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Passional - Episódio 07

 



PASSIONAL


Episódio 7


Série criada e escrita por

LUAN MACIEL 





CENA 1. CASA DE PETRÔNIO E ISABELA. SALA. INT/NOITE

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. MADALENA E PETRÔNIO CONTINUAM SE OLHANDO DE UMA FORMA INTENSA. MESMO ESTANDO AINDA MUITO FRACA ISABELA FAZ O ESFORÇO DE ESBOÇAR UM SORRISO DEMONSTRANDO ESTAR BEM SATISFEITA. MADALENA OLHA PARA ISABELA COM UM OLHAR DE TERNURA.


ISABELA — (sorrindo) Vocês não precisam ter vergonha. Sabe de uma coisa, Madalena. Mesmo esperando que a minha se recuperasse eu sempre soube que o meu pai te amava. E saber que vocês decidiram se dar uma chance me deixa muito feliz. Vocês não imaginam o quanto.

MADALENA —Estar aqui com o seu pai e com você está sendo um santo remédio, Isabela. Principalmente agora que o Gael me renega como mãe. Só de lembrar disso eu fico triste. 

PETRÔNIO — O Gael sempre foi um rapaz difícil de se lidar, Madalena. Mas o que ele está fazendo com você não é justo. Como ele pode esquecer tão rápido tudo que você fez por ele e pela Marina? Isso não entra na minha cabeça.

ISABELA — Eu não acredito que o Gael esteja fazendo isso com você, Madalena. O inferno que eu passei foi graças a ele. Eu nunca vou perdoar o Gael pelo o que eu sofri. 


MADALENA E PETRÔNIO FICAM EM SILÊNCIO. ISABELA PERCEBE DE CARA QUE ELES ESTÃO LHES ESCONDENDO ALGO.


ISABELA — (séria) Porque vocês ficaram calados de repente? Vocês estão escondendo alguma coisa de mim que eu sei. Porque não me falam logo a verdade?

PETRÔNIO — Minha filha…. Eu também cheguei a desconfiar que foi o Gael que te entregou para os oficiais da repressão. Mas a verdade é outra. Quem te entregou foi o Alfredo. 

ISABELA — Mas porque o Alfredo iria querer fazer isso comigo? Eu não consigo entender o motivo dele, pai. Isso não faz o menor sentido. Alguém pode me explicar? 

MADALENA — O Alfredo fez isso para se vingar de mim e do seu pai, Isabela. Você não teve culpa nenhuma. É apenas uma vítima de toda essa história. Eu sinto muito.


ISABELA FICA AINDA MAIS ABALADA. ELA CAI NO CHORO. PETRÔNIO E MADALENA TENTAM CONFORTAR ELA.


ISABELA — Eu sinto muito pelo o que eu irei dizer, Madalena. Eu sei que o Alfredo é o pai dos seus filhos, mas ele é um monstro. O que ele me fez passar não se faz com nenhum ser humano. Ele me faz sentir algo que eu nunca pensei sentir por ninguém. Ódio!!!

MADALENA — Eu te devo mil desculpas, Isabela. Se não fosse pelas minhas atitudes você não teria passado por esse inferno. A principal responsável por isso sou eu.

PETRÔNIO — Até quando você vai ficar se culpando, Madalena? Eu já disse que a culpa não foi sua. O Alfredo só está revelando o que eu sempre soube que ele era. Um canalha.

ISABELA — O que aconteceu já passou, Madalena. O que eu realmente quero agora é tentar esquecer tudo que aconteceu comigo. Eu sei que vai ser difícil, mas eu tenho que pelo menos tentar. Eu quero ter a minha vida de volta. É apenas isso.


MADALENA CONCORDA COM A CABEÇA. ELA E ISABELA SE OLHAM DE UM JEITO BEM FRATERNAL. A CUMPLICIDADE ENTRE MADALENA, PETRÔNIO E ISABELA É CONTAGIANTE.

CORTA PARA/


CENA 2. RUA. EXT/ NOITE

A CÂMERA MOSTRA O OLHAR PERDIDO DE GAEL QUE VAI ATÉ AS ESTRELAS QUE ILUMINAM O CÉU NOTURNO. PARA A SURPRESA DE GAEL UMA VERANEIO PARA VEM NA FRENTE DE GAEL QUE FICA MUITO AFLITO. EM SEGUIDA O DELEGADO FLORES DESCE DA VERANEIO E OLHA PARA GAEL COM RAIVA. 


DELEGADO FLORES — Você deve ser o Gael. O filho mais velho do Alfredo e irmão daquela comunista imunda. (P) Ela e outras pessoas iguais a ela invadiram a sede do Doi-Codi e tiraram a Isabela de lá. Eu deveria matar a sua irmã, mas isso seria em vão. 

