(CENA
1 – Tarde / Preciosa – Ruas do centro)
Gustavo estava
correndo à procura de Raquel com a esperança de encontrá-la.
GUSTAVO
– Raquel! – ele grita ao avistá-la sentada na beirada da calçada. Ao escutar,
Raquel se levanta e vai contra a direção ao seu encontro com Gustavo. – Raquel,
por favor. – ele diz acelerando o passo e correndo ainda mais atrás de Raquel.
RAQUEL
– Eu não quero conversar, Gustavo. – ela diz enquanto andava rapidamente contra
a sua direção. Gustavo consegue a alcançar e a interrompe de passar. Raquel
tenta passar pelo os lados, mas Gustavo a impede.
GUSTAVO
– Agora você vai me escutar... – ele diz com um sorriso fofo no rosto. Raquel
fica sem jeito e tenta desviar o olhar, mas solta um leve sorriso.
RAQUEL
– Fala! – ela diz com uma pequena gargalhada.
GUSTAVO
– Poderia conceder a esse velho cavalheiro a explicação do porquê escapou? –
ele diz em um sotaque português, fazendo Raquel sorrir novamente.
RAQUEL
– Simples, porque eu estava segurando vela para você e para minha irmã. – ela
diz com um sorriso no rosto.
GUSTAVO
– Não... Você entendeu tudo errado... – ele faz Raquel solta outra gargalhada.
– Mas por que está rindo? Isso é uma conversa séria! – ele diz tentando imitar
a voz do seu pai, fazendo Raquel não parar de rir.
RAQUEL
– Para... – ela diz um pouco ofegante por tanto rir. – Se soltar mais alguma
coisa engraçada eu me desmonto toda. – Raquel dá um pequeno tropeço, mas
Gustavo a segura pela a cintura, fazendo com que os dois se encarassem próximos
um ao outro.
GUSTAVO
– Tem certeza que já não está se desmontando? – ele diz em um tom galanteador.
Raquel cai em risadas mais uma vez, se afastando de Gustavo.
RAQUEL
– Perdão, Gustavo, mas não tem como lhe levar a sério. – ela diz em meio a
gargalhadas.
GUSTAVO
– Eu sei, é que acho que é a única maneira que tenho para abafar a tristeza,
essa maneira e... – ele se aproxima de Raquel. - ...o amor. – ele pega Raquel
pela a cintura e “cola” as suas testas, fazendo com que roçassem os narizes. –
Então por isso que lhe peço, Raquel, me beija. - Raquel fica um pouco surpresa.
RAQUEL
– Gustavo... – ela diz um pouco nervosa.
GUSTAVO
– Shiu, não diga nada. Só aja. – ele diz calmamente. Os dois conseguiam sentir
a própria respiração de tão perto que estavam, Gustavo aproxima os seus lábios
aos de Raquel lentamente. Chegam cada vez mais e mais perto e quando menos
Raquel esperava os seus lábios já estavam colados. Gustavo fazia leve
movimentos com seus lábios, fazendo com que Raquel ficasse sem ação por um
tempo. Com o tempo, Raquel foi agindo lentamente e fazendo com que fosse um
beijo longo e duradouro. Os dois se afastaram por falta de ar. Raquel e Gustavo
ficaram se encarando vergonhosamente em silêncio e soltando alguns pequenos
sorrisos sem graça.
(CENA
2 – Noite / Fazenda Montenegro – Sala de jantar)
Otávio estava
sentado na cadeira que estava ao redor da mesa, ele estava comendo com sua
esposa.
OTÁVIO
– Amor, você viu que hoje enterraram o corpo da Joana Romano? – ele pergunta
enquanto lia o jornal.
CARLA
– Claro que vi, não se comenta nada mais além disso nessa cidade. – Carla deixa
se senta na cadeira da mesa. – Coitada, ela era tão jovem.
OTÁVIO
– Ela foi encontrada morta no hotel do marido, no mínimo suspeito. Parece que ela
caiu da janela do 3° andar, segundo o que diz aqui ela morreu pelo o impacto da
queda. Como essa mulher caiu dessa janela? – ele pergunta desconfiado.
CARLA
– Quero ver é que fim vai tomar o programa dela, acho que nunca vai ter uma
mulher com uma voz melhor que a dela.
