Type Here to Get Search Results !

Marcadores

Entre Laços Quebrados - Capítulo 09

 



ENTRE LAÇOS QUEBRADOS. CAPÍTULO 13

CRIADA E ESCRITA POR: VICENTE DE ABREU
PRODUÇÃO ARTÍSTICA E DIREÇÃO: EZEL LEMOS


Esta obra reproduz comportamentos e costumes da época em que foi realizada



CENA 01: SALA DE ESTAR. PENSÃO DE INÁ. INT. MANHÃ.

A sala está mergulhada na penumbra. O ambiente é tenso, quase palpável. Iná, está com os olhos frios e expressão dura, está sentada em uma poltrona, as mãos firmemente apertadas em seu colo. Seu rosto está contorcido em uma mistura de raiva e desaprovação. Ao seu lado, sua filha Luciana, está de joelhos, segurando seu ventre com uma mão enquanto a outra está sobre o rosto, encharcada de lágrimas. Ela está visivelmente machucada, com hematomas no rosto e nos braços.

LUCIANA – (chorando) Me perdoa, mãe!

INÁ - (sombria) Como você pode ser tão estúpida, Luciana? Como você pode permitir que isso aconteça?

Luciana ergue os olhos, sua voz embargada pela dor e pela tristeza.

LUCIANA - (com voz trêmula) Mãe, por favor, eu sei que errei. Eu não queria que isso acontecesse.

INÁ - (furiosa) Você não queria? Então por que deixou isso acontecer? Por que não se protegeu?

Luciana engole em seco, lutando para encontrar as palavras certas.

LUCIANA - (entre soluços) Eu... eu não sei, mãe. Eu só queria que ele me amasse.

Iná balança a cabeça com desgosto.

INÁ - Você é uma tola, Luciana. E agora, cadê o pai desse bebê? Cadê o Otto?

Luciana hesita por um momento, sua expressão se contorcendo de angústia.

LUCIANA - (evasiva) Eu...eu não sei! Mas eu falei com ele, mãe.

Iná aperta os lábios, seu olhar cortante fixo em Luciana.

INÁ - (impassível) Você não sabe? Ótimo. Então você está sozinha nessa bagunça.

Luciana soluça mais alto, tentando se levantar da cadeira.

LUCIANA - (implorando) Por favor, mãe, me perdoe. Eu sei que errei, mas eu preciso de você.

Iná se levanta bruscamente, sua figura imponente dominando o espaço.

INÁ - (firme) Não, Luciana. Eu não vou perdoar você. Você é uma vergonha para mim.. Saia da minha casa e não volte.

Luciana olha para sua mãe, seu coração partido, antes de se levantar com dificuldade e sair da sala. A câmera permanece na expressão impiedosa de Iná enquanto a cena se desvanece para preto.



CENA 02: CASARÃO DE LEONA -LAPA. SALA. INT.

Rubi está sentada no sofá, mexendo em seu cabelo, enquanto ouve uma música em seu MP3. Leona e Tigre estão sentados em cadeiras próximas, conversando animadamente. Leona nota algo diferente em Rubi e para de falar, olhando para ela com preocupação.

LEONA: (gritando) Rubi, você parece distraída. Está tudo bem?

Rubi ergue os olhos e retira o seu fone, ela olha e sorri de forma sonhadora.

RUBI: (distraída, empolgada) Ah… é..sim,  tudo está mais do que bem. Na verdade, acho que estou melhor do que nunca.

Leona franze a testa, percebendo a mudança no tom de Rubi.

LEONA: Melhor do que nunca? O que aconteceu?

Rubi hesita por um momento, mordendo o lábio inferior antes de decidir revelar.

RUBI: Conheci alguém, Leona. Alguém incrível.

Leona e Tigre trocam olhares preocupados.

LEONA: Conheceu alguém? Rubi, você sabe como é perigoso se envolver emocionalmente com clientes...

Rubi a interrompe, com um sorriso radiante.

RUBI: Eu sei, Leona. Mas ele é diferente. Ele não é como os outros. É gentil, atencioso... me faz sentir coisas que nunca senti antes.

