PASSIONAL
Episódio 10
Série criada e escrita por
LUAN MACIEL
CENA 1. HOSPITAL. LEITO HOSPITALAR. INT/ NOITE
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. CLOSE FECHADO NO SEMBLANTE PREOCUPADO DE MADALENA. ELES CONVERSAM ALGO EM OFF. LAURINDO PERCEBE QUE SIA FILHA CONTINUA MUITO PREOCUPADA. MADALENA NÃO DISFARÇA.
LAURINDO — Eu sei que você está preocupada com a sua filha, Madalena. Mas você precisa tentar descansar. Você acabou de passar por um momento muito delicado.
MADALENA — (abalada) E como é que eu faço isso, pai? Desde que essa ditadura militar foi instaurada em nossos país que eu não consigo dormir tranquila. A todo momento eu fico pensando que algo de ruim possa acontecer com meus filhos.
LAURINDO — Eu sei muito bem disso, Madalena. Mas tem uma coisa que eu preciso falar com você. (P) Eu sei que diante de tudo que está acontecendo você não queira ouvir isso, mas na minha opinião você deveria falar com o Omar. Ele quer apenas fazer parte da sua vida, minha filha.
MADALENA — Eu não acredito que o senhor esteja me pedindo isso, pai. Eu não consigo sentir absolutamente nenhum sentido de filho por aquele homem. Ele abandonou a minha mãe.
LAURINDO COLOCA SUAS MÃOS SOBRE AS MÃOS DE MADALENA. ELES TROCAM OLHARES FRATERNOS DE E FILHA.
LAURINDO — (sério) Eu não estou pedindo que você trate o Omar como pai assim do dia para a noite, Madalena. O que eu quero é que você ouça o que ele tem para dizer para você. Todos nós temos direito a ter uma segunda chance.
MADALENA — Esse é o problema, pai. Eu não sei o que dizer para o Omar. Eu nem mal conheço ele. Essa situação é difícil.
LAURINDO — Diga o que o seu coração está sentindo, minha filha. Você sempre foi uma mulher incrível, Madalena. Dê uma chance para o Omar dizer o que ele deseja.
MADALENA — (concordando) Tudo bem, meu pai. Eu só vou fazer isso priwue é o senhor que está me pedindo. Apenas por isso.
LAURINDO SORRI. DE REPENTE ELE COMEÇA A PASSAR MUITO MAL. MADALENA FICA MUITO PREOCUPADA.
MADALENA — (preocupada) Pai…. O que é que está acontecendo com você? Eu estou te achando muito abatido. Você quer que eu chame um médico para dar uma olhada em você?
LAURINDO — Não é necessário, minha filha. Eu vou ficar bem. Eu só preciso pegar um pouco de ar. Não precisa se preocupar.
MADALENA — E como eu não devo me preocupar, pai? Você está visivelmente passando mal. Eu estou preocupada com você.
LAURINDO — Eu vou ficar bem, minha filha. Agora eu vou deixar você descansar e eu irei lá fora tomar um pouco de ar. Você não precisa ficar preocupada comigo, Madalena. Eu te garanto.
LAURINDO DÁ UM BEIJO FRATERNAL NO ROSTO DE MADALENA. LOGO DEPOIS ELE SAI DO LEITO HOSPITALAR. A CÂMERA MOSTRA A AFLIÇÃO DE MADALENA.
CORTA PARA/
CENA 2. CASA DE DONA CIDINHA. QUARTO. INT/ NOITE
ALFREDO ESTÁ NO QUARTO DE SUA MÃE REVIRANDO TUDO QUE ELE ENCONTRA PELA FRENTE. CORTE PARA ENTRADA DO QUARTO E VEMOS DONA CIDINHA PARADA OLHANDO SÉRIA PARA A ATITUDE DE SEU FILHO. ALFREDO PARA POR UM MOMENTO O QUE ELE ESTAVA FAZENDO E OLHA FRIAMENTE PARA SUA MÃE.
ALFREDO — (nervoso) Eu posso saber o porquê de a senhora está me olhando dessa maneira? Por sua culpa a Olívia criou coragem de me enfrentar. Mas isso não vai ficar assim.
DONA CIDINHA — (sorrindo) Essa notícia me deixa muito feliz, Alfredo. Você infernizou a vida dessa mulher tempo demais. Ela merece ser livre da sua influência negativa.
ALFREDO — Como você tem coragem de dizer isso na minha frente? Primeiro foi a Madalena e agora a Olívia. Porque essas mulheres insistem em me desafiar? Isso precisa ter um fim.
DONA CIDINHA — E sabe qual é a maior irônia de toda essa história, Alfredo? Que você passou muitos anos tratando a Madalena como se ela fosse nada e no final ela é herdeira de uma das maiores fortunas do país. Que ironia.
ALFREDO FICA PARALISADO DIANTE DA REVELAÇÃO DE DONA CIDINHA. O SEMBLANTE DO VILÃO MUDA RADICALMENTE.
ALFREDO — (incrédulo) Você não pode estar falando sério, mãe. Desde quando eu me lembro o Laurindo nunca teve dinheiro. Essa história deve ser bem fantasiosa.
DONA CIDINHA — E quem disse que eu estou falando do Laurindo? Ele nunca foi o pai biológico da Madalena. O verdadeiro pai da Madalena é um médico cirurgião muito conhecido: Omar Bianchini.