OTÁVIO
– Não é o que diz na próxima página daqui.
CARLA
– Do que você está falando, Otávio?
OTÁVIO
– Aqui diz o seguinte: “A Voz de uma Mulher – A Farsa” – ele lê o título da
matéria do jornal. – Aqui diz que ela morreu pela a burrice de se casar com o Oscar.
– Otávio solta uma pequena gargalhada.
CARLA
– Isso é um absurdo! Eles não podem falar uma barbaridade dessa, a culpa não
foi dela, além do mais nem se sabe se foi violência doméstica. – ela diz em um
tom de indignação.
OTÁVIO
– Acho que você está levando isso muito a sério, Carla.
CARLA
– Claro que estou, Otávio. Eu não quero ser a próxima Joana Romano
OTÁVIO
– Você está dizendo que eu estou no mesmo nível do Oscar Romano?
CARLA
– Não, você não é, mas tenho medo de que se torne um. – ela diz preocupada.
OTÁVIO
– Acho bom nós encerramos esse assunto por aqui. – Carla fica em silêncio. – Já
pensou na ideia de ter um herdeiro? – ele pergunta esperançoso.
CARLA
– Não. – ela diz secamente. – Eu não quero ter um filho, não nesse momento.
OTÁVIO
– Bem, você quem decide.
(CENA
3 – Noite / Mansão Romano – Quarto de Gustavo)
Gustavo e Raquel entram no quarto de mãos
dadas. Gustavo fecha a porta e em seguida a tranca.
RAQUEL
– Gustavo, por quê está trancando a porta?
GUSTAVO
– Ué, para ninguém entrar aqui e ver nós dois juntos. – ele diz com um sorriso
malicioso.
RAQUEL
– Você sabe que eu nunca me relacionei com ninguém... – ela diz um pouco
nervosa.
GUSTAVO
– Não, Raquel. Nós não iremos fazer nada do que você deve estar pensando, só tranquei
para termos um pouco de privacidade.
RAQUEL
– Ah, sendo assim eu concordo, além do mais... – Gustavo a interrompe ao agarrar
Raquel com suas mãos e a levantar até o seu colo. – Gustavo! – ela diz
assustada enquanto sorria alegremente.
GUSTAVO
– Que foi, está com medo por eu estar lhe carregando? – ele pergunta rindo
também. Gustavo gira um pouco enquanto segurava Raquel.
RAQUEL
– Gustavo, me solta! – ela manda enquanto sorri.
GUSTAVO
– Certo! – ele diz cinicamente e a joga levemente na cama.
RAQUEL
– Gustavo! – ela diz o repreendendo.
GUSTAVO
– Perdão, mas você me disse para lhe soltar. – ele diz com um sorriso no rosto.
RAQUEL
– Eu vou aí tirar esse sorriso do seu rosto. – Raquel se levanta da cama e vai
correndo até Gustavo. Ela tenta fazer cócegas nele, mas Gustavo segura as suas
mãos e aproxima-a para perto dele. Perto o suficiente para eles ficarem
colados.
GUSTAVO
– Você sabia que você foi a coisa mais importante que surgiu na minha vida? –
ele pergunta calmamente enquanto estava próximo a ela. Eles estavam tão perto
que Raquel conseguia sentir o ar enquanto ele falava.
RAQUEL
– E acha que você também não? – ela pergunta enquanto os dois roçavam os
narizes.
GUSTAVO
– Então fale... – eles afastam as faces um pouco. – Fale o que sente por mim. –
ele diz calmamente enquanto os dois estavam “hipnotizados”.
RAQUEL
– Se eu for falar o que sinto eu vou demorar mais de meia hora. – ela ri um
pouco, fazendo Gustavo ri também.
GUSTAVO
– Ah, não exagera. – ele diz um pouco sem graça.
RAQUEL
– Não, não é exagero. É o mais puro dos meus sentimentos. – ela diz se
aproximando mais de Gustavo.
OSCAR
– Gustavo! – ele grita batendo na porta.
RAQUEL
– É o seu pai? – ela pergunta baixinho e assustada.
