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A Voz de uma Mulher | 8° Capítulo - Uma perda irreparável




8° Capítulo – Uma perda irreparável

(CENA 1 – Noite / Mansão Romano – Sala de estar)

    Todos da casa estavam na sala enquanto a ambulância levava Raquel desmaiada em uma maca. Lurdes chorava e Cíntia fingia chorar um pouco. Oscar e Cíntia saem de dentro da mansão e entram no carro de Oscar a caminho do hospital. Quando Oscar estava prestes a ligar o carro, Bernarda chama a atenção dos dois.

BERNARDA – Posso ir com vocês? – ela pergunta ofegante.

OSCAR – Pode, mas para quê? – ele pergunta confuso.

BERNARDA – Tenho que comprar umas coisas no centro antes que dê 23h00. – Oscar e Cíntia olham para cima e suspiram como sinal de frustação.

CÍNTIA – Pode vir, Bernarda. – ela diz um pouco frustrada. Bernarda entra no carro e eles vão a caminho do hospital.

(CENA 2 – Noite / Hospital – Sala de parto)

    Raquel estava deitada na maca e os enfermeiros a levando em companhia do médico para a sala do parto rapidamente. Eles a colocam na cama do hospital, ela estava soando, gemendo e gritando muito alto, pela a dor do parto. O médico repetia várias vezes para ela fazer mais força, ela já estava quase totalmente esgotada. Se passou mais tempo e ela já tinha perdido tanto a noção que começava a delirar e ver algumas visões que nunca tinha visto. De repente tudo ficou preto na visão de Raquel, do nada surge uma luz branca que vai se expandindo lentamente; ao chegar no nível máximo, alguma entidade começa a sair de dentro da luz branca e vai se aproximando lentamente. A entidade estica o seu braço para perto de onde Raquel estava e quando estava perto de encostar... a luz branca se apaga surgindo um nevoeiro escuro acompanhado de uma luz negra. Raquel anda para frente e vê uma parede enorme, ela dá um pequeno soco, a parede por alguma razão era fofa como uma almofada, mas não era atoa, eram realmente almofadas; Raquel vai batendo mais e mais até um buraco se abrir entre a divisória; Ela começa a expandir o buraco afastando a distância das almofadas com suas próprias mãos; Ao conseguir abrir um buraco satisfatório para sua passagem, ela atravessa-o. Raquel cai dentro da superfície interna do buraco de mãos, ela se apoia em suas mãos para não se dar de cara com o chão. Do lado interno do buraco tudo era escuro e coberto de almofadas, como um quarto de hospício, mas com nevoeiro ainda, contudo, Raquel vê uma mulher sentada em posição fetal com a cabeça encostada nos joelhos; Raquel vai se aproximando cada vez mais; Ao chegar perto, ela encosta na mulher, que vira a sua cabeça e fica olho-a-olho com Raquel; A mulher tenta falar, ela solta uma palavra lentamente com uma certa dificuldade.

MULHER – Filha? – ela pergunta com muita dificuldade para falar e com uma lágrima saindo dos seus olhos verdes. Raquel a enxuga com o seu polegar.

    O chão debaixo da mulher começa a afundar; uma mão sai de dentro do buraco que estava sendo criado e puxa a mulher violentamente pelo o braço, a mulher cai dentro do buraco.

RAQUEL – MÃE! – ela grita altamente enquanto olhava para dentro do buraco. Desesperada, Raquel pula dentro do buraco.

    Dentro do buraco a situação era diferente; um outro rapaz estava junto a sua mãe, porém tentando a afogar em uma espécie de água que estava no chão preto do lugar. Quanto mais Raquel se aproximava, mais ela conseguia reconhecer o rosto do homem. Era Oscar Romano, ou no caso atual, seu sogro.

MULHER – Oscar! Por favor, para! – ela grita desesperada. Em seguida, Oscar agarra os cabelos da mulher e leva o seu rosto contra a água, tentando afogá-la; a mulher se contorce desesperadamente; Raquel vai correndo até a sua direção.

    Raquel se aproxima, mas quando chegou já não tinha mais nada; era como se os dois tivessem... evaporados...

MÉDICO – Nasceu! – o médico diz alegremente enquanto pegava a recém-nascida e a acomodava no seu braço; Raquel abre os seus olhos imediatamente e começa a olhar para os lados desesperada. O enfermeiro percebe e vira o seu olhar para o médico.

