CAMINHOS
novela de MIGUEL VICTOR
direção geral RICARDO WADDINGTON
CAPÍTULO 30 - ÚLTIMO CAPÍTULO
CENA 01. TRIBUNAL. SALA DE AUDIÊNCIA. DIA
A sala de audiência está repleta de pessoas. Clara está sentada ao lado de seu advogado.
Yedda está do outro lado da sala, também acompanhada por seu advogado. O juiz está
sentado em sua cadeira no centro da sala. O advogado de Clara se levanta, segurando uma
pasta de documentos, e se dirige ao juiz.
Advogado de Clara: Excelentíssimo juiz, membros do júri e presentes, trago aqui hoje
provas irrefutáveis que comprovam a culpa de Yedda nesse caso. Estas evidências não
apenas apontam para a verdade, mas também expõem as motivações ocultas por trás de
suas ações.
Advogado de Clara caminha em direção ao quadro branco e começa a fixar fotos e
documentos relacionados ao caso.
Advogado de Clara: Aqui temos registros do aplicativo de relacionamentos que comprovam
as conversas que minha cliente e a inteligência artificial criada por Yedda durante o período
em que ocorreram os eventos questionados. Além disso, temos depoimentos de
testemunhas que presenciaram as conversas entre Yedda e esse terceiro envolvido.
O advogado de Clara passa a exibir registros de conversas em seu laptop, destacando
mensagens comprometedoras.
Advogado de Clara: Temos também mensagens de texto e e-mails que revelam as
intenções de Yedda em prejudicar minha cliente, fazendo a interação romântica entre a IA e
Clara. Além de informações confidenciais obtidas ilegalmente por meio de invasão de
privacidade.
Os jurados e as pessoas presentes na sala ficam atentos às provas apresentadas.
Advogado de Clara: Essas evidências deixam claro que Yedda não apenas agiu com dolo,
mas também planejou e executou uma série de ações prejudiciais com o intuito de difamar
e prejudicar minha cliente. Ela não pode continuar impune por seus atos.
Yedda olha nervosamente para seu advogado, enquanto Clara mantém a postura confiante
ao lado de Dr. Moraes.
Juiz: Agradecemos a apresentação das provas. O tribunal irá considerar essas evidências
ao tomar sua decisão final.
O juiz faz uma pausa para avaliar a situação.
Juiz: A defesa de Yedda terá a oportunidade de se pronunciar e apresentar sua
argumentação. Prosseguiremos com a audiência após o intervalo.
Advogado de Clara retorna ao seu lugar ao lado de Clara, ambos confiantes de que as
provas apresentadas são fortes o suficiente para defender a inocência de sua cliente. A sala
de audiência fica em silêncio, aguardando o desenrolar dos próximos acontecimentos. O
advogado de Yedda se levanta, segurando uma pasta de documentos, e se dirige ao juiz.
Advogado de Yedda: Excelentíssimo juiz, membros do júri e presentes, trago aqui hoje a
defesa de minha cliente, Yedda. Mostrarei que as acusações feitas contra ela são
infundadas e carecem de evidências concretas.
Dr. Ribeiro caminha em direção ao quadro branco e começa a exibir fotos e documentos
relacionados ao caso.
Advogado de Yedda: Aqui temos registros telefônicos que comprovam que as chamadas
entre Yedda e o terceiro mencionado são de natureza profissional e não estão relacionadas
ao caso em questão.
O advogado de Yedda exibe registros de conversas em seu laptop, destacando mensagens
que corroboram sua versão.
Advogado de Yedda: Além disso, temos evidências que questionam a autenticidade das
informações apresentadas pela acusação. Há indícios de que tais provas possam ter sido
manipuladas ou obtidas de maneira questionável.
Advogado de Yedda: É importante ressaltar que minha cliente é inocente até que se prove o
contrário. Estamos diante de uma tentativa de difamação e perseguição, onde a verdade
está sendo distorcida para prejudicar Yedda.
Clara olha com indignação para Yedda, enquanto esta mantém a postura confiante ao lado
de Dr. Ribeiro.
Juiz: Agradecemos a apresentação da defesa. O tribunal irá considerar essas informações
ao tomar sua decisão final.
O advogado retorna ao seu lugar ao lado de Yedda, ambos confiantes de que a defesa
apresentada é suficiente para demonstrar a inocência de sua cliente.
