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A Voz de uma Mulher | 6° Capítulo - Primeiro beijo



6° Capítulo – Primeiro beijo

(CENA 1 – Tarde / Preciosa – Ruas do centro)

    Gustavo estava correndo à procura de Raquel com a esperança de encontrá-la.

GUSTAVO – Raquel! – ele grita ao avistá-la sentada na beirada da calçada. Ao escutar, Raquel se levanta e vai contra a direção ao seu encontro com Gustavo. – Raquel, por favor. – ele diz acelerando o passo e correndo ainda mais atrás de Raquel.

RAQUEL – Eu não quero conversar, Gustavo. – ela diz enquanto andava rapidamente contra a sua direção. Gustavo consegue a alcançar e a interrompe de passar. Raquel tenta passar pelo os lados, mas Gustavo a impede.

GUSTAVO – Agora você vai me escutar... – ele diz com um sorriso fofo no rosto. Raquel fica sem jeito e tenta desviar o olhar, mas solta um leve sorriso.

RAQUEL – Fala! – ela diz com uma pequena gargalhada.

GUSTAVO – Poderia conceder a esse velho cavalheiro a explicação do porquê escapou? – ele diz em um sotaque português, fazendo Raquel sorrir novamente.

RAQUEL – Simples, porque eu estava segurando vela para você e para minha irmã. – ela diz com um sorriso no rosto.

GUSTAVO – Não... Você entendeu tudo errado... – ele faz Raquel solta outra gargalhada. – Mas por que está rindo? Isso é uma conversa séria! – ele diz tentando imitar a voz do seu pai, fazendo Raquel não parar de rir.

RAQUEL – Para... – ela diz um pouco ofegante por tanto rir. – Se soltar mais alguma coisa engraçada eu me desmonto toda. – Raquel dá um pequeno tropeço, mas Gustavo a segura pela a cintura, fazendo com que os dois se encarassem próximos um ao outro.

GUSTAVO – Tem certeza que já não está se desmontando? – ele diz em um tom galanteador. Raquel cai em risadas mais uma vez, se afastando de Gustavo.

RAQUEL – Perdão, Gustavo, mas não tem como lhe levar a sério. – ela diz em meio a gargalhadas.

GUSTAVO – Eu sei, é que acho que é a única maneira que tenho para abafar a tristeza, essa maneira e... – ele se aproxima de Raquel. - ...o amor. – ele pega Raquel pela a cintura e “cola” as suas testas, fazendo com que roçassem os narizes. – Então por isso que lhe peço, Raquel, me beija. - Raquel fica um pouco surpresa.

RAQUEL – Gustavo... – ela diz um pouco nervosa.

GUSTAVO – Shiu, não diga nada. Só aja. – ele diz calmamente. Os dois conseguiam sentir a própria respiração de tão perto que estavam, Gustavo aproxima os seus lábios aos de Raquel lentamente. Chegam cada vez mais e mais perto e quando menos Raquel esperava os seus lábios já estavam colados. Gustavo fazia leve movimentos com seus lábios, fazendo com que Raquel ficasse sem ação por um tempo. Com o tempo, Raquel foi agindo lentamente e fazendo com que fosse um beijo longo e duradouro. Os dois se afastaram por falta de ar. Raquel e Gustavo ficaram se encarando vergonhosamente em silêncio e soltando alguns pequenos sorrisos sem graça.

(CENA 2 – Noite / Fazenda Montenegro – Sala de jantar)

    Otávio estava sentado na cadeira que estava ao redor da mesa, ele estava comendo com sua esposa.

OTÁVIO – Amor, você viu que hoje enterraram o corpo da Joana Romano? – ele pergunta enquanto lia o jornal.

CARLA – Claro que vi, não se comenta nada mais além disso nessa cidade. – Carla deixa se senta na cadeira da mesa. – Coitada, ela era tão jovem.

OTÁVIO – Ela foi encontrada morta no hotel do marido, no mínimo suspeito. Parece que ela caiu da janela do 3° andar, segundo o que diz aqui ela morreu pelo o impacto da queda. Como essa mulher caiu dessa janela? – ele pergunta desconfiado.

