JANA
LAURA
GIOVANA
GENIVALDO
ELIETE
PAULO
MOISÉS
REBECA
RAVENA
CÁSSIA
JORGE
ROSENO
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
KIRA
VANESSA
Participação Especial:
LUÍZA, RAFAEL, ENFERMEIRA
CENA 01/ INT/
HOSPITAL/ TARDE
Giovana, com uma expressão de preocupação e
confusão, está sentada, segurando o resultado do exame nas mãos.
GIOVANA
(preocupada)
- Não pode ser! Não pode haver
algum erro, doutora? Talvez um falso positivo?
LUÍZA
(firme)
- Olhe Giovana, mandei repeti esse exame
exatamente para eliminar qualquer dúvida. Os resultados são consistentes. Raul
está mesmo com leucemia.
RAFAEL
- Eu mesmo analisei a lâmina do
sangue periférico de seu marido. Está repleta de blastos leucêmicos.
GIOVANA
(chorando)
- Isso não pode tá acontecendo, meu
Deus.
RAFAEL
- Raul vai precisar fazer um
mielograma e uma biopsia óssea. São procedimentos incômodos e dolorosos, mas necessário.
O ideal seria que fizéssemos isso imediatamente.
Luíza se aproxima de Giovana.
LUÍZA
- Vamos lá, Giovana. Precisamos
conversar com Raul.
CENA 02/ EXT/
COLÉGIO CENTRAL/ PÁTIO/ DIA
O pátio da escola está repleto de estudantes,
alguns conversando animadamente enquanto outros passam diretos indo em direção
as suas salas. Pandora está conversando com Darlan no canteiro próximo à
entrada.
PANDORA
(remorso)
Me desculpe, viu Darlan? Minha mãe
não tinha motivo nenhum para me levar dali daquele jeito.
DARLAN
(resignado)
- Do jeito que ela me tratou, parecia
que eu era um marginal que tava lhe sequestrando.
PANDORA
(com tristeza)
- Mãe Ravena tem hora que tem uns
comportamentos que me envergonham, sabe?
Nesse momento, Maria chega no colégio, passando
direto por eles.
DARLAN
(confuso)
- Oxe, Maria!
(chamando)
- Ei Maria, o que aconteceu?
Pandora, colocando a mão no braço de Darlan, o
impede de ir atrás de Maria.
PANDORA
(com determinação)
Deixe, eu falo com ela.
Darlan assente, enquanto Pandora vai atrás de
Maria.
CENA 03/ EXT/
COLÉGIO CENTRAL/ SALA DE AULA/ DIA
Maria está sentada em sua carteira, mas sua
mente está longe, perdida em pensamentos. Pandora se aproxima dela, notando a
distração da amiga.
PANDORA
- Oi minha linda! O que houve? Cê
passou ali feito um furacão não falou com ninguém.
MARIA
- Pandora, cê nunca sentiu
curiosidade em conhecer seu pai biológico?
Pandora se surpreende com a pergunta repentina
de Maria.
PANDORA
- Não, nunca. Sou filha de duas
mulheres. Meu pai é apenas um doador anônimo. Não preciso de mais nada.
MARIA
(revelando)
- Descobri que Paulo, não é meu pai
biológico. Ele nem se quer pode ter filho. Meu pai biológico é um tarado
que abusou de mainha, enquanto ela tava na parada esperando ônibus.
(determinada)
- E agora quero conhecer, quero
saber quem é ele.
Pandora fica abismada com a revelação de Maria,
seus olhos mostrando incredulidade diante da decisão da amiga.
PANDORA
(abismada)
- Caramba, Maria! Mas... mas pra quê cê quer conhecer esse homem? Se ele
abusou de sua mãe. Ele não é uma pessoa legal, por que cê quer saber quem é.
MARIA
(resoluta)
- Ele não pode ser pior do que o
homem que chamei de pai até agora.
CENA 04/ INT/ HOSPITAL/ TARDE
Giovana chega ao quarto acompanhada de Luíza e
Rafael. Ela se aproxima do leito onde
ele está deitado, olhando para ele com preocupação.
RAUL
(brincando)
- Oxente, pensei que tivesse
desistido de mim e ido embora.
GIOVANA
- Não fale besteira, jamais iria
desisti de você.