CORTE:
CENA 02. PRAIA. DIA
Gabi está sentado na areia, olhando o mar, ainda um pouco abalado pelo afogamento.
Juliano se aproxima, com uma expressão preocupada.
Juliano: Gabi... Estou aliviado por você estar bem. Fiquei muito assustado quando te vi se
afogando. Você não faz ideia do medo que senti. E depois do nosso beijo, eu acho que não
esqueci tudo o que sempre sentir por você...
Gabi olha para Juliano, os olhos cheios de emoção. Ele suspira profundamente antes de
responder.
Gabi: Juliano, eu... eu também não posso negar que ainda sinto algo por você. Mas tudo
isso é tão confuso. Ainda estou me recuperando de tudo o que eu sofri e não posso tomar
uma decisão precipitada.
Juliano se ajoelha na areia, encarando Gabi com intensidade.
Juliano: Eu entendo, Gabi. Eu entendo completamente. Só quero que saiba que nunca te
esqueci. E se você precisar de tempo, eu vou esperar. Eu quero que você tome a decisão
certa, mesmo que isso signifique seguir caminhos separados.
Gabi olha para Juliano, com os olhos marejados de lágrimas. Ele estende a mão e segura a
mão de Gabi com carinho.
Gabi: Obrigado por entender, Juliano. É difícil para mim também, lidar com tudo isso. Mas
prometo que vou pensar seriamente sobre o que fazer em relação a nós dois.
Juliano se levanta, soltando suavemente a mão de Gabi. Ele sorri, um sorriso sincero e
reconfortante.
Juliano: Estarei aqui, Gabi. Sempre estarei aqui, esperando por você. Seja qual for a sua
decisão, eu vou respeitar. Você é importante demais para mim.
Gabi sorri timidamente e Juliano se afasta lentamente, deixando Gabi sozinho na praia.
Gabi olha para o horizonte, perdido em seus pensamentos, enquanto as ondas do mar
continuam a bater suavemente na praia.
CORTE:
CENA 03. TRIBUNAL. SALA DE AUDIÊNCIA. DIA
O juiz, sério e imponente, observa atentamente a ré, Yedda, enquanto o advogado de
acusação, representando Clara, aguarda com ansiedade o veredito final. O clima na sala é
tenso, carregado de expectativa.
Juiz: Com base nas provas apresentadas e nos depoimentos das testemunhas, este tribunal
decide que a ré, Yedda, é considerada culpada das acusações de danos morais, danos
psicólogicos e o uso da tecnologia para praticar atividades ilícitas. A ré será condenada a
um ano e meio de reclusão, além de perder imediatamente o registro para exercer sua
profissão.
Yedda, visivelmente abalada, ouve a sentença com um misto de surpresa e desespero.
Seus olhos enchem-se de lágrimas enquanto ela tenta processar a gravidade de suas
ações e as consequências de suas escolhas.
Advogado de Clara: Excelência, agradeço a imparcialidade deste tribunal e a justiça que foi
feita. A sentença aplicada reflete a gravidade dos crimes cometidos pela ré.
Yedda olha em direção ao advogado de acusação, com raiva e ressentimento estampados
em seu rosto. Ela mantém o silêncio, sabendo que as palavras de defesa não têm mais
poder diante da decisão tomada. O juiz encerra a sessão e os presentes na sala começam
a se levantar, preparando-se para deixar o recinto. Clara, visivelmente aliviada, troca um
olhar significativo com seu advogado, enquanto Yedda permanece sentada, abatida.
CORTE:
CENA 04. PENITENCIÁRIA FEMININA. CELA. NOITE
Yedda, com o semblante abatido e carregando a bagagem de suas escolhas, é escoltada
pelos guardas prisionais até uma cela especial e solitária. A porta de aço se fecha atrás
dela, cortando qualquer vislumbre do mundo exterior. A cela é pequena, com paredes de
concreto e uma pequena janela gradeada que permite apenas uma tênue entrada de luz. O
ambiente é sombrio e sufocante, imprimindo a sensação de isolamento e desespero. Yedda
caminha pelo espaço reduzido da cela, seus passos ecoando pelo ambiente. Ela coloca a
bagagem no chão, sentindo o peso simbólico de suas escolhas que a levaram até ali. As
grades da cela separam Yedda do mundo exterior, das liberdades que outrora desfrutara.