ENFERMEIRO – Doutor, a paciente acordou! – ele adverte ao médico. O médico transfere a recém-nascida para a enfermeira e se aproxima de Raquel.

MÉDICO – A senhora se lembra de algo? – ele a pergunta.

RAQUEL – Mãe! – ela diz um pouco fora de si ainda. O médico olha para o enfermeiro confuso.

MÉDICO – Ela ainda está delirando. – ele sai de perto de Raquel e aponta para o enfermeiro pegar uma seringa. O médico se aproxima da enfermeira. – Você fica cuidando da criança aqui no quarto enquanto preparamos a incubadora. – ele ordena-a e sai de dentro do quarto junto aos enfermeiros. O enfermeiro injeta a seringa com anestesia em Raquel e em seguida se retira do quarto também. A enfermeira fica com a criança no colo, sentada na poltrona, por ordem do médico.

(CENA 3 – Noite / Hospital – Sala de espera)

    Oscar, Cíntia e Bernarda estavam sentados nas cadeiras, ansiosos pelo o resultado do parto pré-maturo. O médico chega e todos se levantam rapidamente.

CÍNTIA – Então, Doutor? O que houve com o meu neto? – ela pergunta “preocupada”, Bernarda a encara com um olhar de deboche.

MÉDICO – Senhora Romano, posso falar com a senhora à sós? – ele pergunta formalmente. Cíntia se preocupa ainda mais e fica confusa.

BERNADA – Eu não posso escutar? – ela pergunta curiosa.

OSCAR – Vamos logo, Bernarda! – ele ordena-a; Bernarda aceita pacificamente e sai junto a ele da sala.

MÉDICO – Antes de lhe falar, o que houve para que ocorresse esse parto pré-maturo? – ele pergunta desconfiado.

CÍNTIA – A Raquel caiu na escada, sorte de ainda estar viva... Ela ainda está? – ela pergunta sorridente. O médico solta um pequeno sorriso.

MÉDICO – Você nunca vai mudar esse seu estilo psicopata, Cíntia. – ele diz sem esperança.

CÍNTIA – E nem você a sua corrupção fácil, papai. – ela diz com um sorriso falso no rosto.

MÉDICO – Você só me procura para esses seus casos de garota mimada também. – ele reclama.

CÍNTIA – Você concordou em roubarmos a herança de Oscar Romano e para isso sacrifícios têm que ser feitos. – ela diz sorridente ao seu pai. – Então vê se me diz de uma vez, o que houve com a Raquel? – ela pergunta séria.

MÉDICO – Como você mesma disse, a queda da escada foi a causadora do parto pré-maturo, porém nada de ruim aconteceu com a Raquel ou o bebê. Os dois estão ótimos, somente o bebê que vai precisar de cuidados a mais. – Cíntia range os dentes com ódio.

CÍNTIA – Essa maldita golpista não morre não? – ela pergunta com ódio.

MÉDICO – A qual delas você está se referindo, Cíntia? A Raquel, ou a você? – ele pergunta falsamente. Cíntia vira o olhar para o seu pai instantaneamente. Ele sai do local e Cíntia fica pensativa.

(CENA 4 – Noite / Hospital – Corredor)

    O médico sai de dentro da sala de espera. Oscar e Bernarda o observam e estranham não ter dito nada a eles, em seguida, sai Cíntia de dentro da sala tristemente.

OSCAR – Cíntia, o que ele disse? – ele pergunta preocupado e curioso. Oscar se levanta lentamente da cadeira.

CÍNTIA – Preciso ir no banheiro. – ela diz secamente e caminha na direção do banheiro.

OSCAR – Mas... – Bernarda se levanta e coloca a mão no ombro do irmão, enquanto ele via Cíntia ido até o banheiro.

BERNARDA – Paciência, Irmão. Sabe como ela é sentimental e dramática...

OSCAR – Porque todos andam estranhos hoje? – ele pergunta confuso.

BERNARDA – Talvez seja porque hoje é o aniversário da Ana Paula. – ela diz normalmente.

OSCAR – Não cite esse nome novamente, nunca mais! Principalmente perto da Raquel. – ele diz estressado.

