CENA 01. MANSÃO DE MARISOL.
PORÃO. TARDE
O ambiente
está tenso e carregado. O silêncio que se seguiu à revelação de Léo é quebrado
pelo som da respiração ofegante de Max, que está visivelmente abalado. Ele
cambaleia, tentando processar a informação de que Léo é seu pai.
MAX - (Desesperado, gritando) Por
que não me disse antes? Por que destruir a minha vida desse jeito?
Léo mantém o
olhar fixo em Max, a arma ainda em sua mão.
LÉO - (Tentando manter a calma)
Eu trouxe você para os meus negócios porque precisava de você por perto.
Precisava ter certeza de que estava seguro.
Max ri
amargamente, a dor e o desespero evidentes em seus olhos.
MAX - (Sarcástico) Seguro? Você
me arrastou para o seu mundo sujo e criminoso! Você me transformou num monstro,
igual a você!
Léo começa a
perder a paciência, sua voz se elevando.
LÉO - (Irritado) Você gostaria de
ter terminado a vida como catador de latinha, como quando eu o conheci?
Max dá um
passo à frente, seus olhos brilhando de raiva e mágoa.
MAX - (Desafiador) Sim! Porque
mesmo com pouco, eu era honesto! Eu tinha dignidade! E agora, o que eu sou? Um
peão no seu jogo sujo! Você me destruiu!
Léo dá um passo
atrás, chocado com a intensidade das palavras de Max. Ele tenta manter a
compostura, mas a raiva cresce dentro dele.
LÉO - (Tentando justificar) Eu
te dei poder! Te tirei da miséria!
Max solta uma
gargalhada amarga, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
MAX - (Desesperado e
desafiador) Poder? A que custo, Léo? Eu perdi minha alma! Eu perdi quem eu era!
Você me fez um criminoso, um assassino!
Romina observa
a cena com o coração na garganta. Ela percebe a profundidade do sofrimento de
Max e se sente impotente.
ROMINA - (Tentando intervir) Max,
por favor... precisamos sair daqui. Isso não vai ajudar agora.
Max se vira
para Romina.
MAX - (Com a voz quebrada)
Romina, você não entende. Eu sou o filho do homem que arruinou nossas vidas.
Léo aperta a arma,
sua raiva transbordando.
LÉO - (Explodindo) Eu fiz o que
fiz porque amava sua mãe! E amei você.
Max encara
Léo, seus olhos ardendo com um misto de ódio e tristeza.
MAX - (Amargo) Amor? Isso não é
amor. Isso é controle, manipulação! Você nunca me deu uma chance de ser livre.
Sempre me manteve preso ao seu mundo, às suas regras.
Léo, incapaz
de conter a fúria, dá um passo à frente, a arma agora apontada diretamente para
Max.
LÉO - (Com voz trêmula) Você
não sabe nada sobre mim! Eu fiz tudo isso para protegê-lo, para garantir que
tivesse uma vida melhor do que a minha!
Max encara o
cano da arma, a respiração acelerada. Ele não desvia o olhar, sua voz firme e
resoluta.
MAX - (Desafiador) Uma vida
melhor? Eu preferia ter ficado nas ruas, sem nada, mas com a minha honra
intacta. Você me tirou tudo o que eu tinha de bom.
Léo treme, sua
mão vacilando na arma. Ele olha para Max, uma mistura de raiva, dor e
arrependimento no olhar.
LÉO - (Com voz trêmula) Eu queria
te dar o mundo, Max. Eu queria que você tivesse tudo.
Max balança a
cabeça, os olhos cheios de lágrimas.
MAX - (Com voz baixa, mas firme)
O único presente que você me deu foi a maldição de ser seu filho. Eu preferia
ser qualquer coisa, menos isso.
O silêncio
volta a cair sobre o porão, denso e sufocante. Léo baixa a arma lentamente,
seus ombros caindo sob o peso das palavras de Max.
LÉO - (Com voz quebrada) Eu... eu
só queria que você soubesse. Queria que entendesse o porquê.
Max olha para
Léo, sua expressão uma mistura de desprezo e compaixão.
MAX - (Com voz cansada) Isso
não muda nada. O dano já está feito.
Romina,
aproveitando um momento de distração de Léo, se lança contra ele com toda a
força que tem. Léo se mantém firme, e com um movimento brusco, arremessa Romina
para o lado. Léo, completamente tomado pela raiva, destrava a arma e a aponta
diretamente para Romina.
LÉO - (Enfurecido) Você nunca
deveria ter se metido no meu caminho!
Romina olha
aterrorizada para o cano da arma, mas antes que Léo possa apertar o gatilho,
Max se lança na frente dela.
MAX - (Desesperado) Não!
O som
ensurdecedor do tiro ecoa pelo porão. O corpo de Max é jogado para trás pelo
impacto, e ele cai no chão com um gemido de dor. Romina solta um grito de
desespero.
CENA 02. APARTAMENTO DE
SELENA. INT. TARDE
A sala do
apartamento está decorada com balões e fitas, e uma garrafa de champanhe está
aberta sobre a mesa. Simas e Gabriela estão radiantes, celebrando o resultado
positivo do teste de DNA. Selena observa com um sorriso contido, mais cínica do
que entusiasmada.
SIMAS - (Rindo, alfinetando)
Selena, agora que eu provei que sou mesmo filho do Gerson, você nunca mais vai
usar essa língua ferina para duvidar de mim, não é?