CARLA – Quero ver é que fim vai tomar o programa dela, acho que nunca vai ter uma mulher com uma voz melhor que a dela.

OTÁVIO – Não é o que diz na próxima página daqui.

CARLA – Do que você está falando, Otávio?

OTÁVIO – Aqui diz o seguinte: “A Voz de uma Mulher – A Farsa” – ele lê o título da matéria do jornal. – Aqui diz que ela morreu pela a burrice de se casar com o Oscar. – Otávio solta uma pequena gargalhada.

CARLA – Isso é um absurdo! Eles não podem falar uma barbaridade dessa, a culpa não foi dela, além do mais nem se sabe se foi violência doméstica. – ela diz em um tom de indignação.

OTÁVIO – Acho que você está levando isso muito a sério, Carla.

CARLA – Claro que estou, Otávio. Eu não quero ser a próxima Joana Romano

OTÁVIO – Você está dizendo que eu estou no mesmo nível do Oscar Romano?

CARLA – Não, você não é, mas tenho medo de que se torne um. – ela diz preocupada.

OTÁVIO – Acho bom nós encerramos esse assunto por aqui. – Carla fica em silêncio. – Já pensou na ideia de ter um herdeiro? – ele pergunta esperançoso.

CARLA – Não. – ela diz secamente. – Eu não quero ter um filho, não nesse momento.

OTÁVIO – Bem, você quem decide.

(CENA 3 – Noite / Mansão Romano – Quarto de Gustavo)

    Gustavo e Raquel entram no quarto de mãos dadas. Gustavo fecha a porta e em seguida a tranca.

RAQUEL – Gustavo, por quê está trancando a porta?

GUSTAVO – Ué, para ninguém entrar aqui e ver nós dois juntos. – ele diz com um sorriso malicioso.

RAQUEL – Você sabe que eu nunca me relacionei com ninguém... – ela diz um pouco nervosa.

GUSTAVO – Não, Raquel. Nós não iremos fazer nada do que você deve estar pensando, só tranquei para termos um pouco de privacidade.

RAQUEL – Ah, sendo assim eu concordo, além do mais... – Gustavo a interrompe ao agarrar Raquel com suas mãos e a levantar até o seu colo. – Gustavo! – ela diz assustada enquanto sorria alegremente.

GUSTAVO – Que foi, está com medo por eu estar lhe carregando? – ele pergunta rindo também. Gustavo gira um pouco enquanto segurava Raquel.

RAQUEL – Gustavo, me solta! – ela manda enquanto sorri.

GUSTAVO – Certo! – ele diz cinicamente e a joga levemente na cama.

RAQUEL – Gustavo! – ela diz o repreendendo.

GUSTAVO – Perdão, mas você me disse para lhe soltar. – ele diz com um sorriso no rosto.

RAQUEL – Eu vou aí tirar esse sorriso do seu rosto. – Raquel se levanta da cama e vai correndo até Gustavo. Ela tenta fazer cócegas nele, mas Gustavo segura as suas mãos e aproxima-a para perto dele. Perto o suficiente para eles ficarem colados.

GUSTAVO – Você sabia que você foi a coisa mais importante que surgiu na minha vida? – ele pergunta calmamente enquanto estava próximo a ela. Eles estavam tão perto que Raquel conseguia sentir o ar enquanto ele falava.

RAQUEL – E acha que você também não? – ela pergunta enquanto os dois roçavam os narizes.

GUSTAVO – Então fale... – eles afastam as faces um pouco. – Fale o que sente por mim. – ele diz calmamente enquanto os dois estavam “hipnotizados”.

RAQUEL – Se eu for falar o que sinto eu vou demorar mais de meia hora. – ela ri um pouco, fazendo Gustavo ri também.

GUSTAVO – Ah, não exagera. – ele diz um pouco sem graça.

RAQUEL – Não, não é exagero. É o mais puro dos meus sentimentos. – ela diz se aproximando mais de Gustavo.

OSCAR – Gustavo! – ele grita batendo na porta.

RAQUEL – É o seu pai? – ela pergunta baixinho e assustada.

