Budapeste - Capítulo 15
Budapeste
– Hungria
Cena 01 – Casa de Barbara – Sala – Int. Dia.
Barbara e Gizzela conversam na sala.
Barbara: O que você está fazendo aqui? Ficou louca?
Gizzela: Estava entediado e também precisava ver minha
filha.
Barbara: Você sabe que não pode fazer isso! Quer
colocar tudo a perder?
Gizzela: Você está ficando muito exaltada, Barbara.
Será que eu tenho que te lembrar toda vez que ninguém vai desconfiar de nada?
Afinal, quem vai imaginar que uma árabe seria uma nazista, não é mesmo?
Barbara (grita): Não ouse repetir isso! A Christina
morreu no dia que o Domokos me tirou daquele inferno. Eu jurei lealdade a vocês
e ao nosso propósito.
Gizzela: Calma, minha filha. Estou achando você um
pouco estressada. Tenha decoro.
Barbara: Não dá pra tentar ser paciente quando você
está aqui! Aliás, por qual motivo veio?
Gizzela: Estava entediada. Nos últimos meses visitei
15 países e todos estão do mesmo jeito. Perderam a graça. Está cheio de negros,
homossexuais e árabes andando por aí. Você acredita que eu estava em Dublin e
uma parada gay acontecia? Minha vontade era pegar uma bomba e jogar ali.
Barbara: O Domokos sabe que está aqui?
Gizzela: Mas é claro que não, Barbara. Seu pai ficou
de me encontrar no final de semana em Atenas. Então, minha filha, já sabe que
esse será o nosso segredinho, não é mesmo?
Barbara (debocha): Mas você é impressionante. Eu
jamais vou esconder isso do Domokos!
Gizzela (se aproxima): É claro que vai.
Gizzela puxa o cabelo de Barbara para trás que tenta
se soltar, mas é em vão.
Gizzela (sussurra): Não ouse me desafiar. Eu sei ser
muito pior do que qualquer um dos que você está acostumada a lidar. Eu te
ensinei tudo, então, é melhor respeitar a sua mãe, senão jogo você de volta na
sarjeta.
Gizzela joga Barbara no sofá. Close em seu rosto que
está com ódio
Cena 02 – Hospital – Recepção – Int. Dia.
Emese: Mas que história é essa? O Konrad estava
ameaçando o Kim?
Taeyeon: Sim, mas por favor, não conta nada pra
ninguém. Eu acho seu primo perigoso.
Emese: Mas eu jamais contaria algo assim. Eu só quero
entender há quanto tempo essas ameaças estão acontecendo?
Taeyeon: Há semanas! O Konrad sempre aparecia na porta
de casa e nos vigiava! Além de mensagens estranhas!
Emese (levanta-se): Mas o Kim deveria ter me dito
isso! O Konrad não pode sair por aí ameaçando as pessoas e achar que tudo está
bem. Eu não posso permitir que esse mimado de merda continue fazendo jogo
psicológico com as pessoas!
Taeyeon: Emese, seu primo está fora de controle. Pelo
que meu pai fala, ele está a um passo da loucura.
Emese: Não, ele não é louco! Ele tem muita consciência
da sanidade mental dele. É muito lúcido, o problema é que o Konrad é um
crápula!
Cena 03 – Apartamento de Felícia – Quarto. –
Int. Dia
Felícia está em seu quarto. Seu rosto está inchado de
tanto chorar. Ela vagueia pelo ambiente, pega seu telefone e lê uma mensagem
mais uma vez.
“FELÍCIA, NÃO ESTOU CONSEGUINDO ENTRAR EM CONTATO COM
VOCÊ. A VOVÓ ACABOU DE FALECER. NÃO TEMOS DINHEIRO PARA FAZER O ENTERRO. POR
FAVOR!”
Felícia joga seu celular na parede que quebra no mesmo
momento.
Felícia (raiva): Tem que arder no inferno,
principalmente por tudo que fez comigo!