SELENA - (Revirando os olhos) Ah,
Simas, parabéns. Mas agora que você tem direito a uma bolada, não esqueça dos
anos que permiti que você morasse aqui e comesse da minha comida sem ajudar em
nada.
SIMAS - (Sorrindo) Eu sei ser
grato, Selena. Não se preocupe.
A campainha
toca, interrompendo a conversa. Selena se levanta para atender a porta.
SELENA - (Abre a porta, curiosa)
Quem é você?
MARSALA - (Sorrindo) Olá, eu sou
Marsala. Vim trazer um recado para Simas.
SIMAS - (Se aproximando da porta,
debochando) O que foi, Marsala? Veio me pedir perdão por duvidar de mim?
Marsala
respira fundo.
MARSALA - (Séria) Na verdade, não. Eu
vim trazer um recado do seu pai.
SIMAS - (Rindo, confuso) Do meu
pai? Como assim?
MARSALA - (Com calma) Pode parecer
estranho, mas eu consigo ter contato com Gerson, mesmo depois de morto.
SIMAS - (Zombando) Você é louca.
Não sei o que está planejando, mas quero você longe de mim.
Simas se vira
para voltar à sala, mas Marsala começa a cantar uma melodia suave que
imediatamente capta sua atenção. A melodia é cheia de ternura e saudade, e a
voz de Marsala é doce e tocante.
MARSALA - (Cantando)
"Filho
meu, que a vida trouxe,
Em cada passo,
estou com você.
Nos momentos
de dúvida e dor,
Saiba que
sempre te amei, com fervor.
Mesmo que a
distância nos separe,
Meu amor por
você não pode acabar.
No silêncio da
noite, ouça minha voz,
Cantando pra
você, meu filho, somos nós.
Cresci e
aprendi a ser forte,
Mas ver você
crescer foi minha sorte.
Nos teus olhos
vejo meu reflexo,
E em cada
sorriso, um afeto.
Filho meu, que
a vida deu,
Cada passo teu
é um passo meu.
Mesmo agora,
além do véu,
Te protejo, te
amo, filho meu."
Simas, para,
emocionado. Ele reconhece a melodia imediatamente. É uma canção que Gerson
costumava cantar para ele quando era criança, algo que apenas ele e seu pai
sabiam.
CENA 03. MANSÃO DE MARISOL.
PORÃO. TARDE
Romina está
ajoelhada ao lado de Max, que está deitado no chão, gravemente ferido. Léo, em
estado de choque, deixa a arma cair de suas mãos e se ajoelha, aterrorizado
pelo que fez.
LÉO - (Em choque, murmurando para
si mesmo) Eu... eu matei o meu filho... meu próprio filho...
Ele balança a
cabeça em negação, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto se abraça, os ombros
tremendo. Suas mãos, agarram os cabelos enquanto ele se balança, incapaz de
lidar com a realidade.
SONOPLASTIA ON
: “ MY ALL – MARIAH CAREY”
ROMINA - (Desesperada, acariciando o
rosto de Max) Max, aguenta firme! Por favor, não me deixa!
MAX - (Fraco, com voz
embargada) Graças a você, eu perdi o medo de amar... Você foi a parte mais
feliz da minha vida...
ROMINA - (Chorando, acariciando seu
cabelo) Não fala assim, Max. Você vai sair dessa. Nós ainda temos tantos
planos... Vamos realizá-los juntos, todos eles.
MAX - (Com dificuldade, lágrimas
nos olhos) Romina, por favor, sempre lembra a Clarinha que eu existi... e que
mesmo tendo tido pouco contato com ela... eu a amei de maneira pura e sincera.
ROMINA - (Aos prantos, segurando
seu rosto) Você vai mostrar isso a ela, Max. Vai ter muito tempo pra isso, você
vai ver.
MAX - (Sussurrando, com a voz
falhando) Eu te amo, Romina... por toda a eternidade. Eu prometo cuidar de você
e de Clarinha, onde quer que eu esteja...
ROMINA - (Desesperada, beijando
sua mão) Eu te amo, Max. Te amo tanto que chega a doer...
Inara e
Marisol observam a cena, lágrimas escorrendo por seus rostos. Romina dá um
beijo apaixonado na boca de Max, suas lágrimas se misturando. Max dá um último
suspiro e seu corpo relaxa
ROMINA - (Gritando, em desespero)
Não! Max, não! Por favor, não me deixa!
Ela segura o
corpo sem vida de Max, balançando-o suavemente enquanto seu grito de dor ecoa
pelo porão. Léo, ao ver a cena, entra em uma crise de pânico. Seus olhos
arregalados, a respiração ofegante, ele tenta se levantar, mas suas pernas
falham e ele cai de volta no chão, incapaz de suportar o peso de sua culpa.
LÉO - (Gritando, em pânico) O que
eu fiz? O que eu fiz?!
Nesse momento,
a porta do porão se abre com força. A polícia entra, junto com Juliano, que
imediatamente se dirige a Romina. Os policiais rapidamente dominam Léo,
algemando-o enquanto ele continua em estado de choque.
JULIANO - (Correndo até Romina)
Romina! Meu Deus, Max... Ele está...
Romina,
segurando o corpo de Max, olha para Juliano com olhos cheios de lágrimas e dor.
ROMINA - (Ainda chorando,
sussurrando) Ele se foi, Juliano... Ele se foi...