Agora, ela é confrontada com as consequências de seus atos, sem a possibilidade de fugir
ou evitar o que está por vir. Yedda encosta-se contra a parede fria, deixando-se envolver
pela solidão e pela tristeza que a acompanham. Seus olhos expressam arrependimento e
remorso, enquanto ela enfrenta a realidade de sua nova realidade atrás das grades.
CORTE:
CENA 05. CASA CLARA. QUARTO. NOITE
Clara sentada no computador, escrevendo. Ela está no site da agência de modelos Casa
Rosada, enviando suas fotos.
Clara: (off) Acho que todos sabem o que enfrentei nos últimos meses... Todo o escândalo
envolvendo... Enfim. Acho que quero recomeçar minha vida de um novo ponto, após tantos
acontecimentos. Queria reviver meu sonho de ser modelo, meu sonho de criança. Preta e
pobre, não conseguiu estudar línguas estrangeiras pra poder desfilar pras marcas
internacionais. Também não tenho a experiência, disciplina e técnica que as outras modelos
também devem ter. Mas tenho vontade de aprender, não importa o trabalho que dê, eu vou
me esforçar ao máximo. Uma chance, é o que lhes peço. Ah, e tomara que gostem das
fotos, foram tiradas do meu celular pela minha mãe, que não é uma fotógrafa profissional.
Clara ri. Termina de escrever e envia as fotos para a Casa Rosada. Suspira.
CORTE:
CENA 06. CASA ROSADA. INT. DIA
SEMANAS DEPOIS...
Clara entra na agência de modelos e se surpreende ao entrar e se deparar com um lugar
badalado, cheio de pessoas trabalhando, se movimentando, com grande diversidade de
mulheres. Clara sorri.
Clara: (se aproxima de uma recepcionista) Com licença, eu gostaria de falar com a senhora
Helena...
Helena avista Clara e se aproxima dela.
Helena: Olá! Você é a Clara, não?
Clara: Sou eu sim, donelena.
Helena: É mais linda do que nas fotos... Eu fiquei emocionada lendo seu texto. Cada vez
mais tenho procurado diversificar o casting da Casa Rosada, e você é a mulher que eu
preciso. Forte, batalhadora, não abaixa a cabeça pros problemas da vida, além de muito
linda, uma coisa meio beleza da garota que mora ao nosso lado, com uma brasilidade
ímpar. Além de toda sua história de vida, toda sua luta por justiça, que eu nem preciso
comentar já que o país inteiro acomoanhou. E devo dizer que sempre torci por você.
Clara: Obrigado, dona Helena.
Helena: Me chame de Helena, querida. O que acha da gente fazer um book pra apresentar
aos clientes? Com toda certeza todos vão te disputar a tapas!
Clara: Ah, mas eu não sei fazer isso...
Helena: Basta posar pra câmera. Fotógrafo, maquiagem, figurino, tudo isso tem aqui. Cê
topa?
Clara: Bom... Claro que eu topo!
De repente, Ana entra pela porta e se aproxima de Helena e Clara.
Ana: Mãe, precisamos conversar...
Helena: Filha, agora não dá. Tenho que levar a nossa nova aquisição, Clara, pra fazer seu
primeiro trabalho.
Ana: Nossa... Que linda! A Casa Rosada só tem a ganhar com uma modelo como essas.
Clara: Obrigado, você é linda também.
Helena: Clara, essa é minha filha, Ana.
Ana e Clara se comprimentam.
Helena: Bom, não podemos mais perder tempo! Tenho que levar você pra fazer suas
primeiras fotos, as primeiras de muitas!
Helena puxa Clara para o interior da agência.
CORTE:
CENA 07. PRISÃO. SALA DE VISITAS. DIA
Milton, com uma expressão determinada, adentra a sala de visitas da prisão. Ele olha ao
redor, buscando por Yedda, até que seus olhos finalmente encontram a mulher que ama.
Yedda está sentada em uma mesa, usando um uniforme de detenta e parecendo fragilizada.
Milton se aproxima, lentamente, e se senta em frente a Yedda. Há uma mistura de tristeza e
esperança em seus olhos enquanto ele segura as mãos dela com ternura.
Milton: Yedda... Eu vim aqui para dizer que estarei ao seu lado, não importa o que aconteça.