GAEL — (nervoso) Então você admite que estava mantendo a Isabela presa lá contra a vontade dela? Você é um desgraçado. Eu nem sei o que eu quero fazer com você.

DELEGADO FLORES — Você está querendo mesmo me ameaçar? Não se esqueça de quem está em posição superior. Você não vai fazer absolutamente nada. E sabe porque? Porque eu posso ir atrás da Isabela na hora que eu quiser. E se eu fizer isso ninguém nunca vai saber onde ela vai estar.

GAEL — O que foi que você fez com a Isabela, seu maldito? Quando eu te conheci na escola de marinheiros todos diziam que era um bom homem. Mas agora eu vejo o quão todos estavam errados. Você é uma praga, Flores. 


O DELEGADO FLORES SORRI CINICAMENTE. GAEL VAI FICANDO CADA VEZ MAIS IRRITADO. ELE ESTÁ COM ÓDIO.


DELEGADO FLORES — (sorrindo) Não adianta nada você ficar todo bravo assim, Gael. Se você quer mesmo saber eu senti prazer em torturar a Isabela. Mas uma coisa eu posso te dizer. quela garota é nem forte.

GAEL — Se você encostar essa mão imunda novamente na Isabela eu juro que eu mato você, Flores. A Isabela é uma mulher diferente de todas que você conhece. 

DELEGADO FLORES — Olha só quem está apaixonado. Você acha mesmo que a Isabela vai olhar para você depois de você ter deixado ela ser levada pelos meus homens? Você é muito ingênuo se você acredita nisso, Gael . 


SE DEIXANDO LEVAR PELA RAIVA GAEL DÁ UM SOCO NO ROSTO DO DELEGADO FLORES. O VILÃO COMEÇA A SANGRAR. 


DELEGADO FLORES — (furioso) Você ainda vai me pagar caro por esse soco, Gael. Você pode acreditar nisso, seu infeliz. 

GAEL — Eu não tenho medo das suas ameaças, Flores. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para que você nunca mais chegue perto da Isabela. Você ouviu? 

DELEGADO FLORES — Eu espero que você nunca mais me encontre em sua frente, Gael. Como você acha que eu consegui descobrir onde a Isabela estava? Tem um traidor muito perto de você. Mas você não quer enxergar. 

GAEL — Para mim já chega, Flores. Eu não vou continuar ouvindo as mentiras que você está inventando. Se você chegar perto da Isabela de novo eu vou denunciar para corregedoria da polícia militar. Você foi avisado. 


GAEL DÁ AS COSTAS PARA O DELEGADO FLORES E VAI EMBORA. O VILÃO FICA MUITO IRRITADO E NERVOSO. 

CORTA PARA/


CENA 3. CASA DE PETRÔNIO E ISABELA. QUARTO. INT/ NOITE

AS HORAS SE PASSAM. O QUARTO ESTÁ SENDO ILUMINADO COM A LUZ DO ABAJUR. SENTADOS NA CAMA ESTÃO MADALENA E PETRÔNIO QUE FICAM TROCANDO CARÍCIAS E OLHARES APAIXONADOS. MADALENA RESPIRA FUNDO PENSANDO EM TUDO O QUE LHE ACONTECEU. PETRÔNIO PERCEBE E LHE DÁ UM BEIJO APAIXONADO. 


PETRÔNIO — Eu posso até imaginar o que você está pensando, Madalena. Eu sei que legalmente você ainda está casada com o Alfredo, mas eu nunca vou desistir de ter você comigo. Eu sempre te amei, Madalena.

MADALENA — (apreensiva)  Essa situação é mais complicada do que parece, Petrônio. Eu não sinto absolutamente mais nada pelo Alfredo. Mas os meus filhos estão no meio desse conflito. E eu não quero ferir eles.

PETRÔNIO — Eu te entendo perfeitamente, Madalena. Eu também seria capaz de fazer tudo pelo bem da minha filha. Mas eu quero que você saiba que eu sempre vou estar ao seu lado. O meu amor por você é verdadeiro. 

MADALENA — Quando eu ouvi no rádio a notícia de que você tinha sido preso eu morri de preocupação, Petrônio. Eu não consigo mais negar que eu estou sentindo algo especial por você. Mas eu não posso me entregar. Eu ainda sou casada com o Alfredo.


PETRÔNIO OLHA PARA MADALENA DE UNA FORMA BEM SERENA. O SEMBLANTE DE MADALENA É DE DÚVIDA. 


PETRÔNIO — Eu já te falei isso não sei quantas vezes, Madalena. O seu casamento com o Alfredo era sustentado por um sentimento que apenas você sentia. Ele não é o homem ideal para você.

MADALENA — Eu sei que você está certo, Petrônio. Mas diante de tudo que vem acontecendo eu preciso abdicar dos meus sentimentos pelo bem dos meus filhos.

