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LÁGRIMAS EM SILÊNCIO - Capítulo 41

 



Novela de Adélison Silva 

Personagens deste capítulo

JANA
LAURA
GIOVANA
GENIVALDO
REBECA
RAVENA
BEATRIZ
FÁTIMA
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
VANESSA


Participação Especial:
RAFAEL, ALDAIR, SEGURANÇAS, NARA


CENA 01/INT/ BOUTIQUE DA RAVENA/ TARDE

Pandora vai chegando com um blog aberto em seu celular e já vai mostrando para as mães que estavam próximas ao balcão de atendimento.

 

RAVENA

- Que isso agora?

 

PANDORA

- É exatamente o que tô querendo saber. Nessa reportagem conta que Maciel foi atropelado lá no Acre. Olhe só, que coincidência, né? E tá aí a data, oh... um dia antes da gente vim pra cá. Cês vão me contar a verdade, ou ainda acho que sou trouxa de acreditar que tudo não passa de coincidência?

 

Ravena e Laura trocam olhares nervosos, percebendo que Pandora descobriu algo crucial.

 

RAVENA

- Pandora, agora cê tá acusando sua mãe de assassinato, é isso mesmo? Esse garoto tá fazendo uma lavagens em sua mente.

 

PANDORA

- Nem começa mãe Ravena, que Darlan tem nada a ver com isso! Olhe aqui, esse blog é do Acre. Lá do Rio Branco onde a gente morava. Sério mesmo que cês vão continuar com essa farsa?

 

LAURA

(chorando)

- Não meu amor. Vou lhe contar tudo do jeitinho que aconteceu, viu?

 

RAVENA

- Laura, cê não tem esse direito!

 

LAURA

- Será que cê não tá vendo a aflição de nossa filha, Ravena? Pandora tem o direito de saber de tudo. Não aguento mais esconder isso.

 

PANDORA

- Então me conte minha mãe. Maciel foi lá no Acre me procurar, não foi?

 

LAURA

- Isso mesmo. Sente aí minha filha que irei lhe contar tudo. 

 

CENA 02/ INT/ HOSPITAL/ LEITO/ TARDE

Raul está deitado em sua cama de hospital. Giovana está ao seu lado, segurando sua mão com carinho.  Rafael se aproxima, com um sorriso gentil.

 

RAUL

- E aí Doutor, vou finalmente poder ir pra casa?

 

RAFAEL

(com tranquilidade)

- Cê tá de alta sim, Raul!

 

Raul assente, demonstrando alívio, enquanto Giovana sorri.

 

RAUL

(comemorando)

- Graças a Deus, não vejo a hora de chegar em casa.

 

RAFAEL

(gentil)

- Te acalme! Cê tá de alta, mas lembre-se de seguir as orientações que lhe demos para os cuidados em casa e manter os retornos agendados conosco. Estamos fazendo o possível para encontrar um doador compatível para o transplante de medula.

 

GIOVANA

(com amor)

- Nós vamos continuar seguindo todas as recomendações, doutor. Obrigada por tudo.

 

O médico se despede e sai do quarto, deixando o casal a sós. Raul se esforça para se sentar na cama, e Giovana ajuda.

 

RAUL

(com determinação)

- Gih, tô tão feliz! Sei que ainda não tô curado, mas só em poder ir pra casa. Parecia que nunca mais iria poder ir pra minha casa. Quero que a nossa vida volte ao normal, prometo que de agora em diante vou cuidar ainda mais de minha saúde.

 

Giovana acaricia o rosto de Raul com ternura.

 

GIOVANA

(com carinho)

- Nossa vida voltará ao normal, eu acredito nisso. Vamos esperar pelo transplante, e tenha fé que tudo vai dar certo. Agora te arrume, homem e simbora!

 

CENA 03/ EXT/ PRAIA/ TARDE

Maria está sentada na areia com uma expressão preocupada. Darlan sentado ao seu lado.