Juliano, com o
coração pesado, ajoelha-se ao lado de Romina, colocando uma mão reconfortante
em seu ombro. A dor no rosto de Romina é avassaladora, suas lágrimas caindo sem
parar enquanto ela acaricia o rosto sem vida de Max.
JULIANO - (Tentando confortá-la)
Romina, eu sinto muito...
Romina apenas
balança a cabeça, incapaz de falar, perdida em sua dor. Inara e Marisol são
libertadas de suas amarras pelos policiais, e ambas observam a cena, ainda em
choque e com lágrimas nos olhos.
SONOPLASTIA
OFF
CENA 04. RIO DE JANEIRO.
PLANO GERAL
Várias cenas
do dia a dia no Rio de Janeiro. Em seguida um letreiro indicando a passagem de
tempo de 1 mês é mostrado.
CENA 05. CEMITÉRIO. INT.
MANHÃ
O céu está
nublado, refletindo o tom sombrio da ocasião. O vento sopra suavemente, fazendo
as árvores ao redor sussurrarem entre si. A câmera se move lentamente,
capturando o ambiente melancólico. Romina, vestida de preto, caminha lentamente
pelo cemitério. Ela segura uma rosa branca, seus passos são lentos e
deliberados.
Romina
finalmente chega à lápide de Max. Ela se ajoelha lentamente, a câmera focando
nas lágrimas que começam a rolar pelo seu rosto. Ela toca a lápide com cuidado,
como se pudesse sentir Max através da pedra fria.
ROMINA - (Com voz embargada) Max...
aqui estou eu de novo, diante de você. É estranho como essa pedra fria é agora
o lugar onde venho para sentir você mais perto.
Ela respira
fundo, tentando controlar a emoção.
ROMINA - (Continuando, com voz
trêmula) Eu trouxe essa rosa para você. Branca, pura... como o amor que sempre
senti por você. É engraçado... não importa quantas vezes eu venha aqui, parece
que a dor nunca diminui.
Ela coloca a
rosa branca delicadamente sobre a lápide e fecha os olhos, como se estivesse
tentando se lembrar de cada detalhe do rosto de Max.
ROMINA - (Com voz mais forte, mas
ainda trêmula) Eu nunca pensei que estaria aqui, falando com você dessa
maneira. Sempre imaginei que viveríamos uma vida longa juntos, criando
Clarinha, realizando nossos sonhos. Mas a vida tem uma maneira cruel de nos
surpreender, não é?
Romina ri
amargamente, uma risada curta e sem alegria.
ROMINA - (Sussurrando) Eu ainda me
lembro do nosso primeiro encontro... como você me olhou, como se eu fosse a
única pessoa no mundo. Desde aquele momento, eu soube que minha vida nunca mais
seria a mesma. Você trouxe luz, alegria, amor... e agora, tudo parece tão vazio
sem você.
Ela passa a
mão pela lápide, como se acariciasse o rosto de Max.
ROMINA - (Susurrando) Eu sinto sua
falta, Max. Sinto falta do seu sorriso, do som da sua risada, do jeito que você
me abraçava e fazia tudo parecer melhor. Sinto falta até das nossas brigas,
porque pelo menos quando brigávamos, você estava aqui, vivo.
Ela olha para
o céu, tentando encontrar forças.
ROMINA - (Em lágrimas) Eu prometi a
Clarinha que iria cuidar dela, que seria forte. Mas, às vezes, é tão difícil.
Romina enxuga
as lágrimas com as costas da mão, tentando se recompor.
ROMINA - (Com voz firme) Mas eu vou
continuar. Vou continuar por você, por nós. Vou manter sua memória viva em cada
momento, em cada sorriso de Clarinha, em cada passo que eu der. Porque você
merece isso. Merece ser lembrado, amado, celebrado.
Ela se inclina
e beija a lápide, um gesto de despedida e amor eterno.
ROMINA - (Com um sorriso triste) E
quando eu estiver perdida, vou fechar os olhos e lembrar de você. Vou lembrar
do seu amor, da sua força, e encontrar o caminho de volta. Porque você sempre
será meu guia, meu amor eterno.
Romina se
levanta lentamente, com os olhos fixos na lápide.
ROMINA - (Com voz suave) Até que nos
encontremos novamente, Max. Eu te amo. Sempre amarei.
Ela dá um
último olhar para a lápide e começa a se afastar, a câmera seguindo-a enquanto
ela caminha pelo cemitério.
CENA 06. CEMITÉRIO. EXT.
MANHÃ
Romina, ainda
abalada, sai do cemitério com passos lentos. O vento suave brinca com as folhas
das árvores, criando um sussurro melancólico. Ao se aproximar do portão de
saída, ela avista Juliano, que está encostado em um dos pilares. Ele levanta a
cabeça ao vê-la e se endireita, visivelmente preocupado.
JULIANO - Romina...
Ela para
diante dele, com um olhar cansado mas acolhedor.
ROMINA - (Suspirando) Juliano...
JULIANO - (Com um tom suave) Como
você está?
Romina olha
para ele por um momento, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas. Ela
solta um suspiro pesado, como se todas as palavras que precisava dizer
estivessem presas em sua garganta.
ROMINA - (Com voz embargada) Sabe,
Juliano... é como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. Perder alguém que
você ama é como sentir um vazio que nunca pode ser preenchido. Cada dia é uma
luta para não ser engolida por essa dor, para continuar respirando, continuar
vivendo...
Juliano
observa Romina com uma expressão de dor e empatia. Ele dá um passo à frente,
hesitando por um momento.
