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De janeiro a janeiro | Capítulo 03

 


De janeiro a janeiro | Capítulo 03


Tít: “Traição”

Autor: Francisco Neto




CENA 01: EXTERNA. MANSÃO DOS CORRÊA - VARANDA DO QUARTO DE CATARINA. TARDE.


**Catarina está na Varanda, pensativa, olhando para o Jardim. Jorge chega e tenta lhe dar um abraço bem apertado.**

CATARINA — Não é hora pra isso Jorge.

JORGE — Meu amor, o que houve? Você está estranha... está recusando até o meu abraço.

CATARINA — Estou preocupada com a Brenda, ontem ela estava gritando no jardim... parecia ouvir uma voz que a perseguia sem parar.

JORGE (Sorrindo) — Meu amor, não se preocupe! E depois, já combinamos de levá-la ao médico.

CATARINA — Eu sei! E temo que ela não aceite que a levê-mos a um psiquiatra.

JORGE (Consolando-a) — Não se preocupe com isso, certo? Vou pedir a Marília que prepare um jantar especial para todos.

**Jorge se afasta de Catarina.**


A Câmera corta para o Colégio Estadual santa Maria, imagens áereas do colégio são apresentadas ao som da música Stay Golden do cantor Chance Perez:




CENA 02: INTERNA. COLÉGIO ESTADUAL SANTA MARIA - CORREDOR. TARDE.


**Paloma está no Corredor conversando com Isabela, às duas presenciaram a briga entre Arthur e Felipe e comentam sobre o ocorrido.**

ISABELA — Que confusão, não é?

PALOMA — Sinto que não terminará bem.

ISABELA — E tudo por culpa da metida da Filipa, essa garota é uma Jararaca.

PALOMA (Sorrindo) — Não gosta dela, não é?

ISABELA — Mas é claro! Outra, ela só está trazendo problemas para vida do nosso amigo desde que ele chegou.

PALOMA — Isa, se eu te perguntar uma coisa… seria sincera comigo?

ISABELA — Claro que sim! Quando foi a última vez que eu menti-lhe?

PALOMA — Você gosta do Felipe?

ISABELA (Sorrindo) — Eu… com o Felipe?

PALOMA — Suponho que você entendeu onde quero chegar, não é?

ISABELA — Garota, Felipe e eu somos só amigos e nada mais. Mas já que tocou no assunto… por quê não aproveita para falar da sua relação com Cristiano?

PALOMA (Nervosa) — O que o Cristiano tem a ver com a conversa?

ISABELA — Vocês estavam bem próximos ontem… até demais, não acha?

PALOMA — Bom, responderei da mesma maneira. Eu não tenho nada com o Cristiano.

ISABELA — Rum… sei bem como é.

PALOMA — Bom, acho que já conversamos demais, né? Vou ao banheiro antes que comece a próxima aula.

**Paloma se afasta de Isabela.**


CENA 03: INTERNA. COLÉGIO ESTADUAL SANTA MARIA - BANHEIRO FEMININO. TARDE.


SONOPLASTIA: Menina Má - Anitta




**Paloma se aproxima da porta do banheiro, ela escuta gritos e choros vindo lá de dentro, ao abrir a porta, ela se depara com Filipa e Alessandra.**

FILIPA (GRITA) — Sua traidora!

ALESSANDRA — Calma amiga, resolveremos as coisas, por favor!

FILIPA — Amiga? Eu não sou amiga de uma traidora como você.

ALESSANDRA — O que você quer dizer?

ALESSANDRA (Em prantos) — Por favor Filipa, por favor! Você sabe que eu não tenho ninguém além de você.

FILIPA (Empurrando-a) — Me larga! Se afasta de mim… você é uma traidora!

FILIPA (Nervosa) — Abriu a boca para aquele idiota, me expôs ao ridículo na frente da diretora e da escola inteira.

ALESSANDRA — Ele me pressionou… eu não sei… não sei porque falei aquilo.

FILIPA (GRITA) — Porque é uma Falsa! É isso que você é, falsa e traidora.

**Filipa puxa os braços de Alessandra que estava agachada no chão, e esbofeteia a cara da amiga. Paloma fica em choque ao observar a cena.**

PALOMA (Assustada) — Meu deus! Essa garota é mais doida do que eu imaginei.

PALOMA — Eu não posso ficar parada sem fazer nada… agressão é coisa séria.