 

MARIA

- Fico aqui avexada, viu Darlan? Como será que tá sendo a conversa dela com as mães?

 

DARLAN

- Cê acha mesmo que foi as mães dela que atropelou o seu pai?

 

MARIA

- Tudo indica que sim, né? Mas sei lá, é tão estranho achar que as mães dela fez isso.

 

DARLAN

- Bem, a Ravena tentou fazer o mesmo comigo, né?

 

MARIA

- Darlan, cê viu bem quem tentou lhe atropelar? Tem certeza que era a mãe de Pandora?

 

DARLAN

(firme)

- Tenho sim, Maria, era ela. E não foi acidental, ela tentou passar por cima de mim de propósito.

 

MARIA

(apreensiva)

- Ave Maria, comecei foi a ficar com medo dessa mulher.

 

DARLAN

- Se preocupe não meu amor, ela não lhe fará mal nenhum. A implicância dela é comigo.

 

MARIA

- Sei não, viu?

 

DARLAN

(cauteloso)

- Maria, queria conversar contigo sobre outra coisa... Eu lhe gosto demais. Vamos dá uma chance pra nós dois, vamos?

 

MARIA

- Oxente Darlan, que conversa é essa? Tem como a gente ficar junto não, viu? Cê tem que voltar é pra Pandora. Preciso ir embora!

 

Maria se levanta abruptamente e começa a se afastar. Darlan levanta tentando acalmá-la.

 

 

DARLAN

- Maria vai não, espera.

 

Maria vai embora deixando Darlan sozinho com um olhar perdido e confuso, tentando entender os sentimentos que o consomem.



 

CENA 04/ INT / CASA DA RAVENA/ COZINHA/ NOITE

Laura e Pandora estão de pé ao redor do balcão, preparando o jantar em um silêncio tenso. Ravena entra na cozinha, cumprimentando as duas com um sorriso animado.

 

RAVENA

- Boa noite, minhas lindas!

 

LAURA

(sem entusiasmo)

- Boa noite.

 

Pandora permanece em silêncio, seu olhar fixo na mãe, cheia de indignação.

 

RAVENA

(tentando amenizar)

- Oxente minha gente, que clima pesado é esse? Olhe, que tal sairmos para jantar fora hoje? Que cês acham? Podemos deixar o jantar pra amanhã.

 

PANDORA

(explodindo)

- Cê acha mesmo que tudo vai ficar bem se sairmos para jantar, minha mãe? Acabei de descobrir que cê é uma assassina e age como se nada tivesse acontecido!

 

RAVENA

- E o que cê planeja fazer, hein Pandora? Denunciar sua própria mãe pra polícia? É isso mesmo que cê vai fazer?

 

PANDORA

- Se quer mesmo saber, era isso mesmo que eu devia fazer.

 

RAVENA

(se alterando)

- Então vá, Pandora! O que tá esperando? Sou uma assassina, não sou? Então vá lá na polícia e me entrega.

 

LAURA

- Por favor, cês duas! Não vamos deixar a coisa pior do que já tá.

 

RAVENA

- Tudo o que fiz foi pra lhe proteger, minha filha. Cê não tem a menor noção de quem era aquele cara, e todo mal que ele já nos fez.

 

PANDORA

(chorando)

- Não vou denunciar ninguém, não. Mas não vou fazer isso por causa dela, de mãe Laura, não por sua causa.

 

Pandora sai enfurecida, deixando Ravena transtornada.

 

 

A discussão esquenta entre Pandora e Ravena. Laura observa a cena, sentindo-se dividida entre sua lealdade à filha e a relação com Ravena, sua parceira de longa data. Enquanto as palavras pesadas ecoam pela cozinha, a tensão atinge seu ápice, criando um clima insustentável na casa da Ravena.

 

 

CENA 05/ INT/ APT DOS REIS/ NOITE

Raul e Giovana estão de pé perto da janela, observando o mar à distância. O som das ondas quebrando cria uma trilha sonora suave para o momento.