JULIANO - (Posicionando-se para
abraçá-la) Romina, posso te dar um abraço?
Romina assente
lentamente, e Juliano a envolve em um abraço caloroso. Ela se permite chorar um
pouco, sentindo o conforto do abraço amigo.
ROMINA - (Soluçando levemente)
Obrigada, Juliano... você não tem ideia de como isso ajuda.
Eles
permanecem abraçados por um tempo, Juliano acariciando as costas de Romina de
forma reconfortante. Ele se afasta um pouco, mantendo as mãos nos ombros dela.
JULIANO - (Com sinceridade) Romina,
eu... eu sinto muito por tudo o que fiz. Eu nunca quis te machucar.
ROMINA - (Sorrindo tristemente) Eu
sei, Juliano. O melhor que podemos fazer agora é esquecer. Todos cometemos
erros.
Ela coloca uma
mão sobre a dele, apertando-a levemente.
ROMINA - (Continuando) Eu gosto
muito de você, mas como um irmão. Eu realmente espero que você encontre alguém
que te faça feliz. Você merece isso, Juliano.
Juliano sente
as lágrimas se formando, seus olhos marejados ao ouvir as palavras de Romina.
Ele aperta a mão dela em resposta, sentindo o peso da despedida.
JULIANO - (Com voz embargada) Eu só
quero que você seja feliz, Romina. E, se precisar de mim, sempre estarei aqui.
Romina sorri,
embora as lágrimas continuem rolando pelo rosto.
ROMINA - (Empática) Obrigada,
Juliano. Isso significa muito para mim.
Ela se afasta
lentamente, deixando Juliano parado, observando-a. Ele assiste enquanto ela se
afasta, sua figura ficando menor a cada passo. O vento continua a soprar.
JULIANO - (Murmurando para si mesmo)
Fique em paz, Romina...
Ele observa
até que ela desapareça de vista.
CENA 07. PRAIA. MANHÃ
Marsala está
parada na beira da água, observando o horizonte com um sorriso nostálgico. O
vento brinca com seus cabelos, e o som do mar parece acalmar sua alma. De
repente, ela sente uma presença familiar ao seu lado.
MARSALA - (Sussurrando) Gerson...
Ela se vira
lentamente e vê o fantasma de Gerson, sua figura translúcida brilhando com uma
luz suave. Ele sorri para ela, com o olhar cheio de carinho e amor.
GERSON - (Docemente) Marsala,
querida.
Marsala sorri,
embora seus olhos brilhem com lágrimas. Ela dá um passo em direção a ele, como
se quisesse tocá-lo.
GERSON - (Com emoção) Eu passei para
me despedir. Chegou a hora de seguir o meu caminho.
Marsala
assente, sentindo a verdade das palavras dele.
MARSALA - (Com uma voz trêmula) Eu
sei. E quero que saiba que sou eternamente grata pelo amor que compartilhamos.
Você foi o grande amor da minha vida, Gerson. Espero que seu caminho do outro
lado seja cheio de luz e paz.
Gerson se
aproxima mais, seu olhar ainda mais intenso.
GERSON - (Empático) Marsala, eu quem
tenho que agradecer. Foi uma honra viver os últimos 20 anos ao lado de uma
mulher incrível como você. Seu amor, sua força... você me fez o homem mais
feliz.
Ele estende a
mão, e embora seja apenas um fantasma, Marsala sente um calor reconfortante.
GERSON - (Continuando) Preciso que
você seja feliz, Marsala. Sua felicidade me trará paz onde quer que eu esteja.
Prometa que vai viver cada dia com alegria e amor.
Marsala deixa
uma lágrima cair, mas seu sorriso é sereno e cheio de aceitação.
MARSALA - (Empática) Eu prometo,
Gerson. Vou viver por nós dois. E sempre me lembrarei de você com amor e
gratidão.
Eles
compartilham um olhar final de profunda conexão. De longe, Marsala vê uma
figura se aproximando. É Alejandro, caminhando em direção a ela com um sorriso
esperançoso.
GERSON - (Sussurrando) Falando em
felicidade, a sua está vindo a seu encontro nesse momento.
Marsala
observa Alejandro, sentindo uma nova esperança se acender em seu coração. Ela
se vira para Gerson, dando um último sorriso cheio de amor e gratidão.
MARSALA - (Suavemente) Eu sei que
será assim. Tenho fé que meu caminho ainda está cheio de amor e alegria.
Obrigada, Gerson, por tudo.
Gerson acena
com a cabeça, sua figura começando a desvanecer lentamente.
GERSON - (Desaparecendo) Adeus,
minha querida. Seja feliz.
Marsala
observa enquanto Gerson desaparece, sentindo uma paz profunda. Ela se vira para
Alejandro, que está agora muito próximo, e sorri para ele.
ALEJANDRO- (Com um sorriso) Marsala,
¿cómo estás?
MARSALA - (Sorrindo) Agora, tudo está
bem.
Marsala segura
a mão de Alejandro e o guia por uma caminhada pela praia.
CENA 08. RIO DE JANEIRO.
PLANO GERAL
Sonoplastia
on: “My All – Mariah Carey”
PLANO GERAL
A câmera abre
com um plano geral deslumbrante do Rio de Janeiro ao entardecer. O céu começa a
tingir-se de tons de laranja, rosa e dourado, enquanto o sol se prepara para se
pôr. As águas tranquilas da Baía de Guanabara refletem as cores do céu, criando
uma cena de tirar o fôlego.
