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UMA PROVA DE FOGO
ORIGINAL RANABLE WEBS
NOVELA DE
EZEL LEMOS E ANDER XYMMER
CAPÍTULO 19
CENA 01 - INT. NOITE, MANSÃO BERGAMAL, COZINHA.
Alessandra e Daniela estão juntas dando selinho, mas logo Daniela se afasta assustada e tensa.
DANIELA: Cê tá louca? O que você fez?
ALESSANDRA: Nós fizemos. Você também se aproximou.
DANIELA: Eu não, não, não. Eu tenho que ir.
Daniela sai assustada e Alessandra fica triste e pensativa.
CENA 02 - INT. MANSÃO BERGAMAL, QUARTO DOS FUNCIONÁRIOS
Riana está chateada, em frente a Tomaz.
RIANA: Você tá louco! Como se atreve a pensar que eu poderia matar alguém!
TOMAZ: Então, onde você tava? Eu fiquei lá no aeroporto esperando você feito um louco!
RIANA: Eu fui até a empresa, mas não entrei, fiquei com medo de que você e a Deodora se casassem. Mas aí eu pensei que talvez não fosse boa ideia eu ir embora com você.
TOMAZ: Porque não era uma boa ideia?
RIANA: Sei lá, Tomaz. Poderiam bloquear minhas contas. Você não viu o que a mamãe fez com o Gonzaga?
TOMAZ: É, mas o caso dele foi diferente. Ele estava de afundando nas drogas!
RIANA: Só sei que eu preferi ficar por aqui.
TOMAZ: Tá bom. Agora a gente nem precisa mesmo.
Riana beija Tomaz.
RIANA: Sim, meu amor. A gente não precisa mais fugir, nem se esconder.
CENA 03 - INT. MANSÃO BERGAMAL, SACADA.
Germano encara Juliete, que está aflita sem saber o que lhe responder.
JULIETE: Você tá pensando que ela seria capaz de…
GERMANO : Você sabe muito bem do que eu tô falando, mana.
JULIETE: Para Germano! Como é que pode desconfiar dela? Justo ela que jamais…
Neste momento, Daniela chega desconfiada e os dois se olham surpresos. Ela nota a expressão surpresa do marido e da cunhada.
DANIELA: O que foi? Estavam falando alguma coisa que não posso ouvir?
GERMANO: Magina, amor. Claro que não. Só estávamos comentando a nossa parceria no restaurante.
JULIETE : Com licença!
Juliete vai embora do local e Germano e Daniela começam a se beijar.
CENA 04 - INT. CASA DE CLARA, SANTA TERESA.
Acácio chega na sala triste e senta no sofá. Cleia o observa de longe e vai até ele.
CLEIA: Você tá triste pela sua irmã, não é?
ACÁCIO: É por tudo que tá acontecendo.
CLEIA: Quem você acha que pode estar por trás da morte dela?
ACÁCIO (mal humorado): Eu não sei! Não quero falar disso!
Cleia senta ao lado de Gonzaga e pega em sua mão.
CLEIA: Você pode contar comigo pro que der e vier, Acácio.
Ele olha surpreso para Cleia e ela o abraça.
Clara vê a irmã muito próxima do marido e fica incrédula, observando a atitude dela.
CENA 05 - EXT. IMAGENS DA CIDADE
CENA 06 - INT. MANHÃ. MANSÃO BERGAMAL, SALA.
A família Bergamal toma café da manhã, Sulamita chega à mesa onde estão os filhos, Germano, Riana, Juliete e a nora Daniela.
SULAMITA: Meus filhos, vocês já estão aqui.
GERMANO: Vou pro restaurante mãe.
RIANA: Eu não vou hoje. Tenho umas coisas para resolver.
GERMANO: Você ultimamente quase não pisa lá.
RIANA: Eu só faltei algumas vezes.
SULAMITA: Escutem aqui. Agora que a filha da Arlete morreu, vocês poderiam expulsá-la daqui.