 

RAUL

(suspira, olhando para o mar)

- Sabe, meu bem, sinto tanta falta de pegar onda. Se eu soubesse que passaria por tudo isso, teria me dedicado mais ao meu esporte preferido. O surf sempre foi minha essência. Lembra quando a gente se conheceu? Eu vivia na pra surfando.

 

Ele olha para Giovana, seu olhar cheio de determinação, mas também de uma tristeza profunda.

 

RAUL

(continua)

- A vida nos leva por caminhos tão diferentes, nos atropela com suas responsabilidades e correrias do dia a dia. Às vezes, perdemos as coisas mais essenciais no meio desse turbilhão. A morte tá tão perto de mim agora, que tudo que quero é me senti vivo...

 

GIOVANA

- Não vamos falar em morte. Esse é só um momento difícil, vamos passar por tudo isso.

 

RAUL

(preocupado)

- Tudo é tão incerto, né Gih?...

(se animando)

- Ei!... Amanhã de manhã, logo cedo, quero voltar ao mar. Sentir a água, as ondas... Bora?

 

GIOVANA

(rindo)

- Bora! Então amanhã cedo iremos a praia. Isso vai lhe fazer bem.

 

RAUL

- Lhe amo muito, viu? Lembre sempre disso.

 

GIOVANA

- Também lhe amo, meu preto.

 

Os dois se beijam.

 

 

CENA 06/ INT/ COLÉGIO CENTRAL/ PÁTIO/ DIA

Pandora, Darlan e Maria encontram um canto mais tranquilo para conversar.

 

PANDORA

(séria)

- A gente tava certa, viu Maria? Realmente foi as minhas mães que atropelaram Maciel. Esse era o grande segredo que elas escondiam.

 

MARIA
- Logo vi, havia muita coincidência, né?

 

DARLAN

- E agora, Pandora, o que cê pretende fazer?

 

PANDORA

- Nada. Não vou entregar minhas mães pra polícia, né? Mas a conta vai chegar, eles tão investigando e uma hora vão descobrir que foram elas.

(preocupada)

- E se elas forem presas, o que vou fazer?

 

DARLAN

- Calma Pandora, não vamos nos preocupar com isso agora. Muita coisa pode acontecer.

 

PANDORA

(mudando de assunto)

- E cês dois como estão?

 

DARLAN

(sorrindo)

- Não do jeito que eu queria.

 

MARIA

(evitando o olhar de Darlan)

- E como cê queria que estivéssemos?

 

PANDORA

- Juntos e felizes. Ah Maria, tá na cara que cê também goste de Darlan.

 

MARIA

(irritada)

- Vamos mudando o rumo da prosa que não tô gostando!

 

PANDORA

- Escute meu amor. Se sua preocupação sou eu, não te avexe. Eu e Darlan somos página virada. Né mesmo, Darlan?

 

DARLAN

- Maria já sabe o quanto gosto dela.

 

MARIA

(se alterando)

- Se cês continuarem com isso vou pra sala. Não quero ficar com ninguém, que saco!

 

Darlan e Pandora trocam um olhar divertido, entendendo a situação desconfortável de Maria. 

 

CENA 07/ EXT/ PRAIA/ DIA

Giovana e Raul estão sentados na areia, o som suave das ondas quebrando ao fundo.

 

RAUL

- Já fomos tão felizes, né? Lembra do início de nosso namoro? A gente vinha tantas vezes aqui nessa praia namorar. O que aconteceu, hein Giovana? Porque Kira agora faz parte de nossa história? Antes era só nós dois, e éramos tão felizes.

 

GIOVANA

(com sentimento)

- Oh meu amor! Sei que você tá magoado. Eu também tô. Mas o que aconteceu entre mim e Kira... Não foi planejado, não foi algo que eu busquei. Simplesmente aconteceu. Como o nosso amor aconteceu quando nos conhecemos. Eu lhe amo, Raul, de uma maneira que não consigo expressar com palavras. Mas... Mas também amo a Kira. E sei que é difícil de entender, mas é verdade. Cê pode não acreditar em mim, mas amo cês dois.