Ela chora copiosamente. Vai até a cômoda e pega uma
navalha. Felícia tira o short em que está vestida, ficando apenas de calcinha.
A navalha toca o seu corpo com bastante intensidade. Vários cortes são feitos.
O sangue jorra de suas pernas, a cada corte, ela chora e arfa de dor. Seu grito
é silenciado junto ao choro e se ajoelha ao chão em queda. Em posição fetal, ela mistura-se ao sangue e
volta a chorar em meio a dor
ANOITECE
EM BUDAPESTE
Cena 04 – Mansão Angyal – Cozinha – Int. –
Noite.
Lorenzo lê uma carta do seu pai e algumas lágrimas
caem dos seus olhos. Sebestyénne o abraça ao perceber.
Sebestyénne: Saudades do seu pai, né?
Lorenzo: Sim. Eu queria voltar para Itália, mas com
essa confusão toda, ainda não tive tempo para me programar.
Sebestyénne: E por qual motivo você não vai? Seria uma
ótima ideia deixar a mente mais leve e também será ótimo rever seu pai.
Lorenzo: Não posso deixar vocês sem proteção. A Emese
precisa de mim.
Sebestyénne: Mas Lorenzo, os outros seguranças estarão
nos dando apoio. Não precisa se preocupar quanto a isso. Na verdade, o mais
interessante seria que você levasse a Emese.
Lorenzo: Ela jamais aceitaria ir comigo. Ela tem a
clínica para se preocupar.
Sebestyénne: Lorenzo, você está perdendo tempo. No
outro dia, a Emese apareceu com um rapaz muito bonito, o András Kovács. Ele é
de boa família e se os dois descobrirem que tem muito mais em comum do que
pensam, não vai ter jeito.
Lorenzo: Não posso forçar nada.
Sebestyénne: Não é sobre forçar. É questão de que o
András é filho da melhor amiga da Melánia. Elas viviam juntas e unidas! Eram
extremamente próximas! Lute mais pela Emese!
Lorenzo fica ali pensativo com a carta do seu pai em
mãos.
Sárospatak
– Hungria
Cena 05 – Rua qualquer – Ext. - Noite
O carro de Domokos para em frente a uma casa rústica.
Seus seguranças descem juntos. Há um homem branco, alto na frente da casa o
esperando.
O Motorista do carro dá a volta e abre a porta para
Domokos, este se dirige até o Homem que está em frente a casa.
Domokos: Aqui é a casa de Adam Dobos?
Adam: Sim, senhor.
Domokos está carregando uma mala de camurça.
Domokos: Meu nome é Domokos Grub. Acredito que já
tenha ouvido falar sobre mim, então pouparemos as cordialidades e vamos ao que
realmente interessa. Vamos entrar, podemos?
Cena 06 – Casa de Adam – Int. - Noite
A porta da casa abre e Adam em um gesto convida
Domokos para entrar. O anfitrião da casa oferece uma cadeira à mesa de jantar.
Adam: Aceita alguma coisa para beber, meu senhor?
Domokos: Eu gostaria de um chá de hortelã, mas prefiro
não tomar, acabarei ficando com sono.
Adam junta-se à mesa com Domokos.
Domokos: Ainda bem que não vejo a sua família aqui.
Nossa conversa será mais produtiva.
Adam: Claro.
Domokos: Há um ano meus homens estiveram aqui e nos
alertaram que algumas famílias de judeus moravam aqui, certo? Certamente, todos
foram eliminados. Obviamente, não quero que tenha esse tipo de indivíduos aqui
na cidade, seria péssimo para a imagem da nossa sociedade. Mas, também me foi
relatado que dois homens sobreviveram e ainda vivem por aqui. Isso é verdade?
Adam: Fiquei sabendo que sim. Soube que alguns
fazendeiros de pequeno porte deram alimentos, mas logo os expulsaram, eles não
queriam arranjar problema com o senhor.
Domokos abre sua mala e pega alguns papéis.