LUÍZA
- E aí, tá se sentindo melhor,
Raul?
RAUL
- Tô zero bala, viu? Pronto pra ir
pra casa. E então doutora, veio aqui me dá alta, foi?
LUÍZA
(sorrindo sem graça)
- Ainda não.
(apresentando)
- Raul, este é Dr. Rafael Barone,
nosso hematologista.
RAUL
(preocupado)
- Não tô entendendo. Houve algum
problema nos meus exames, foi doutora?
GIOVANA
- Calma meu amor, deixe a doutora
explicar.
LUÍZA
- Eu vi uma alteração em seu
hemograma e pedi ajuda para o Dr. Rafael que é especialista. Ele vai lhe
examinar melhor.
RAUL
- Mas que alteração foi essa?
RAFAEL
- Raul, o hemograma é um exame que
avalia o número e a forma dos glóbulos vermelhos, dos brancos e das plaquetas.
No seu caso houve uma alteração em alguns desses elementos, por essa razão que
me chamaram para lhe ver.
Raul assente, seu rosto mostrando a preocupação
enquanto ele processa a notícia.
RAUL
- Tô ficando é assustado, viu? Espere um pouco, isso
que cês tão falando aí... Eu tô com leucemia,é isso?
RAFAEL
- Tudo indica que sim, Raul. Mas precisamos
realizar mais alguns exames para entender melhor o que tá acontecendo.
LUÍZA
(com calma)
- Esses exames adicionais nos
ajudarão a determinar a extensão do problema e a planejar o tratamento da
melhor forma possível.
Giovana segura a mão de Raul, tentando
transmitir apoio e força nesse momento difícil.
CENA 05/
INT/ FEIRA DE SANTANA/ OFICINA DO JORGE/ DIA
Jorge está de pé, escorado em um monte de
pneus. Roseno está sentado em uma cadeira, os dois estão lanchando.
JORGE
- Ela continua do mesmo jeitinho, viu
Roseno? Uma tremenda libertina. Tava lá de beijinho com um carinha, me viu nem
deu importância, entrou no carro com ele.
ROSENO
- Ó paí! E cê tá zangado por quê?
Ela é solteira, né não? Pode sair e ficar com quem quiser. Quem não devia tá lá
era o cê, né nego véi? Que é homem casado.
JORGE
- Lá vem cê com suas comparações.
Sou homem meu brother, a coisa é diferente.
ROSENO
- E é diferente, por quê? Olhe, vou
pelo certo, viu pae! Pra mim homem e mulher tem que ter diferença não.
CENA 06/ EXT/
RUA/ DIA
Vanessa e Rebeca estão pedalando bicicletas
juntas, aproveitando o dia ensolarado.
VANESSA
- Rebeca, tava aqui matutando. Já
que seu pai vai pra esse congresso de pastores, por que cê não aproveita e
foge com o circo de Júnior?
REBECA
- Valha-me Deus, Vanessa! Isso
seria um pecado terrível. Não posso fazer algo assim, estaria condenada à morte
eterna. Quero ir pro inferno não, viu?
VANESSA
- Deixe de bestagem, menina. Pior
é morrer seca, sem ter feito nada do que queria. Cê ama Júnior, ele lhe ama, se
atire.
REBECA
(preocupada)
- Tiro? Júnior levou tiro?
VANESSA
- Ó pai! Deixa de ser abestalhada. Tô falando assim, se arrisca foge no circo
de Júnior. Vai ser feliz, mulher.
Rebeca para olhando para o circo. Vanessa para
logo na frente.
REBECA
- Cê acha, é?
VANESSA
(com sorriso sapeca)
- Acho sim. Porque já não aproveita
que tá aqui pertinho, e vá lá chupar o pirulito de Júnior.
Rebeca ri envergonhada, finalmente entendendo a
conotação da brincadeira.
REBECA
- Ah, cê é safadinha, viu Vanessa?
Mas agora entendi o que é pirulito... Acho que vou lá então, né? Tô com saudade
dele.
VANESSA
- Vai lá, sua boba. Mas tarde a
gente se fala.
CENA 07/ INT/
LOJA DA RAVENA/ DIA
Laura está perdida em seus pensamentos quando
Ravena se aproxima.