GUSTAVO – Sim! – ele diz baixinho também. – Se esconda lá dentro do banheiro, por favor. – ele diz enquanto aponta para a porta do banheiro.

RAQUEL – Claro que vou, amor. – ela dá um selinho rápido em Gustavo. – Além do mais seu pai me odeia. – ela diz enquanto já fechava a porta do banheiro.

OSCAR – Gustavo!! – ele grita e bate forte na porta.

GUSTAVO – Já vou, pai! – ele grita enquanto olhava um pouco para a porta do banheiro. Gustavo abre a porta.

OSCAR – Por quê a porta deste quarto estava trancada? – ele pergunta irritado enquanto entrava no quarto.

GUSTAVO – Por que ele é meu? – ele diz cinicamente.

OSCAR – Mais um dos seus cinismos. Quer saber o que um deles provocou? – ele joga o papel que estava na sua mão para Gustavo.

GUSTAVO – O que é isso? – ele diz enquanto pegava o papel.

OSCAR – É um pedaço do jornal, leia! – ao ler a notícia Gustavo muda a sua feição.

GUSTAVO – Isso é um absurdo! – ele diz indignado.

OSCAR – Eu sei, e isso tudo é culpa das suas paranoias! – ele diz furioso. – Você disse aos quatro ventos que a Cíntia era minha amante.

GUSTAVO – E não é? – ele diz em tom de deboche. Oscar solta um suspiro e vai embora do quarto. Gustavo solta uma gargalhada, fecha a porta e abre a porta do banheiro.

RAQUEL – Finalmente, não aguentava mais ficar lá dentro. – ela diz um pouco ofegante.

GUSTAVO – Você só ficou cinco minutos no banheiro... – ele diz com um sorriso no rosto.

RAQUEL – Um minuto lá dentro parece uma hora. – ela diz ainda ofegante. – Bom, acho que já corri perigos demais por aqui hoje. Acho que já vou para casa.

GUSTAVO – Mas já? – ele faz biquinho de pato com a boca para Raquel beijar. Raquel dá um selinho.

RAQUEL – Já é tarde, se eu ficar mais tempo minha mãe me mata. Tchau! – ela dá um beijo em Gustavo, mas dessa vez era um beijo longo. Eles se afastam por falta de ar e Raquel sorri para Gustavo, ela vai embora do quarto.

(CENA 4 – Tarde / Igreja – Casamento de Oscar Romano e Cíntia González)

    MESES DEPOIS...

   Todos os convidados estavam sentados nas cadeiras, até chegar Cíntia que estava vestida de noiva. Todos que estavam sentados se levantam e observam Cíntia até ela subir ao altar de madeira. Oscar segura em sua mão e a beija.

GUSTAVO – Interesseira... – ele diz baixinho enquanto encarava Cíntia.

RAQUEL – Gustavo! – ela diz também baixinho, o repreendendo.

GUSTAVO – Desculpa, amor! É que eu não gosto e muito menos confio nessa mulher, além do mais não sei como consegue trabalhar sendo vice dela.

RAQUEL – Amor, preste atenção no casamento se não vão suspeitar. – ela diz e cruza o seu braço com o de Gustavo, Raquel sorri para ele. Débora observa a relação e a química de Raquel e Gustavo com um olhar invejoso.

PADRE – O senhor Romano promete amar e respeitar a senhora González até que a morte os separe? – Oscar olha para Cíntia com um sorriso no rosto.

OSCAR – Claro! – Gustavo olha para o lado e Raquel diz para ele se acalmar.

PADRE – E a senhora González, promete amar e respeitar o senhor Romano na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

CÍNTIA – Prometo! – ela diz confiante. – Na pobreza não prometo tanto... – Cíntia pensa cinicamente.

PADRE – Se alguém for contra essa união, que fale agora ou cale-se para sempre. – alguém chega pela o portão de entrada da igreja calmamente, chamando a atenção de todos.

BERNARDA – Eu tenho algo contra essa união! – ela grita altamente em uma pose chamativa. Os olhares de todos se focam nela.

OSCAR – Mas o quê significa isto, Bernarda?! – ele pergunta furioso.