VISTA AÉREA
A câmera
sobrevoa o Pão de Açúcar, capturando os bondinhos que se movem lentamente,
carregando turistas maravilhados com a vista panorâmica. A música de Mariah
Carey começa suavemente, seu tom melódico complementando a serenidade da cena.
CLOSE NO
CRISTO REDENTOR
O Cristo
Redentor é mostrado em close, seus braços abertos como se abençoassem a cidade.
A luz dourada do sol poente ilumina a estátua, criando um halo divino ao redor
de sua cabeça.
PANORÂMICA
DAS PRAIAS
A câmera faz
uma panorâmica sobre as praias de Copacabana e Ipanema, onde os banhistas
aproveitam os últimos raios de sol. As ondas quebram suavemente na areia, e as
barracas de praia começam a acender suas luzes, preparando-se para a noite que
se aproxima.
VISTA DA
LAGOA RODRIGO DE FREITAS
A câmera se
move para a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde pedalinhos navegam preguiçosamente
sobre a água. Os prédios ao redor começam a refletir as cores do pôr do sol,
criando uma vista deslumbrante.
CLOSE NAS
FAVELAS
As favelas são
mostradas com carinho, suas cores vibrantes destacando-se na encosta dos
morros. As luzes das casas começam a acender, parecendo estrelas que piscam na
terra.
FOCO NO
CENTRO DA CIDADE
O centro da cidade é capturado com seus
prédios históricos e modernos contrastando, enquanto o trânsito começa a
diminuir. As pessoas passeiam pelas calçadas, desfrutando da brisa fresca da
tarde.
PLANO
ABERTO DAS MONTANHAS
A câmera se
move para um plano aberto das montanhas que cercam a cidade, com a Floresta da
Tijuca em destaque. A música de Mariah Carey atinge uma nota alta,
sincronizando-se com a grandeza das montanhas e a paz que elas transmitem.
ENCERRAMENTO
A câmera
retorna ao plano geral do Rio de Janeiro, capturando toda a cidade enquanto o
sol se põe lentamente no horizonte. As luzes da cidade começam a brilhar,
preparando-se para a noite. A música de Mariah Carey termina suavemente,
deixando uma sensação de tranquilidade e beleza duradoura.
CENA 09. MANSÃO DE JULIANO.
INT. NOITE
Juliano
nervoso, bate à porta da imponente mansão. Ele respira fundo enquanto aguarda
ansiosamente. Finalmente, a porta se abre e Inara aparece, com uma expressão
séria, mas também compreensiva.
INARA - (com um sorriso forçado) Juliano... Entre.
Juliano entra
com certo desconforto. Ele se vira para Inara, que o observa atentamente.
JULIANO - (sem jeito) Oi, Inara...
INARA - (séria) Oi, Juliano. Sente-se.
Juliano se
senta, nervoso, enquanto Inara vai até uma mesa próxima e pega um envelope. Ela
se aproxima e entrega o envelope a Juliano, que o observa com curiosidade.
JULIANO - O que é isso?
INARA - (firme) São os papéis do divórcio e da guarda de
Clarinha para Romina. Para você assinar.
Juliano fica
chocado com a revelação, não esperava que Inara tomasse essa decisão tão
rapidamente.
JULIANO - (surpreso) Inara, eu...
INARA - (interrompendo) Eu já refleti bastante sobre
isso, Juliano. E acredito que é o melhor para todos nós. Agora, sem Max, você e
Romina podem seguir em frente juntos.
Juliano abaixa
a cabeça, absorvendo as palavras de Inara.
JULIANO - (com tristeza) Eu amo a Romina, mas entendi que
nós nunca ficaremos juntos.
INARA - (com compaixão) Isso não importa agora, Juliano.
O que importa é que eu desejo sinceramente a sua felicidade.
Emocionados,
Juliano e Inara se abraçam, compartilhando um momento de compreensão mútua.
INARA - (afastando-se) Eu vou desocupar a mansão em
breve. Não se preocupe, não quero nada seu.
Juliano olha
para Inara, com gratidão e tristeza misturadas em seus olhos.
JULIANO - (com sinceridade) Eu vou te
ajudar, Inara. Com dinheiro, ou... o que precisar.
INARA - (com um sorriso fraco) Por favor, não. Eu quero
recomeçar do zero. Já distribuí alguns currículos e assim que conseguir um
emprego, vou embora.
Juliano
assente, respeitando a decisão de Inara.
CENA 10. MANSÃO DE MARISOL.
QUARTO DE HÓSPEDES. NOITE
Marisol entra
no quarto de hóspedes com uma bandeja contendo um lanche simples. Ela sorri ao
ver Romina deitada na cama.
MARISOL - Romina, trouxe algo para
você comer.
ROMINA - (não olha para Marisol) Não
estou com fome.
MARISOL - (senta-se ao lado de
Romina) Eu sei que é difícil, querida, mas você precisa tentar reagir.
Marisol
entrega a bandeja a Romina, que a recusa novamente.
MARISOL - Dói ver duas mulheres que
eu tanto admiro passando por isso.
ROMINA - (sem entender) Duas
mulheres? Do que você está falando, Marisol?
MARISOL - Eu estava conversando com
Inara mais cedo. Ela está decidida a dar o divórcio a Juliano e recomeçar do
zero.
Romina fica
surpresa com a notícia, mas mantém a compostura.
ROMINA- Até que enfim ela tomou vergonha naquela cara e
decidiu se valorizar.
