade. Nada mudou.
Zico Rosado desce do coreto sobre muitas vaias. João Gibão e
Zélia comemoram essa vitória muito importante.
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CENA 02. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. SALA.
INTERNA. DIA
Dona Cândida está parada na frente de Tibério e ela fica
totalmente em choque ao ver que Tibério está com seu corpo
fofo envolto de raízes. Nesse momento Vitória se aproxima e
olha para Dona Cândida com muita frieza. Silêncio total.
VITÓRIA (nervosa): - O que você veio fazer aqui, Dona
Cândida? Eu não quero ter mais nenhuma ligação com a sua
família. O jeito que seu filho reagiu ao saber que a Zélia é filha
dele. Isso não está certo. Diga logo o que você quer, Dona
Cândida.
DONA (séria): - Eu sei que você tem muitos motivos para me
querer longe da sua filha, Vitória. Mas depois que eu descobri
que a Zélia é minha neta, algo acabou mudando em mim.
TIBÉRIO: - Vitória…. O mínimo que nós podemos fazer é ouvir
o que a Cândida está querendo dizer. Você não acha?
Mesmo a contragosto Vitória concorda. Dona Cândida olha
para Vitória e Tibério de uma forma muito séria.
DONA CÂNDIDA (séria): - Querem saber de uma coisa essa
guerra entre as nossas famílias já foi longe demais. Olha
quantas coisas aconteceram nos últimos anos e quantas pessoas
se machucaram. Isso precisa acabar o quanto antes.
VITÓRIA (descrente): - Você não pode estar falando sério, dona
Cândida. Depois de todos esses anos, por que agora? Se você
tivesse sido mais maleável as coisas seriam diferentes.
DONA CÂNDIDA: - Eu sei que o que eu te fiz passar não foi
certo, Vitória. Mas agora eu quero fazer a coisa certa. Só isso.
TIBÉRIO (firme): - Você tem razão, Cândida. Essa guerra entre
nossas famílias precisa acabar. Mas a questão de é saber se deu
filho vai aceitar isso. Ele não é fácil de lidar. Você sabe disso.
Dona Cândida fica em silêncio. Vitória e Tibério se olham.
Dona Cândida respira fundo e consente com a cabeça.
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CENA 03. BOLE-BOLE. PRAÇA. EXTERNA. DIA
Close em João Gibão, Marcina, Zélia e Lua Viana que estão
comemorando a vitória nas urnas. Nesse momento um
estrondo de passos pode ser ouvido. Para a surpresa de todos
Don Redonda aparece na praça com o seu peso totalmente
descomunal. O olhar de horror de todos é visível. João Gibão se
aproxima de Dona Redonda que o trata com desprezo. Seu
Encolheu está ao lado dela bem preocupado.
DONA REDONDA (ardilosa): - Então quer dizer que o corcunda
ganhou a eleição? Essa cidade está indo cada vez mais para o
buraco. Você é um enganação, João Gibão.
JOÃO GIBÃO (surpreso): - Dona Redonda….. Está tudo bem
com você? A senhora não parece nada bem. Esse seu peso não
está normal. Você precisa se cuidar.
SEU ENCOLHEU: - Eu tentei avisar ela, João. Mas quem disse
que ela quer me ouvir? Eu não sei mais o que fazer.
DONA REDONDA (fria): - Vocês estão exagerando. Eu nunca
me senti tão bem como eu estou me sentindo agora. (P) O que
eu preciso fazer é impedir que esse corcunda vire prefeito.
Dona Redonda aponta o dedo para João Gibão. Nesse momento
todo o corpo de Dona Redonda começa a inflar sem controle.
Todos os presentes ficam totalmente espantados. Em questão
de segundos Dona Redonda explode trazendo uma onda de
ventos por toda a cidade. Seu Encolheu fica inconsolável.
SEU ENCOLHEU (chorando): - Nãoooooooo!!!! Redondinha….
João Gibão se aproxima de Seu Encolheu e o conforta. Marcina
fica por perto. Zico Rosado aproveita toda a confusão e foge
para a prefeitura. Zélia e Lua Viana vão atrás dele.
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CENA 04. PREFEITURA. SALA DO PREFEITO. INTERNA. DJA
A câmera mostra que Zico Rosado está totalmente
descontrolado. O vilão pega um telefone e joga com muita força
contra a parede. Nesse instante Zélia e Lua Viana entram na
sala do prefeito e Zico Rosado os encara com muito ódio.
ZICO ROSADO (furioso): - O que vocês vieram fazer aqui?