Domokos: Certamente, você deve estar se perguntando o
motivo de eu estar aqui e perder meu tempo com uma conversa simples.
Adam (nervoso): Eu não posso imaginar, senhor.
Domokos: Bom, eu amo rumores. É justamente por eles
que eu estou aqui. Vim me certificar de que você não estaria abrigando esses
dois homens em sua residência.
Adam (nervoso): Eu jamais faria isso.
Domokos (frio): Senhor Adam, você se entregou no
momento que ficou me esperando na porta (risos). Não tinha como o senhor saber
que eu viria, obviamente, existe um traidor entre os meus homens e que irei
descobrir logo mais.
Adam (chora): Por favor, não me mate. Eu apenas não
queria que aqueles homens estivessem sofrendo com a fome. Me perdoe.
Domokos: Mas eu não tenho que te perdoar, senhor Adam.
Está tudo bem. Preciso que fique calmo e não perca a compostura. Um homem
jamais pode se comportar dessa maneira.
Adam (chora): O que eu faço?
Domokos: Eles estão no armário do quarto, não estão?
Adam assente levemente e com medo.
A CENA CORTA
Budapeste – Hungria
Cena 07 – Apartamento de Otávio – Sala – Int. -
Noite
Otávio está jantando em uma mesa que é conectada com a
sua cozinha. Frank surge sem camisa e o dá um beijo em sua bochecha.
Frank: E então, pensou no que eu te disse?
Otávio: Frank, vou ser sincero com você. Não tenho
condições em pensar em nada até o dia do desfile. Minha cabeça está uma
verdadeira explosão.
Frank: Não se preocupe. Sou paciente. Espero que
esteja pensando na casa, posso até ver, acredita? Precisa ter um quintal para
colocarmos nossos cachorros e também quero uma varanda e que o assoalho seja
inteiro de madeira.
Otávio: Acho fofo, mas você acabou de descrever uma
casa de um livro do Nicholas Sparks. (Risos)
Frank: Podemos comprar uma casa antiga, grande, claro,
mas podemos reformá-la.
Otávio: Você não vai descansar até eu te dar uma
resposta, não é?
Frank: Só quero morar com você e estar todo tempo
junto. Gosto do seu apartamento, mas é pequeno pra gente.
Otávio: Você tem razão. Podemos começar a procurar a
casa assim que o desfile acabar.
Frank: Tudo bem.
Frank vai até Otávio e o beija na boca. Eles vão até o
sofá e tiram a roupa um do outro. Otávio passa a língua por todo o abdômen de
Frank que joga sua cabeça para trás em aprovação ao gesto. A nudez é explícita
e eles se pegam fortemente.
Cena 08 – Delegacia – Int. – Noite
Nala anda de um lado para o outro de maneira inquieta.
Nala (exaltada): Você acredita que aquele canalha teve
a audácia de olhar em minha cara e dizer que iria verificar a lista de quem
estava trabalhando no dia que a Ráchel foi morta? É um canalha!
Severus: Delegada, você precisa se acalmar. Nunca te
vi exaltada dessa forma com um caso.
Nala: Não é somente um caso, Severus. Uma mulher se
matou porque um homem se viu no direito de abusar do corpo dela. Isso não é
justo! Nós mulheres não deveríamos passar por isso. O que me espanta é a
canalhice de mentir pra mim na cara dura.
Severus: Entendo que você está revoltada, todos nós
estamos, mas preciso que você foque. Ele não pode fugir, caso contrário será um
fugitivo confesso.
Nala: Nossa, mas também fui muito burra. Eu poderia
não ter confrontado. Não era pra eu ter feito isso. Sou uma idiota.
Severus: Calma, não precisa ficar assim. Iremos dar um
jeito e acabar com ele. Lembre que esse Konrad também faz parte dos grupos
neonazistas, então ele é somente a ponte do iceberg.
Nala: Isso virou questão de honra.