Tigre, que estava em silêncio até então, não consegue mais conter sua preocupação e ciúmes.

TIGRE: E onde isso vai te levar, Rubi? Você não pode confiar em todos que cruzam o seu caminho. E se ele te machucar?

Rubi olha para Tigre com um ar de ironia.

RUBI: Tá bom, falou o carinha que estava na rua e veio morar na casa de uma estranha. Por falar nisso, Tigre, que eu me lembre você nunca contou sua história irmãozinho. 

LEONA: (intervindo) Rubi, chega! 

RUBI: Eu sei que vocês se preocupam comigo, mas eu preciso seguir meu coração dessa vez. Eu sinto que ele é diferente, que podemos ter algo real juntos.

LEONA: Prometa que vai ter cuidado, Rubi.

Leona e Rubi se abraçam. 




CENA 03: ADM HOSPITAL VITAL ROSSI.  MESA DE OTÁVIO. DIA

Otávio está sentado em sua mesa no hospital, olhando uma foto de sua família. Seus olhos estão fixos na imagem, mas sua mente vagueia para longe, pensando em Rubi, sua amante. Ele suspira, uma mistura de culpa e desejo pesando em seus ombros.

OTÁVIO: (sussurrando para si mesmo) Rubi...

Ele é interrompido quando uma funcionária entra na sala, segurando um envelope.

FUNCIONÁRIA DO RH: Bom dia, Otávio.

OTÁVIO: Bom dia.

Ele tenta esconder a foto da família, mas a funcionária já viu. Ela sorri levemente, ignorando a situação.

FUNCIONÁRIA DO RH: Aqui está o seu contra-cheque.

Otávio pega o envelope e abre, revelando o cheque dentro. Seus olhos se iluminam ao ver o valor.

OTÁVIO: Meu primeiro pagamento... Obrigado.

FUNCIONÁRIA DO RH: Por nada

Ele assina o documento com um sorriso no rosto, tentando ignorar os pensamentos turbulentos que ainda rondam sua mente. Ela se retira

Otávio está sozinho novamente. Ele olha para o cheque por um momento, sentindo um misto de orgulho e incerteza. Em seguida, seu olhar volta para a foto da família, e ele suspira profundamente.


CENA 04: EXT. PETRÓPOLIS - MANHÃ

[ TRILHA ON:Sandra De Sá - Solidão (Áudio Oficial)]

A câmera abre-se para revelar as ruas de paralelepípedos banhadas pelo suave brilho dourado do nascer do sol. O nevoeiro matinal se dissipa, revelando a majestosa paisagem montanhosa que abraça a cidade.As fachadas das casas coloniais são beijadas pelos primeiros raios de luz, enquanto os pássaros cantam alegremente nos galhos das árvores centenárias.



CENA 05: CASA DE DÉBORA.COZINHA. INT.

[ TRILHA OFF ] 


Débora está sentada à mesa, mexendo em uma xícara de café enquanto conversa com sua mãe, Joana (ANA LUCIA TORRE), que está preparando algo no fogão.

DÉBORA: (com um olhar preocupado) Mãe, preciso te contar algo. Otávio está vendo um apartamento para alugar perto do trabalho.

JOANA: (interrompendo o que estava fazendo e olhando para Débora com surpresa) O quê? Mas por que ele quer se mudar? Vocês não estão felizes aqui na sua casa?

DÉBORA: (suspira) É exatamente isso que não entendo. Nós nunca falamos sobre isso antes, e de repente ele aparece com essa ideia de alugar um apartamento próximo ao trabalho sem ao menos me consultar.

JOANA: (franzindo a testa) Isso é estranho, Débora. Ele não deveria estar incluindo você nessa decisão?

DÉBORA: (nervosa) Sim, exatamente! Eu pensei a mesma coisa. Estou começando a me perguntar se ele está escondendo algo de mim.

JOANA: (colocando uma mão no ombro de Débora) Minha filha, você precisa investigar isso. Se ele está agindo de forma tão secreta, pode ser que haja algo errado.