MARISOL – Romina...
ROMINA - E a Clarinha? Ela disse
algo sobre minha filha?
MARISOL - (negando com a cabeça) Não,
não mencionou nada sobre Clarinha. Mas é mais um motivo para você tentar se
manter forte.
Marisol sorri,
tentando animar Romina.
MARISOL - Além disso, logo teremos
que arranjar um jeito de nos virarmos. O dinheiro dos diamantes já se foi e as
contas estão no vermelho.
A preocupação
toma conta do semblante de Romina.
ROMINA - (passando a mão na cabeça)
Isso é péssimo...
MARISOL - (sorrindo) Mas não precisa
se preocupar. Nós podemos dar um jeito juntas. Inclusive, pensei que poderíamos
até convidar a Inara.
ROMINA - (debochando) Você quer
dizer um negócio com a Inara? Nem em sonho, Marisol.
Marisol a olha
sorrindo.
CENA 11. RIO DE JANEIRO.
PLANO GERAL
Do plano aéreo
são mostradas as mais diversas paisagens do Rio de Janeiro até o amanhecer.
CENA 12. INTERIOR DO RIO DE
JANEIRO. FAZENDA. DIA
Simas está
radiante na fazenda que acabou de comprar, olhando ao redor com um sorriso
enorme no rosto.
SIMAS - (cheio de orgulho) Olha só,
Gabriela! Esse é o nosso pedaço de paraíso! Não é incrível?
Gabriela se
aproxima dele e o beija, compartilhando sua felicidade.
GABRIELA - (sorrindo) É maravilhoso,
Simas! Estou tão feliz por você, meu amor.
Simas, então,
a rodopia no ar, transbordando alegria.
SIMAS - E eu estou feliz por nós
dois, Gabriela. Mais do que feliz, estou extasiado! E sabe por quê?
Gabriela, curiosa,
olha para ele, aguardando sua resposta.
SIMAS - Porque além de ter
realizado meu sonho de ter essa fazenda, estou com a mulher mais maravilhosa do
mundo e ainda temos um bebezinho a caminho!
Ele coloca a
mão na barriga de Gabriela, demonstrando todo seu amor e carinho pelo bebê que
estão esperando.
GABRIELA - (feliz) Mal posso esperar
para conhecer nosso filhinho, Simas.
Neste momento,
Selena aparece, interrompendo o momento romântico com seu jeito peculiar.
SELENA - (ironicamente) Ah, que
lindo! Mas você não pode esquecer da sua sogrinha, Simas. Eu sou uma cruz que
você vai carregar para sempre!
Selena solta
uma risada sarcástica, enquanto Simas e Gabriela trocam olhares cúmplices.
SIMAS - (sorrindo) Sempre tão
autêntica!
A cena termina
com todos rindo juntos, em meio à felicidade e descontração desse momento.
CENA 13. CLÍNICA
PSIQUIÁTRICA. JARDIM. MANHÃ
Leo, com olhos
vazios e expressão desorientada, caminha pelo pátio do hospício enquanto os
raios de sol banham o local. Seu cabelo está desgrenhado e sua roupa
desleixada. Ele parece estar em um mundo próprio, distante da realidade.
LÉO - (desnorteado) Max? Max!
Onde você está?
Ele anda de um
lado para o outro, abordando outros pacientes com um olhar agitado e
desesperado.
LÉO - (aos outros pacientes) Você
viu meu filho? Ele tem que estar por aqui. Preciso encontrá-lo antes que seja
tarde demais.
Os pacientes
olham para ele com indiferença ou medo, sem entender suas palavras desconexas.
LÉO - (incoerente) Tenho que ir
para Londres continuar os golpes. Não posso ir sem ele. Alguém pode matá-lo
aqui no Brasil. Não... não podemos deixar isso acontecer.
Ele continua
sua busca frenética, ignorando os olhares curiosos dos outros pacientes e as
tentativas dos enfermeiros de acalmá-lo.
LÉO - (cada vez mais agitado)
Max! Por favor, apareça! Preciso de você... não posso fazer isso sozinho...
Cansado e
exausto, Leo finalmente se ajoelha no chão, olhando para o céu.
LÉO - (gritando) Filhooooo...
Seu grito ecoa
pelo pátio do hospício, misturando-se com o silêncio perturbador do local. Leo
permanece ajoelhado, perdido em seus próprios pensamentos sombrios.
CENA 14. PLANO GERAL
No céu aves
aparecem voando de um lado para o outro. Nesse momento um letreiro indicando a
passagem de tempo de um ano é mostrado.
CENA 15. LIVRARIA. INT.
TARDE
Juliano está
sentado em uma mesa decorada com exemplares de seu livro, "Memórias
de uma Amizade", enquanto uma fila de fãs ansiosos se estende ao
seu redor, segurando cópias do livro para autógrafos. Ele sorri e cumprimenta
cada pessoa que se aproxima, irradiando felicidade e gratidão.
VOZ DE
JULIANO (NARRANDO) - (ao fundo, em voz emotiva)
Olá, queridos amigos. Aqui estou eu, Juliano,
realizando um sonho que jamais imaginei ser possível. Me tornei um escritor,
contando a história da minha amizade inesquecível com Paty Lisboa. E que
jornada tem sido!
Enquanto
Juliano fala, a cena se mescla com imagens dele autografando os livros,
compartilhando sorrisos e conversas breves com os fãs que o abordam.