Cena 09 – Jornal – Int. – Noite
Zóltar está apagando as luzes do escritório. Zaco
ainda está pegando suas coisas para sair.
Zaco: Zóltar, estou indo. Até amanhã.
Zóltar: Até, Zaco.
Zaco: Vai ficar?
Zóltar: Hoje não. Vou apenas olhar alguns papéis mesmo
e já estou de saída também.
Neste momento, Vencel aparece com uma mala de camurça
em seu braço
Zaco: Me desculpe, mas o jornal já está fechando.
Vencel: Eu sei, mas realmente gostaria de falar com o
Zóltar. Acho que na verdade vocês dois irão querer saber o que eu tenho a
dizer.
Cena 10 – Jornal – Sala de Reunião - Int. – Noite
Eles estão sentados na mesa. Zóltar ao centro, Zaco a
sua esquerda e Vencel a sua direita.
Vencel: Acho que não sei por onde começar, mas me
espanta você não estar me reconhecendo.
Zóltar: Na verdade, eu sei quem você é. O filho do
senador Fridrich, certo?
Vencel: Sim.
Zaco: Eu nem sabia que o senador tinha filho.
Vencel: É, eu sou o filho que ele não aceita.
Zóltar (intrigado): Mas como você sabe que eu te
conheço? Até uns meses, eu não sabia da sua existência.
Vencel: Bom, então, acho que precisa pensar um pouco
mais.
Zóltar (entendendo a situação): Você é o Partisan?
Zaco (surpreso): O quê?
Vencel: Sim, sou eu. Tudo que eu sabia sobre o meu pai
e os atos dele, eu enviava para você. Inclusive, tenho uma prova que pode fazer
com que ele perca o mandato.
Vencel abre o envelope e retira umas fotos. Ele
entrega a Zóltar que fica surpreso com o conteúdo delas.
Zóltar: Isso é na casa do seu pai?
Vencel: Sim. Há diversas coisas dentro da casa dele
que fazem alusão e apologia ao nazismo, incluindo esse quadro. Ele também tem
uma tatuagem no peito com uma runa odal. Com isso, vocês conseguem tirar aquele
canalha do poder. Por favor, façam isso.
Zaco: Isso é loucura. Nós sabíamos que ele não era
flor que cheirasse, mas a esse ponto?
Vencel: Não sei direito, então é só suposição minha,
mas ele faz parte de um grupo que tem se consolidado cada vez mais,
principalmente entre os políticos. Ele não é o único do parlamento. Há gente
maior nisso.
Zóltar: Temos que enviar isso pra Delegada Nala.
Cena 11 – Mansão Kovács – Sala – Int. Noite
András abre a porta da sala. Coloca as chaves no móvel
ao lado, enquanto Kimerul está sentado no sofá lendo um livro.
András: Já jantou?
Kimerul: Ainda não, mas não estou com fome. Lá no
haras comi uma torta de morango. Estou satisfeito.
András: Bom, então irei para meu quarto.
Kimerul: Espere. Preciso conversar com você.
András (seco): Algum problema?
Kimerul: Sei que está bravo comigo. Mas peço que me
compreenda…
András (corta): Pai, eu não quero ouvir suas
explicações. Você vai afundar o haras com esse pensamento retrogrado e quando
isso acontecer quero só ver o que irá fazer.
Kimerul: Aquele haras é importante pra mim!
András: É tão importante, mas não consegue separar o
seu egoísmo. Essa é uma oportunidade única e… Ah, quer saber? Faça o que
quiser.
Kimerul: Eu aceito. Peça para que o Frank Tóth vá
amanhã até o haras para conversarmos.
András sorri e tenta conter a felicidade. Ele assente
e sai para as escadas.
Cena 12 – Avenida de Budapeste – Noite.
Konrad está dentro de seu carro. O sinal está vermelho. Ele bate no volante diversas vezes. A música está em segundo plano, esta dura até o final da cena.