Eu te amo e vou te esperar.
Yedda levanta os olhos, encontrando o olhar de Milton. Ela parece surpresa e emocionada
ao ouvir suas palavras de apoio.
Yedda: Milton... Eu não sei como agradecer por todo o seu amor e paciência. Eu me
arrependo amargamente das escolhas que me trouxeram até aqui.
Milton aperta as mãos de Yedda, transmitindo um sentimento de conforto e determinação.
Milton: Eu sei que você está passando por um momento difícil, mas acredite em mim
quando digo que estarei aqui quando você sair desta prisão. Nós superaremos isso juntos.
Yedda olha nos olhos de Milton, sentindo a sinceridade de suas palavras. Uma mistura de
gratidão e amor transparece em seu rosto.
Yedda: Milton, eu também te amo. E prometo que, quando eu sair daqui, farei de tudo para
reconstruirmos nossas vidas juntos.
Milton toca a mão de Yedda apaixonadamente.
Milton: Eu te amo, e vou te esperar durante esse um ano, dois anos, quinze anos, cem
anos... Você pode ter a certeza que eu estarei aqui fora te esperando.
Yedda sorri timidamente, emocionada.
CORTE:
CENA 08. ESCRITÓRIO. DIA
Dr. O'Bryan está sentado em sua sala, nervoso e preocupado. Ele ouve batidas na porta e
rapidamente fecha a janela de seu computador, onde estava tentando apagar as evidências
de sua conduta ilícita. A porta se abre e o CEO da empresa, Sr. Johnson, entra
acompanhado de um segurança.
Sr. Johnson: Dr. O'Bryan, temos que conversar. Por favor, acompanhe-nos até a sala de
reuniões.
Dr. O'Bryan engole em seco, sentindo a tensão se espalhar por todo o seu corpo. Ele se
levanta e segue o CEO e o segurança até a sala de reuniões, onde outros membros da alta
direção já estão presentes.
CORTE:
CENA 09. SALA DE REUNIÕES. DIA
Dr. O'Bryan entra na sala de reuniões e encontra olhares sérios e desaprovadores voltados
para ele. Ele se senta em uma das cadeiras, seu rosto pálido revelando sua ansiedade.
Sr. Johnson: Dr. O'Bryan, após uma investigação interna, ficou claro que você violou os
princípios éticos e roubou a propriedade intelectual da Srta. Yedda. Isso é inaceitável em
nossa empresa.
Dr. O'Bryan tenta encontrar palavras para se justificar, mas as acusações pesam sobre ele.
Ele permanece em silêncio, reconhecendo sua culpa.
Sr. Johnson: Com base nessas evidências, decidimos rescindir seu contrato com a
empresa, a partir de agora. Além disso, tomaremos as medidas legais necessárias para
lidar com suas ações.
Dr. O'Bryan abaixa a cabeça, ciente de que as consequências de suas escolhas estão se
concretizando.
CORTE:
CENA 10. ESCRITÓRIO. DIA
Dr. O'Bryan empacota seus pertences em uma caixa enquanto é observado pelo segurança,
que o acompanha até a porta.
Segurança: Dr. O'Bryan, você precisa sair das instalações da empresa imediatamente. Não
será permitido o acesso posteriormente.
Dr. O'Bryan olha para trás, para o escritório que costumava ser seu, e então caminha para
fora do prédio, sua expressão refletindo arrependimento e desgraça.
CORTE:
CENA 11. FRENTE DO ESCRITÓRIO. DIA
Dr. O'Bryan se afasta do prédio, carregando a caixa com seus pertences. Ele se sente
derrotado, percebendo o impacto de suas ações em sua carreira e reputação. De repente,
ele vê no chão um celular de tijolo, antigo e danificado. Pega ele e o olha quase o adorando.
Dr. O'Bryan: (alucinado) Esse é o futuro. Esses são os caminhos. Bendito progresso!
Bendito futuro!
Dr. O'Bryan olhando para aquele celular.
CORTE:
CENA 12. AEROPORTO. DIA
Clara caminha pelo corredor movimentado do aeroporto internacional, carregando uma
mala elegante e uma expressão determinada. Seus passos são firmes, demonstrando
confiança e determinação. Ela está pronta para embarcar em uma nova fase de sua vida.