 

RAUL

- Não se culpe. Eu mesmo já lhe culpei muito, mas sei que cê não teve culpa. A gente nem sempre tem controle do que acontece em nossa vida. Olha essa doença, por exemplo. Sempre fui tão saudável, atlético. No entanto agora tô aqui, com os minutos contados.

 

GIOVANA

(com pesar)

- Oh meu amor, fico tão triste quando cê fala assim!

 

RAUL

- Quero que cê seja feliz, minha linda. Só assim vou ficar feliz. Cê me promete que vai fazer de tudo pra ser feliz?

 

GIOVANA

- Prometo que farei de tudo pra que a gente seja feliz. Cê é o amor de minha vida, Raul.

 

CENA 08/ INT/ BOUTIQUE DA RAVENA/ DIA

A boutique está calma, com algumas clientes experimentando roupas e Ravena organizando algumas peças. Laura se aproxima, visivelmente preocupada, e inicia a conversa.

 

LAURA

(preocupada)

- Estive olhando aquele blog que Pandora mostrou. O cerco tá fechando, Ravena. Acho que o melhor a ser feito é a gente procurar a polícia, tentar se explicar.

 

RAVENA

(furiosa)

- Nem pensar, Laura! Eu jamais farei isso. Se for preciso, eu simplesmente mudo de novo, vou para outro lugar. Mas não vou me entregar, jamais!

 

LAURA

(decidida)

- Desta vez, não conte comigo, viu? Não vou ficar fugindo como uma criminosa.

 

Ravena olha para Laura com raiva, sentindo-se traída.

 

RAVENA

- Cê é uma ingrata, viu Laura? Fiz tudo isso por você, pra lhe proteger. E agora o que ganho em troca? Cê que trouxe esse marginal pra nossa vida.

 

Joguei meu passado fora, só para que pudéssemos ter uma vida melhor.

 

LAURA

(com tristeza)

- Eu sei, meu amor, sei disso... Mas as coisas não podem continuar assim, né?  Não podemos fugir de nossos problemas pra sempre. Precisamos enfrentá-los, mesmo que seja difícil.

 

RAVENA

- Se cê tivesse ficado de boca fechada, as coisas talvez não teria chegado a tanto. Pandora não tinha que saber nada disso.

 

LAURA

- Mas não fui eu que contei, meu Deus! Foi ela que descobriu sozinha. O que tu queria? Que eu continuasse mentindo? Pandora não é tão boba assim não, Ravena.

 

 

CENA 09/ EXT/ PRAIA/ DIA

A praia está tranquila, Raul está sentado em uma cadeira de praia, o rosto pálido mas com um brilho nos olhos enquanto observa o mar. Giovana está ao lado dele.

 

RAUL

(sorrindo, fraco)

- Eu precisava vim aqui. Sentir essa areia no meu pé... Boa parte de minha juventude passei aqui perto desse mar. Engraçado, parecia que tudo era eterno e que a vida nunca teria fim... Por favor, meu amor, me ajude a chegar mais perto do mar. Quero sentir a água mais uma vez.

 

Giovana segura a mão de Raul e o ajuda a se levantar. Eles caminham juntos em direção ao mar. Ele dá alguns passos hesitantes, mas logo está brincando nas ondas com Giovana, rindo como se não houvesse amanhã. Depois de um tempo, Raul começa a se sentir fraco novamente.

 

GIOVANA

- Tá tudo bem?

 

RAUL

(ofegante)

- Sim! Mas brigar com a onda me deixou um pouco cansado.

 

GIOVANA

- Venha, vamos sentar lá na cadeira de novo. Não podemos abusar, né?

 

 

Giovana o leva de volta à cadeira de praia.

 

RAUL

(animado)

- Vai lá minha linda, mergulhe pra mim. Quero lhe ver mergulhando.