JULIETE (surpresa): Mãe!
Hortência vai chegando com os filhos Henry e Louise.
HORTÊNCIA: Bom dia.
TODOS: Bom dia!
SULAMITA: Você não acha Hortência.
HORTÊNCIA: O quê Sulamita?
SULAMITA: Agora que a Deodora morreu, a Arlete podia deixar essa casa.
LOUISE: Eu não concordo.
HORTÊNCIA: Louise, ela perguntou para mim.
LOUISE: Mas a decisão é nossa. Nós somos os herdeiros.
DANIELA: Sulamita, com todo respeito isso seria desumano.
SULAMITA: Eu só falei uma opinião minha. Vocês acham que se fosse eu no lugar dela… Ela não ia pensar duas vezes para me expulsar daqui.
HORTÊNCIA: Isso é verdade, Sulamita. Mas eu concordo com a Daniela. Esse não é o momento adequado para mandar ela embora daqui.
CENA 07 - INT. DELEGACIA DE POLÍCIA, SALA DA DELEGADA
Wanda e Maurício analisam um mural onde está o mapa sobre os crimes dos irmãos Bergamal. O mapa tem Gonzaga e Deodora no centro e linhas direcionadas aos suspeitos, que são, de acordo com a investigação: Germano, Riana, Juliete, Henry, Louise, Acácio, Hortência e Arlete.
Wanda marca o X na foto de Arlete.
MAURÍCIO: Arlete deixou de ser suspeita.
WANDA: Sim, Mau. Os dois crimes foram praticados com a mesma arma. Ela não iria matar a própria filha.
MAURÍCIO: Mas você não acha que pode ter havido um acidente que ocasionou a mãe matar a própria filha?
WANDA: A perícia não indicou acidente. O tiro foi à queima roupa.
Wanda circula foto de Hortência no mapa.
MAURÍCIO: O que acha dela?
WANDA: Muito misteriosa. Nunca se aprofunda no depoimento. E além de tudo, uma mãe é capaz de tudo pelos filhos.
MAURÍCIO: Eu acho que foi um dos irmãos.
WANDA: Vou começar a chegar até aos empregados daquela mansão.
MAURÍCIO: Acha que pode ser um deles?
WANDA: Não, mas podem estar envolvidos.
CENA 08 - INT. CASA DE CLARA E CLEIA.
Acácio está fazendo panquecas na cozinha com Cleia. Ela vai colocar azeite e exagera na quantidade, Acácio fica aflito.
CLEIA: Eu nunca vou aprender essas coisas de cozinha.
ACÁCIO: Você é muito desastrada.
CLEIA: Você não tá sendo um bom professor.
ACÁCIO (sorrindo): Ah, eu tô tentando. Eu vou te ensinar a virar a panqueca.
Acácio pega na mão de Cleia e juntos seguram a assadeira para virar a panqueca.
Clara chega próximo e flagra Cleia e Acácio fazendo panquecas e fica irritada com ciúmes.
Acácio e Cleia sacodem a assadeira e a panqueca vai muito alto e vai na cara de Clara, que fica mais irritada ainda.
Cleia e Acácio riem, enquanto Clara joga a panqueca e sai zangada do local.
Acácio olha surpreso para Cleia.
ACÁCIO: Parece que ela não gostou.
CLEIA: Deixa ela.
CENA 09 - INT. CASA DE GLEICE E PLUTARCO.
Gleice está olhando um livro sentada no sofá, quando o celular toca e ela atende.
GLEICE: Alô! Como é? Não acredito! Eu tô indo agora para o hospital.
Gleice se desespera com uma notícia sobre Adele. Ela liga para Plutarco.
GLEICE: Alô, Plutarco! A Adele teve uma overdose. Está no hospital neste momento. Eu tô indo pra lá.
CENA 10 - INT. RESTAURANTE DE GONZAGA, SANTA TERESA.