CORTE:
CENA 13. AVIÃO. DIA
Clara se acomoda em seu assento, observando pela janela a cidade que fica para trás
enquanto o avião decola. Seus olhos brilham de expectativa e entusiasmo, pois ela está a
caminho de uma nova oportunidade no mundo da moda.
CORTE:
CENA 14. AGÊNCIA DE MODELOS. DIA
Clara entra em uma agência de modelos de renome no exterior. Ela é recebida
calorosamente por uma equipe de profissionais, que reconhecem seu talento e potencial.
Clara está confiante e determinada a mostrar ao mundo do que é capaz.
CORTE:
CENA 15. ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA. DIA
Clara posa diante das câmeras, exalando charme e elegância. Sua beleza única e sua
presença magnética encantam a todos ao seu redor. Os fotógrafos e estilistas estão
impressionados com sua versatilidade e profissionalismo.
CORTE:
CENA 16. PASSARELA. DIA
Clara desfila em uma passarela internacionalmente aclamada. Seu caminhar é imponente e
seu olhar transmite confiança e poder. Ela é o centro das atenções, cativando o público e
atraindo olhares admirados.
CORTE:
CENA 17. COBERTURA DE REVISTA. DIA
Clara é destaque na capa de uma revista de moda influente. Sua imagem irradia glamour e
sucesso. A reportagem conta a história de sua ascensão meteórica na indústria da moda e
celebra sua carreira brilhante.
CORTE:
CENA 18. EVENTO DE MODA. NOITE
Clara está no centro das atenções em um evento de moda de prestígio. Ela é admirada e
aplaudida enquanto desfila vestindo criações de grandes estilistas. Sua presença é
sinônimo de prestígio e poder.
CORTE:
CENA 19. APARTAMENTO LUXUOSO. DIA
Clara entra em seu apartamento luxuoso, onde fotos e prêmios decoram as paredes. Ela
olha ao redor com um sorriso de satisfação, sabendo que conquistou seu lugar no topo da
indústria da moda.
Clara: Eu consegui. Eu venci.
CORTE:
CENA 20. SKYLINE DA CIDADE. DIA
A câmera se afasta para revelar Clara no terraço de seu apartamento, contemplando o
skyline deslumbrante da cidade. Ela alcançou o sucesso, tornando-se uma referência na
indústria e um ícone de poder.
UM ANO DEPOIS...
CORTE:
CENA 21. PENITENCIÁRIA FEMININA. SALA DE VISITAS. DIA
Yedda está sentada em uma pequena sala de visitas da penitenciária, vestindo um uniforme
de detenta. Seus olhos carregam o peso dos anos passados na prisão. A porta se abre e
Clara entra, trajando um elegante vestido, com ares de confiança e sucesso. Seus olhos
brilham com uma mistura de compaixão e esperança.
Clara: Yedda, quanto tempo...
Yedda levanta-se, olhando Clara com surpresa e uma pitada de receio.
Yedda: Clara... você...
Clara: Eu vim aqui porque queria falar com você. Muito tempo se passou desde aquele
momento, desde toda aquela dor que eu vivi, e você também sentiu. Eu mudei, Yedda.
Cresci, amadureci, mesmo que tenha se passado somente um ano. Eu virei uma modelo
famosa, agora viajo por todos os países e conheci gente nova que conheceu nosso caso, e
que me aconselharam a recomeçar. E agora, eu quero perdoar.
Yedda olha nos olhos de Clara, sem saber ao certo como reagir diante dessa revelação.
Yedda: Você... quer me perdoar?
Clara: Sim. Eu quero seguir em frente, deixar o passado para trás. A mágoa, a dor... não
fazem mais sentido para mim. Eu vejo que, de certa forma, fomos vítimas de circunstâncias
e escolhas equivocadas. E acredito que é hora de colocarmos um ponto final nisso.
Yedda engole em seco, sentindo uma mistura de emoções invadirem seu coração.
Yedda: Eu não sei o que dizer... Eu me arrependo tanto, Clara. Tudo o que aconteceu, todas
as consequências... Eu carrego isso comigo todos os dias.
Clara: Eu entendo, Yedda. E não estou aqui para julgar ou relembrar o passado. Estou aqui
para oferecer um gesto de paz, de recomeço. Se você está disposta a mudar, a reconstruir
sua vida, eu quero te apoiar.
Yedda solta uma lágrima, um misto de alívio e gratidão.