ALFREDO — (sorrindo) Isso é música paramos meus ouvidos, mãe. Agora mesmo que eu não vou dar o desquite para a Madalena. Eu tenho muito o que ganhar com essa história.
DONA CIDINHA — Como você é asqueroso, Alfredo. Até um minuto atrás você estava com muito ódio da Madalena e agora quer continuar casado com ela? Como você pode ser tão baixo assim, meu filho?
ALFREDO SORRI CINICAMENTE. DONA CIDINHA FICA ENOJADA COM A ATITUDE DE ALFREDO. O VILÃO NÃO SE IMPORTA.
ALFREDO — (ardiloso) Você acha mesmo que eu aturei a Madalena todos esses anos porque motivo, mãe? É o universo me recompensando. Isso mostra que eu estou certo em tudo o que eu venho fazendo. Eu sempre estive certo.
DONA CIDINHA — Eu te proíbo de ir atrás da Madalena de novo, Alfredo. Ela merece ter paz depois de tudo o que você fez.
ALFREDO — Faz anos que você não me obriga a fazer absolutamente nada, Dona Cidinha. Eu quero tudo que a Madalena tem direito. E pode ter certeza que eu vou conseguir.
DONA CIDINHA — Isso é o que nós vamos ver, Alfredo. E tem outra coisa. Você sabia que a sua filha foi levada pelo Delegado Flores não sei para onde? Com isso você não se importa, não é mesmo?
ALFREDO FAZ POUCO CASO DA SÚPLICA DE DONA CIDINHA. ELA SE APROXIMA DE SEU FILHO. DONA CIDINHA LEVANTA A MÃO PARA DAR UM TAPA EM ALFREDO, MAS ELA DESISTI.
CORTA PARA/
CENA 3. FRENTNE DA CASA DE PETRÔNIO E ISABELA. RUA. EXT/ NOITE
PLANO GERAL DA CENA. PETRÔNIO ESTÁ NA FRENTE DE UM CARRO. AO SEU LADO ESTÃO PACO, ISABELA E TIAGO. PETRÔNIO ESTÁ CERTO DO QUE ELE TEM QUE FAZER. A CÂMERA SE APROXIMA DE ISABELA E ELA ESTÁ MUITO ABALADA. TIAGO TENTA ACALMAR ELA, SEM SUCESSO. PACO ESTÁ MUITO AGITADO.
PETRÔNIO — (sério) É a última vez que eu vou falar isso. Nenhum de vocês vais e arriscar para salvar a Marina. Eu sou o único que vai atrás de descobrir onde ela está. Entendidos?
PACO — Eu sinto muito, mas eu não concordo com isso Petrônio. Não foi você que viu aquele desgraçado do Flores levar a Marina na base da violência. Eu vou com você.
ISABELA — Eu também quero ir, pai. A Marina é minha melhor amiga. Quando eu fui sequestrada e torturada pelo Flores a Marina fez de tudo para tentar me salvar. O mínimo que eu posso fazer é fazer o mesmo por ela.
TIAGO — (sensato) Você não pode fazer isso, Isabela. É exatamente isso que o Flores quer. Ele é obcecado por você pelo o que parece. Você precisa se afastar por pior que isso seja.
PETRÔNIO — O Tiago está certo, minha filha. Eu não quero que você venha junto. É para o seu próprio bem. Você sabe disso.
MESMO A CONTRAGOSTO ISABELA CONCORDA. ELA SEGURA AS MÃOS DE SEU PAI COM MUITA FORÇA. ELES SE ENCARAM.
ISABELA — (aflita) Toma cuidado, pai. Eu não quero que te aconteça a mesma coisa que me aconteceu. Eu estou com medo.
PETRÔNIO — Eu sei que você está com medo, minha filha. Mas eu não posso deixar que você se arrisque dessa forma novamente. O Flores vai pagar por tudo que fez para você e está fazendo para a Isabela. Isso é uma promessa.
PACO — (impaciente) Nós precisamos ir logo, Petrônio. Cada segundo que a gente demora aqui mais a Marina pode estar sofrendo nas mãos daquele sádico do Flores.
TIAGO — Até agora eu só não entendi como vocês vão fazer para descobrir onde o Flores está. Ele pode estar em qualquer lugar, Petrônio. Vai ser como procurar uma agulha em um palheiro.
PETRÔNIO FICA CADA VEZ MAIS TENSO. ELA OLHA FIXAMENTE PARA TIAGO DE UM JEITO FIRME E DECIDIDO.
PETRÔNIO — (firme) Como jornalista eu fico sabendo de vários lugares que o Doi-Codi usa para fazer duas torturas. Eu tenho uma leve ideia de onde o Flores pode ter levado a Marina.
ISABELA — (suplicando) Eu só te peço uma coisa, pai. Traz a Marina de volta para casa. Esse pesadelo precisa ter um fim.
PACO — Nós vamos trazer a Marina de volta para casa, Isabela. O Flores não vai conseguir o que tanto deseja. Eu garanto.
PETRÔNIO — Agora nós precisamos ir, minha filha. Só ne prometa que não vai sair de casa para absolutamente nada. O Flores pode ter alguém vigiando a casa. Cuida da minha filha, Tiago.