**Paloma entra no Banheiro.**

FILIPA — O que está fazendo aqui?

PALOMA — Larga ela!

FILIPA (Sorrindo) — Olha, a boa garota quer dar uma de super-heroína.

PALOMA (GRITA) — Filipa deixa ela em paz. Você não deve culpá-la pelo que aconteceu.

ALESSANDRA (Assustada) — Vou embora!

FILIPA (Nervosa) — Daqui você não sai até resolvermos isso… e se não for para resolver por bem, terá que ser por mal!

**Filipa dá outro tapa em Alessandra, mais uma vez, Paloma tenta apartar a briga entre as duas.**

PALOMA (Grita) — Para! Chega!

FILIPA — Não se meta nisso!

PALOMA — Vou me meter aonde quiser, vocês querem ser pegas pela diretora?

ALESSANDRA — Paloma tem razão.

FILIPA (Sorrindo) — Agora você dá razão a ela? Sua amiga da onça.

PALOMA (Empurrando Filipa) — Quer saber? Cansei dessa cena de novela mexicana, saia daqui!

FILIPA (Enfurecida) — Me larga!

PALOMA — É melhor sair ou quem arrancará seus cabelos sou eu.

**Filipa sai do banheiro.**


(Sonoplastia Off)


CENA 04: EXTERNA. RUA - BECO. NOITE.


SONOPLASTIA: The Way You Make Me Feel - Elyah




**Filipa está andando pela rua, ela se aproxima de um beco escuro e esbarra em Diego que também estava indo para casa.**

FILIPA — Diego? O que está fazendo aqui?

DIEGO (Nervoso) — O que você está fazendo na rua até essa hora? Não te falei para voltar cedo hoje?

FILIPA — Não estou com vontade de brigar com você agora, acabo de ter uma discussão horrível no colégio.

DIEGO — O que te fizeram?

FILIPA — A vaca da Alessandra me traiu… abriu a boca, e contou para o Felipe sobre as mensagens que mandei.

DIEGO (Sorrindo) — Esse é o problema?

FILIPA (BRAVA) — Do que está rindo?Perdi toda a confiança que tinha nela.

DIEGO (Acariciando-a) — Vejo que você tem muito o que aprender, pessoas são assim… sempre acabam apunhalando-nos pelas costas.

**Diego acaricia o ombro de Filipa. Lentamente, ele desce a língua sobre a barriga da garota que fica nervosa com a situação. Filipa tenta afastá-lo, ele ergue a cabeça até os lábios de Filipa. Diego beija Filipa a força, mas recebe um tapa na cara em troca.**

DIEGO — Você tá ficando louca?

FILIPA — Gosto muito de você Diego, mas se tentar algo comigo… voltarei a morar com os meus pais.

DIEGO — Volte! Eu não me importo!

FILIPA — Você realmente não se importa, não é? Por isso sempre exigiu que morássemos juntos… para se aproveitar de mim.

DIEGO — Está enganada!

FILIPA — Dormirei com minha família hoje, não quero começar a odiá-lo também.

**Filipa se afasta de Diego.**


(Sonoplastia Off)


CENA 05: INTERNA. COLÉGIO ESTADUAL SANTA MARIA - AUDIOVISUAL. TARDE.


**A Diretora reúne todo o terceiro ano no audiovisual para um comunicado.**

DIRETORA — Tenho um comunicado a todos. Como já sabem, a nossa formatura está chegando, e… espero contar com a colaboração de todos vocês.

ISABELA — Precisaremos contribuir com algo?

DIRETORA — Cada estudante deverá confirmar a sua participação na formatura, incluindo pagamento de mesas, etc.

FELIPE — Em questão dos familiares, até quantas pessoas podemos levar conosco?

DIRETORA — Você e mais três pessoas, meu caro Felipe. Espero que não cause mais problemas, sorte a sua que não comuniquei a sua família sobre a briga.

FELIPE — Claro! É melhor voltarmos ao assunto da formatura, estava bem mais interessante.

DIRETORA — Eu concordo.

DIRETORA — Precisaremos de um orador da turma, uma pessoa que represente a todos.

ISABELA (GRITA) — Voto na Paloma.

FELIPE — Eu também voto nela.

DIRETORA — Se a maioria concordar, paloma será a oradora da turma.