Germano observa Daniela ajeitando as mesas do local, ela para por um momento, enquanto isso, ele a observa e Juliete chega até ele.
JULIETE: O que foi mano? Que cara é essa?
GERMANO: A Dani está estranha.
JULIETE: Estranha como?
GERMANO: Sei lá. Desde ontem a noite ela não me olha na cara.
JULIETE: Você aprontou alguma?
GERMANO: Não.
JULIETE: Então deve ser impressão sua.
GERMANO: É, deve ser mesmo.
Daniela olha para Germano e ao vê-lo a encarando desvia rapidamente o olhar.
CENA 11 - INT. MANSÃO BERGAMAL, QUARTO.
Alessandra conversa com Kaique e Pavel, seus dois filhos com Henry.
PAVEL: Porque vai embora, mamãe?
ALESSANDRA: Eu decidi isso, meus amores. Vocês já são bem grandinhos, vão entender.
KAIQUE: Eu não gostei disso. Você vai deixar o papai?
ALESSANDRA (triste): Eu e o seu pai já não estamos bem. E quando um casal não está bem, é melhor que cada um siga o seu caminho.
PAVEL: E nós vamos morar com ele?
ALESSANDRA: É só por um tempo. Mas eu ficarei vindo visitar vocês.
Pavel e Kaique ficam tristes.
ALESSANDRA: Não fiquem assim. Eu amo vocês e vamos está sempre nos falando.
Alessandra abraça os filhos e Henry abre a porta do quarto e vê-os.
CENA 12 - INT. MANSÃO BERGAMAL, COZINHA.
Marivalda, Serafina e Dalila trabalham nas tarefas domésticas da casa, enquanto conversam sobre os crimes que têm acontecido.
SERAFINA: Sei não, mas pra mim o assassino está aqui dentro dessa casa.
DALILA: isso é óbvio, Serafina.
MARIVALDA: Pode até ser alguém daqui, mas o difícil é saber quem é.
SERAFINA: Eu tenho minhas desconfianças.
DALILA: Eu prefiro nem opinar.
SERAFINA: Pois eu acho que a dona Arlete é a culpada.
MARIVALDA: Você tá de brincadeira, ela não ia matar a própria filha.
SERAFINA: Do jeito que ela é ruim?
DALILA: Por isso que eu nem falo minha opinião. Não tem a menor chance de ser ela.
MARIVALDA: Concordo. Ela queria a filha viva para desfrutar da herança do seu Teodoro. Agora esse tal do Henry, esse homem é muito mal encarado e parece muito misterioso.
CENA 13 - INT. HOSPITAL, RECEPÇÃO.
Gleice chega na recepção a procura por notícias da filha.
GLEICE: Oi, moça! Eu quero notícias de uma jovem que entrou no hospital hoje pela manhã.
RECEPCIONISTA: Qual o nome da paciente, senhora?
GLEICE: O nome dela é Adele Samarone.
RECEPCIONISTA: Só um minuto, senhora.
CENA 14 - INT. TARDE, RESTAURANTE, RIO DE JANEIRO.
Hortência almoça com Álvaro em uma das mesas do estabelecimento.
ÁLVARO: Eu pensei no restaurante do Germano…
HORTÊNCIA: Mas lá não daria para falar do que a gente falou.
ÁLVARO: É verdade.
HORTÊNCIA: Você não pode comentar nada com a Sulamita e muito menos com a Arlete.
ÁLVARO: Fique tranquila. Será um segredo nosso.
HORTÊNCIA: Eu não posso ficar parada com tudo que vem acontecendo. Eu temo pela vida dos meus filhos. Eu prezo pela vida e bem estar deles.
ÁLVARO: Eu entendo você, Hortência.
CENA 15 - INT. MANSÃO BERGAMAL, COZINHA.
Tomaz está sem camisa próximo ao jardim da casa e Louise vai passando e observa.
TOMÁZ: Patroa, tudo bem? Precisa de alguma coisa?