BERNARDA – E por quê? Ainda acha que ela é filha da... maluca? – ela muda a ideia de dizer o nome da “Paula” ao ver o ódio impregnado na face de Oscar.

OSCAR – Ainda tenho minhas suspeitas, ela tem a personalidade idêntica ao da nossa irmã. Quanto mais perto ela estiver de nós, pior... – ele olha para frente com um olhar vazio.

(CENA 5 – Noite / Hospital – Banheiro Feminino)

   Cíntia olha atentamente para todas as direções, abre as portas de todos os toilettes e fica de frente para o espelho. Ela liga para alguém pelo o celular.

CÍNTIA – Débora, pode entrar em ação. – ela fala sorridente enquanto olhava para frente.

(CENA 6 – Noite / Hospital – Sala de parto)

    Débora andava pelo o corredor do hospital, ela estava totalmente irreconhecível pois estava de preto.

ENFERMEIRA – Se acalma, bebê. – ela diz calmamente enquanto balança a recém-nascida no seu colo. Débora observava-a atentamente e em seguida dá uma pequena batida na porta. – Tem alguém lá fora? Estranho... – ela pergunta a si mesma. A enfermeira se levanta. – Fique um pouquinho aí, não se mexa, por favor. – ela diz a recém-nascida e a deixa em cima do trocador de fraldas. A enfermeira vai calmamente até a porta, Débora estava encostada na parede do lado externo da sala. A enfermeira abre a porta lentamente e observa se tem alguém no lado direito. Débora retira um revólver do bolso. – Estranho... – ela estranha ao ver que não tem ninguém, ela vira seu olhar lentamente para o lado esquerdo e quando ia virar totalmente... Débora gira o revólver rapidamente e dá uma coronhada na testa da enfermeira. A enfermeira cai no chão, nocauteada.

DÉBORA – Quase achei que não fosse desmaiar, tem uma testa de amolar facão. – ela debocha enquanto observa a enfermeira desmaiada. Débora pega a enfermeira, a segura no seu colo e entra na sala, ela coloca-a sentada em uma poltrona. Débora vê a recém-nascida e vai lentamente em sua direção, chegando perto dela, Débora a pega e encara-a. – Você é bonitinha... porém, é um empecilho para minha vida e a do seu papai Gustavo. – ela diz calmamente. Débora vê Raquel deitada na maca e se aproxima, apertando o pulso dela fortemente. – Não conseguiu roubar o Gustavo de mim, maninha. Quando acordar, vai ter que aceitar que EU ganhei a guerra e não você, maldita Mosca-morta. – ela diz a Raquel odiosamente e em seguida sai da sala.

(CENA 7 – Noite / Hospital – Sala de espera)

    Cristina e Estevão entram na sala rapidamente e vão a caminho de Oscar, Cíntia e Bernarda.

CRISTINA – Vim o mais rápido que eu pude. – ela diz ofegante. – O que houve com a minha filha? Por quê a trouxeram para cá? – ela pergunta preocupada.

OSCAR - *suspiro*; A Raquel caiu da escada. – ele diz calmamente. Cristina arregala os olhos, inspira pela boca e coloca a palma da mão sobre os lábios, surpresa.

CRISTINA – E como ela está? Minha filha e minha neta estão bem, né? – ele pergunta nervosa e preocupada. Cíntia olha para Oscar, nervosa.

OSCAR – Isso eu não sei ainda, a Cíntia estava prestes a contar antes de vocês chegarem. – Cíntia arregala os olhos e aponta para si mesma.

CRISTINA – Senhora, por favor, diga o que houve com minha filha. – ela implora de frente para a Cíntia.

CÍNTIA – Peço que todos se acalmem e sejam fortes com o que irei contar. – ela diz “preocupada” com a reação dos familiares. – O médico me contou que a Raquel está bem. – Cristina suspira aliviada. – Mas o bebê morreu. – Cristina arregala os olhos e perde o equilíbrio, Estevão a coloca para sentar em uma das cadeiras da sala.

CRISTINA – Não... Não, não, não... – ela diz desesperada enquanto chorava.

CÍNTIA – Eu sinto tanto pela Raquel e pelo o meu neto. – ela diz “chorando” e Oscar a observa desconfiado. Bernarda não se importa com a situação e sai da sala.

(Foca-se na face triste de todos que estavam ali. A tela congela em um tom amarelado.)

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