Garotos de Aluguel - Episódio 04

Garotos de Aluguel - Episódio 04: Morte

" Já atendi um rapaz que estava fantasiado de Homem-Aranha, com uma fenda na parte da bunda." Relato de um garoto de programa.

Cena 01: Rua/Ext./Noite

Retorno imediato da última cena do episódio anterior.

Léo olha para Rosangela. Chove na rua.

ROSANGELA - Entra aqui, seu bobo! Hoje não é programa. Tá chovendo muito. Coloca essas malas no banco de trás e entra aqui.

Desesperado e tentando fugir do temporal, Léo entra no carro. Os dois partem.

Cena 02:Apartamento de Rosangela/Int./Noite

Rosangela entra no seu apartamento acompanhada de Léo.

LÉO - Desculpa.

ROSANGELA - Por quê, Desculpa? Eu te convidei até aqui, nada demais. É uma ajuda de amigo. Brigou com a mulher, é isso?

LÉO - Como você sabe?

ROSANGELA - Bem, essas malas aqui respondem. O desespero na rua, no meio da chuva. (T) Deixa eu pegar uma toalha pra você.

Enquanto ela pega a toalha, Léo continua falando:

LÉO - Sim. Ela descobriu tudo. Não tenho pra onde ir!

ROSANGELA - Eu falei pra você, um dia ela saberia, você tinha rabo preso.

(T) - Tá com tanto tempo que eu vi você, que fizemos amor… Rosangela agarra as genitais de Léo.

LÉO - Eu acabei de ter uma discussão com minha esposa, por favor, para! ROSANGELA - Tem razão, parei. Tenho uma coisa que pode te animar. Pera. Rosangela sai por um instante.

Léo continua a se enxugar.

Rosangela volta.

ROSANGELA - Olha isso, consegui semana passada. Tava esperando uma data especial, sabe? Tipo essa, levantar um amigo da fossa.

Ela mostra.

LÉO - Cocaína? Tá viciada nesses troços agora?

ROSANGELA - Eu não sou viciada! Nunca usei. Comprei para experimentar mesmo. Sempre fui curiosa pra sentir o que isso faz na gente. Vai dizer que você nunca teve curiosidade?

LÉO - Eu já fui viciado em maconha, mas nunca usei cocaína!

ROSANGELA - Vamos cheirar, seu bobo! Só vicia se você for fraco, quem não quer se viciar, não vicia. Para quando quer. Você parou com a maconha?

LÉO - Parei.

ROSANGELA - Então! Para bobo. É só hoje! Pra te animar. Dar um up.

LÉO - Só um pouco.

ROSANGELA - Claro.

Rosangela espalha o pó em cima da mesa. Eles cheiram.

LÉO - Rápido, né? Já deu uma animada! ROSANGELA - É. E pode ficar mais animado. Rosangela começa tirar a roupa.

LÉO - Não. Melhor não.

ROSANGELA - Vem, é pra animar mais. Vem, bobo.

Léo não resiste, começa a se despir também. Os dois se beijam, com fugacidade. Rolam no chão. Fazem amor.

Amanhece em São Paulo. Imagens do trânsito da cidade.

Cena 03: Hospital Estadual de São Paulo/ Int./Dia

Rodolfo entra na sala, onde Darlene descansa, após o susto.

RODOLFO - Mãe, bom dia, como a senhora está? Darlene responde com dificuldade.

DARLENE - Filho, como é bom ouvir sua voz! - BAIXINHO

Ela continua:

DARLENE - Acho que está chegando a minha hora, filho!

RODOLFO - Por favor, mãe, não fala besteira. O médico disse que o seu quadro é estável.

DARLENE - Filho, eu sinto. Eu não saio daqui viva! Eu preciso que você seja forte! Cuide dos seus irmãos! Faça com que eles estudem e se tornem alguém nessa vida. Como você se tornou, um dos meus orgulhos.

Uma lágrima escorre do rosto de Rodolfo.

RODOLFO - Mãe, nada vai acontecer, eu prometo!

DARLENE - Eu te amo, meu filho e tenho muito orgulho do homem que você se tornou.

RODOLFO - Eu não sou digno de tanto amor, mãe! Rodolfo chora.

Darlene enxuga suas lágrimas.

DARLENE - Obrigada por tanto amor e tanto orgulho, meu filho. Rodolfo beija a testa da mãe.

Os dois choram, emocionados.

Darlene volta a dormir, ainda sob efeito dos sedativos.

Cena 04: Lanchonete próxima ao hospital/Int./Dia

Rodolfo toma um café, ainda emocionado com o encontro que tivera com a mãe.

De repente, ele recebe uma mensagem no celular: Um cliente marcando programa. Ele chora, pensa em não responder, respira fundo, no entanto confirma o programa. Por necessidade.

Cena 05: Fábrica de Cervejas/Int./Dia

Elias e Guilherme andam pela fábrica de cervejas artesanais. Empolgado, Elias e seu sócio mostram todo o processo de produção e distribuição de cervejas.

GUILHERME - Eu já havia esquecido como tudo aqui é encantador, pai!

ELIAS - A fábrica andou se modernizando, mudou muito desde a última vez que você veio aqui. Você nunca fez questão de visitar.

GUILHERME - Desculpa pai, realmente, perdi muita coisa satisfazendo o meu ego?

ELIAS - Ego? - RINDO

GUILHERME - Deixa pai! Alguém se aproxima.

ELIAS - Ah, esse é meu amigo. Meu braço direito aqui na empresa. Quero que você conheça. Alonso, este é meu filho, Guilherme. Filho, esse é Alonso.

Guilherme e Alonso se entreolham profundamente. O olhar de Guilherme brilha. Um homem lindo à sua frente. Nunca sentira isso por mais ninguém.

O momento é tão intenso para Guilherme, que ele fica sem voz. Após alguns instantes, Alonso rompe o silêncio.

ALONSO - Prazer, Alonso.

GUILHERME - Prazer, Guilherme. Foco nos rostos dos dois.

Guilherme impactado. Algo inexplicável.

Cena 06: Casa de Rodolfo/Int./Dia

Ciça apronta os irmãos de Rodolfo para irem ao colégio.

CIÇA - Vamo, galerinha! Desse jeito vocês vão chegar atrasados.

MAURÍCIO - Ah, tia Ciça, não queremos ir pra escola hoje. Queremos visitar a mamãe!

CIÇA - Vocês não podem faltar. O ano letivo já vai terminar, vocês precisam fazer as provas finais. Vamos fazer o seguinte: À tarde quando vocês chegarem, eu levo vocês pra visitar dona Darlene. Combinado?

MURILO e MAURÍCIO - Combinado.

Nesse momento, alguém liga para o telefone de Ciça. Ela atende.

CIÇA ( Ao Tel.) - Alô. ( T) - Não pode ser!!! Close no rosto de Ciça.

Cena 07: Motel/Quarto./Int./Dia

Rodolfo faz amor com um homem já maduro, de aproximadamente 45 anos. Close na aliança no dedo do homem.

Rodolfo penetra-o.

O homem geme de prazer.

O celular de Rodolfo começa a tocar.

Ele ameaça atender, mas o homem sentindo-se possuído, não larga mão do sexo.

HOMEM - Não vai atender, de jeito nenhum. Não agora.

RODOLFO - Eu preciso! Só um instante.

HOMEM - porra!!! – GRITA