GUSTAVO
– Sim! – ele diz baixinho também. – Se esconda lá dentro do banheiro, por
favor. – ele diz enquanto aponta para a porta do banheiro.
RAQUEL
– Claro que vou, amor. – ela dá um selinho rápido em Gustavo. – Além do mais
seu pai me odeia. – ela diz enquanto já fechava a porta do banheiro.
OSCAR
– Gustavo!! – ele grita e bate forte na porta.
GUSTAVO
– Já vou, pai! – ele grita enquanto olhava um pouco para a porta do banheiro.
Gustavo abre a porta.
OSCAR
– Por quê a porta deste quarto estava trancada? – ele pergunta irritado enquanto
entrava no quarto.
GUSTAVO
– Por que ele é meu? – ele diz cinicamente.
OSCAR
– Mais um dos seus cinismos. Quer saber o que um deles provocou? – ele joga o
papel que estava na sua mão para Gustavo.
GUSTAVO
– O que é isso? – ele diz enquanto pegava o papel.
OSCAR
– É um pedaço do jornal, leia! – ao ler a notícia Gustavo muda a sua feição.
GUSTAVO
– Isso é um absurdo! – ele diz indignado.
OSCAR
– Eu sei, e isso tudo é culpa das suas paranoias! – ele diz furioso. – Você
disse aos quatro ventos que a Cíntia era minha amante.
GUSTAVO
– E não é? – ele diz em tom de deboche. Oscar solta um suspiro e vai embora do
quarto. Gustavo solta uma gargalhada, fecha a porta e abre a porta do banheiro.
RAQUEL
– Finalmente, não aguentava mais ficar lá dentro. – ela diz um pouco ofegante.
GUSTAVO
– Você só ficou cinco minutos no banheiro... – ele diz com um sorriso no rosto.
RAQUEL
– Um minuto lá dentro parece uma hora. – ela diz ainda ofegante. – Bom, acho
que já corri perigos demais por aqui hoje. Acho que já vou para casa.
GUSTAVO
– Mas já? – ele faz biquinho de pato com a boca para Raquel beijar. Raquel dá
um selinho.
RAQUEL
– Já é tarde, se eu ficar mais tempo minha mãe me mata. Tchau! – ela dá um
beijo em Gustavo, mas dessa vez era um beijo longo. Eles se afastam por falta
de ar e Raquel sorri para Gustavo, ela vai embora do quarto.
(CENA
4 – Tarde / Igreja – Casamento de Oscar Romano e Cíntia González)
MESES DEPOIS...
Todos os convidados estavam sentados nas
cadeiras, até chegar Cíntia que estava vestida de noiva. Todos que estavam
sentados se levantam e observam Cíntia até ela subir ao altar de madeira. Oscar
segura em sua mão e a beija.
GUSTAVO
– Interesseira... – ele diz baixinho enquanto encarava Cíntia.
RAQUEL
– Gustavo! – ela diz também baixinho, o repreendendo.
GUSTAVO
– Desculpa, amor! É que eu não gosto e muito menos confio nessa mulher, além do
mais não sei como consegue trabalhar sendo vice dela.
RAQUEL
– Amor, preste atenção no casamento se não vão suspeitar. – ela diz e cruza o seu
braço com o de Gustavo, Raquel sorri para ele. Débora observa a relação e a
química de Raquel e Gustavo com um olhar invejoso.
PADRE
– O senhor Romano promete amar e respeitar a senhora González até que a morte
os separe? – Oscar olha para Cíntia com um sorriso no rosto.
OSCAR
– Claro! – Gustavo olha para o lado e Raquel diz para ele se acalmar.
PADRE
– E a senhora González, promete amar e respeitar o senhor Romano na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?
CÍNTIA
– Prometo! – ela diz confiante. – Na pobreza não prometo tanto... –
Cíntia pensa cinicamente.
PADRE
– Se alguém for contra essa união, que fale agora ou cale-se para sempre. –
alguém chega pela o portão de entrada da igreja calmamente, chamando a atenção
de todos.
BERNARDA
– Eu tenho algo contra essa união! – ela grita altamente em uma pose chamativa.
Os olhares de todos se focam nela.
OSCAR
– Mas o quê significa isto, Bernarda?! – ele pergunta furioso.