RAVENA
(brincando)
- Dou um doce pelos seus
pensamentos. O que tá passando aí nessa cabecinha?
LAURA
- Tava aqui falando com mainha, ela
me disse que painho vai para um congresso de pastores. Tava pensando, vou aproveitar esse momento
para ficar mais próximo dela e Rebeca, né? Cê que acha?
RAVENA
- Olhe, vou ser bem sincera
contigo, viu Laura? Não acho bacana cê ficar tão próximo assim de sua família,
não. Não digo isso pela sua mãe e pela sua irmã, mas por conta de seu pai. Ele
é dominador, machista e misógino. Isso vai acabar lhe machucando e machucando também nossa filha.
LAURA
(grosseira)
- É o quê, Ravena? Agora a general
não vai permitir nem que eu me aproxime de minha mãe?
RAVENA
- Não se trata disso. Só
quero o melhor para cês duas. Tudo bem, se cê quer procurar sarna pra se coçar
de novo, vai em frente. Agora espero que cê tenha consciência, e não faça a
nossa filha passar por tudo o que cê passou nas mãos desse cara.
LAURA
- Já não tô é lhe reconhecendo, viu
Ravena? Cê, que luta tanto contra o machismo, tá se tornando cads vez mais machista, já tá ficando igualzinho painho.
RAVENA
(se ofendendo)
- Olhe as comparações, viu Laura?
LAURA
- O que falo é verdade. Principalmente
em relação à Pandora e Darlan.
RAVENA
(com ódio)
- Esse Darlan é só um moleque. E não vou permitir que ele se envolva com minha filha. Amanhã ela vai me agradecer por isso.
CENA 08/ INT/
CAMPA/ TARDE
Kira está ao telefone com Giovana, percebendo a
angústia na voz dela.
KIRA
(com carinho)
- Calma, viu Gih? Não tem que ficar
pensando em trabalho agora. A gente se vira aqui, tá tudo certo. Tô aqui no
CAMPA, eu tomo conta de tudo. Agora o que cê precisa é ficar calma e focar em
Raul. Vamos ter fé que vai dá tudo certo, viu?
Giovana, do outro lado da linha, tenta
encontrar alguma tranquilidade nas palavras de Kira.
GIOVANA
(off)
- Obrigado, viu nega? Tá tão
difícil ver Raul passando por tudo isso. Eu morro de medo do que pode
acontecer.
KIRA
- Oh meu amor, eu acredito que não
tá sendo nada fácil mesmo, né? Força aí, e pode deixar que por aqui eu resolvo.
Beijão, se cuida aí.
CENA 09/ INT/
CLÍNICA BIO IN VITRO/ RECEPÇÃO/ TARDE
Jana e Cássia aproveitam um
intervalo sem pacientes na clinica para poderem conversar.
JANA
- Uma avalanche caiu sobre minhas
costas, viu Cássia? Painho tá ficando lá em casa agora, depois do que Eliete
aprontou.
CÁSSIA
- Então ela contou tudo mesmo pra
Maria?
JANA
- Ela não conta, o que Eliete gosta
é de ficar fazendo piadinhas, jogando veneno. Parece que ali no impulso da
conversa Maria a chamou de vó e ela não gostou. E já foi falando que a vó de
Maria é uma prostituta e o pai um estuprador.
CÁSSIA
- Gente, mas essa mulher tem que
ser contida! Tá demais. Isso é coisa que se fala.
JANA
- Não tive escolha, tive que contar
toda a verdade pra Maria. E agora tô muito preocupada de como tá a cabeça da
bichinha. E pra piorar meu cunhado não tá nada bem, minha irmã mandou mensagem
dizendo que ele foi internado com suspeita de leucemia. Acredita?
CÁSSIA
- É barril, hem nega?
CENA 10/ INT/
HOSPITAL/ TARDE
Raul está deitado em uma cama hospitalar, com
uma expressão tensa no rosto. A enfermeira, prepara a bandeja com os
instrumentos para o mielograma.
RAUL
(nervoso)
Isso vai doer muito?
ENFERMEIRA
- Costuma doer um pouco. Mas farei
o melhor para tornar isso o mais confortável possível.
Rafael entra na
sala, calçando suas luvas.
RAFAEL
(determinado)
- Vamos começar, Raul? Este
procedimento é crucial para entendermos o estágio da leucemia.