 

Giovana sorri e obedece. Ela entra no mar e mergulha, enquanto Raul a observa com um olhar carinhoso. Ela nada por um tempo, no entanto, quando ela olha pra praia, nota que Raul não está mais sorrindo. Ele está ofegante e pálido. Ela volta correndo.

 

GIOVANA

(preocupada)

- Raul? O que foi? Fale comigo meu amor!

 

Raul tenta falar, mas sua voz falha.

 

RAUL

(com dificuldade)

- Tenho sede, água, por favor...

 

Giovana corre para buscar água para ele. Quando volta, encontra Raul imóvel na cadeira, seus olhos parados. Ela tenta chamá-lo, mas ele não responde. O desespero toma conta dela enquanto ela verifica seus sinais vitais.

 

GIOVANA

(com lágrimas nos olhos)

- Raul? Raul, por favor, me responda! Não vá meu amor!

(gritando)

- Socorro, alguém me ajuda aqui!

 

Giovana abraça o corpo inerte de Raul, soluçando de tristeza e choque, sem acreditar no que acabou de acontecer. 

 

CENA 10/ INT/ CLÍNICA BIO IN VITRO/ CONSULTÓRIO DA BEATRIZ/ DIA

Beatriz examina Fátima que está deitada na maca de exames.

 

 

BEATRIZ

(sorrindo)

- Bem, Fátima, seu bebê tá se desenvolvendo perfeitamente. Tudo parece estar indo muito bem.

 

FÁTIMA

(aliviada)

- Isso é maravilhoso de ouvir, Dra. Beatriz. Tô tão apreensiva depois dos abortos que tive.

 

BEATRIZ

- Bem compreensivo. Mas desta vez vai ser diferente, tá ocorrendo tudo conforme o esperado.

 

FÁTIMA

(confiante)

- Sabe, Dra. Beatriz, desde que engravidei, as coisas entre eu e Jorge têm mudado pra melhor. Ele tá tão atencioso, tão carinhoso. Parece que finalmente deixou aquela outra mulher de lado.

 

Beatriz fica sem jeito diante do comentário de Fátima.

 

BEATRIZ

(disfarçando)

- Fico feliz por você. Que bom que cê e seu marido tão se entendendo.

 

FÁTIMA

(séria)

- Mas, não pensa a senhora que vou dar trégua, não. Olha só o que tenho aqui.

 

Fátima pega seu celular e abre um aplicativo de rastreamento.

 

FÁTIMA

(determinada)

- Eu instalei este aplicativo para rastrear o WhatsApp de Jorge. Tenho que garantir que ele não está mais envolvido com aquela mulher. Veja, aqui estão as mensagens recentes que ele trocou com algumas mulheres. Mas dei uma olhada, são só umas raparigas que vive dando em cima dele. Mas ele nem deu muita moral pra elas. Estou de olho em cada passo dele. Assim que ela vier falar com ele, vou pegá-lo no flagra.

 

Beatriz arregala os olhos, preocupada com o aplicativo de Fátima.

 

 

CENA 11/ EXT/ RUA/ TARDE

Rebeca e Vanessa estão paradas na calçada, conversando.

 

REBECA

(animada)

- Realmente quero ir, Vanessa. Preciso ver Júnior, tô que não aguento de saudade. Tenho que achar um jeito de sair, sem painho perceber.

 

VANESSA

- Bora logo hoje, viu Rebeca? O circo pode não ficar lá por muito tempo.

 

REBECA

(preocupada)

- Valha-me Deus! E agora o que faço?

 

VANESSA

(sorrindo)

- Já sei! Cê não disse que seu painho vai para o retiro mais tarde, e sua mainha vai visitar Eliete no manicômio? Pois então, é a oportunidade perfeita!

 

REBECA

(entusiasmada)

- E é mesmo, né? Oxente Vanessa, num é que cê tá certa.Vou já ajeitar minhas coisas.