MESMO SEM DIZER NADA TIAGO CONCORDA. PETRÔNIO ABRE A PORTA DO CARRO (UMA BRASÍLIA BRANCA). ELE E PACO ENTRAM NO CARRO QUE VAI SAINDO EM TODA VELOCIDADE. DEPOIS DE ALGUNS SEGUNDOS VEMOS ISABELA BUSCAR APOIO BO ABRAÇO DE TIAGO.
CORTA PARA/
CENA 4. GALPÃO ABANDONADO. INT/ NOITE
O DELEGADO FLORES CONTINUA RODEANDO MARINA QUE AINDA NÃO DEMONSTRA ESTAR COM MEDO. O VILÃO VAI FICANDO CADA VEZ MAIS DESCONTROLADO O QUE DEIXA MARINA MUITO SATISFEITA. ELA SORRI E O DELEGADO FLORES NÃO GODTA NENHUM POUCO DESSA ATITUDE DELA.
DELEGADO FLORES — (nervoso) Eu posso saber do que você está rindo, sua comunista imunda? Você ainda continua sendo a minha refém. Eu posso te matar a hora que eu quiser.
MARINA — Realmente isso é verdade, Flores. Mas a cada hora que se passa você percebe que não vai conseguir me trocar pela Isabela. Eu bem que tentei te avisar, seu maldito.
DELEGADO FLORES — Você acha mesmo que é esperta, não é, Marina? Mas deixa eu te contar uma coisa. Quando a Isabela estava sob o meu poder eu vi a esperança sumir fos olhos dela. Ela acreditava que todos vocês a tinham abandonado.
MARINA — (gritando) Você está mentindo. A Isabela nunca iria desistir de lutar por sua própria vida. (P) O que você fez com ela foi algo nojento e inadmissível, Flores.
O DELEGADO FLORES FICA FRENTE A FRENTE COM MARINA. O VILÃO SEGURA MARINA PELO CABELO COM RAIVA. CLÍMAX.
DELEGADO FLORES — (frioVocê) Sabe de uma coisa, Marina? Eu sou obrigado a admitir que você tem coragem. Desafiar a mim durante todos esses meses mesmo com a morte de vários amigos seus é algo totalmente insano.
MARINA — É por isso que eu continuo a fazer o que eu acredito. As mortes do Luciano e do Xavier e de diversas outras pessoas não serão em vão. Nós vamos conseguir derrubar essa ditadura assassina. Pode ter certeza disso, Flores.
DELEGADO FLORES — realmente acredita nisso,sua imbecil? É mais fácil você morrer nessa sua situação insana do que conseguir acabar com esse regime que veio para expurgar essa fraga do comunista do nosso país. E você será a próxima da lista.
MARINA — Milhares de pessoas estão morrendo e vocês ainda acham que estão certos? E depois os terroristas somos nós.
O DELEGADO FLORES NAO DÁ OUVIDOS AO QUE MARINA FALA. ELA COMEÇA A SE FEBATER NA CADEIRA. O VILÃO APENAS SORRI.
MARINA — (furiosa) Me solta daqui, seu desgraçado. Eu não fiz nada para merecer estar nesse lugar pérfido. Me solta. Z
DELEGADO FLORES — Você não vai a lugar nenhum. Eu mudei totalmente de ideia. Se a Isabela não chegar até amanhã de manhã eu vou fazer questão de te matar. Você entendeu?
MARINA — Você está blefando, Flores. Nem mesmo você vai ter coragem de fazer isso. Eu não tenho medo de você.
DELEGADO FLORES — Agora você pode não ter medo de mim, Marina. Mas eu te garanto que quando tudo isso acabar você vai perder essa sua petulância. Isso eu posso te garantir.
MARINA ENCARA O DELEGADO FLORES COM ÓDIO. A CÂMERA FOCA NO SEMBLANTE CINISMO DO VILÃOQUE CONTINUA SORRINDO.
CORTA PARA/
CENA 5. HOSPITAL. LEITO HOSPITALAR. INT/ NOITE
CLOSE FECHADO EM MADALENA QUE ESTÁ COM OS SEUS PENSAMENTOS LONGE. CORTE PARA A PORTA DO LEITO. PODEMOS VER OLÍVIA ENTRANDO NO LEIRO HOSPITALAR E INDO NA DIREÇÃO DE MADALENA QUE OKHA FIXAMENTE PARA ELA. OLÍVIA FICA EM SILÊNCIO POR ALGUNS SEGUNDOS.
MADALENA — (surpresa) Olívia??? O que você veio fazer aqui? O que foi que houve com você? Você está tão estranha.
OLÍVIA — Eu soube o que houve com você, Madalena. Eu não poderia deixar de vir aqui prestar a minha solidariedade. Eu sei que a gente não é tão amiga assim, mas eu não podia deixar de vir hoje aqui. Eu fico feliz que esteja bem.
MADALENA — Eu agradeço as suas palavras de carinho, Olívia. Mas a minha intuição está me dizendo que você quer me contar algo. Seja lá o que for você não precisa ter medo de falar.
OLÍVIA — (respirando fundo) Eu nem sei como começar a te contar o que eu vim falar, Madalena. Eu sei que você vai me odiar depois que eu terminar de dizer. Mas eu não posso mais continuar escondendo a verdade. Não é justo com você.
MADALENA VAI FICANDO CADA VEZ MAIS INTRIGADA. OLÍVIA VAI SENTE QUE O MOMENTO DE CONTAR A VERDADE CHEGOU.
