(CENA 1 – Noite / Mansão Romano – Sala
de estar)
Todos da casa estavam na sala enquanto a ambulância levava
Raquel desmaiada em uma maca. Lurdes chorava e Cíntia fingia chorar um pouco.
Oscar e Cíntia saem de dentro da mansão e entram no carro de Oscar a caminho do
hospital. Quando Oscar estava prestes a ligar o carro, Bernarda chama a atenção
dos dois.
BERNARDA – Posso ir com vocês? – ela
pergunta ofegante.
OSCAR – Pode, mas para quê? – ele
pergunta confuso.
BERNARDA – Tenho que comprar umas
coisas no centro antes que dê 23h00. – Oscar e Cíntia olham para cima e
suspiram como sinal de frustação.
CÍNTIA – Pode vir, Bernarda. – ela diz
um pouco frustrada. Bernarda entra no carro e eles vão a caminho do hospital.
(CENA 2 – Noite / Hospital – Sala de
parto)
Raquel estava deitada na maca e os enfermeiros a levando em
companhia do médico para a sala do parto rapidamente. Eles a colocam na cama do
hospital, ela estava soando, gemendo e gritando muito alto, pela a dor do parto.
O médico repetia várias vezes para ela fazer mais força, ela já estava quase
totalmente esgotada. Se passou mais tempo e ela já tinha perdido tanto a noção
que começava a delirar e ver algumas visões que nunca tinha visto. De repente
tudo ficou preto na visão de Raquel, do nada surge uma luz branca que vai se
expandindo lentamente; ao chegar no nível máximo, alguma entidade começa a sair
de dentro da luz branca e vai se aproximando lentamente. A entidade estica o
seu braço para perto de onde Raquel estava e quando estava perto de encostar...
a luz branca se apaga surgindo um nevoeiro escuro acompanhado de uma luz negra.
Raquel anda para frente e vê uma parede enorme, ela dá um pequeno soco, a
parede por alguma razão era fofa como uma almofada, mas não era atoa, eram
realmente almofadas; Raquel vai batendo mais e mais até um buraco se abrir
entre a divisória; Ela começa a expandir o buraco afastando a distância das
almofadas com suas próprias mãos; Ao conseguir abrir um buraco satisfatório
para sua passagem, ela atravessa-o. Raquel cai dentro da superfície interna do
buraco de mãos, ela se apoia em suas mãos para não se dar de cara com o chão.
Do lado interno do buraco tudo era escuro e coberto de almofadas, como um
quarto de hospício, mas com nevoeiro ainda, contudo, Raquel vê uma mulher
sentada em posição fetal com a cabeça encostada nos joelhos; Raquel vai se
aproximando cada vez mais; Ao chegar perto, ela encosta na mulher, que vira a
sua cabeça e fica olho-a-olho com Raquel; A mulher tenta falar, ela solta uma
palavra lentamente com uma certa dificuldade.
MULHER – Filha? – ela pergunta com
muita dificuldade para falar e com uma lágrima saindo dos seus olhos verdes.
Raquel a enxuga com o seu polegar.
O chão debaixo da mulher começa a
afundar; uma mão sai de dentro do buraco que estava sendo criado e puxa a
mulher violentamente pelo o braço, a mulher cai dentro do buraco.
RAQUEL – MÃE! – ela grita altamente
enquanto olhava para dentro do buraco. Desesperada, Raquel pula dentro do
buraco.
Dentro do buraco a situação era diferente; um outro rapaz estava junto a
sua mãe, porém tentando a afogar em uma espécie de água que estava no chão
preto do lugar. Quanto mais Raquel se aproximava, mais ela conseguia reconhecer
o rosto do homem. Era Oscar Romano, ou no caso atual, seu sogro.
MULHER – Oscar! Por favor, para! – ela
grita desesperada. Em seguida, Oscar agarra os cabelos da mulher e leva o seu
rosto contra a água, tentando afogá-la; a mulher se contorce desesperadamente;
Raquel vai correndo até a sua direção.
Raquel se aproxima, mas quando chegou já não tinha mais nada; era como
se os dois tivessem... evaporados...
MÉDICO – Nasceu! – o médico diz
alegremente enquanto pegava a recém-nascida e a acomodava no seu braço; Raquel abre
os seus olhos imediatamente e começa a olhar para os lados desesperada. O
enfermeiro percebe e vira o seu olhar para o médico.