Yedda: Obrigada, Clara. Eu... eu também quero mudar, quero redimir meus erros. E ter seu
perdão significa muito para mim.
Clara estende sua mão em direção a Yedda. As duas mulheres se abraçam, selando um
acordo silencioso de reconciliação e compaixão.
Clara: Vamos recomeçar, Yedda. Tenho certeza que você também poderá mudar de vida
quando sair daqui , e não falta muito.
Yedda: Obrigada, Clara. Você não sabe como esse seu perdão foi necessário pra mim.
Clara sorri timidamente.
CORTE:
CENA 22. CEMITÉRIO. DIA
Norma se aproxima da lápide de Cassandra, e deposita flores ali.
Norma: Filha... Um ano. E quantas saudades. Tudo mudou tanto nesse um ano que você
passou longe... A Clara está quase milionária, virou um manequim... Quer dizer, modelo
como se diz hoje em dia. Você, que sempre gostou desses luxos, ia adorar toda essa fase
da sua irmã, embora cês não se dessem bem. Enfim... Saudades, filha. Quantas
saudades... Que onde quer que cê esteja, saiba que nós nunca te esquecemos. Sempre vai
estar na minha memória, independente de tudo...
Norma suspira, da uma choramingada, e sai do cemitério.
CORTE:
CENA 23. ÁREA DE CHURRASCO. DIA
O ambiente está repleto de alegria e descontração. A churrasqueira está acesa, exalando o
aroma suculento da carne grelhada. Rebeca, Glória, Alex, Cris e Milton estão reunidos em
torno da mesa, desfrutando de um delicioso churrasco. O clima é de festa e cumplicidade
entre eles. Conversas animadas e risadas preenchem o ar. Glória está radiante, desfrutando
da companhia dos entes queridos e se permitindo viver o momento presente.
Milton e Rebeca conversando em um lugar próximo.
Milton: Mas como eu te disse filha, a Yedda tá terminando de cumprir pena, tá quase
acabando. Depois disso, tava pensando na gente viajar por bastante tempo, recomeçar em
um lugar bem longe...
Rebeca: Acho bom pai, aqui no Brasil toda essa história da Yedda com a Clara não foi
esquecida até hoje...
Milton: Pois é
Cris se aproxima dos dois e beija Rebeca.
Milton: Como vai, Cris?
Cris: Vou bem, seu Milton. E o senhor?
Milton: Bem também.
Cris: Eu vim chamar vocês pra lá, o Alex vai fazer uma surpresa pra dona Glória!
Cris, Milton e Rebeca se aproximam de Alex e Glória. Alex olha para Glória com um brilho
especial nos olhos.
Alex: Glória...
Todos se voltam para Alex, curiosos com sua atitude repentina. Glória sente o coração
acelerar, ansiosa pelo que está prestes a acontecer.
Alex: Desde que nos conhecemos, minha vida mudou completamente. Você trouxe luz e
alegria para meus dias, e não consigo imaginar um futuro sem você. Glória, você aceitaria
casar comigo?
Um momento de silêncio se instala. Os olhares estão fixos em Glória, esperando sua
resposta. Ela sente as lágrimas brotarem em seus olhos, emocionada com a surpresa.
Glória: Alex, você me pegou de surpresa... mas é a surpresa mais linda que já recebi. Sim,
eu aceito! Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado.
A plateia explode em aplausos e comemorações. Todos se levantam para parabenizar o
casal. Glória e Alex se abraçam, compartilhando um momento de pura felicidade e amor.
Milton: Que momento maravilhoso! Desejo a vocês toda a felicidade do mundo.
Glória: Parabéns, Glória! Estou tão feliz por você. Essa é uma nova fase incrível em sua
vida.
Rebeca: Mamãe, estou tão feliz por você! O amor verdadeiro merece ser celebrado. Vocês
são perfeitos juntos.
O clima festivo se estende, repleto de abraços, risadas e comemorações.
CORTE:
CENA 24. CASA JULIANO. SALA. DIA
Gabi está decidida, com uma expressão determinada no rosto, enquanto bate à porta do
apartamento de Juliano. Ela está prestes a tomar uma importante decisão em sua vida e
sabe que precisa compartilhar isso com ele. Juliano abre a porta, surpreso ao ver Gabi ali.
Seus olhares se encontram, revelando uma mistura de sentimentos entre eles.