MADALENA — (séria) Você está me deixando ainda mais angustiada, Olívia. O que de tão grave você tem para me contar que está te deixando desse jeito? Me diz de uma vez.
OLÍVIA — Eu sinto muito, Madalena. Mas eu tive um caso com o Alfredo por mais de 20 anos. E isso não é tudo. O Tiago é filho do Alfredo. Eu peço que você me perdoe, Madalena.
MADALENA — (em choque) Eu não estou acreditando no que você está me contando, Olívia. Você e o Alfredo não tinham o direito de ter feito isso comigo. Eu nem sei o que dizer.
OLÍVIA — Eu sei que eu errei, Madalena. E é por isso que eu estou aqui. Eu nunca quis te magoar. Mas você deve saber que quando o Alfredo quer ele consegue ser ameaçador.
MADALENA CONTINUA EM CHOQUE. OLÍVIA FICA EM SILÊNCIO.
MADALENA — Espera só um momento, Olivia. Se o Tiago é filho do Alfredo como a gente nunca ficou sabendo dessa história antes? Tem algo nessa história que não está batendo.
OLÍVIA — (triste) O Alfredo nunca assumiu a paternidade do Tiago. Ele cansou de dizer que nunca vai ser pai do meu filho. Acredite em mim quando eu digo que eu não quero absolutamente mais nada com o Alfredo. Apenas distância.
MADALENA — Eu não estou conseguindo digerir toda essa hospital que você me contou, Olívia. Então quer dizer que os meus filhos e o Tiago são irmãos. Quando o Gael descobrir isso ele vai pirar. Eles não se suportam.
OLÍVIA — (suplicando) É isso que eu quero te pedir, Madalena. Não conte nada para ninguém sobre o que eu acabei de te falar. O Tiago ainda não sabe a verdade. Eu não sei qual vai ser a reação do meu filho quando descobri isso tudo.
MADALENA — Me desculpa, mas eu não posso fazer isso, Olívia. O Alfredo usou nós duas no jogo cruel dele. Ele precisa ser exposto o quanto antes. Vou precisar da sua ajuda.
OLÍVIA BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE. MADALENA SE AJEITA NA CAMA FO LEITO. ELA E OLÍVIA APERTAM AS MÃOS FIRMANDO UMA PARCERIA CONTRA ALFREDO.
CORTA PARA/
CENA 6. APARTAMENTO DE MÔNICA. SALA DE ESTAR. INT/ NOITE
MÔNICA ESTÁ ANDANDO PELA SALA DE ESTAR DE SEU APARTAMENTO COM UNA TAÇA DE CHAMPANHE EM SUAS MÃOS. ELA TOMA UM GOLE DO CHAMPANHE E O SORRISO DE FELICIDADE PODE SER VISTO EM SEU oi ÙESTAR NORMAL.
MÔNICA — (alterada) A minha vida não poderia estar melhor. Uma hora dessas aquela bastarda deve estar morta e eu finalmente eu consegui me livrar do encisroyque o Albano era. Tudo.vainficsr melhor quando tiver acesso a herança do meu pai. É isso que eu mais desejo.
PARA O TERROR DE MÔNICA ELA É SURPREENDIDA COM A CHEGADA DE OMAR QUE SAI DE TRÁS DA PORTA DA COZINHA.
OMAR — (nervoso) Então é isso que você tanto deseja, Mônica? (T) Responde quando eu estiver falando com você. Eu tentei te avisar, mas você não quis me ouvir. Agora é tarde demais.
MÔNICA — É sério que você em meu apartamento me infernizar a vida mais uma vez? Eu quero que você saia daqui agora.
OMAR — Eu só irei embora depois que você algumas verdades z Mônica. (P) Você tentou matar a sua irmã por duas vezes. Mas para a sua infelicidade ela ainda está viva. Se algo aconconter com a Madalena eu te coloco na cadeia, Mônica.
MÔNICA — Você realmente prefere defender uma bastarda que você nem vem conhece do que a sua própria filha. (,) Se você quer mesmo saber a verdade fui mesma que mandei matar aquela maldita. E eu não me arrependo disso.
OMAR FICA TOTALMENTE FORA DE SI. ELE DÁ UM TAOA NA CARA DE MÔNICA QUE FERVE DE ÓDIO. ELA COMEÇA A DEMONSTRAR TODO O SEU ÓDIO QUE SENTE POR SEU PRÓPRIO PAI.
MÔNICA — (alterando a voz) Você nunca mais vai encostar essa sua mão em mim, pai. Você conseguiu me entender? A partir de hoje você só vai conseguir falar comigo na justiça. Eu quero tudo que é meu. Você não vai tirar isso de mim.
OMAR — É isso mesmo que você quer, Mônica? Então que assim seja. Mas se prepare, pois essa guerra não vai ter fim. O Albano estava certo sobre você. É uma desequilibrada.
MÔNICA — Eu deveria saber que aquele fraco do Albano deveria estar por de trás disso. Ele acha mesmo que vai conseguir me atingir desse jeito? Como ele é incoveniente.
OMAR — Eu não tenho mais nada para falar com você, Mônica. Eu estou totalmente decepcionado com você. Se a sua mãe estivesse viva ela sentiria noho das suas atitudes.