ENFERMEIRO – Doutor, a paciente
acordou! – ele adverte ao médico. O médico transfere a recém-nascida para a
enfermeira e se aproxima de Raquel.
MÉDICO – A senhora se lembra de algo? –
ele a pergunta.
RAQUEL – Mãe! – ela diz um pouco fora
de si ainda. O médico olha para o enfermeiro confuso.
MÉDICO – Ela ainda está delirando. –
ele sai de perto de Raquel e aponta para o enfermeiro pegar uma seringa. O médico
se aproxima da enfermeira. – Você fica cuidando da criança aqui no quarto
enquanto preparamos a incubadora. – ele ordena-a e sai de dentro do quarto
junto aos enfermeiros. O enfermeiro injeta a seringa com anestesia em Raquel e
em seguida se retira do quarto também. A enfermeira fica com a criança no colo,
sentada na poltrona, por ordem do médico.
(CENA 3 – Noite / Hospital – Sala de
espera)
Oscar, Cíntia e Bernarda estavam sentados nas cadeiras, ansiosos pelo
o resultado do parto pré-maturo. O médico chega e todos se levantam
rapidamente.
CÍNTIA – Então, Doutor? O que houve com
o meu neto? – ela pergunta “preocupada”, Bernarda a encara com um olhar
de deboche.
MÉDICO – Senhora Romano, posso falar
com a senhora à sós? – ele pergunta formalmente. Cíntia se preocupa ainda mais
e fica confusa.
BERNADA – Eu não posso escutar? – ela
pergunta curiosa.
OSCAR – Vamos logo, Bernarda! – ele
ordena-a; Bernarda aceita pacificamente e sai junto a ele da sala.
MÉDICO – Antes de lhe falar, o que houve
para que ocorresse esse parto pré-maturo? – ele pergunta desconfiado.
CÍNTIA – A Raquel caiu na escada, sorte
de ainda estar viva... Ela ainda está? – ela pergunta sorridente. O médico
solta um pequeno sorriso.
MÉDICO – Você nunca vai mudar esse seu
estilo psicopata, Cíntia. – ele diz sem esperança.
CÍNTIA – E nem você a sua corrupção
fácil, papai. – ela diz com um sorriso falso no rosto.
MÉDICO – Você só me procura para esses
seus casos de garota mimada também. – ele reclama.
CÍNTIA – Você concordou em roubarmos a
herança de Oscar Romano e para isso sacrifícios têm que ser feitos. – ela diz
sorridente ao seu pai. – Então vê se me diz de uma vez, o que houve com a
Raquel? – ela pergunta séria.
MÉDICO – Como você mesma disse, a queda
da escada foi a causadora do parto pré-maturo, porém nada de ruim aconteceu com
a Raquel ou o bebê. Os dois estão ótimos, somente o bebê que vai precisar de
cuidados a mais. – Cíntia range os dentes com ódio.
CÍNTIA – Essa maldita golpista não morre
não? – ela pergunta com ódio.
MÉDICO – A qual delas você está se
referindo, Cíntia? A Raquel, ou a você? – ele pergunta falsamente. Cíntia vira
o olhar para o seu pai instantaneamente. Ele sai do local e Cíntia fica
pensativa.
(CENA 4 – Noite / Hospital – Corredor)
O médico sai de dentro da sala de espera. Oscar e Bernarda o observam e
estranham não ter dito nada a eles, em seguida, sai Cíntia de dentro da sala
tristemente.
OSCAR – Cíntia, o que ele disse? – ele
pergunta preocupado e curioso. Oscar se levanta lentamente da cadeira.
CÍNTIA – Preciso ir no banheiro. – ela
diz secamente e caminha na direção do banheiro.
OSCAR – Mas... – Bernarda se levanta e
coloca a mão no ombro do irmão, enquanto ele via Cíntia ido até o banheiro.
BERNARDA – Paciência, Irmão. Sabe como
ela é sentimental e dramática...
OSCAR – Porque todos andam estranhos
hoje? – ele pergunta confuso.
BERNARDA – Talvez seja porque hoje é o
aniversário da Ana Paula. – ela diz normalmente.
OSCAR – Não cite esse nome novamente,
nunca mais! Principalmente perto da Raquel. – ele diz estressado.
BERNARDA – E por quê? Ainda acha que
ela é filha da... maluca? – ela muda a ideia de dizer o nome da “Paula” ao ver
o ódio impregnado na face de Oscar.