Raul assente com
determinação. A enfermeira começa a preparar a área da coluna vertebral de
Raul, enquanto o médico se prepara para a punção.
RAUL
(respirando fundo)
- Tô pronto.
O quarto fica
silencioso, exceto pelo zumbido dos equipamentos médicos. A agulha entra na
pele de Raul, ele contrai o corpo em uma mistura de dor e determinação.
CENA 11/ EXT/
PRAÇA/ TARDE
Maria está sentada
em um banco, seu rosto reflete uma mistura de curiosidade e ansiedade. Pandora
se senta ao lado dela.
PANDORA
- Maria,
cê quer mesmo mexer com isso? Poxa, se seu pai é um criminoso o melhor a fazer
é ficar longe dele, né?
MARIA
(decidida)
- Quero sim, preciso disso. Não tô
aqui falando que quero manter laços com ele. Mas quero descobrir quem ele é,
talvez ver uma foto, qualquer pista que me ajude a entender a minha história.
Pandora, talvez eu tenha até irmãos. Já pensou nisso?
PANDORA
- Eu entendo sua curiosidade,
Maria. Mas é bom não criar expectativa, nem se aprofundar muito nisso. Boa
índole cê já viu que ele não tem, né?
MARIA
- Tem tanta gente sem índole, sendo
tratado por muito como gente boa.
PANDORA
- Cê tá falando do seu pai, do
Paulo? Já reparei que cê fica tensa quando fala dele. Tô aqui meu amor, pode
falar o que lhe incomoda tanto.
MARIA
- Não quero falar sobre isso,
Pandora... Venha cá, cê vai me ajudar encontrar meu pai biológico?
PANDORA
- Claro, se é tão importante pra
você.
MARIA
(mostrando o celular)
- Eu dei uma pesquisada na internet
sobre o ano que nasci. E descobri que tinha um tarado aqui em Salvador que
abusou de várias mulheres. E olha o que achei, olha bem essa foto.
PANDORA
(olhando)
- Mas são minhas mães nessa foto.
MARIA
- Suas mães na frente, e se cê olhar
bem atrás tá minha mãe e minha tia Giovana. Elas estavam protestando exatamente
contra esse tarado que atacou essas
mulheres. Pandora, esse homem é meu pai.
CENA 12/ INT/
IGREJA CAJADO DA FÉ/ TARDE
Eliete está
visivelmente abatida, seu rosto marcado pela tristeza. Ela está sentada em um
dos bancos da igreja, Moisés sentado ao seu lado.
ELIETE
(com pesar)
- Pastor Moisés, tô tão aperriada...
simplesmente não consigo entender. Trinta e cinco anos de casado, e Genivaldo
simplesmente vai embora. Dediquei toda minha vida ao Senhor, servi à Sua obra
com fervor, e agora tô abandonada. As vezes me sinto fracassada, não sabe? Que eu
fiz para merecer tudo isso, meu Deus?
MOISÉS
- Oxente, não te avexe irmã!A vida
do servo de Deus é assim mesmo. O mundo não tá acostumado com a verdade e
quando ouve a verdade se assusta. Genivaldo teve várias oportunidade de mudar
sua conduta, mas não o fez. No dia do juízo ele vai prestar conta com Deus. Agora
a senhora não deve se fraquejar em sua fé por conta de seu marido. No momento,
a irmã tá passando por um período de vacas magras, mas logo será o período de
vacas gordas. A senhora toma posse disso?
ELIETE
- Amém, tomo posse sim, meu pastor.
MOISÉS
- Irei para o congresso de pastores
e quero que a senhora fique firme para tomar conta de minhas ovelhas.
ELIETE
- Pode deixar meu pastor. Sou uma
serva de Deus, e jamais irei me fraquejar.
CENA 13/ INT/
HOSPITAL/ LEITO/ TARDE
Raul está deitado, profundamente adormecido,
enquanto Giovana permanece ao lado dele. Com carinho, ela alisa os cabelos
dele, sussurrando em seu ouvido.
GIOVANA
(suavemente)
- Cê vai sair dessa meu amor. Tudo
vai passar, acredita nisso.