PETRÔNIO — Eu entendo mais do que você possa imaginar. Mas ainda sim eu vou ficar do seu lado. Você é a mulher que eu amo, Madalena. E nada vai mudar o que eu sinto. 


MADALENA FICA TOTALMENTE SEM PALAVRAS. ELA RESPIRA FUNDO E TOCA AS MÃOS DE PETRÔNIO DE FORMA SÉRIA.


MADALENA — (desabafando) Eu juro que eu tentei resistir ao sentimento que está dentro de mim, Petrônio. Mas o que eu estou sentindo é mais forte que tudo.

PETRÔNIO — Eu vejo verdade em suas palavras, Madalena. Tudo o que eu quero é que você encontre a felicidade. Depois de tudo que passou você merece ser feliz, Madalena. 

MADALENA — O meu coração só sabe pensar em você, Petrônio. Eu não quero mais ficar perdendo tempo e ficar lembrando do tempo que eu sofri nas mãos do Alfredo. Eu quero ser feliz ao seu lado. Me um coração te escolheu. 


OA ROSTOS DE MADALENA E PETRÔNIO VÃO SE APROXIMANDO AOS POUCOS. ELES SE BEIJAM APAIXONADAMENTE. 

TRILHA SONORA: https://youtu.be/N7vwwOCrAso?si=oUGNDbe6GTA8U4Wp 

MADALENA E PETRÔNIO VÃO SE RENDENDO AO AMOR QUE SENTEM UM PELO O OUTRO. AS MÃOS DE MADALENA APAGAM O ABAJUR. ELES VÃO SE ENTREGANDO A PAIXÃO EM UM ATO SEXUAL REPLETO DE AMOR E CARINHO. 

CORTA PARA/

CENA 4. AMANHECER. EXT/ MANHà

O SOL NASCE NO HORIZONTE. DE UMA FORMA BEM DINÂMICA VEMOS DIVERSAS PESSOAS CAMINHANDO PELA RUA, ANDANDO DE BICICLETA. ALGUNS POUCOS CARROS VÃO PASSANDO PELA RUA E A CÂMERA FOCA EM UM PRÉDIO ESPECÍFICO. É O PRÉDIO ONDE MORAM MÔNICA E ALBANO. UMA TRILHA DE TENSÃO COMEÇA A SER OUVIDA DE FORMA TÍMIDA E QUE VAI CRESCENDO COM O DESESNROLAR DA CENA.

CORTA PARA/


CENA 5. APARTAMENTO DE MÔNICA E ALBANO. SALA DE ESTAR. INT/ MANHà

A EMPREGADA VEM VINDO NA DIREÇÃO DE MÔNICA E LHE ENTREGA UMA XÍCARA DE CAFÉ. MÔNICA FAZ UM SINAL DE SUPERIORIDADE PARA A EMPREGADA QUE VAI SAINDO DA SALA. ALBANO ESTÁ NA FRENTE DE MÔNICA E NÃO FOSGA NENHUM POUCO DA ATITUDE DELA. EM QUESTÃO DE SEGUNDOS A CAMPAINHA DO APARTAMENTO COMEÇA A TOCAR DE FORMA INSISTENTE. A EMPREGADA ABRE A PORTA E OMAR  ENTRA NO APARTAMENTO PARECENDO UM FURACÃO E VAI BA DIREÇÃO DE MÔNICA QUE FICA FIRME E PARADA. 


MÔNICA — (cínica) O que você veio fazer aqui, meu pai? Não vai me dizer que você veio né pedir perdão por tudo que você me falou? Só assim para eu pensar em te perdoar. 

OMAR — Chega de toda essa falsidade, Mônica. Eu vim aqui te falar algumas verdades e você vai me ouvir. 

MÔNICA — Fake de uma vez o que você quer, pai. Eu não posso ficar perdendo o meu precioso tempo com as suas bobagens. (P) O que você quer dessa vez, Dr Omar?

ALBANO — Deixa o seu pai falar, Mônica. Você não perde essa mania de querer sempre ter o controle. (P) Pode falar o que você desejar, Omar. A sua filha vai te ouvir. 


OMAR CHEGA MUITO BEM PERTO DE MÔNICA. SEM DIZER NADA O MILIONÁRIO DÁ UM TAPA NA CARA DA VILÃ QUE LEVA A MÃO AO ROSTO. ALBANO FICA ESTARRECIDO.


OMAR  — (sério) Isso é o que uma mentirosa interesseira igual você merece,  Mônica. Você tentou matar a sua própria irmã. Isso é inaceitável. Eu vou tirar você do meu testamento. Eu não te reconheço mais. 

ALBANO — Omar…. Você está louco? Não é assim que a gente resolve as coisas. Eu sei que a Mônica foi longe demais, mas não vai ser assim que você vai resolver a situação. 