OSCAR – Ainda tenho minhas suspeitas,
ela tem a personalidade idêntica ao da nossa irmã. Quanto mais perto ela
estiver de nós, pior... – ele olha para frente com um olhar vazio.
(CENA 5 – Noite / Hospital – Banheiro
Feminino)
Cíntia olha atentamente para todas as direções, abre as portas de
todos os toilettes e fica de frente para o espelho. Ela liga para alguém pelo o
celular.
CÍNTIA – Débora, pode entrar em ação. –
ela fala sorridente enquanto olhava para frente.
(CENA 6 – Noite / Hospital – Sala de
parto)
Débora andava pelo o corredor do hospital, ela estava
totalmente irreconhecível pois estava de preto.
ENFERMEIRA – Se acalma, bebê. – ela diz
calmamente enquanto balança a recém-nascida no seu colo. Débora observava-a
atentamente e em seguida dá uma pequena batida na porta. – Tem alguém lá fora?
Estranho... – ela pergunta a si mesma. A enfermeira se levanta. – Fique um
pouquinho aí, não se mexa, por favor. – ela diz a recém-nascida e a deixa em
cima do trocador de fraldas. A enfermeira vai calmamente até a porta, Débora
estava encostada na parede do lado externo da sala. A enfermeira abre a porta
lentamente e observa se tem alguém no lado direito. Débora retira um revólver
do bolso. – Estranho... – ela estranha ao ver que não tem ninguém, ela vira seu
olhar lentamente para o lado esquerdo e quando ia virar totalmente... Débora
gira o revólver rapidamente e dá uma coronhada na testa da enfermeira. A
enfermeira cai no chão, nocauteada.
DÉBORA – Quase achei que não fosse
desmaiar, tem uma testa de amolar facão. – ela debocha enquanto observa a
enfermeira desmaiada. Débora pega a enfermeira, a segura no seu colo e entra na
sala, ela coloca-a sentada em uma poltrona. Débora vê a recém-nascida e vai
lentamente em sua direção, chegando perto dela, Débora a pega e encara-a. –
Você é bonitinha... porém, é um empecilho para minha vida e a do seu papai
Gustavo. – ela diz calmamente. Débora vê Raquel deitada na maca e se aproxima,
apertando o pulso dela fortemente. – Não conseguiu roubar o Gustavo de mim, maninha.
Quando acordar, vai ter que aceitar que EU ganhei a guerra e não você, maldita
Mosca-morta. – ela diz a Raquel odiosamente e em seguida sai da sala.
(CENA 7 – Noite / Hospital – Sala de
espera)
Cristina e Estevão entram na sala rapidamente e vão a caminho de
Oscar, Cíntia e Bernarda.
CRISTINA – Vim o mais rápido que eu
pude. – ela diz ofegante. – O que houve com a minha filha? Por quê a trouxeram
para cá? – ela pergunta preocupada.
OSCAR - *suspiro*; A Raquel caiu da
escada. – ele diz calmamente. Cristina arregala os olhos, inspira pela boca e
coloca a palma da mão sobre os lábios, surpresa.
CRISTINA – E como ela está? Minha filha
e minha neta estão bem, né? – ele pergunta nervosa e preocupada. Cíntia olha
para Oscar, nervosa.
OSCAR – Isso eu não sei ainda, a Cíntia
estava prestes a contar antes de vocês chegarem. – Cíntia arregala os olhos e
aponta para si mesma.
CRISTINA – Senhora, por favor, diga o
que houve com minha filha. – ela implora de frente para a Cíntia.
CÍNTIA – Peço que todos se acalmem e
sejam fortes com o que irei contar. – ela diz “preocupada” com a reação
dos familiares. – O médico me contou que a Raquel está bem. – Cristina suspira
aliviada. – Mas o bebê morreu. – Cristina arregala os olhos e perde o
equilíbrio, Estevão a coloca para sentar em uma das cadeiras da sala.
CRISTINA – Não... Não, não, não... –
ela diz desesperada enquanto chorava.
CÍNTIA – Eu sinto tanto pela Raquel e
pelo o meu neto. – ela diz “chorando” e Oscar a observa desconfiado.
Bernarda não se importa com a situação e sai da sala.
(Foca-se na face triste de todos que
estavam ali. A tela congela em um tom amarelado.)
Obrigado pelo seu comentário!