OMAR VAI EMBORA BEM SÉRIO. MÔNICA FICA FERVENDO DE ÓDIO. ELA COMEÇA A QUEBRAR O QUE VÊ PELA FRENTE.
CORTA PARA/
CENA 7. CASA DE DIONÍSIA E LAURINDO. SALA. INT/ NOITE
AS LUZES ESTÃO TODAS APAGADAS. UMA BATIDA NA PORTA PODE SER OUVIDA. NADA ACONTECE. A BATIDA NA PORTA PODE SER OUVIDA AGORA BEM MAIS FORTE. DEPOIS DE ALGUNS INSTANTES AS LUZES DA CASA SÃO ACRZAS E CÉLIA ABRE A PORTA. PARA A SUA SURPRESA QUEM ESTÁ PARADO NA SUA FRENTE É ESTEVÃO. ELA TENTA FECHAR A PORTA, MAS ESTEVÃO A IMPEDE.
CÉLIA — (irritada) O que você veio fazer aqui, Estevão? Depois de todos esses meses. Você nunca pensou em me procurar? O que você fez comigo eu jamais conseguirei perdoar.
ESTEVÃO — Eu sei que eu errei com você, Célia. Mas eu tive que escolher entre o amor que eu sinto por você e a minha carreira militar. Eu não tive escolha. Eu sinto muito.
CÉLIA — Você sente muito? Você não ouse vir até a minha casa e dizer que sente muito. (T) Eu ainda não consegui me recuperar da dor que você me causou. Vá embora, por favor.
ESTEVÃO — Eu posso até ir embora, Célia. Mas antes você vai ouvir tudo que eu tenho para falar. (P) Durante todos esses meses eu nunca tirei você da minha cabeça. Eu continuo te amando desde o dia que re conheci anos atrás.
ESTEVÃO FORÇA SUA ENTRADA NA CASA. CÉLIA FICA TOTALMENTE BALANÇADA AO VER ELE. ESTEVÃO A OLHA.
CÉLIA — (tensa) O que você ainda quer de mim, Estevão? Porque você não me deixa em paz? Será que é pedir muito?
ESTEVÃO — Porque eu nunca te esqueci, Célia. Eu sei que eu faço parte de um lado que está trazendo muitos problemas para a sua família. E eu vim aqui oferecer a minha ajuda. Mas antes de qualquer coisa eu quero o seu perdão.
CÉLIA — Você acha que o perdão é algo tão simples assim? Você me machucou demais, Estevão. Eu não sei se eu consigo te perdoar. Eu preciso de mais tempo para pensar.
ESTEVÃO — Eu te entendo, Célia. Pode não parecer, mas eu estou arrependido. Mas eu iria te dar o tempo que precisa.
ESTEVÃO PEGA AS MÃOS DE CÉLIA. ELA FICA MUITO MEXIDA.
ESTEVÃO — Mas me promete uma coisa, Célia. Não deixe o erro que eu cometi acabar de vez com o que sentimos um pelo o outro. Tudo o que eu quero é ter você de volta.
CÉLIA — Eu não posso te prometer isso, Estevão. É como eu te disse antes. Eu estou muito machucada. Eu preciso pensar.
ESTEVÃO — Eu entendo o seu lado perfeitamente. Amanhã eu irei até o hospital visitar a sua irmã. Eu quero ajudar a descobrir onde está a sua sobrinha. Vocês podem contar comigo.
ESTEVÃO DÁ UM BEIJO SUAVE NA BUCHECHA DE CÉLIA.
TRILHA SONORA: https://youtube.com/watch?v=Szjx8Rw4UXo&si=ycKhxkZkkgupNqSz
A CÂMERA DÁ UM CLOSE NO OLHAR SURPRESO DE CÉLIA. ESTEVÃO VAI EMBORA DEIXANDO CÉLIA DESCONCERTADA.
CORTA PARA/
CENA 8. HOSPITAL. CORREDOR. INT/ MANHÃ
EM FORMA DE CLIPEO DIA VAI AMANHECENDO NA CIDADE MARAVILHOSA. JÁ DENTRO DO CORREDOR DO HOSPITAL LAURINDO SE MOSTRA MUITO PREOCUPADO. NESTE INSTANTE ELE ACABA SENDO SURPREENDIDO POR ALFREDO QUE O ENCARA DE UMA FORMA FRIA E AUTORITÁRIA.
LAURINDO — (sério/ ficando sem ar) O que você ainda quer aqui, Alfredo? Eu disse que se você voltasse aqui eu iria chamar a polícia. Deixe a minha filha em paz de uma vez por todas.
ALFREDO — (ardiloso) Sua filha? Eu já sei de toda a verdade, Laurindo. A Madalena é filha de um magnata podre de rico. Eu não quero mais ne vingar dela. Eu quero tudo que ela tem direito. É o mínimo que ela pode fazer por mim.
LAURINDO — Como você é cara de pau, Alfredo. Ontem mesmo você tentou matar a Madalena. E agora você quer algo que não te pertence. Você nunca vai conseguir isso. A Madalena ama o Petrônio. O que eles tem é mais forte que tudo.
ALFREDO — Quanta baboseira, Laurindo. Essa história de sentimentos não tem a mínima importância. Eu quero e terei a vida que eu mereço. Esse pai biológico da Madalena vai fazer o que for preciso para se aproximar dela. E eu irei ajudar com alguns benefícios.