OMAR — E você sabe de alguma coisa, Albano? Você sempre foi um homem que não se impõe diante das situações. Não é novidade você nunca ter dado um herdeiro para a minha filha. 

MÔNICA — Você não pode me tirar do seu testamento. Isso é um absurdo. E porque você está querendo fazer isso? Por causa daquela filha bastarda? Eu tentei matar ela mesmo se você quer saber. E eu não me arrependo.


OMAR CONTINUA OLHANDO BEM FIRME PARA MÔNICA.

OMAR — Então se prepare para encarar a tempestade que está prestes a chegar, Mônica. Eu não vou descansar enquanto eu não ver você atrás das grades. O que você fez é crime. 

MÔNICA — (firme) Faça o que você quiser, pai. Mas de uma coisa você pode ter certeza. Eu não vou deixar essa bastarda ficar com o que é meu por direito. 

OMAR — Isso é o que nós vamos ver, Mônica. Você não se atreva mais a chegar perto da Madalena. É seu último aviso. Depois não venha me dizer que eu não avisei. 


OMAR VAI EMBORA DO APARTAMENTO DE MÔNICA. A VILÃ FICA TOTALMENTE FORA DE SI. ALBANO FICA EM SILÊNCIO.

CORTA PARA/


CENA 6. PENSÃO DE CLEONICE. SALA. INT/ MANHà

A CÂMERA VEM ACOMPANHANDO OS PASSOS DE JANAÍNA QUE VEM DESCENDO AS ESCADAS DA PENSÃO. ASSIM QUE CHEGA ATÉ A SALA JANAÍNA PERCEBE QUE UM OFICIAL DO DOI-CODI ESTÁ ALI A SUA ESPERA. CLEONICE E NONATO ESTÃO PRESENTES E NÃO PODEM FAZER ABSOLUTAMENTE NADA A RESPEITO.


CLEONICE — (apreensiva) Minha menina (p/ Janaína) Esses oficiais estão aqui parados te esperando. Eles disseram que vieram aqui a mando do seu pai. (P) Você sabe muito bem que não precisa ir com eles, Janaína. Você é uma boa menina e não merece o pai que tem.

OFICIAL — É melhor você não dificultar ainda mais a sua situação, Janaína. O seu pai nos deu a ordem de te levar embora desse lugar e é isso que vamos fazer.

NONATO — Vocês não podem obrigar ela a ir para um lugar do qual ela foi expulsa. Isso é um ato totalmente arbitrário. 

JANAÍNA — Está tudo bem, Nonato. Se é isso que o meu pai então eu irei com eles. Tudo o que eu não quero é trazer mais problemas para vocês. Mas saiba que eu sou muito grata por esse pouco tempo que vocês deixaram que eu ficasse aqui. Eu nunca vou esquecer isso. 


O OFICIAL DA REPRESSÃO VÃO LEVANDO JANAÍNA EMBORA. NONATO NÃO ACEITA ESSA SITUAÇÃO MUITO BEM. 


NONATO — (alterando a voz) Você não pode se entregar dessa maneira Janaína. Eu te conheço a pouco tempo, mas eu sei que você não é igual a esses torturadores. 

CLEONICE — Nonato…. O que você pensa que está fazendo? Você está querendo atiçar a raiva desse homem? Se a Janaína decidiu ir com eles nós não podemos fazer nada.

OFICIAL  — É melhor você ouvir o que ela está falando. Você acha que eu não sei que você foi um dos comunistas que invadiram a sede do Doi-Codi ontem? Se você me enfrentar de novo eu vou te matar.

JANAÍNA — Já chega!!!! Não foi por isso que você veio até aqui. (P) Me leve até o meu pai. Faça cumprir a vontade dele. 


O OFICIAL VAI LEVANDO JANAÍNA ATÉ A PORTA DA SALA DA PENSÃO. NONATO OLHA PARA CLEONICE INCONFORMADO.


NONATO — Isso não está certo, minha irmã. A Janaína não merecia estar vivendo essa situação. Ainda mais ela sendo filha de quem é. Eu preciso fazer alguma coisa.

CLEONICE — E o que você está pensando em fazer, Nonato? O que nós podemos fazer é esperar a poeira baixar. Tudo o que podemos fazer é esperar que tudo fique bem. 


NONATO CONCORDA COM A CABEÇA. O OFICIAL DO DOI-CODI LEVA JANAÍNA EMBORA ENQUANTO NONATO E CLEONICE FICAM OLHANDO SEM PODER FAZER NADA.

