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SEM FRONTEIRAS - CAPÍTULO 10


WEB-NOVELA

CAPÍTULO #010

ESCRITA POR:

WANDERSON ALBUQUERQUE

CIBELLY ALMEIDA BORGES

CENA 01 – GALPÃO – INT. – DIA.

César e Catraca estão olhando ao redor. Algumas cargas estão sendo empacotadas.

CÉSAR – Aquela carga está indo para onde?

CATRACA – Suriname. Me certifiquei que fosse muito bem empacotada, já que da última vez tivemos um problema com eles.

CÉSAR – É, espero que esses problemas não se repitam, caso contrário, tiro você da jogada sem pensar duas vezes, Catraca.

CATRACA – Não precisa se preocupar, chefe. Estou fazendo tudo conforme o senhor pediu, pode ficar tranquilo.

CÉSAR – Acho bom. Temos que ficar bastante espertos, principalmente se alguém desconfiar que esse galpão está sendo usado como um ponto para distribuição de drogas por toda América Latina.

CATRACA – Mas você não tem seus amigos políticos que podem te ajudar a acobertar qualquer coisa?

CÉSAR – Isso não significa nada, meu jovem. Eu não confio em ninguém, nessa vida, precisamos sempre estar atentos, até mesmo naqueles que dizem que são nossos melhores amigos.

CATRACA – Gostei. É assim que se fala, chefe.

CÉSAR – Assim que a carga chegar ao Suriname, faça o favor de me avisar.

César entra em seu carro.

CORTA PARA:


ARACAJU - BRASIL

CENA 02 – MACEDO MÁRMORES – ESCRITÓRIO – INT. – DIA.

Fernando bebe um pouco d’água, quando a porta abre. Vitória adentra o escritório e ele leva um susto.

VITÓRIA – Acho que está precisando de um check-up, Fernando. Claro, só se você estiver devendo ou com medo de espíritos, o que eu acho muito difícil.

FERNANDO – Geralmente pessoas educadas são anunciadas antes de entrar dessa forma, Vitória.

VITÓRIA – Ah, me desculpe se eu quebrei os protocolos de etiqueta.

FERNANDO (APONTA PARA A CADEIRA) – Sente-se. Pelo nível da sua ironia, acho que o assunto é realmente sério.

VITÓRIA – Mas é claro que é. Eu jamais me deslocaria da minha casa nesse calor se não fosse um assunto sério.

FERNANDO – Pode começar.

VITÓRIA – Fernando, você comprou a casa de praia dos Dantas?

FERNANDO (SURPRESO) – Do que você está falando?

VITÓRIA – Ah, Fernando, pela sua péssima atuação, já posso pré-julgar que realmente há caroço nesse angu.

FERNANDO – O que você está sabendo?

VITÓRIA – Até o momento nada, mas agora que eu sei que há algo, você irá me contar, antes que a Elisa descubra.

FERNANDO – Como assim a Elisa? Está me ameaçando, Vitória?

VITÓRIA – Ameaçando? Claro que não! De onde você tirou isso? A Elisa me procurou, porque tem achado você ultimamente estranho, é óbvio que a primeira coisa que ela pensou foi em traição, mas conhecendo o cafajeste de meia tigela que você é, já descartei essa possibilidade pra ela. Eu sabia que você estava acobertando algo do Cícero.

FERNANDO – Você não pode se intrometer assim na minha vida, Vitória.

VITÓRIA – Isso não diz respeito a sua vida patética, seu idiota. Você está querendo jogar a reputação da sua família no lixo? Você tem noção que aquele imbecil do Cícero simplesmente roubou R$18 milhões da secretaria da saúde?

FERNANDO – Não foi nada comprovado ainda, Vitória.

VITÓRIA (RI) – Como não, seu cretino de merda? Aquele desgraçado esvaziou os cofres públicos e você diz que nada foi comprovado? Espero que saiba que o ministério público vai ficar na sua cola.

FERNANDO – Não estou gostando do tom dessa conversa, Vitória.

VITÓRIA – Mas é claro que não está. Você sabe que está errado. Já pensou se o Ministério Público descobre que você comprou a casa de praia do Cícero? Vão te colocar nas grades como cúmplice.