A CÂMERA MOSTRA O OLHAR DESESPERADOR DE LAURINDO. AOS POUCOS ALFREDO PERCEBE O QUE ESTÁ ACONTECENDO. O VILÃO NÃO SE IMPORTA E AINDA TEM SORRI SATISFEITO.
ALFREDO — (manipulador) Não vai me dizer que você está passando mal, Laurindo? Porque você não morre de uma vez? Assim você não vai conseguir atrapalhar os meus planos.
LAURINDO — (sentindo pontadas) Alfredo…. Por favor me ajude…. Chame um médico. Eu não estou passando nada bem.
ALFREDO — Te ajudar, seu velhote? Você tem que morrer o quanto antes. Depois que você não estiver mais aqui ninguém vai poder acabar com o que eu tenho planejado.
LAURINDO — (agonizando) Alfredo…. Por favor…. Eu te suplico.
LAURINDO COLOCA AS MÃOS EM SEU CORAÇÃO. ELE CAI NO CHÃO AGONIZANDO DE DOR. NESSE MOMENTO DIONÍSIA CHEGA NO CORREDOR DO HOSPITAL E FICA EK CHOQUE AO VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO. ELA OLHA COM ÓDIO PARA ALFREDO.
DIONÍSIA — (desesperada) Laurindo….Por favor fica comigo.
LAURINDO — (ficando sem ar) Eu sinto muito, Dionísia. Eu não queria ir sem antes ver a nossa família junta e unida novamente. Mas eu não vou aguentar. Obrigado por me amar tanto.
DIONÍSIA — Põe favor não faz isso comigo, meu amor. Eu preciso tanto de você. (P) Alfredo…. Porwue você ainda está aí parado? Você não pode ser ruim a ponto de deixar o meu Laurindo morrer. Me ajuda.
ALFREDO — (sorrindo) Eu não tenho obrigação nenhuma em ajudar. A culpa é do seu marido que tem um coração fraco. Eu já fiz o que eu tinha que fazer aqui. Agora eu vou embora.
ALFREDO VAI CAMINHANDO DEVAGAR PARA FOTA DO HOSPITAL. A CÂMERA VOLTA PARA DIONÍSIA QUE ESTÁ EM DESESPERO. LAURINDO SEGURA AS MÃOS DE DIONÍSIA PEKA ÚLTIMA VEZ. RLRS SE OLHAM PROFUNDAMENTE. DIONÍSIA O ABRAÇA. LAURINDO DÁ SEU ÚLTIMO SUSPIRO E MORRR NOS BRAÇOS DE DIONÍSIA QUE GRITA E CHORA DESESPERADAMENTE.
CORTA PARA/
CENA 9. LUGAR AFASTADO. GALPÃO ABANDONADO. EXT/ DIA
EM PLANO ABERTO A CÂMERA MOSTRA UM CARRO CHEGANDO ATÉ O LOCAL ONDE ESTÁ O GALPÃO ABANDONADO. DE DENTRO DO CARRO SAEM PETRÔNIO E PACO QUE ESTÃO BEM AFLITOS COM O QUE PODE ACONTECER DAQUI PARA FRENTE. PETRÔNIO SEGURA NO OMBRO DE PACO E O ENCARA SILENCIOSAMENTE.
PETRÔNIO — (sussurrando) Paco…. Eu tenho quase certeza que o local é esse. Agora que estamos aqui você tem que me prometer que não vai fazer nenhuma bobagem. Todo cuidado é pouco quando o assunto é o Flores. Você compreendeu?
PACO — (sério) O que você está me pedindo vai além da minha vontade, Petrônio. A Marina pode estar dentro desse galpão e eu não posso ficar aqui parado sem fazer nada.
PETRÔNIO — É claro que eu sei disso, Paco. Mas eu não quero que essa missão de resgate se transforme em algo terrível que eu não possa lidar. Você não sabe do que o Flores é capaz.
PACO — Eu te respeito muito, Petrônio. Mas a Marina é a mulher que eu amo e eu não vou deixar ela morrer. Não vou!!
PETRÔNIO E PACO FICAM EM UM IMPASSE. NESSE MOMENTO UM GRITO FEMININO PODE SER OUVIDO VINDO DE DENTRO DO GALPÃO ABANDONADO. PACO FICA INTRIGADO E TENTA IR NA DIREÇÃO DO GALPÃO, MAS PETRÔNIO O SEGURA.
PACO — (alterando a voz) Me solta, Petrônio. Essa voz eu tenho certeza que é da Marina. Ela está precisando de mim.
PETRÔNIO — Eu também vim aqui para salvar ela, Paco. Mas você não pode se entregar. Eu sei que isso é uma armadilha do Flores.
PACO — Você não tem como saber disso, Petrônio. Se tiver apenas uma chance da Marina estar dentro desse galpão eu vou fazer de tudo para tirar ela lá dentro. E não vai ser você que vai me impedir.
PETRÔNIO — (se dando por vencido) Está tudo bem, Paco. Eu não vou te impedir. Eu só quero que você saiba onde você está se metendo. Se você entrar nesse galpão você pode morrer.
PACO NAO DÁ IMPORTÂNCIA AO AVISO DE PETRÔNIO. ELE CONSEGUE ENTRAR POR UMA JANELA DO GALPÃO ABANDONADA. A CÂMERA MOSTRA O PAVOR DE PETRÔNIO.