CORTA PARA/


CENA 7. CASA DE DONA CIDINHA. COZINHA. INT/ MANHà

CLOSE EM DONA CIDINHA QUE ESTÁ TERMINANDO DE PASSAR UM CAFÉ FRESQUINHO. ALFREDO ENTRA NA COZINHA E VAI NA DIREÇÃO DE ONDE SUA MÃE ESTÁ. O SEU SEMBLANTE É DE MUITA RAIVA. DONA CIDINHA TERMINA DE PASSAR O CAFÉ E AGORA ELA DIRECIONA SEU OLHAR PARA ALFREDO QUE A ENCARA COM MUITO ÓDIO. 


DONA CIDINHA — (sorrindo) O que você veio fazer aqui tão cedo, Alfredo? Não me diga que você caiu da cama?

ALFREDO — Você sabe muito bem o que eu vim fazer aqui, mãe? Que história é essa de você procurar a Olívia e sugerir que ela me deixe. Porque você insiste em ficar atrapalhando a minha vida? Isso está indo longe demais. 

DONA CIDINHA — Eu fiz isso mesmo e farei quantas vezes forem necessário. Eu não sei onde foi que eu errei para você ser desse jeito, Alfredo. Você não assinou nem mesmo a paternidade do Tiago. Isso é um absurdo. 

ALFREDO — Eu não tenho certeza se aquele comunista é mesmo o meu filho. Mas nada te dá o direito de se intrometer na minha vida. Você não tem nada que faz não?


DONA CIDINHA DÁ UM TAPA NA CARA DE ALFREDO. O VILÃO LEVANTA A MÃO PARA BATER EM SUA MÃE. ELA O ENCARA.


DONA CIDINHA —Vai me bater agora, Alfredo? Era só o que me faltava mesmo. Deixa eu te avisar uma coisa. Eu não sou a Madalena não. Se você pensar em me bater você irá se arrepender. Disso você pode ter certeza.

ALFREDO — É melhor você não testar a minha paciência, mãe. Você acha que eu esqueci que foi você que deu forças para a Madalena pedir o desquite. Mas eu ainda vou ter ela de volta. Custe o que custar.

DONA CIDINHA — E o que você queria que eu fizesse? A Madalena é uma boa mulher que não merecia o inferno que ela passou do seu lado, Eu te conheço melhor que você mesmo. A única coisa boa desse relacionamento foi os meus netos. E mesmo assim você quer fazer de tudo para estragar o Gael e fazer ele ser igual a você.

ALFREDO — (ardiloso) Estragar o Gael? Pelo menos ele não é igual a comunista da sua outra neta. A Marina é a maior decepção da minha vida. E além disso eu preciso me livrar do Petrônio. Ele está sendo uma pedra em meu sapato. 


DONA CIDINHA NÃO ACREDITA NO QUE ELA OUVE. O OLHAR DE ALFREDO DEMONSTRA TODO O SEU DESPREZO. 


DONA CIDINHA — (séria) Você bem ouse fazer nada com a Madalena ou o Petrônio, Alfredo. Eu estou te avisando. 

ALFREDO — Está vendo como a senhora é, mãe. Prefere defender qualquer outra pessoa ao invés do seu próprio filho. Mas eu já estou acostumado. Eu não ligo para nada do que a senhora fale. Essa é a verdade. 

DONA CIDINHA — Não queria se fazer de vítima, Alfredo. Você foi um péssimo marido e um pai pior ainda. Eu sou sua mãe, mas não vou ficar fechando os olhos para os seus erros. Agora saia minha casa . 


ALFREDO FICA FURIOSO. ELE DÁ UM TAPA FORTE NA MESA E DEPOIS VAI EMBORA. DONA CIDINHA FICA PENSANDO NA AMEAÇA QUE SEU FILHO FEZ.

CORTA PARA/


CENA 8. PRAÇA. EXT/ MANHà

PACO ESTÁ SENTADO PRATICAMENTE SOZINHO PRAÇA. AO LONGE A CÂMERA MOSTRA MARINA CAMINHANDO EM SUA DIREÇÃO. DEPOIS DE ALGUNS SEGUNDOS ELA CHEGA ONDE PACO ESTÁ E SE SENTA AO SEU LADO. ELES NÃO PERCEBEM, MAS UM VERANEIO DO DOI-CODI PASSA BEM DEVAGAR E FICA LHES OBSERVANDO. MARINA TENTA TOCAR SUAVEMENTE AS MÃOS DE PACO, MAS ELE ESTÁ ARISCO. 


MARINA — (confusa) O que é que está acontecendo com você, Paco? Desde ontem que saímos daquele inferno que ela sede do Doi-Codi que você está desse jeito comigo. Eu não estou conseguindo entender a sua atitude.

PACO — Não está mesmo, Marina? Um homem morreu para salvar a nossa amiga daquele antro de torturas e você não consegue nem fingir que se importa. O que foi que mudou em você? Não foi por essa mulher fria de sentimentos que eu me apaixonei. 