BERNARDA – Não posso permitir que você suje a imagem da nossa família com mais uma interesseira! – ela grita. Furioso, Oscar vai rapidamente até Bernarda e a segura pelo o braço fortemente.

OSCAR – Que merda você pensa que está fazendo? – ele pergunta furiosamente, mas baixinho perto do ouvido de Bernarda.

BERNARDA – Você já sabe a fama de interesseiras que já circulou pela a nossa família, não quero outra Ana Paula na minha vida, Oscar. – ela diz também baixinho.

OSCAR – Não se meta no que não é da sua conta. Bernarda. Então vê se sai dessa igreja pacificamente. – Bernarda puxa o seu braço da mão de Oscar e se solta. Ela sai furiosa da igreja.

PADRE – Podemos continuar com a cerimônia?

OSCAR – Claro, Padre! – ele diz retornando rapidamente ao altar.

PADRE – O noivo pode beijar a noiva. – Oscar e Cíntia sorriem uma para o outro e se beijam. Os convidados se levantam e batem palmas, menos Gustavo.

    Oscar e Cíntia saem correndo alegres e de mãos dadas de dentro da igreja, eles recebem chuva de arroz e ao chegar no final da pequena escadaria eles se beijam novamente.

(CENA 5 – Noite / Mansão Romano – Sala de estar)

   Oscar e Cíntia entram na mansão lentamente. Cíntia olha todos os arredores da mansão com os olhos brilhantes.

CÍNTIA – Isso, agora isso tudo é meu. – ela diz confiante a si mesma. – Agora eu sou a senhora Romano, dona e herdeira dessa mansão.

LURDES – Seja bem-vinda, senhora González. – ela diz alegre enquanto se aproxima de Cíntia.

CÍNTIA – Senhora Romano! – ela grita a repreendendo. Assustada, Lurdes fica parada. – Meu sobrenome não é mais González e sim Romano. Sou a dona e senhora dessa mansão.

LURDES – Perdão, senhora. – ela diz tristemente e sai da sala.

CÍNTIA – Vou ter que educar bem esses funcionários... – ela diz a si mesma, determinada.

(CENA 6 – Manhã / Casa dos Hoffman – Banheiro do Quarto de Raquel)

    Raquel estava com um teste de gravidez em mãos, ela se senta no toilette e urina no teste. Ela sai animada de dentro do banheiro e vira lentamente o teste.

RAQUEL – Deu positivo! – ela grita altamente feliz. Fazendo todos da casa se assustarem.

DÉBORA – O que houve, maninha? – ela pergunta assustada enquanto se segurava na porta do quarto.

RAQUEL – Débora, se prepare para a bomba. – ela diz ainda alegre e pulando de alegria. Débora fica um pouco assustada. – Eu, sua maninha, estou grávida! – ela diz alegremente. Débora muda a sua feição e fica visivelmente enojada.

DÉBORA – Grávida? = ela pergunta calmamente e pensativa. Ela claramente não gostou da notícia e sai lentamente do quarto.

RAQUEL – Débora! – ela grita chamando-a, mas a própria ignora.

(CENA 7 – Manhã / Casa dos Hoffman – Quarto de Débora)

    Débora entra no seu quarto rapidamente e fecha fortemente a porta de madeira. Ela vai correndo até a sua cama e se joga em lágrimas pelo o travesseiro.

DÉBORA – Te odeio, Ana Raquel. Te odeio com toda as minhas forças, mas não devo odiar mais que essa maldita criança que espera agora! – ela grita furiosa com o queixo no travesseiro. Débora salivava de raiva e fricciona os dentes. – Se o Gustavo tiver um filho da Raquel, eu nunca poderei ser feliz ao seu lado. – ela arregala os olhos e diz furiosa a si mesmo enquanto ao mesmo tempo chorava de raiva.

   Débora fica um tempo longo em silêncio e pensativa.

DÉBORA – Você não vai ter essa criança, Raquel! – ela afirma furiosa a si mesma com os olhos arregalados.

(Se-foca na face furiosa de Débora, a tela congela em um tom amarelado.)

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