Vieram tripudiar da minha desgraça? (P) Zélia…. Você é minha
filha. Você deveria ficar ao meu lado, e não desses baderneiros.
ZÉLIA (séria): - Agora você se lembra que eu sou sua filha, não é
mesmo? Só eu sei tudo o que eu passei para que esse dia
pudesse chegar. A sua derrocada apenas começou, maldito.
LUA VIANA: - Você foi arrogante em achar que nunca alguém
seria capaz de te vencer. Mas você estava errado. Hoje o povo
dessa cidade mostrou que não quer mais o seus desmandos.
Zico Rosado se aproxima de Lua Viana e o segura pelo carinho
da camisa. Zélia olha para ele com muita raiva em seu olhar.
Formigas começam a sair pelo nariz do vilão.
ZICO ROSADO (nervoso): - Vocês acham mesmo que podem me
desafiar? Não me custa nada acabar com vocês agora mesmo.
ZÉLIA (gritando): - Solr ele agora mesmo, seu desgraçado. Eu
não vou pedir uma segunda vez. (P) Era só isso mesmo que
faltava. Você é tudo de pior que existe nessa cidade, mas eu não
sabia que você era um assassino. Solta o Lua agora mesmo.
Zico Rosado olha com ódio para Zélia. Logo depois o vilão solta
Lua Viana que tenta respirar. Zico Rosado fica muito sério.
ZICO ROSADO: - Vocês estão brincando com fogo, e não estão
percebendo isso. Mas de uma coisa vocês podem ter certeza. Eu
não vou descansar enquanto não acabar com todos vocês.
Zico sai da sala do prefeito enquanto Zélia e Lua Viana se olham
totalmente apreensivos com as ameaças de Zico Rosado.
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CENA 05. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. DIA
Helena vem descendo as escadas do casarão. Nesse momento a
porta da sala de estar se abre mostrando Risoleta entrando
como se fosse um furacão. As duas mulheres se olham em total
silêncio. Elas vão se aproximando uma da outra. Tensão.
HELENA (séria): - O que você pensa que está fazendo aqui, sua
quenga? Quer que a minha filha te encontre aqui? Não me
obrigue a te tirar daqui a força?
RISOLETA (firme): - Como você é ridícula, Helena. Está casada
com um homem que nunca te amou e ainda tirou a minha filha
de mim. Hoje a Estela vai saber que eu sou a mãe dela.
HELENA: - Você quer ficar calada? Eu não vou permitir que
você destrua com a vida que eu levei muito tempo para
construir. A Estela não merece saber que a mulher que deu a
vida a ela é uma rameira. Você vai sair daqui agora mesmo.
Helena pega Risoleta pelo braços e vai levando ela até a porta da
sala. Nesse momento elas percebem que Estela estava ouvindo
toda a conversa atrás de uma porta. Estela fica em choque.
ESTELA (sem acreditar): - Me diga que essa história que eu
acabei de ouvir é mentira, mãe. Isso não pode ser verdade.
HELENA (abalada): - Minha filha…. Desde quando você está
parada atrás dessa porta? (P) Por favor me deixe explicar. Eu sei
que você vai entender. Você é uma jovem inteligente.
RISOLETA: - Chega, Helena. A Estela não merece mais
mentiras vindas de você. (T) A verdade é que eu sou sua
verdadeira Mary, Estela. O seu pai te tirou de mim quando você
era apenas um bebê. Mas eu quero recuperar o tempo perdido.
ESTELA (em choque): - Isso não pode estar acontecendo. A
minha vida foi toda uma mentira. Eu preciso ficar sozinha. Eu
quero pensar em tudo isso claramente.
Estela vai subindo as escadas do casarão. Helena faz o
movimento de ir atrás de Estela, mas Risoleta a impede.
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[TRANSIÇÃO DE TEMPO: ANOITECE]
CENA 06. BOLE-BOLE. PRAÇA. EXTERNA..NOITE
Close em João Gibão e Marcina que continuam na praça da
cidade que agora está vazia. Eles ficam admirando o brilho das
estrelas que enfeitam a noite. Para o desprazer de nossos
protagonistas, Carlito Prata aparece totalmente fora de si.
CARLITO PRATA (aplaudindo ironicamente): - Quem diria que
um dia o corcunda da cidade iria ganhar a eleição para prefeito.
E para piorar, uma de nossas maiores moradoras foi pelos ares.
Não se engane João Gibão. Essa sua vitória é momentânea.