MARINA — E quem disse que eu não me importo, Paco? Você acha mesmo que a cena daquele homem sendo fuzilado na nossa frente não me chocou? Você não me conhece tão bem como eu achei, Paco. 

PACO — É que parece mesmo, Marina. Eu estou pensando desde ontem. Eu não quero mais me envolver com o movimento contra a ditadura. Eu perdi o meu irmão nessa luta. Eu não quero mais isso para mim. 


MARINA FICA EM SILÊNCIO. PACO A OLHA COM SERIEDADE. 


MARINA — (firme) Você tem certeza do que você está falando, Paco? Eu jamais pensei que você iria ter uma atitude tão drástica assim. Então assim nós não poderemos ficar juntos. Eu sinto muito por isso. 

PACO — Porque você tem que ser tão fria assim, Marina? Eu pensei que o sentimento que eu tenho por você significasse alguma coisa. Mas eu estava errado. 

MARINA — É claro que você significa muito para mim, Paco. Mas nós estamos em momentos diferentes de nossas vidas. Você quer focar mais na sua família e eu respeito isso. Mas eu não posso deixar de lutar por aquilo que eu acredito ser o certo. Eu espero que você entenda. 

PACO — Eu entendo sim, Marina. Mas o que você não está querendo enxergar é que essa luta contra a ditadura está te mudando aos poucos. E te afastando de quem te ama. Mas isso você não consegue ver. 


MARINA SE LEVANTA DO BANCO DA PRAÇA. ELA ENCARA PACO E RETRIBUI O OLHAR. MARINA ESTÁ SÉRIA. 


MARINA — (desabafando) Eu te amo muito, Paco. Mas nem mesmo por você eu vou desistir do que eu acredito. Eu só vou parar quando essa ditadura tiver fim.

PACO — Eu lamento ouvir isso, Marina. Eu também te amo, mas essa guerra contra a ditadura já deu para mim. (P) Eu perdi o meu irmão e agora eu vi um homem morrer na minha frente. Isso é demais para mim. 

MARINA — Eu queria que você estivesse do meu lado quando tudo isso terminar, Paco. Mas se é isso que você quer eu não posso fazer nada. Eu não tenho culpa se você acabou por se acovardar. 

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PACO — Eu não me acovardei, Marina. Eu apenas não quero mais ter que ficar imaginando quando é que o Doi-Codi vai bater em minha porta e me levar para um lugar de onde eu não possa voltar. Eu não quero mais isso para a minha vida. Eu sinto muito. 


OS OLHOS DE MARINA COMEÇAM A LACRIMEJAR. ELA SE MANTÉM FIRME E OLHA PARA PACO QUE DEVOLVE O OLHAR. LOGO DEPOIS ELA VAI EMBORA ENQUANTO PACO CONTINUA SENTADO SEM TOMAR NENHUMA ATITUDE.

CORTA PARA/


CENA 9. CASA DE PETRÔNIO E ISABELA. SALA. INT/ MANHà

DE UMA FORMA MAIS INTIMISTA A CÂMERA MOSTRA QUE MADALENA E CÉLIA ESTÃO SENTADAS UMA NA FRENTE DA OUTRA. ELAS TOMAM UMA XÍCARA DE CAFÉ. CÉLIA COLOCA SUA XÍCARA DE CAFÉ SOBRE UMA MESA LATERAL E OLHA FIXAMENTE PARA SUA IRMÃ QUE FICA TENSA.


CÉLIA — Você conseguiu pensar em tudo o que os nossos pais lhe contaram, Madalena? Eu sei que eles erraram, mas você precisa entender o lado da nossa mãe. Ela fez o que ela achou ser o correto. Não podemos julgar ela.

MADALENA — (séria) Eu não tenho tempo para pensar nisso agora, Célia. Tem mais coisas importantes que eu tenho que me preocupar. Essa história ainda não me desce.

CÉLIA — Você está sendo muito ingrata, minha irmã. Você tem alguma ideia de tudo que a nossa mãe sofreu nas mãos daquele homem? Ele está tentando reparar os erros e você me diz que não quer saber? 

MADALENA — É exatamente isso, Célia. Como você acha que eu estou me sentindo? Eu sou uma mulher de mais de 60 anos que viu tudo o que eu acreditava ser verdade desmoronar. Eu acho que eu posso ter esse tipo de pensamento sem ser recriminada. 


CÉLIA FICA EM SILÊNCIO. MADALENA AFADTA O OLHAR. ELAS NÃO PERCEBEM QUE ESTÃO SENDO VISTAS POR PETRÔNIO.


CÉLIA — Eu nunca quis te recriminar, Madalena. Eu só quero entender porque você não quer conhecer o Omar melhor. Afinal de contas ele é seu pai.

MADALENA — Isso não muda absolutamente nada , Célia. O meu pai vai continuar sendo o Laurindo. Nada do que aquele homem diga vai me fazer mudar de opinião.