 

 

CENA 12/ INT/ CLÍNICA BIO IN VITRO/ CONSULTÓRIO DA BEATRIZ/ TARDE

Beatriz entra no consultório puxando Jana pelo o braço.  

 

BEATRIZ

(nervosa)

- Jana, se Jorge se atrever a mandar mensagem pra mim. Tô perdida, viu? Cê acredita que a louca da mulher dele, instalou um aplicativo no celular dela capaz de hackear o celular do marido?

 

JANA
- É não doutora! E agora mulher?

 

BEATRIZ

- E agora tô perdida, né mesmo? Vai que o desavisado resolve me mandar mensagem. Imagina o escândalo que essa mulher vai fazer, se descobrir que eu sou a tal amante.

 

JANA

- Só tem uma saída, né Dra. Beatriz? Cê procurar Jorge pessoalmente e contar o que tá acontecendo.

 

BEATRIZ

- Cê tá certa, viu Jana? E tenho que fazer isso o quanto antes. Senão ele acaba me mandando mensagem.

 

 

CENA 13/ INT/ APT DOS REIS/ SALA DE ESTAR/ NOITE

Giovana está sentada no sofá, visivelmente emocionada. Genivaldo se aproxima, preocupado com a filha.

 

GIOVANA:

(com a voz embargada)

- O corpo de Raul foi levado para o IML. Eles vão liberá-lo para a cremação em breve. Era o desejo dele, né? Que as cinzas fossem jogadas no mar. Vou fazer tudinho do jeito que ele pediu.

 

Genivaldo a abraça, compreendendo a dor que ela está sentindo.

 

GIOVANA

- Tá difícil viu painho? Parece que tudo aconteceu tão de repente.

 

GENIVALDO

(suavemente)

- Vai ficar tudo bem, meu amor. Tô aqui pra lhe apoiar, sempre, viu?

 

Giovana se agarra ao abraço do pai, deixando as lágrimas finalmente escaparem.

 

 

CENA 14/ EXT/ ENTRADA DO CIRCO/ NOITE

Vanessa e Rebeca se aproximam da entrada do circo. Vanessa olha para Rebeca, curiosa.

 

VANESSA

- E aí, aqui estamos, agora me diga... Cê vai ficar com eles, ou vai voltar pra Salvador?

 

REBECA

(decidida)

- Largo mais meu pirulito não. Se Júnior quiser, vou ficar é aqui. Vou virar artista de circo.

 

VANESSA
- Então te avexe, pois o espetáculo já vai começar, temos que comprar o nosso ingresso.

 

REBECA

(preocupada)

- E se ele não querer me ver, Vanessa?

 

VANESSA
- A gente só vai saber tentando, né mesmo?

 

As duas se aproximam da bilheteria para comprar os ingressos.

 

VANESSA

- Duas meias, por favor, moça!

 

Aldair as vê e se aproxima com uma expressão de desagrado.

 

ALDAIR

(autoritário)

- Pode cancelar o ingresso dessas duas, viu Nara? Pois aqui elas não entram.

 

VANESSA

- Nós só queremos assistir o espetáculo.

 

ALDAIR

(com raiva)

- Espetáculo maior cês já fizeram. Não queremos gente como cês por aqui. Podem dar meia volta e fique longe de meu circo.

 

Rebeca começa a chorar, mas Vanessa a abraça, tentando confortá-la.

 

REBECA

(entre soluços)

- Só quero falar com meu Júnior. Por favor, nos deixem entrar, moço. Ou chame ele aqui, quero ver meu pirulito!

 

ALDAIR

(irritado)

- Pirulito tá no picadeiro agora. Não vou deixar cês se aproximarem dele. Vão simbora!

 

Aldair faz um gesto para os seguranças, indicando que eles devem intervir.

 

VANESSA

(desafiadora)

- Pois não vamos arredar o pé daqui, até falar com Júnior.

 

Aldair ordena aos seguranças que afastem as duas dali. Vanessa e Rebeca resistem, mas acabam sendo levadas para longe da entrada do circo. 






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