FERNANDO – Eu sei o que estou fazendo, não precisa ficar preocupada.

VITÓRIA – Se isso acontecer, a única coisa que eu torço é para que a Elisa largue você e o Chris tome repulsa ao seu nome.

Vitória sai e bate a porta com muita força. Close em Fernando que está pensativo.

CORTA PARA:

CENA 03 – APARTAMENTO – QUARTO DE CHRIS – INT. – DIA.

Chris entra em seu quarto e joga a mochila no quarto. Ele liga seu computador e acessa o MSN. Frank está online e a videochamada começa.

FRANK – Está tão cedo em casa!

CHRIS – Antes fosse cedo, porque meu dia foi um verdadeiro caos.

FRANK – Aconteceu alguma coisa?

CHRIS – Não... Quer dizer, sim, mas não quero falar nisso. Já percebeu que ultimamente nossas conversas são só para falar sobre problemas?

FRANK – É...

CHRIS – Ah, você disse que iria me contar algo. O que é?

FRANK – Chris, eu vou precisar ir para Londres.

CHRIS (EUFÓRICO) – Sério? Que massa, Frank. Eu sou um grande fã da One Direction, então meio que tenho uma utopia de visitar Londres.

FRANK – Que bom saber disso... Agora posso te zoar por gostar de One Direction.

CHRIS – Se falar mal de um deles, é claro que você levará um block. (risos).

FRANK (MUDA A EXPRESSÃO) – Mas não é só isso, Chris... É que infelizmente eu vou precisar morar lá. Vou fazer faculdade.

CHRIS – Ah, é isso? Não tem problema, Frank. Não é como se eu precisasse te ver imediatamente.

FRANK – Mas prometemos um ao outro que seriam três anos.

CHRIS – Não tem problema, Frank. Se você quiser terminar tudo, eu entendo, de verdade, mas por mim, isso não faz o menor sentido. Porque você pode ir para o Peru nas férias e posso te visitar.

FRANK – Isso é sério?

CHRIS – Mas é claro, Frank. Acho que existem obstáculos que precisam ser vencidos, mas está tudo bem.

FRANK – Desculpa se pareço um pouco pessimista em relação a tudo isso.

CHRIS – Talvez seja algo que eu precise lidar, não vai ser fácil, Frank, mas não precisamos deixar tudo mais difícil e simplesmente fugir, sabe?

Frank sorri e manda um beijo para Chris, que retribui.

CORTA PARA:

CENA 04 – PRAIA DA CINELÂNDIA – DIA.

SONOPLASTIA ON: POR MAIS QUE EU TENTE – MARJORIE ESTIANO.

Visão aérea da praia da Cinelândia com o sol ao fundo. O laranja toma conta do céu, anunciando o pôr do sol. Karol caminha pelo calçadão e cruza os braços contemplando o sol se pôr.

KAROL (SUSPIRA) – Tudo acontece por um motivo.

SONOPLASTIA OFF

Um ciclista (17) não vê Karol em sua direção, tenta desviar e acaba caindo. Ela se assusta e vai ajudá-lo.

KAROL (PREOCUPADA) – Meu Deus! Você está bem?

SEBASTIAN (LEVANTANDO-SE) – Está tudo bem, foi uma queda boba.

KAROL – Meu Deus, eu realmente não vi que você estava vindo, mil perdões.

SEBASTIAN – Não precisa pedir desculpas, eu estou bem, de verdade. Eu poderia ter prestado mais atenção, estava concentrado no meu mp3. (risos)

KAROL – Posso pagar uma água de coco? Não vou aceitar um não como resposta.

SEBASTIAN – Claro, mas só porque você quase me matou (risos). A propósito, meu nome é Sebastian.

KAROL – O meu é Karolaine, mas todo mundo me chama de Karol.

Karol ri timidamente.

FUSÃO COM:

CENA 05 – QUIOSQUE – TARDE.

Karol e Sebastian estão sentados bebendo água de coco e estão rindo bastante.

SEBASTIAN – Então quer dizer que você levou uma suspensão de três dias? Com essa carinha, nunca imaginei que fosse arrumar briga.