PETRÔNIO — (pensativo) Porque esses jovens de hoje em dia tem que ser tão teimosos? (P) Eu só peço que Deus permita que tudo saia bem. Eu não sei o que pode acontecer.
O PAVOR VAI TOMANDO CONTA DE PETRÔNIO. ELE FICA PARALISADO. OS GRITOS CONTINUAM SENDO OUVIDOS.
CORTA PARA/
CENA 10. JORNAL. REDAÇÃO. INT/ MANHÃ
VISÃO GERAL DO AMBIENTE. A REDAÇÃO DO JORNAL QIE OUTRORA ESTAVA CHEIO DE PESSOAS AGORA ESTÁ VAZIO. CLOSE EK ODILON QUE ESTÁ SENTADO TERMINANDO DE ESCREVER UMA MATÉRIA. PARA A SUA SURPRESA O GENERAL OSÓRIO ENTRA NA REDAÇÃO DO JORNAL E O INTIMIDA FEROZMENTE.
GENERAL OSÓRIO — (intimidando) Termine essa matéria agora mesmo, Odilon. Essa vai ser a última matéria que vai ser redigida nesse jornal decadente. Eu vim até para te prender.
ODILON — (sério) Eu estava me perguntando quabdo é que vocês iriam chegar? Eu perdi tudo que eu tinha por causa dessa ditadura. E não só isso. Eu perdi uma amizade de anos.
GENERAL OSÓRIO — Isso é um problema seu, Odilon. Você entregou o Petrônio porque você quis. Não venha se lamuriar.
ODILON — Eu achei que estava fazendo a coisa certa. Mas agora eu vejo que eu estava errado. Você pode fazer o que quiser comigo, General. Eu não tenho mais medo de vocês.
EM UMA AÇÃO RÁPIDA P GENERAL OSÓRIO APONTA UMA ARMA PARA A CABEÇA DE ODILON. ELE NÃO DEMONSTRA TER MEDO.
ODILON — Você acha. Que eu tenho medo dessa arma, General? Nada mais que venha desse governo ditatorial me assusta. Seja o que você for fazer comigo é melhor que viver debaixo dessa ditadura onde pessoas inocentes tem que morrer.
GENERAL OSÓRIO — (firme) O que você chama de ditadura eu acho de regime constitucional. Esses "inocentes" são terroristas que só querem destruir o nosso país. Essa é a verdade.
ODILON — Até quando vocês vão acreditar nessa história? LSabe quantas pessoas aqui do jornal tiveram que fugir com medo de morrer? Essas são as vidas que vocês estão destruindo.
GENERAL OSÓRIO — E o que você quer que eu faça, Odilon? Esse país só vai para frente se tiver um pulso forte no comando. Eu espero que você já tenha terminado a sua matéria, pois ela será a última. Adeus!!!!
ODILON SE LEVANTA E ENCARA O GENERAL OSÓRIO DE IGUAL PARA IGUAL. SEM PENSAR DUAS VEZES O GENERAL OSÓRIO DÁ UM TIRO NA CABEÇA DE ODILON QUE CAI SENTADO MORTO .
GENERAL OSÓRIO — (frio) Eu bem que tentei te dar uma chance, Odilon. Mas agora é tarde demais. Ninguém nunca vai conseguir acabar com esse regime. Jamais!!!
O GENERAL OSÓRIO VAI EMBORA SEM NEM OLHAR PARA TRÁS. A CÂMERA DÁ UM FOCO NO SANGUE ESCORRENDO DA TESTA DE ODILON DEMONSTRANDO A BRUTALIDADE DA SITUAÇÃO.
CORTA PARA/
CENA 11. GALPÃO ABANDONADO. INT/ MANHÃ
O DELEGADO FLORES CONTINUA TORTURANDO MARINA QUE GRITA DE DESESPERO. SEM FAZER MUITO BARULHO PACO CONSEGUE ENTRAR POR UMA JANELA LATERAL. ELE PEGA UM PEDAÇO DE MADEIRA E ACERTA NA CABEÇA DO VILÃO QUE CAI NO CHÃO AGONIZANDO DE DOR. MARINA FICA SURPRESA.
MARINA — (sussurrando) Paco…. Oque você veio fazer aqui? Como você achou esse lugar? (P) Eu disse que não era para nenhum de vocês vir atrás de mim. Vai embora.
PACO — Eu e o Petrônio viemos aqui para te salvar, Marina. Porque você tem que ser tão teimosa assim? Não é vergonha nenhuma precisar de ajuda. Deixa a gente te ajudar.
MARINA — Só me diz uma coisa, Paco. A Isabela não veio com vocês não é? Isso tudo é uma armadilha para o Flores pegar a Isabela. Nós não podemos deixar isso acontecer.
PACO — É claro que ela não veio, Marina. O Petrônio não seria louco de deixar a Isabela se arriscar dessa forma. Mas vamos parar de conversa que eu preciso tirar você daqui.
PACO UDA DE MUITA AGILIDADE E ELE CONSEGUE DESAMARRAR MARINA. NESSE INSTANTE O DELEGADO FLORES VAI SE LEVANTANDO DO CHÃO E OLHA COM FRIEZA PARA MARINA E PACO QUE ESTÃO TOTALMENTE IMÓVEIS.