VOZ DE JULIANO (NARRANDO) - (ao fundo, com entusiasmo)
O livro tem sido um sucesso estrondoso, graças ao
apoio e carinho de cada um de vocês. Obrigado por fazerem parte dessa jornada
comigo.
Enquanto
Juliano continua a distribuir autógrafos, sua voz narrando prossegue, revelando
um aspecto mais íntimo de sua vida.
VOZ DE
JULIANO (NARRANDO) - (ao fundo, com um toque de humor)
Agora, quanto ao amor... Bem, ainda não encontrei a
mulher dos meus sonhos. Mas não desisto, estou sempre em busca dela. Quem sabe
um dia...?
A câmera
mostra o rosto de Juliano, seu olhar transmitindo determinação e esperança,
mesmo diante das incertezas do futuro.
VOZ DE
JULIANO (NARRANDO) - (ao fundo, com nostalgia)
Enquanto isso, a vida segue seu curso. Mas vez ou
outra, me pego pensando no destino de três mulheres que marcaram minha vida de
maneiras diferentes. O que terá acontecido com Romina, Marisol e Inara? Desde
aquele dia, nunca mais ouvi falar delas...
A cena se
encerra com Juliano sorrindo para a câmera.
CENA 16. APARTAMENTO DE
ROMINA. PORTUGAL. NOITE
Romina entra
no apartamento, fechando a porta atrás de si.
ROMINA - (animada) Onde está o amor
da minha vida?
Clarinha, sua
filha, surge correndo e sorridente em sua direção. Romina se abaixa para
abraçá-la e a enche de beijos, enquanto Clarinha ri feliz.
ROMINA - (abraçando Clarinha) Ah,
minha princesa! Como eu amo esse sorriso.
Valfredo
aparece na sala, sorrindo para a cena.
VALFREDO - (rindo) Parece que alguém
está muito feliz em vê-la.
Romina se
levanta e sorri para Valfredo.
ROMINA - (sorrindo) Esse sorriso da
minha pequena é meu combustível.
VALFREDO - (animado) Ficamos a tarde
toda brincando, não é, Clarinha?
Clarinha
assente, ainda sorrindo, enquanto Romina sorri para ela e depois para Valfredo.
ROMINA - (olhando para o relógio)
Preciso tomar um banho rápido e me arrumar. Tenho um trabalho e já estou
atrasada ...
Valfredo
assente, compreendendo.
VALFREDO - Eu preparo um lanche
enquanto você se arruma.
Romina
agradece com um aceno de cabeça enquanto corre em direção ao banheiro.
ROMINA - (gritando do banheiro)
Valfredo, separa meu vestido vermelho de gala, por favor!
Valfredo ri e
acena com a cabeça
SONOPLASTIA ON
ATÉ A ÚLTIMA CENA : “ A HISTÓRIA DE LILY BRAUN – MARIA GADÚ”
CENA 17. PORTUGAL. PLANO
GERAL. NOITE
Nos miradouros
espalhados pela cidade, as vistas panorâmicas são simplesmente deslumbrantes. À
luz da lua, é possível ver os telhados de terracota se estendendo até o
horizonte, enquanto ao longe o rio serpenteia pela paisagem, refletindo as
luzes da cidade.
CENA 18. AUDITÓRIO. HOTEL.
PORTUGAL. NOITE
Romina entra
no auditório principal do luxuoso hotel, e imediatamente os olhares se voltam
para ela. Ela irradia elegância e sofisticação em seu vestido deslumbrante, que
abraça suas curvas de forma impecável. Seus cabelos estão perfeitamente
arrumados em um coque elaborado, e seu andar é seguro e gracioso.
À medida que
ela avança pelo salão, aplausos calorosos e sussurros de admiração acompanham
seus passos. Romina mantém a postura impecável, mantendo um sorriso gentil nos
lábios enquanto a luz dos lustres luxuosos dança sobre sua pele.
Entre a
multidão, Marisol e Inara observam Romina discretamente. Inara, sempre pronta
para fazer um comentário ácido, sussurra para Marisol sobre a pontualidade
duvidosa de Romina, chamando-a de vagabunda. Marisol, mais cautelosa, pede que
Inara não chame a atenção.
Romina, sem se
deixar abalar pelos comentários indelicados que ecoam em seu ponto eletrônico,
continua avançando com confiança em direção ao palco.
CENA 19. AUDITÓRIO. HOTEL.
PORTUGAL. NOITE
O telão se
ilumina com uma imagem magnífica do Cristo Redentor, enquanto Romina termina de
passar o vídeo com um sorriso satisfeito.
ROMINA - (no microfone, com confiança) Senhoras e
senhores, o momento que todos esperavam chegou. Alguém aqui está prestes a
fazer a compra de uma das sete maravilhas do mundo moderno por um preço abaixo
do que ele realmente vale.
Um murmúrio de
excitação percorre a plateia enquanto as pessoas se preparam para participar do
leilão.
ROMINA - (continuando) Então, sem mais delongas, que
comecem os lances!
As ofertas
começam a ser feitas em euros, com Romina habilmente instigando ofertas cada
vez mais altas. Enquanto isso, Marisol, com sua elegância inconfundível, toma
um gole de champanhe e se levanta, dirigindo-se para a frente do palco com
confiança.
MARISOL - (com um sorriso sedutor) Cinco milhões de euros!
A plateia
murmura, impressionada com a ousadia da oferta de Marisol. Mas antes que o
leilão possa avançar, Inara, determinada e decidida, também se levanta e se une
ao jogo.