DÉBORA: (assentindo, com um olhar determinado) Você está certa, mãe. Não posso simplesmente ignorar isso. Preciso descobrir o que está acontecendo.

JOANA: (sorrindo encorajadoramente) Estarei aqui para te apoiar em tudo o que precisar, minha querida. Vamos descobrir juntas o que está acontecendo.


CENA 06: RUAS DE BÚZIOS. VILAREJO. EXT.

[TRILHA ON: Dezembros- Fagner e Zeca Baleiro]


Luciana caminha pelas ruas de paralelepípedos de Búzios, carregando uma pequena bolsa com seus pertences. Seu rosto está pálido e marcado pelas lágrimas recentes, seus olhos carregam uma mistura de tristeza e determinação.

À medida que ela passa pelas charmosas lojas e restaurantes à beira-mar, os olhares curiosos dos transeuntes se voltam para ela, alguns sussurros sendo trocados à medida que ela passa.

TRANSEUNTE 1: Você viu aquela garota? Dizem que foi expulsa de casa pela mãe.

TRANSEUNTE 2: Coitada. Deve estar passando por um inferno agora.

Luciana tenta ignorar os olhares e comentários, mantendo os olhos fixos no horizonte distante, enquanto continua a caminhar. 


CENA 07: CASA DE SERGINHO. INT. VILAREJO

[ TRILHA CONT.. ] 

Luciana está diante da porta da casa de Serginho, sua expressão marcada pela angústia e os olhos inchados de tanto chorar. Com a respiração entrecortada, ela levanta a mão trêmula e bate na porta.

A porta se abre lentamente, revelando Marlene (ELISA LUCINDA), a mãe de Serginho. Seus olhos se arregalam ao ver Luciana ali, imediatamente compreendendo a gravidade da situação. Ela puxa Luciana para um abraço apertado, sentindo o desespero da jovem.

[ TRILHA OFF ]


MARLENE: Luciana, meu Deus! O que aconteceu?

Luciana entra na casa, mal conseguindo se manter de pé. Marlene a guia até a sala de estar, onde Serginho a aguarda, sua expressão preocupada.


MARLENE: Serginho, rápido, venha cá! É a Luciana!


Serginho se levanta abruptamente e vai até Luciana, segurando-a com firmeza.


SERGINHO: Luciana, o que houve? Por que você está assim?


Luciana desaba em lágrimas, incapaz de conter a dor que a consome. Marlene a abraça com força, enquanto Serginho a encara com os olhos cheios de aflição.


LUCIANA: Minha mãe... ela me expulsou de casa, Serginho. Ela não quer mais saber de mim por causa do bebê.


Serginho fica chocado, sentindo o coração apertado diante da tristeza de Luciana. Ele a envolve em um abraço protetor, enquanto Marlene a conforta com palavras suaves.


SERGINHO: Meu amor, nós estamos aqui por você. Você não está sozinha, está bem?


Marlene concorda veementemente, segurando a mão de Luciana com ternura.


MARLENE: Isso mesmo, querida. Você é parte da nossa família. Vamos cuidar de você, não importa o que aconteça.


Luciana olha para Serginho e Marlene, sentindo-se um pouco mais aliviada com o apoio deles em meio à tempestade emocional que enfrenta.


LUCIANA: Obrigada... Obrigada por estarem aqui por mim.


Serginho e Marlene trocam um olhar determinado, prometendo estar ao lado de Luciana em cada passo dessa jornada desafiadora.


CENA 08: RIO DE JANEIRO. TRANSIÇÃO DE TARDE / NOITE.

[ TRILHA ON: Lasgo - Something HQ]

As luzes cintilantes do Rio de Janeiro iluminavam uma noite agitada. Em Copacabana, o som do samba enchia os bares, enquanto na Lapa, músicos de rua competiam com casas noturnas. Na Avenida Atlântica, o calçadão estava repleto de pessoas aproveitando petiscos à beira-mar. Em Santa Teresa, a boemia fluía em bares e restaurantes, criando uma atmosfera vibrante e inesquecível.