CÉLIA — Como você é cabeça dura, Madalena. Desde que nós éramos pequenas que você é assim. Eu não vou mais discutir isso com você. Se é assim que você deseja então ótimo. 


PETRÔNIO ENTRA NA SALA DEIXANDO MADALENA E CÉLIA SURPRESAS. ELE FICA AO LADO DE MADALENA E A APOIA. 


PETRÔNIO  — Me desculpem, mas eu não pude deixar de ouvir. A Madalena está certa, Célia. Se ela não quer conhecer esse homem, ela deve ter o seu direito respeitado. E aproveitando que você está aqui tem uma coisa que eu preciso te contar, Célia. Eu vi o Estevão. Eu queria saber se você deseja encontrar com ele?

CÉLIA — (nervosa) E porque eu iria querer rever esse canalha do Estevão? Vocês já se esqueceram de tudo o que ele me fez? Tudo o que eu quero é distância dele.

MADALENA — Você precisa superar isso, minha irmã. Até quando você vai ficar remoendo essa mágoa? Eu vejo nos seus olhos que você ainda ama ele. Porque tentar negar o óbvio? Medo de dar o braço a torcer? 

CÉLIA — Você nunca vai entender como eu me sinto, Madalena. Eu amava o Estevão e ele fez aquilo comigo. Mas eu não quero saber mais dessa história. Eu vou embora. É a melhor coisa que eu posso fazer. 


CÉLIA VAI EMBORA E BATE A PORTA COM FORÇA. MADALENA FICA PREOCUPADA. PETRÔNIO A CONFORTA COM SEU OLHAR DE ZELO. 

 CORTA PARA/


CENA 10. RUA. CARRO. EXT/ DIA

ALGUMAS HORAS SE PASSAM. DENTRO DO CARRO ESTÁ MÔNICA QUE FICA BATENDO NO VOLANTE DEMONSTRANDO ESTAR NERVOSA E ANSIOSA. UM HOMEM PARA AO LADO DO CARRO E DEPOIS ENTRA. MÔNICA ENTREGA UM PACOTE. O HOMEM ABRE O PACOTE E VEMOS MUITO DINHEIRO.

MÔNICA — (ardilosa) Você entendeu bem o que tem que fazer? Eu espero que não haja erros. Isso precisa ser feito hoje.

HOMEM — É claro que eu entendi. Você pode confiar que o serviço será feito do jeito que você ordenou.. Essa mulher já está morta. Ela apenas não sabe ainda. 

MÔNICA — Eu espero que ninguém saiba dessa nossa conversa. Para todos os efeitos você nunca me viu na vida. (P) Essa filha bastarda que o meu pai arrumou precisa sumir o mais rápido possível. 

HOMEM — Depois que eu fizer o que você está me pedindo eu irei querer a outra metade do meu dinheiro. Esse valor que você me deu agora é para eu fazer o serviço. A outra metade é para eu ficar calado. Você entendeu?


MÔNICA OLHA PARA O HOMEM BEM SÉRIA. O BANDIDO SORRI DE UM JEITO MALICIOSO O QUE A IRRITA. 


MÔNICA — Você nunca mais ouse me ameaçar. Eu posso parecer frágil, mas eu sou mais perigosa do que você possa imaginar. Eu sei muito bem das coisas ilícitas que está envolvido. Então é melhor você não me provocar. 

HOMEM — Isso não foi uma ameaça. Foi apenas um aviso. 

MÔNICA — Então estamos combinados. Eu quero essa bastarda fora do meu caminho ainda hoje. Você me ouviu? 

HOMEM — Alto e claro, senhorita. Agora se você me dá licença eu tenho um serviço para fazer. Até mais ver. 


O HOMEM SAI DE DENTRO DO CARRO. MÔNICA ESBOÇA UM SORRISO ENQUANTO O SEU PENSAMENTO VAI LONGE.


MÔNICA — Essa maldita bastarda vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho. Ela não vai ter o que é meu. 


MÔNICA CONTINUA SORRINDO. ELA ACELERA O CARRO E VAI EMBORA DO LOCAL QUE ESTÁ BEM VAZIO. 

CORTA PARA/


CENA 11. RUA. VIELA. EXT/ DIA

ALFREDO CAMINHA SOZINHO PELA RUA. ELA COMEÇA A TER A SENSAÇÃO DE ESTAR SENDO SEGUIDO. ELA VAI ACELERANDO OS SEUS PASSOS , MAS DEPOIS DE ALGUNS MINUTOS ELE ACABA SENDO ALCANÇADO. QUANDO ALFREDO SE VIRA ELE DÁ DE CARA COM O DELEGADO FLORES. ALFREDO FICA FURIOSO E OLHA COM RAIVA PARA O DELEGADO FLORES QUE O ENFRENTA NO MESMO TOM. 