DELEGADO FLORES — (ardiloso) Olha só quem resolveu aparecer. Onde está a Isabela? Se ela não estiver aqui eu irei matar vocês dois. Nós tínhamos um acordo.
PACO — Tira essa idéia da sua cabeça, Flores. Você nunca vai ter a Isabela como prisioneira novamente. Eu e a Marina vamos sair desse lugar imundo e você não vai fazer nada.
MARINA — Nós nunca vamos nos entender, Flores. Você me fez passar por algo que nunca pensei que pudesse existir. Ser torturada é a pior sensação que existe.
DELEGADO FLORES NO — Isso ainda não foi nada. O que eu tenho reservado para vocês vai ficar marcado para sempre.
O DELEGADO FLORES PEGA UM GALÃO DE GASOLIYE COMEÇA A JOGAR PELO LOCAL. MARINA E PACO FICAM EM CHOQUE.
MARINA — (gritando) O que você pensa que está fazendo, Flores? Você vai matar todos nós. Inclusive você mesmo.
DELEGADO FLORES — Esse é um pequeno preço que eu terei que pagar para ver o meu país livre de comunistas como vocês.
PACO — Se você quiser morrer sozinho por mim tudo bem, Flores. Mas você não vai conseguir levar a Marina e eu junto contigo. Você é mais louco do que eu imaginava.
DELEGADO FLORES — (cínico) Vocês ainda não viram nada. Só tem um jeito de sair daqui que é com uma chance que só eu tenho. Mas vocês não vão ter esse privilégio.
O DELEGADO FLORES RISCA UM FÓSFORO E EM QUESTÃO DE SEGUNDOS O GALPÃO ABANDONADO COMEÇA A SER CONSUMIDO PELAS CHAMAS. O VILÃO SAI PELO PORTÃO DA FRENTE E DEIXA MARINA E PACO PRESOS NO MEIO DESSE INFERNO. A CÂMERA FOCA NO DESESPERO DELES.
CORTA PARA/
CENA 12. HOSPITAL. LWITO HOSPITALAR. INT/ MANHÃ
CLOSE EM MADALENA QUE ESTÁ DORMINDO TRANQUILAMENTE. EM SUA FRENTE ESTÁ DIONÍSIA QUE AINDA ESTÁ ARRASADA COM A MORTE DE LAURINDO. AOS POUCOS MADALENA VAI ABRINDO OS OLHOS E ELA ESTRANHA O JEITO QUE SUA MÃE A OLHA. DIONÍSIA NÃO CONSEGUE DISFARÇAR.
MADALENA — (intrigada) Mãe…. O que foi que houve? Não adianta tentar querer dizer que não é nada, pois eu te conheço muito bem. O que está te entristecendo tanto assim?
DIONÍSIA — (abalada) Eu não consigo esconder absolutamente nada de você, minha filha. (P) Você vai precisar ser forte, Madalena. Algo muito ruim aconteceu.
MADALENA — O que foi que aconteceu, mãe? Foi alguma coisa com o Gael? Com a Marina? Não me diga que a minha filha….
DIONÍSIA — Não é nada com os seus filhos, Madalena. O Gael está e nós ainda não recebemos notícias da Marina. Eu quero te falar sobre o seu pai. (T) Ele teve uma discussão séria com o Alfredo. Madalena….. O seu pai morreu.
MADALENA DEMORA PARA ABSORVER O QUE SUA MÃE ACABA DE LHE FALAR. AS LAGRIMAS ESCORREM DO ROSTO DE DIONÍSIA.
MADALENA — (em estado de choque) Que espécie de brincadeira é essa, mãe? Isso não pode estar acontecendo. Eu falei ontem mesmo com o meu pai. Ele estava tão bem.
DIONÍSIA — (séria) Eu jamais iria brincar com algo tão sério assim, Madalena. O seu pai morreu nos meus braços. E tudo isso é culpa daquele seu ex-marido. Eu estou com ódio do Alfredo.
MADALENA — Mas porque o Alfredo tinha que fazer isso? O meu pai não merecia ter um fim tão melancólico assim. (P) Isso não pode ficar assim. O Alfredo está ficando fora de si.
DIONÍSIA — O Alfredo não tinha o direito de fazer isso. Ele confrontou o seu pai com a informação de que você é filha biológica do Omar. Ele não podia fazer isso.
MADALENA FICA AINDA MAIS ABALADA. ELA FICA EM UM MISTO DE REVOLTA E TRISTEZA. ELA OLHA PARA SUA MÃE FIXAMENTE.
MADALENA — (furiosa) Eu estou com tanto ódio do Alfredo. Ele não tinha o porquê de ter feito o que ele fez. Mas ele vai se ver comigo. Eu estou cansada de aceitar tudo quieta.
DIONÍSIA — O que você está pensando em fazer, Madalena? O seu pai acabou de morrer. Ninguém vai te julgar se você ficar triste.
MADALENA — Eu quero justiça. O Alfredo matou o meu pai e ele precisa pagar por isso. Eu não vou descansar enquanto o Alfredo não estiver atrás das grades. É isso que eu quero.
DIONÍSIA FICA ESPANTADA COM A REVOLTA DE MADALENA. A CÂMERA MOSTRA A DETERMINAÇÃO NO OLHAR DE NOSSA PROTAGONISTA.
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