INARA - (com determinação) Dez milhões de euros!
A surpresa
toma conta do auditório enquanto Romina, Marisol e Inara mantêm suas posturas.
ROMINA - (no palco, com um tom desafiador) Não posso
acreditar que, com tantos cavalheiros presentes, uma mulher tenha sido a mais
corajosa e vai arrematar os direitos sobre esse patrimônio incrível.
Um silêncio
tenso se instala no local, enquanto Romina, Marisol e Inara trocam olhares
nervosos.
O momento de silêncio tenso é rompido quando um homem elegante, vestido
impecavelmente em um terno sob medida, se levanta com uma expressão confiante e
altiva. Ele ergue a cabeça com orgulho, capturando a atenção de todos no
auditório.
HOMEM - (com voz firme e determinada) Trinta milhões de
euros... em espécie!
Um murmúrio
coletivo de surpresa se espalha pela plateia quando o homem elegante abre uma
maleta, revelando pilhas de notas de euro, reluzindo à luz do ambiente. Os
olhos de todos se arregalam diante da visão do dinheiro em frente deles.
Romina, com um
sorriso astuto, segura o martelo de leilão e olha para o homem elegante com
admiração disfarçada. Ela sabe que essa é a oferta que vai encerrar o leilão e
garantir o sucesso do seu plano.
ROMINA - (com satisfação) O Cristo Redentor está
oficialmente vendido.
Com um golpe
cerimonioso do martelo, Romina encerra o leilão, selando o destino do Cristo
Redentor. A plateia irrompe em aplausos, reconhecendo a magnitude do momento
histórico.
O homem
elegante recebe os aplausos com um sorriso modesto, enquanto Romina, Marisol e
Inara trocam olhares de cumplicidade e triunfo.
Romina respira
fundo, sentindo o peso do sucesso do seu plano, e pega uma taça de champanhe.
Ela brinda discretamente com Marisol e Inara, celebrando silenciosamente o
sucesso da sua astúcia e determinação.
CENA 20. BAR. INT. MADRUGADA
O lugar é aconchegante, com uma decoração vintage e luzes coloridas. As mesas estão cheias de pessoas rindo e conversando, criando uma atmosfera vibrante e festiva. Romina, Marisol e Inara estão sentadas juntas em uma mesa central, brindando com taças de champanhe e sorrindo. Há uma sensação de vitória e liberdade no ar.
Romina - (rindo): Nunca pensei que
a gente conseguiria vender o Cristo Redentor! Foi uma loucura, meninas!
Marisol - (brincando, tomando um gole
de champanhe): Acho que é seguro dizer que entramos para a história como as
maiores golpistas do século!
Inara - (com um sorriso travesso):
E, pelo visto, ainda somos ótimas atrizes. Aquele homem com a mala de dinheiro
nunca suspeitou de nada.
As três
caem na gargalhada, e Inara quase derruba sua taça de champanhe de tanto rir.
Romina olha ao redor e vê um homem vestido de palhaço passando com uma bandeja
cheia de drinks coloridos.
Romina - Esperem, vou pedir uma
rodada daquelas bebidas malucas pra gente. Afinal, a noite é nossa!
Romina
levanta a mão e chama o palhaço, que se aproxima com um sorriso largo e
exagerado.
Palhaço - (com uma voz engraçada): O
que posso servir para essas três damas lindas?
Romina - Três daquelas bebidas
coloridas, por favor! Hoje é dia de comemorar em grande estilo.
O palhaço
entrega os drinks e faz uma pequena performance com malabarismo de garrafas,
arrancando risos da mesa e das pessoas ao redor. As três amigas pegam os drinks
e brindam novamente.
Marisol - Sabe, quando começamos
essa jornada, eu nunca imaginei que acabaríamos em um bar em Lisboa, juntas,
poderosas e comemorando.
Inara - (fazendo uma careta
engraçada): Quem diria que o maior golpe das nossas vidas terminaria assim? Com
champanhe e drinks coloridos!
Romina - Acho que merecemos essa
celebração. Passamos por tanto, mas no fim das contas, aqui estamos. Unidas e
vitoriosas.
Elas tomam
um gole de seus drinks e Romina olha para Inara e Marisol com um brilho nos
olhos.
Inara - E agora, qual será o
próximo grande plano? Não podemos parar por aqui!
Marisol – (curiosa) Aposto que Romina já está matutando
algo...
Romina -
(sorrindo) Ah minhas golpistinhas...
Aguardem, pois o que vem por aí, vai abalar ainda mais todas as estruturas!
O palhaço
reaparece, agora acompanhado por um grupo de mariachis que começa a tocar uma
música animada. As três amigas se levantam, puxando o palhaço para dançar com
elas. A música aumenta e logo todo o bar está dançando e cantando junto.
A cena se
transforma em uma festa improvisada, cheia de alegria e diversão.
Enquanto
dançam e riem, Romina, Marisol e Inara compartilham um olhar de cumplicidade e
amizade, sabendo que, independentemente dos desafios que enfrentaram,
encontraram algo inestimável: a força e o apoio umas das outras.
O clima de celebração continua, e a câmera se afasta lentamente, mostrando o bar cheio de pessoas felizes e dançando, com as três no centro de tudo, aproveitando cada momento.
Neste
momento, a cam foca no palhaço, de longe, observando Romina, Marisol e Inara de
maneira suspeita.
fade to black
Obrigado pelo seu comentário!