Konrad (acesso de raiva): DELEGADA VAGABUNDA! EU VOU
TE MATAR
Ele fura o sinal vermelho e sai cortando pneu. Konrad
está louco. Em um momento, o vilão coloca a cabeça para fora do carro e grita e
sente o vento no rosto.
Ao chegar em um ponto, ele vislumbra a imagem de
diversas pessoas, 95% eram homens em uma fila esperando para entrar na boate.
Konrad (repulsa): São maricas. QUE NOJO!
O carro acelerou em direção a fila. Algumas pessoas
tentaram desviar, mas somente quem estava na parte de trás. Os que estavam mais
perto da porta de entrada, não escaparam do impacto. Pessoas que tentavam
correr derrubavam umas as outras e esmagavam as que estavam caídas no chão
A catástrofe estava feita. Diversas pessoas feridas e
algumas provavelmente mortas. Konrad grita ainda mais e sai cortando pneu e
foge.
Cena 13 – Casa do Senador - Cozinha – Int. -
Noite
Borbála está jantando sozinha na mesa. Fridrich
aparece sem camisa e sua tatuagem fica visível. Ele junta-se à mesa.
Fridrich: Estou esperando você me contar.
Borbála: Contar o que?
Fridrich: Não
se faça de desentendida, Borbála. Você achou mesmo que ninguém iria me contar
que o seu filho esteve aqui?
Borbála (dá de ombros): E desde quando você precisa
saber que o meu filho esteve aqui na MINHA CASA me visitar?
Fridrich: Não esqueça que essa casa também é minha.
Então, espero que ratos não sejam mais convidados pra cá.
Borbála (enfrenta): Mais respeito com meu filho, por
favor! Não ouse mais desrespeitá-lo.
Fridrich: Depois de hoje, você irá me agradecer.
Borbála: O que irá acontecer hoje?
Fridrich: Apenas me agradeça.
Borbála (fúria): Se você fizer algo contra o meu
filho, eu juro por Isten (Deus em húngaro) que eu enfio uma faca no seu peito.
Fridrich: Relaxa, Borbála. Não irei fazer nada com sua
gazela.
Fridrich levanta-se da mesa e Borbála fica apreensiva.
Cena 14 – Avenidas de Budapeste - Noite
FROZEN - MADONNA
Música toca até o final da cena. A Cam mostra a visão panorâmica da cidade. A neblina invade toda cidade. Há barulho de sirenes por todos os locais. Pessoas gritam criando o eco juntamente com a cena.
A voz de um apresentador de TV intercala na cena
APRESENTADOR (off): Até agora não temos o número exato
de mortos, mas é uma verdadeira tragédia. A polícia conta até o momento 12
mortos e várias são feridas. Alguns desses jovens morreram não pelo impacto da
colisão com o carro, mas pisoteados. Voltamos logo mais com informações.
Cena 15 – Aeroporto de Budapeste – Int – Noite.
Emese está no aeroporto acompanhada de Sebestyénne e
Lorenzo. Eles olham pelos telões o plantão de notícias.
Sebestyénne (abismada): O que essa cidade está
virando, meu Deus?!
Lorenzo: Isso é esquisito. Como alguém pode fazer
isso?
Emese: Perceberam que em nenhum momento o apresentador
falou que isso aconteceu em uma boate gay? Eles são coniventes com isso. As
leis dessa cidade estão colocando a população LGBTQIA+ em alerta.
Lorenzo (sério): Estou com um péssimo pressentimento
em relação a isso.
Neste momento, Ilona aparece carregando duas malas.
Emese vislumbra a sua imagem e vai até o seu encontro. Elas se abraçam.
Emese: Que saudades! Desculpa te tirar do descanso,
mas acho que já estava na hora de voltar pra cá.
Ilona: Eu já iria voltar. Já estou a par de tudo que
está acontecendo. O Lorenzo fez questão de enviar um e-mail. Emese… O Konrad?
Emese: Tia, acho que ele está ficando cada vez mais
louco.
Ilona olha para Emese apreensiva. O celular de Emese
toca.