CENA 09: INT. BOATE DA LAPA. HORAS MAIS TARDE. NOITE

[ TRILHA CONT. ]

A boate exala uma aura mágica, com luzes cintilantes em tons vibrantes de rosa, azul e roxo, e uma decoração repleta de referências aos anos 2000. Rubi, Leona e Tigre adentram o local, seus olhos brilhando com a promessa de uma noite memorável.

RUBI: (empolgada): Finalmente, estamos aqui! Mal posso esperar para dançar até o amanhecer!

LEONA: (sorrindo): Vai ser incrível, Rubi. Olha só essa energia!

TIGRE: (maravilhado): Nunca vi nada igual! Estou pronto para me divertir!

Enquanto exploram o ambiente animado, uma agitação começa a se formar em torno do palco. Rubi, Leona e Tigre se aproximam para ver o que está acontecendo.

Um apresentador carismático surge no palco, acompanhado por jurados da comunidade LGBTQ+ imponentes, todos eles exalando confiança e estilo.


[TRILHA OFF] 


APRESENTADOR:(Com entusiasmo) Boa noite, queridas e queridos! Bem-vindos à nossa incrível competição desta noite!

RUBI: (percebendo algo): (Empolgada) Espera aí... isso é uma competição de ballroom?

TIGRE: Ball o que?

LEONA:  (explicando para Tigre): (Sorrindo) Sim, Tigre! O ballroom é uma forma de arte incrível, originada nas comunidades negras e latinas LGBTQ+ de Nova York nos anos 1980. É uma celebração de dança, moda e autoexpressão!

TIGRE: (maravilhado): Não fazia ideia, que história babilônica, como vocês falam! 

O APRESENTADOR continua:

APRESENTADOR: (Empolgado) E agora, sem mais delongas, vamos começar com a categoria principal da noite: Vogue Femme! Quem está pronto para ver nossos talentos brilharem na pista?

Rubi não hesita. Com um sorriso determinado, ela sobe corajosamente ao palco, pronta para mostrar suas habilidades.

RUBI (determinada): (Voz firme) É a minha vez de brilhar!

[TRILHA ON:Din Da Da (Da Da Edit)]

Ela entra na pista com confiança, executando movimentos graciosos e cheios de estilo. Os jurados observam atentamente, enquanto o público irrompe em aplausos e gritos de encorajamento. À medida que a música envolvente preenche a boate, Rubi dança com uma paixão ardente, deixando sua marca na competição de ballroom. Enquanto Rubi dança, e faz os passos clássicos de um “vogue”, Tigre permanece encantado, admirando-a em cada pose movimento. Ao final de sua apresentação, os jurados levantam placas com notas máximas, reconhecendo o talento excepcional de Rubi.


APRESENTADOR: É ela? A rainha dos bailes, querida! 10, 10, 10, 10 e… (suspense) 10! 

A câmera se afasta lentamente, capturando a energia eletrizante da competição, enquanto Rubi, envolta em aplausos e admiração, celebra sua vitória na pista de ballroom.


CORTA PARA:


CENA 10 : INT. PENSÃO DE INÁ - NOITE

A câmera segue Iná enquanto ela vagueia pelos corredores sombrios de sua pensão, seu rosto impassível, mas seus olhos revelam a tempestade de emoções que ela está tentando manter contida. Ela passa por quartos vazios, sua presença solitária ecoando pelas paredes silenciosas.

Iná para diante de um espelho antigo, olhando para sua reflexão com uma expressão dura e implacável. Ela respira fundo, tentando encontrar a força para suprimir a dor que ameaça transbordar.

INÁ: (sussurrando para si mesma) Você fez o que tinha que ser feito. Não há espaço para fraqueza.

Ela continua sua caminhada pela pensão, passando pela sala de estar vazia, onde a ausência da risada de sua filha parece preencher o ambiente com um vazio palpável. Iná pára diante de uma fotografia emoldurada na parede, uma lembrança de tempos mais felizes. Seus olhos se desviam por um momento, uma sombra de tristeza passando por seu rosto antes que ela endureça sua expressão novamente.