**A Diretora fala ainda sobre o baile de casais, certificados, dentre outras coisas que acontecem na formatura.**

DIRETORA — Isso é tudo! Paloma será a nossa oradora, após o baile de casais, ocorrerá a entrega de certificados para todos os formandos e daí em diante… eu só desejo boa sorte a todos!

**Todos vibram de alegria na sala, a câmera corta para a próxima cena.**


CENA 06: EXTERNA ‐ RUA DO COLÉGIO ESTADUAL SANTA MARIA. FIM DE TARDE.


**Felipe corre em direção a isabela.**

ISABELA — O que houve? Suponho que você errou o caminho da sua casa.

FELIPE (Voz ofegante) — Preciso falar com você, é sobre a paloma. É urgente!

ISABELA — Amanhã conversamos, tá?

FELIPE — Não! Agora mesmo, por favor.

ISABELA — O que você dirá? Que gosta dela?

FELIPE — Tá tão óbvio assim?

ISABELA — A mim você não engana, pode falar o que sente por ela sem medo.

FELIPE — Gosto muito dela Belinha, e estou disposto a tentar conquistá-la.

ISABELA — Aconselho a tomar cuidado com o Cristiano, ele também está de olho nela.

FELIPE (BRAVO) — É por isso que tenho que fazer com que ela goste de mim, evitar que ela sinta algo por ele.

ISABELA — Calma! Vá com calma, é melhor não arrumar confusão… lembre-se do que a diretora disse.

FELIPE — Conquistarei Paloma, você verá!

**Confiante, Felipe se afasta de Isabela. Ambos seguem seu caminho.**


CENA 07: EXTERNA. BAR DA CIDADE - BAR/RUA. NOITE.


**Carlos está em um bar embriagado, um homem o aconselha a parar de beber.**

HOMEM — Você já está acabado homem, é melhor parar de beber. Já chega!

CARLOS — Cala essa boca!

HOMEM — Sua mulher e seu filho não vão gostar que você chegue em casa nesse estado.

CARLOS — Aquele bastardo não é meu filho, é um adotado! É um abandonado!

HOMEM — Pare com isso! Anda, me dê esse copo. Volte para sua casa.

CARLOS — Daqui eu não saio… daqui ninguém me tira.

HOMEM (Nervoso) — Pois bem! Terei que tirá-lo a força daqui.

**O Homem agarra Carlos pelo braço, ele o arrasta até a porta do bar. Carlos começa a xingá-lo, mas segue até a rua. Carlos segue até o meio da rua, sua cabeça começa a girar sem parar. De repente, um carro aparece em sua direção. Carlos é atropelado.**


CENA 08: INTERNA. CASA DE CRISTIANO - SALA DE ESTAR. NOITE.


**O Telefone toca.**

JOANA — Quem será?

CRISTIANO — Não sei, alguém deve ter ligando errado.

JOANA (Atendendo o telefone) — Alô?

JOANA — Como? Como isso aconteceu?

CRISTIANO — O que aconteceu?

JOANA (Em prantos) — Está bem! Eu já estou indo.

CRISTIANO — O que houve?

JOANA (Em prantos) — O seu pai foi atropelado, precisamos ir para o hospital agora mesmo.

**A Câmera corta para a ambulância que leva Carlos, os enfermeiros tentam reanimá-lo lá dentro.**


CENA 09: INTERNA. HOSPITAL - SALA DE ESPERA. NOITE.


**Joana e Cristiano estão esperando por respostas da situação de Carlos.**

JOANA (Preocupada) — Porque estão demorando tanto?

CRISTIANO — Calma! O médico já chegará com alguma notícia. Tenha paciência!

JOANA — Eu não consigo ficar aqui parada sem uma resposta, o seu pai pode ser um cachaceiro… mas é o amor da minha vida.

CRISTIANO (Consolando-a) — Não se preocupe mãe, tenho certeza de que ele ficará bem.

**O Doutor santos se aproxima.**

DOUTOR SANTOS — Vocês são os parentes do paciente Carlos?

CRISTIANO — Sim, eu sou o filho dele! Como ele está doutor?

DOUTOR SANTOS — Sinto muito meu rapaz, fizemos o possível… mas seu pai não resistiu.

**Cristiano fica sem reação, Joana grita desesperada ao descobrir a morte do marido. Cristiano abraça a mãe.**


A IMAGEM ESCURECE


(FIM DO CAPÍTULO)


Encerramento ao som de (Clouds - Before You Exit):


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