CORTA CENA
Cena 16 – Angyal Alimentos – Ext. - Noite
Gabor está com o seu carro estacionado em frente a
empresa Angyal. Ele entra em seu carro e sai em partida. Conecta seu telefone
no painel do seu carro e telefona para Emese.
Gabor (Tel.) Emese, você não vai acreditar! A Angyal
Alimentos conseguiu fechar uma parceria com uma empresa de cereais chinesa
Emese (Tel.) Parabéns, Gabor! Isso é totalmente mérito
seu. Obviamente estou feliz por todo esse processo de crescimento que a empresa
vem passando, mas ver que isso foi um resultado seu, me deixa orgulhosa.
Gabor é surpreendido por um carro que está fechando a
passagem do túnel. Ele freia bruscamente e tenta dar a volta, mas há outro
carro impedindo a sua passagem
Gabor (Tel.) Emese, tem algo acontecendo aqui no
túnel.
Emese(Tel): Como assim? O que está havendo?
Gabor: Há carros impedindo minha saída
Algumas pessoas saem dos carros e começam a atirar em
direção ao carro de Gabor. Um dos tiros pega em seu braço. É possível ouvir
diversos tiros
Sonoplastia de fundo: Yumejis Theme
A CAM em slow motion mostra de dentro do carro Gabor
sendo baleado diversas vezes. A sonoplastia vai ficando mais intensa.
É possível ouvir a voz de Emese ecoando no carro em um
grito que é abafado pela sonoplastia.
Os carros saem cortando pneu rapidamente. A CÂMERA
mostra o corpo de Gabor totalmente baleado.
Sárospatak
– Hungria
Cena 17 – Casa de Adam – Int. - Noite
Domokos e seus homens adentram o quarto, Adam está
sendo segurado pelos capangas.
Domokos: Meu querido, você sabe que os ratos foram
responsáveis pela dissipação da peste bubônica, não sabe?
Adam (chorando): Sim.
Domokos: Mas naquela época, as pessoas não costumavam
ser higiênicas e tampouco cheirosas. Estamos em um novo tempo, as pessoas fazem
questão de limpar as sujeiras e principalmente erradicar a contaminação das
doenças feitas por ratos, certo? Então, meu senhor Adam, esse é o meu trabalho,
acabar com os ratos para que os mesmos não se reproduzam.
Domokos faz um sinal com os dedos para os seus homens,
cerca de 9 homens. Eles rasgam os armários do quarto com tiros m
O pequeno cômodo está em fumaça, gritos são ouvidos,
até que são dissipados. Os corpos que estão com várias perfurações de tiro caem
no assoalho, manchando totalmente o local de sangue que logo forma uma poça.
Domokos: Viu, senhor Adam? Acabei de deixar sua casa
mais limpa. Mas veja bem, apesar disso tudo, ainda acho que fui traído. E
preciso descobrir quem te ajudou, ou serei obrigado a te matar e aposto que
você não quer deixar sua família desamparada, não é mesmo?
Adam (ainda chora): Foi ele (aponta para um homem
branco, cabelos pretos.)
Domokos vai até ele e retira a arma de sua mão. Ele desarma
a arma e percebe que nenhuma bala foi proferida.
Domokos (ri): Bom, acho que isso mostra mais do que
qualquer coisa.
Homem (desesperado): Por favor, Senhor, não faça nada,
eu te juro.
Domokos: Segurem-no.
Os capangas de Domokos seguram o outro homem que
ajoelha-se por contra vontade. Domokos pega um canivete e aproxima da testa do
homem que está com o olhar desesperado.
O vilão fere a testa e começa a fazer movimentos
contra o Homem que grita de dor. Sangue jorra. Domokos finaliza e deixa o homem
cair.
Close no rosto do homem que está com uma suástica
estampado na festa
A História não tem conexão real com a realidade.
O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia
ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código
Penal, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor.
DENUNCIE!
Fim do Capítulo 15
Obrigado pelo seu comentário!