KAROL – Bom, você sabe, quando a gente descobre que meteram um par de chifres, revelamos nossos demônios.

SEBASTIAN – Mas você vai voltar para esse cara? Porque ele foi um tremendo babaca contigo.

KAROL – Ah, claro que não. Quero que ele e minha ex-melhor amiga se lasquem, mas não quero guardar rancor e nem nada.

SEBASTIAN – Eu te entendo.  Na verdade, não (risos)

KAROL – E o que você faz, Sr. Perfeito?

SEBASTIAN – Não sou tão perfeito assim, bom, na verdade sou sim. (risos). Eu acabei de passar no vestibular de medicina, claro, foi em uma faculdade particular, mas é algo que eu quero.

KAROL (IMPRESSIONADA) – Parabéns, não desmerecendo a faculdade particular, jamais, mas por quê não tenta a federal?

SEBASTIAN – Minha família... São complicados. Mas enfim, você já sabe o que vai cursar?

KAROL – Sim, sou apaixonada por biomedicina, desde pequena. Quero ser uma biomédica.

SEBASTIAN – Será uma ótima escolha e tenho certeza que terá um futuro brilhante.

Karol sorri.

CENA 06 – ESTÚDIO – INT. – NOITE.

Elisa e Isabel conversam e Chris aparece, cumprimenta Isabel e beija a sua mãe.

CHRIS – Desculpa o atraso, mas o Tom já tinha ido e também foi difícil encontrar um táxi.

ELISA – O erro foi meu em ter te deixado vir pra cá sozinho.

CHRIS – Relaxa, mãe. Eu estou bem.

ISABEL – Sua mãe está certa, Chris. Aracaju está cada vez mais perigosa e o poder público não faz nada a respeito disso.

CHRIS – É, mas estou aqui. Podemos começar?

ISABEL – Claro que sim. Separei algumas roupas. O Robson é o nosso fotografo e será ele quem fará todo o ensaio.

Isabel caminha em direção a arara de roupas e pega um terno azul e se aproxima de Chris e Elisa.

ELISA – Esse terno é lindo!

ISABEL – Não é? Eu fiz questão de pedir para o ateliê fazer esse terno para você, Chris. Está sob medidas.

CHRIS (RAIVA) – Eu não vou vestir isso.

ELISA (CONSTRANGIDA) – Como assim, meu filho? Tenha modos, por favor. Isso aqui é para a capa do jornal e também da revista.

CHRIS – Eu já falei! Não vou vestir isso. Esse azul anil é totalmente descabido. Esse terno está horrível, Isabel.

ISABEL – Christopher, eu entendo que talvez não seja o visual que vocês jovens gostem, mas é uma roupa somente para essas fotos, preciso que tire.

CHRIS – Qual o intuito de eu aparecer no jornal e na revista?

ELISA – Provar que o filho de Fernando Macedo e de Elisa Macedo está completando 15 anos e em breve será rei dos mármores, meu filho.

CHRIS – A única razão para eu ter aceitado foi simplesmente, porque vocês duas me disseram que seria bom para fazer caridade e não para fazer esse show que vocês querem. Eu só vou posar com essa roupa se eu escolher a matéria da revista e do jornal.

Elisa e Isabel trocam olharem preocupadas.

CORTA PARA:

CENA 07 – SHOPPING – INT. – NOITE.

SONOPLASTIA ON: SEND THE PAIN BELOW – CHEVELLE

Há uma intensa movimentação no shopping. Há uma pista de patinação de gelo no meio do shopping. Pessoas patinam e outras observam. Diversos flashs são disparados em direção a pista. Naya e Victor estão patinando de mãos dadas.

SONOPLASTIA OFF.

VICTOR – Amanhã eu vou para o kart. Quer ir comigo?

NAYA – Eu não sabia que você gostava de kart.

VICTOR – É, nem eu, mas eu apostei com uns amigos e quem vencesse ganharia um troféu, é claro que não recusei.

NAYA – Então, você quer faltar o colégio para ir ao kart?

VICTOR – Não, não. Será a noite. Acho que não tem problema, minha mãe também liberou.

NAYA – Depois desse último dia, o que mais preciso é uma distração.