Gabi: Juliano, precisamos conversar. Eu estive refletindo muito sobre nós dois e cheguei a
uma conclusão. Eu não posso mais negar o que sinto por você.
Gabi respira fundo novamente, buscando coragem para expor seus planos e sentimentos.
Gabi: Eu estou disposta a enfrentar todo o preconceito e as dificuldades que possam surgir.
Eu quero lutar por nós, Juliano. Juliano a observa com surpresa e curiosidade, intrigado
com as palavras de Gabi.
Juliano: E como você pretende fazer isso?
Gabi sorri, revelando um brilho nos olhos, e revela sua proposta audaciosa.
Gabi: Eu recebi uma proposta pra ir pro Canadá ministrar uma casa de apoio a pessoas que
sofrem preconceito devido ao seu gênero ou mudança dele. Eu quero aceitar a proposta
justamente por ela ser incrível, mas... Não quero me separar de voce. E você disse que
viria pra todo e qualquer lugar comigo. Cê topa?
Juliano ouve atentamente as palavras de Gabi, processando a magnitude da proposta.
Juliano: Gabi, eu... Eu não sei o que dizer. É uma decisão enorme... Mas, por você... Eu
vou até a lua!
Gabi sorri, sentindo um misto de emoções preencher seu coração.
Gabi: Eu sei que não será fácil, mas sei que podemos enfrentar juntos todos os obstáculos.
E tenho certeza de que estaremos fazendo algo grandioso pelo amor e pela igualdade.
Juliano se aproxima de Gabi, segurando suas mãos com carinho.
Juliano: Eu te amo, Gabi. E se você está disposta a embarcar nessa jornada comigo, eu
estou com você. Vamos ao Canadá, vamos construir um futuro onde o amor prevalece.
Gabi sente uma onda de felicidade invadir seu ser, sabendo que está tomando a decisão
certa. Eles se abraçam e selam isso com um lindo e apaixonado beijo.
CORTE:
CENA 25. DESFILE DA MODA. NOITE
Clara caminha com confiança e elegância pela passarela, desfilando as criações de
renomados estilistas. Seu rosto iluminado reflete a satisfação de estar vivendo seu sonho
como uma grande modelo internacional. Enquanto seus olhos se concentram no horizonte,
Clara percebe um homem elegante, de terno impecável, sentado na primeira fila. É Carmo.
Seus olhares se encontram, criando uma conexão instantânea entre eles. Carmo, fascinado
pela beleza e talento de Clara, sente-se atraído por sua presença magnética. Seu sorriso
discreto revela o interesse que ele não consegue conter. Clara continua a desfilar com
graça e leveza, enquanto Carmo a acompanha com os olhos, hipnotizado por cada
movimento que ela faz. Ao final do desfile, Clara retorna à passarela para as aclamações da
plateia. Seu coração bate acelerado, não apenas pelo sucesso alcançado, mas também
pela presença de Carmo.
CORTE:
CENA 26. BASTIDORES DESFILES. NOITE
Clara entra nos bastidores e se encontra com Carmo.
Clara: Olá... O funcionário disse que cê tava me procurando.
Carmo: Tava sim. Queria dar parabéns pelo desfile, Clara. Você é realmente excepcional.
Clara: Muito obrigada. Fico feliz que tenha gostado.
Carmo: Há algo em você que me cativou desde o momento em que te vi na passarela. Sua
beleza é inegável, mas há algo mais, algo que transmite confiança e autenticidade.
Clara sorri, sentindo-se lisonjeada pelas palavras dele.
Clara: Eu sou grata por essa oportunidade de estar aqui, vivendo meu sonho. Cada passo
na passarela é um reflexo do trabalho árduo e dedicação que coloquei para chegar até aqui.
Carmo: Você é uma mulher incrível, Clara. E gostaria de conhecê-la melhor, se me permitir.
Posso te convidar para jantar? Seria uma honra ter a sua companhia.
Clara, encantada com a proposta, olha profundamente nos olhos do homem rico, refletindo
sobre a possibilidade de embarcar em um novo capítulo de sua vida.
Clara: Seria um prazer aceitar o seu convite.
Carmo, radiante, estende a mão para Clara, que a aceita com um gesto suave.
Carmo: Então, permita-me acompanhá-la, Clara. Tenho certeza de que teremos uma noite
memorável juntos.