BERNARDA
– Não posso permitir que você suje a imagem da nossa família com mais uma
interesseira! – ela grita. Furioso, Oscar vai rapidamente até Bernarda e a segura
pelo o braço fortemente.
OSCAR
– Que merda você pensa que está fazendo? – ele pergunta furiosamente, mas
baixinho perto do ouvido de Bernarda.
BERNARDA
– Você já sabe a fama de interesseiras que já circulou pela a nossa família,
não quero outra Ana Paula na minha vida, Oscar. – ela diz também
baixinho.
OSCAR
– Não se meta no que não é da sua conta. Bernarda. Então vê se sai dessa igreja
pacificamente. – Bernarda puxa o seu braço da mão de Oscar e se solta. Ela sai
furiosa da igreja.
PADRE
– Podemos continuar com a cerimônia?
OSCAR
– Claro, Padre! – ele diz retornando rapidamente ao altar.
PADRE
– O noivo pode beijar a noiva. – Oscar e Cíntia sorriem uma para o outro e se
beijam. Os convidados se levantam e batem palmas, menos Gustavo.
Oscar e Cíntia saem correndo alegres e
de mãos dadas de dentro da igreja, eles recebem chuva de arroz e ao chegar no
final da pequena escadaria eles se beijam novamente.
(CENA
5 – Noite / Mansão Romano – Sala de estar)
Oscar e Cíntia entram na mansão
lentamente. Cíntia olha todos os arredores da mansão com os olhos brilhantes.
CÍNTIA
– Isso, agora isso tudo é meu. – ela diz confiante a si mesma. – Agora eu sou a
senhora Romano, dona e herdeira dessa mansão.
LURDES
– Seja bem-vinda, senhora González. – ela diz alegre enquanto se aproxima de
Cíntia.
CÍNTIA
– Senhora Romano! – ela grita a repreendendo. Assustada, Lurdes fica parada. –
Meu sobrenome não é mais González e sim Romano. Sou a dona e senhora dessa
mansão.
LURDES
– Perdão, senhora. – ela diz tristemente e sai da sala.
CÍNTIA
– Vou ter que educar bem esses funcionários... – ela diz a si mesma,
determinada.
(CENA
6 – Manhã / Casa dos Hoffman – Banheiro do Quarto de Raquel)
Raquel estava com um
teste de gravidez em mãos, ela se senta no toilette e urina no teste. Ela sai
animada de dentro do banheiro e vira lentamente o teste.
RAQUEL
– Deu positivo! – ela grita altamente feliz. Fazendo todos da casa se
assustarem.
DÉBORA
– O que houve, maninha? – ela pergunta assustada enquanto se segurava na porta
do quarto.
RAQUEL
– Débora, se prepare para a bomba. – ela diz ainda alegre e pulando de alegria.
Débora fica um pouco assustada. – Eu, sua maninha, estou grávida! – ela diz
alegremente. Débora muda a sua feição e fica visivelmente enojada.
DÉBORA
– Grávida? = ela pergunta calmamente e pensativa. Ela claramente não gostou da
notícia e sai lentamente do quarto.
RAQUEL
– Débora! – ela grita chamando-a, mas a própria ignora.
(CENA
7 – Manhã / Casa dos Hoffman – Quarto de Débora)
Débora entra no seu quarto rapidamente e
fecha fortemente a porta de madeira. Ela vai correndo até a sua cama e se joga
em lágrimas pelo o travesseiro.
DÉBORA
– Te odeio, Ana Raquel. Te odeio com toda as minhas forças, mas não devo odiar
mais que essa maldita criança que espera agora! – ela grita furiosa com o
queixo no travesseiro. Débora salivava de raiva e fricciona os dentes. – Se o
Gustavo tiver um filho da Raquel, eu nunca poderei ser feliz ao seu lado. – ela
arregala os olhos e diz furiosa a si mesmo enquanto ao mesmo tempo chorava de
raiva.
Débora fica um tempo longo em silêncio e
pensativa.
DÉBORA
– Você não vai ter essa criança, Raquel! – ela afirma furiosa a si mesma com os
olhos arregalados.
(Se-foca
na face furiosa de Débora, a tela congela em um tom amarelado.)
Obrigado pelo seu comentário!