INÁ: (com voz firme) Não há lugar para sentimentos agora


A câmera se afasta lentamente, deixando Iná sozinha na penumbra.


CENA 11: INT. CASA DE SERGINHO. VILAREJO - SALA DE ESTAR - NOITE

Luciana está sentada no sofá, abraçando um travesseiro enquanto lágrimas escorrem por seu rosto. Marlene, se senta ao seu lado, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

MARLENE: (com carinho) Luciana, querida, você precisa se acalmar. Não vai fazer bem para você e o bebê.

(Luciana soluça, tentando controlar suas emoções.)

LUCIANA: (entre soluços) Eu não sei o que fazer, Marlene. Ele simplesmente me deixou, sem uma palavra, sem uma explicação.

MARLENE: (firme) Ele não merece suas lágrimas, Luciana. Você é forte e corajosa. Vai superar isso.

(Luciana olha para Marlene com os olhos cheios de tristeza.)

LUCIANA: (com voz fraca) Eu só queria entender por que ele fez isso. Por que ele me abandonaria assim, especialmente agora que estou grávida?

MARLENE: (com preocupação) Onde está Otto agora? Por que não está aqui cuidando de você?

(Luciana abaixa a cabeça, incapaz de encontrar uma resposta.)

LUCIANA: (com voz embargada) Eu não faço ideia. Ele simplesmente desapareceu. Talvez ele nunca tenha se importado de verdade.

MARLENE: (com firmeza) Você não merece alguém que a abandone quando as coisas ficam difíceis, Luciana. Você e seu bebê merecem alguém que esteja lá por vocês, não importa o quê.

(Luciana engole em seco, suas mãos tremendo. Nesse momento, Serginho trás da cozinha um balde de pipoca para a sala, com um sorriso no rosto.)

LUCIANA: (com determinação) Eu sei que mereço mais do que isso. E vou ser forte, por mim e pelo meu bebê.


CENA 12: INT. QUARTO DE HOTEL. CABO FRIO. 

O quarto de hotel é simples, mas confortável. Otto está sentado em uma cadeira próxima à janela, olhando para fora. Há uma folha de papel em branco sobre a mesa à sua frente, e ele segura uma caneta entre os dedos.

OTTO (V.O.): Querida Luciana...

(Ele começa a escrever, seus movimentos são hesitantes no início, mas logo se tornam mais determinados.)

OTTO (V.O.): Escrevo estas palavras com um nó na garganta e um peso no peito...

(Corta para CLOSE na folha de papel enquanto as palavras são escritas.)

OTTO (V.O.): ...que me consomem por dentro.

(Corta de volta para OTTO, que parece tenso, mas decidido.)

OTTO (V.O.): Não é por falta de amor por você, nem por falta de desejo de construir uma vida ao seu lado...

(Ele continua a escrever, a expressão em seu rosto mostrando a luta interna que ele enfrenta.)

OTTO (V.O.): ...mas, neste momento, reconheço minhas limitações, minhas incertezas...

(Corta para CLOSE no envelope sendo selado com um beijo leve.)

OTTO (V.O.): ...e sinto o peso da responsabilidade que a paternidade traria.

(Corta para OTTO, olhando para a carta agora selada.)

OTTO (V.O.): Peço perdão por não estar à altura das suas expectativas, por não ser o homem que você precisa que eu seja neste momento.

(Ele respira fundo, parecendo aliviado, mas também angustiado.)

OTTO (V.O.): Com todo o meu amor, mas também com toda a minha dor...

(Corta para OTTO colocando a carta no envelope e endereçando.)

OTTO (V.O.): ...Otto.

(Ele se levanta da mesa, segurando o envelope com reverência.)

OTTO (V.O.): Talvez um dia eu possa me redimir…

OTTO: ...Ou não.



[ TRILHA ON:Judas Priest - Turbo Lover (Audio)

A câmera se afasta rapidamente pela janela, mostrando apenas Otto com um sorriso malicioso no rosto, enquanto observamos Otto cada vez mais distante.


FIM DO CAPÍTULO.






 








Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.