Clara e o homem rico deixam os bastidores, prontos para iniciar um encontro repleto de
possibilidades e promessas de um futuro promissor.
CORTE:
CENA 27. PORTÃO DA PRISÃO. DIA
O portão da prisão se abre lentamente, revelando Yedda caminhando em direção à
liberdade após cumprir sua pena. Seus olhos buscam ansiosamente por alguém na
multidão, e é então que ela o vê: Milton, parado ali, como havia prometido. Yedda caminha
apressadamente até ele, com uma mistura de emoções transbordando em seu rosto.
Quando finalmente estão face a face, não conseguem conter a felicidade que os envolve.
Yedda: Milton... Eu não consigo acreditar que você está aqui. Você me esperou.
Milton sorri, segurando delicadamente o rosto de Yedda entre suas mãos.
Milton: Eu disse que esperaria por você, Yedda. Durante todo esse tempo, nunca deixei de
acreditar em nós.
Yedda, com lágrimas de alegria nos olhos, envolve Milton em um abraço apertado. Ali,
naquele momento, todas as dificuldades e separações se dissipam, dando lugar a um
sentimento de renovação e esperança. Após se separarem do abraço, Yedda e Milton se
olham profundamente, compartilhando um cúmplice entendimento.
Yedda: Milton, eu passei por tantas coisas enquanto estive na prisão. Mas o que me
manteve forte foi saber que você estava ao meu lado, mesmo quando eu não podia vê-lo.
Milton: Eu nunca deixei de amar você, Yedda. E agora que está livre, quero começar uma
nova fase de nossas vidas juntos, deixando para trás todas as tristezas do passado.
Yedda sorri, sentindo-se renovada e grata pelo amor inabalável de Milton.
Yedda: Eu te amo, Milton. E estou pronta para recomeçar ao seu lado.
Milton aproxima-se lentamente, seus lábios se encontram em um beijo apaixonado que
expressa a intensidade de seus sentimentos. Ali, naquele momento, eles sabem que
superaram todas as adversidades e estão prontos para construir um futuro cheio de amor e
companheirismo.
CORTE:
CENA 28. CASA YEDDA. SALA. DIA
Yedda entra na casa com um sentimento libertador dentro dela. Milton a acompanha.
Yedda: Minha casa... Nem parece que se passou um ano e meio.
Milton: Tentei deixá-la o mais arrumada possível pra você voltar, meu amor.
Yedda: Obrigada, Milton. Eu acho que não teria aguentado tudo isso se não fosse você.
Milton: Eu te amo e nunca te abandonaria. Agora eu tenho uma notícia mais desagradável
pra te dar...
Yedda: O que aconteceu?
Milton: Retiraram todos os seus equipamentos e computadores do seu laboratório.
Yedda suspira.
Yedda: Eu suspeitava que fossem fazer isso. Eu vou lá em baixo dar uma olhada em como
tá tudo, tá?
Milton assente. Yedda desce as escadas.
CORTE:
CENA 29. LABORATÓRIO YEDDA. DIA
Yedda entra no laboratório e se depara com ele praticamente abandonado, sem nada
dentro, somente uma mesa com um computador velho. Yedda se aproxima desse
computador e o liga. Ele funciona timidamente. Yedda percebe que o programa de JOE
ainda está instalado. Fica curiosa, abre o chat e digita.
Yedda: Oi, JOE.
Espera alguns segundos. Nenhum sinal de resposta. Suspira e desiste de esperar. Se
levanta pra ir embora do laboratório, quando de repente...
JOE: Olá, Yedda. Quanto tempo. Como vai?
Yedda se vira para o computador, e sorri.
F I M ?
–
O fim do final desse capítulo é unicamente simbólico, pelo epílogo da novela. Nos
sabemos que não estamos no fim, mas sim, no começo de uma nova jornada pra
humanidade, de um novo começo, do progresso cada vez mais rápido. Cada vez
mais tudo se encaminha para a vitória da tecnologia. São os naturais caminhos pra
humanidade, que nunca vamos parar de percorrer.
Pela novela, pelo sucesso que fez, por eu ter gostado tanto de escrever, agradeço a
todos por esse projeto. Em breve, pretendo retomar com mais planos aqui pro
Ranable. No mais, obrigado e até logo!
- Miguel Victor
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