MARCINA (se enchendo de raiva): - O que você ainda quer
conosco, Carlito? Porque você não esquece que a gente existe?
Você foi desmascarado e mesmo assim quer insistir.
JOÃO GIBÃO: - Deixa ele, Marcina. Eu entendo perfeitamente o
que está acontecendo com o Carlito. (P) Ele está vendo que a
influência que a família e o tio dele tinham antes está ruindo. É
questão de tempo para eles serem mal vistos na cidade.
Carlito Prata vai ficando cada vez mais nervoso. Ele tenta
agredir João Gibão. O vilão pega uma faca e consegue rasgar o
colete de João Gibão fazendo que um pedaço da asa de nosso
protagonista fique a mostra. Carlito Prata fica horrorizado.
CARLITO PRATA (horrorizado): - Eu não estou acreditando no
que eu estou vendo. Isso são asas saindo de suas costas? Agora
tudo começa a fazer sentido. Você é uma aberração.
MARCINA (suplicando): - Carlito…. Você precisa me prometer
que não vai contar nada para ninguém. O. povo dessa cidade
não está pronto para descobrir a verdade. Entendeu, Carlito?
CARLITO PRATA: - Então você sabia sobre essa asquerosidade,
Marcina? Vocês realmente se merecem. Amanhã pela primeira
hora todos nessa cidade vão saber que esse corcunda é uma
monstruosidade. Vocês estão perdidos.
JOÃO GIBÃO (sério): - É isso que você quer fazer, Carlito? Então
faça. Eu não vou ficar refém das duas chantagens. Você é mais
baixo do que eu imaginava. Adeus, Carlito Prata.
João Gibão pega Marcina e eles vão embora da praça sumindo
no meio da escuridão. Carlito Prata fica parado morrendo de
ódio.
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CENA 07. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. SALA.
INTERNA. NOITE
A câmera mostra que a sala da casa grande está sobre uma forte
penumbra. Close em Tibério que está envolto em muitas raízes.
Nesse momento Zico Rosado invade a casa grande da fazenda
com uma arma apontada para Tibério que está sem reação.
ZICO ROSADO (com ódio): - Finalmente esse inferno vai
acabar. Por sua culpa eu fiquei longe da mulher que eu amava.
Mas isso acaba agora. Acabou, Tibério Villar.
Zico Rosado aponta a arma para Tibério. Nesse momento,
Vitória aparece na sala e fica na frente de Zico Rosado. Eles se
olham e a decepção é perceptível nos olhares dele.
VITÓRIA (desesperada): - Por favor Zico não faça isso. Por tudo
que nós vivemos, um dia eu te suplico. Não mate o meu pai.
ZICO ROSADO (nervoso): - Você sabe quantas vezes eu chorei
lembrando de você, Vitória? Naquele dia que você foi embora de
trem eu cheguei atrasado. Se eu não tivesse me atrasado tudo
seria diferente. Mas é tudo culpa do seu pai.
VITÓRIA: - Isso não tem mais importância, Zico. Isso já faz
tanto tempo. (P) Mas agora eu estou pedindo para você não
fazer essa loucura. Mostra que eu não estou errada em
acreditar que o homem que eu amei ainda está aí. Eu te suplico.
Zico Rosado fica estremecido. Vitória coloca as mãos nas mãos
do vilão. Tibério olha seriamente para Zico Rosado.
TIBÉRIO (firme): - A sua mãe está coberta de razão, Zico
Rosado. Essa guerra já levou tempo demais. Mas se me matar
vai te fazer bem então faça o que você achar melhor.
VITÓRIA (revoltada): - Você não está ajudando, pai. (P) Zico….
Me entrega essa arma. Você não vai ganhar nada matando o
meu pai. Você já confiou em mim uma vez. Confie em mim de
novo. Só isso que eu te peço.
ZICO ROSADO: - Em uma coisa você está certa, Vitória. Eu não
vou ganhar nada matando esse velho maldito que você chama
de pai. Mas vocês podem ter certeza de uma coisa. Nunca mais
vocês verão outra prova de fraqueza da minha parte. Eu vou
fazer o que estiver ao meu alcance para acabar com vocês.
Zico Rosado entrega a arma nas mãos de Vitória. Logo depois o
vilão vai andando na direção da porta de saída da casa grande.
Nesse momento Zélia vem entrando e dá de cara com Zico
Rosado. Ela fica totalmente irritada.
A imagem congela no olhar de Zélia. Aos poucos a imagem vai
ganhando um efeito como se transformasse em uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!