LOUISE: Tudo bem. Não preciso de nada não, obrigado.
Louise vai embora sorridente e Tomaz a olha de longe.
LOUISE: Que lindo esse motorista. Como nunca tinha percebido isso.
CENA 16 - EXT. LOCALIDADES DE SANTA TERESA, RIO DE JANEIRO
A polícia faz operação em Santa Teresa. Vários carros invadem residências com pontos clandestinos e um deles é o bar de Henry. Os policiais apreendem mercadorias ilegais e levam algumas pessoas presas.
Da fachada do restaurante, Germano, Sulamita e Daniela observam o acontecimento há alguns metros do estabelecimento.
Ali próximo, observando o acontecido, Henry dá meia volta no veículo e vai embora.
CENA 17 - EXT. TRÂNSITO.
Em meio a um trânsito caótico, Henry vai em seu veículo. Ele está muito irritado com o que aconteceu com seus negócios ilícitos.
HENRY: Droga, droga, droga! Que merda! Eu não acredito que isso aconteceu!
Henry acelera o veículo e o mesmo vai em alta velocidade. Ele bate na direção do carro com toda força.
HENRY: Eu vou reverter isso, eu vou! Não vou ficar no prejuízo, droga!
CENA 18 - INT. CASA DE CLARA E CLEIA, COZINHA.
Clara estuda na mesa da cozinha, ela está com vários livros de enfermagem e escreve anotações no caderno.
Cleia chega até ela e a observa. Clara percebe e olha mal humorada para ela.
CLEIA: Que foi, Clara? Porque você tem agido assim?
CLARA: Não se faça de ingênua, Cleia! Você sabe muito bem o que tem feito.
CLEIA: Você não ama o Acácio!
CLARA: Quem disse que não?
CLEIA: Você vai dizer que gosta dele porque eu tô afim, é isso?
CLARA: Eu sou casada com ele, Cleia. Você não tá respeitando nosso casamento!
CLEIA: Que casamento? É tudo uma farsa!
CLARA (chateada): Você sabe muito bem o porque eu me casei dessa forma, você sabe!
CLEIA: É isso mesmo que eu tô ouvindo? Você vai mesmo passar isso na minha cara?
Cleia olha triste para Clara, que também fica triste com o que está acontecendo. Clara levanta e tenta se aproximar da irmã, mas a mesma se afasta.
CLARA (emocionada): Você me obrigou a falar isso!
CLEIA: Eu não te obriguei a se casar com ninguém! Você casou porque quis! Porque quis!
CLARA: Não acredito que você tá falando isso, mana!
CLEIA (irritada): Você é ridícula! Você não quer amar e também não quer deixar ninguém amar.
CLARA: Isso não é verdade, Cleia.
CLEIA: É sim! E quer saber, quem era para ter Leucemia era você! Você que deveria essa maldita doença, já que não quer amar ninguém!
Clara olha cheia de raiva e diante de sua decepção com a irmã, dá-lhe um tapa na cara, deixando-a endurecida.
CENA 19 - INT. MANSÃO BERGAMAL, COZINHA.
Tomaz olha para os lados e ao perceber que não tem ninguém,faz uma ligação misteriosa.
TOMÁZ: Alô! Cadê aquela arma que eu mandei você guardar pra mim?
Marivalda vê Tomaz falando ao telefone e fica assustada com o que ouve.
CENA 20 - INT. MANSÃO BERGAMAL, COZINHA.
Arlete revira as roupas no closet e encontra uma arma em suas coisas, ela olha admirada e feliz.
ARLETE: Você vai me ajudar a descobrir quem matou a minha filha. A partir de hoje começarei a minha batalha, a minha investigação pessoal. Eu não vou descansar enquanto não descobrir o desgraçado que tirou a vida da minha filha. Ah, essa pessoa vai pagar muito caro. Muito caro!
A cena termina com Arlete olhando fixamente para a arma.
Obrigado pelo seu comentário!