Naya e Victor dão um selinho e voltam a patinar.

CORTA PARA:

LIMA – PERU

CENA 08 – APARTAMENTO – SALA DE JANTAR – INT. – NOITE.

Elena está colocando o jantar na mesa e Frank aparece.

ELENA – Vai ficar para o jantar?

FRANK – Não, eu vou jantar em casa mesmo. Só dei uma passada para pegar umas roupas minhas que estavam aqui, porque quero arrumar minhas malas para a viagem o quanto antes.

ELENA – Vou sentir sua falta. Não só a sua, mas também do Gael.

FRANK – Eu também vou.

ELENA – Ah, não quero que você fale nada pra ninguém sobre o CD vermelho, ouviu bem?

FRANK – Elena, não tem como fingir que nada aconteceu. Já parou pra perceber que o nosso pai é um traficante de drogas? Ele pode ser simplesmente chefe de um cartel de drogas.

ELENA – Eu sei, mas não podemos acusa-lo sem provas concretas, Frank. Esqueça o que ouviu e depois nós iremos resolver.

FRANK – Não quero conviver com isso, Elena.

ELENA – E por que vai se preocupar com isso, sendo que vai para Londres em alguns dias? Deixe isso comigo.

Frank assente.

CORTA PARA:

CENA 09 – RESTAURANTE – INT. – NOITE.

Marisa, César e Gael estão sentados à mesa. Há uma música calma no local e com uma iluminação bem aconchegante.

CÉSAR – Fico feliz por ter aceitado a ideia de morar com a sua tia, Gael.

GAEL – Eu sei que o plano de vocês é poder se livrar de mim e do Frank.

MARISA – Não fale uma tolice dessas! Se eu quisesse me livrar de vocês, teria abortado no momento que soube que estava grávida de vocês.

CÉSAR (REPREENDE MARISA) – Marisa!

MARISA – O que foi, César? Estou cansada dele e do Frank dizerem que não me importo com eles. Eu deveria mesmo era ter abandonado vocês na porta de um orfanato qualquer. Deveriam ser gratos a mim. Sou a mãe de vocês. Estou farta de tanto falatório em torno da dúvida da minha maternidade.

GAEL – Você deveria era ter lido algum livro ou coisa parecida para que não precisasse pisar tanto em mim e no Frank.

CÉSAR – Essa conversa já está indo longe demais.

MARISA – Não, César, deixe! Eu quero ver o que esse moleque tem a dizer.

GAEL – Não tenho nada. Já que a grande matriarca da família Santos Martini tem tanto a aprender, não serei professor de bons modos e de como deve cuidar de um filho.

MARISA (PEGA A FACA) – Escuta aqui, garoto. Não teste a minha paciência.

CÉSAR – Marisa, abaixe essa faca. Cuidado com o show.

GAEL – Deixa, pai. Quero ver se ela tem coragem de se mostrar a assassina. É essa Marisa que eu conheço.

Marisa larga a faca e sai. Todos ao redor olham.

CORTA PARA:

ARACAJU – BRASIL

NO OUTRO DIA...

CENA 10 – KART – NOITE.

Victor ajusta o capacete, aperta as luvas e respira fundo antes de acelerar para a pista. A corrida começa intensa, com os competidores disputando cada curva com habilidade e velocidade. Victor, determinado a alcançar a liderança, mantém focado em cada movimento.

NAYA (EUFÓRICA) – VAI, VICTOR!

Victor vê uma oportunidade de ultrapassagem e pressiona o acelerador ao máximo, tentando ganhar terreno. O kart dele desliza habilmente pelo lado de seu adversário, mas, inesperadamente, o kart à sua frente faz um movimento brusco.

NAYA (PREOCUPADA) – O que está acontecendo?

Os pneus se tocam, e o kart de Victor começa a girar descontroladamente. A multidão assiste em silêncio enquanto o kart de Victor rodopia pela pista, deixando uma nuvem de poeira no ar. O impacto acontece quando o kart de Victor colide com a barreira de proteção.

NAYA (DESESPERADA) – VICTOR!

A CENA CONGELA COM VICTOR DESMAIADO DENTRO DO KART


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