Ela se levanta da cadeira com cuidado,
dirigindo-se à janela. Lá, olha para fora, perdida em pensamentos. Depois mexe
no celular e olha o instagram de Kira, e ver fotos das duas em Ilha de São
Paulo, um sorriso suave brota em seus lábios. Enquanto está navegando nas fotos
o celular começa a tocar. Ela ver no visor o nome de Jana e atende.
GIOVANA
(ao telefone, com preocupação)
- Oi mana!
JANA
- E aí minha linda, como cê tá? E
Raul?
GIOVANA
- Tudo por aqui tá difícil, mas
estamos lidando, né? Tenho tanto medo do que pode acontecer com Raul. Ele fez
um mielograma agora pouco, tá aqui descansando... E cê como tá? Painho me falou
sobre a última de mainha.
JANA
- Olhe Giovana, cê me perdoe, viu?
Mas tô com tanta raiva de Eliete.
GIOVANA
- Eu sei, lhe entendo, mainha é muito difícil de lidar.
JANA
- Painho também tá aguentando não,viu?
Foi lá pra casa.
GIOVANA
- E Maria, Jana? Como ela tá
lidando com isso?
JANA
- Aí onde tá minha maior preocupação.
Maria é tão fechada, não dá pra saber o que passa naquela cabecinha. Hoje
passei o dia mandando mensagem pra ela. Disse que tá com Pandora, a amiguinha
dela. Acho bom, assim ela se distrai.
GIOVANA
- Pois é... Olhe Jana depois quero conversar com cê, sobre
Maria e Pandora.
JANA
(preocupada)
- Aconteceu alguma coisa?
GIOVANA
- Aconteceu nada não, a gente fala
sobre isso depois. Vou desligar aqui que Raul já tá acordando. Depois a gente
se fala, viu?
JANA
- Tá certo, então. Beijo mana.
CENA 14/ INT/
CASA DA JANA/ QUARTO DA MARIA/ TARDE
A porta do quarto de Maria está entreaberta, Paulo,
empurra a porta cuidadosamente e entra. Seus olhos são atraídos para a
escrivaninha, onde ele vê o diário de Maria. Ele se aproxima da escrivaninha
com olhos ávidos e abre a gaveta onde o diário está guardado. Antes que ele
possa tocar no diário, a porta do quarto se abre abruptamente. Genivaldo entra,
confuso com o que estava vendo.
GENIVALDO
- Paulo! Oxente, o que cê faz aqui
no quarto de Maria?
Paulo se vira rapidamente, seu rosto pálido de
surpresa ao ser pego em flagrante.
PAULO
(gaguejando)
- Eu... Bem, eu pensei que Maria
estivesse por aqui.
GENIVALDO
(desconfiado)
- Ela ainda não chegou da escola.
PAULO
- Pois é, mas já deu hora de chegar,
né? O senhor já almoçou? Vou preparar alguma coisa pra nós.
GENIVALDO
- Já tem comida pronta, já almocei.
Obrigado..
PAULO
- Então, deixa eu ir comer, quando
Maria chegar ela se arranja.
Paulo sai, e Genivaldo fica intrigado por ter
visto ele ali.
CENA 15/ INT/
CASA DA RAVENA/ SALA DE ESTAR/ TARDE
Pandora chega em casa acompanhada por Maria.
Laura está sentada na sala mexendo no celular.
LAURA
- Oi filha, demorou hein? Oi Maria!
Maria dá um sorriso tímido e assente com a cabeça.
LAURA
- Cês já almoçaram?
PANDORA
(sorrindo)
- Não se preocupe, minha mãe, não
estamos com fome.
Pandora tira o telefone do bolso e se aproxima
da mãe, com uma expressão séria no rosto.
PANDORA
- Quero que veja essa foto.
LAURA
(sem entender)
- Que é isso?
PANDORA
- É exatamente o que queremos
saber. Quem era esse estuprador que cês estavam protestando? Pelo o que li aí
no blog era uma manifestação feminista em frente a uma delegacia.
Laura fica desconsertada diante daquela matéria.
PANDORA
- Esse homem minha mãe,pode ser o
pai de Maria.
Maria olha ansiosamente para Laura, esperando uma reação ou algum sinal de reconhecimento. Laura suspira fundo e fica sem saber o que fazer.
Obrigado pelo seu comentário!