ALFREDO — (respirando aliviado) O que você pensa que está fazendo, Flores? Não foi você que disse que não era para a gente ser vistos juntos? O que você quer de mim?

DELEGADO FLORES — Isso foi antes da desgraçada da sua filha invadir a sede do Doi-Codi e tirar a Isabela de lá. Eu ofereci para o seu filho me ajudar a recuperar ela, mas ele é tão imprestável quando você. Eu quero que você faça algo para me aproximar da Isabela. 

ALFREDO — E quem disse que isso é do meu interesse, Flores? Eu já me arrisquei em te ajudar. Eu não vou fazer isso de novo. Procure outro jeito. Você me ouviu? 

DELEGADO FLORES — Você acha mesmo que pode fazer isso, Alfredo? Você está envolvido nessa história até o pescoço. Você vai me ajudar querendo ou não. 


ALFREDO SE APROXIMA DO DELEGADO FLORES. O VILÃO ENCARA O OFICIAL DA REPRESSÃO QUE NÃO DEMONSTRA MEDO.


ALFREDO — (sorrindo) Sabe o que eu acho, Flores? Que você está obcecado pela Isabela. Mesmo que eu queira te ajudar, o Petrônio ou a Marina nunca vão deixar você se aproximar dela de novo. É melhor você desistir. 

DELEGADO FLORES — Isso você deixa que eu me preocupo. O que eu quero é ter ela comigo o mais rápido possível. 

ALFREDO — Eu estava certo. Eu vejo nos seus olhos que você se apaixonou pela Isabela. Você não tem vergonha? Eu sei o que se faz com uma jovem mulher nos porões do Doi-Codi. Ela nunca vai querer nada com você.


O ÓDIO DO DELEGADO FLORES VAI AUMENTANDO. ELE PEGA ALFREDO PELO COLARINHO DA CAMISA COM MUITA RAIVA.


DELEGADO FLORES — (furioso) Eu deveria te matar agora mesmo, Alfredo. Mas você não vale o esforço. Escuta bem o que eu vou te dizer. A Isabela vai ser minha custe o que custar.  Somente eu posso amar ela do jeito que ela merece. 

ALFREDO — Você está ouvindo o que está dizendo, Flores? Você só pode estar ficando louco. Mas isso não é da minha conta. O que você vai fazer ou deixar de fazer com essa comunista não é da minha conta. Agora me solta. 


O DELEGADO FLORES SOLTA ALFREDO.


DELEGADO FLORES — Eu espero sinceramente pelo seu bem que você fique fora do meu caminho. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para ter a Isabela só para mim. Nem que para isso eu tenha que matar que tentar me impedir.


O DELGADO FLORES VAI CAMINHANDO PARA FORA DA VIELA. LOGO DEPOIS ELE ENTRA EM UM CARRO. A CÂMERA CORTA E MOSTRA UM SORRISO MALICIOSO NO ROSTO DE ALFREDO QUE PARECE GOSTAR DESSA SITUAÇÃO.

 CORTA PARA/


CENA 12. BAIRRO DE MARECHAL HERMES. RUA. EXT/ DIA 

A CÂMERA ACOMPANHA MADALENA E PETRÔNIO QUE VÃO CAMINHANDO DE MÃOS DADAS. LOGO A FRENTE ELES ENCONTRAM MARINA QUE ESTÁ CHORANDO MUITO. ELA TENTA DISFARÇAR, MAS MADALENA PERCEBE QUE ALGO ESTÁ ACONTECENDO DE MUITO SÉRIO.


MADALENA — (preocupada) Minha filha…. O que foi que aconteceu com você? Porque você está chorando assim?

MARINA — Eu não quero falar sobre isso agora, mãe. Os meus problemas pessoais não tem importância diante de tudo que está acontecendo. Tem que precisa de mim. 

MADALENA — Até quando você vai ficar se doando tanto para as pessoas, Marina? Você precisa pensar um pouco em você mesma. Esse caminho que você está trilhando é muito solitário. 

PETRÔNIO — A sua mãe está certa, Marina. Eu sou uma prova viva do quando você se sacrifica pelo que vi no acredita. Mas chega uma hora que devemos saber a hora de parar.


MARINA ESTÁ IRREDUTÍVEL MADALENA VAI FICANDO AINDA MAIS AFLITA. NENHUM DELES PERCEBE QUE O HOMEM (O MESMO DA CENA 10) ESTÁ OS OBSERVANDO DE UM JEITO FIXO.


MARINA — Eu sei que vocês estão preocupados comigo. Mas eu não posso abdicar de tudo aquilo que eu acredito. Não foram vocês que viram tudo o que eu vi nos porões do Doi-Codi. Tem mais pessoas que precisam de ajuda.

MADALENA — O que você está querendo provar com isso, minha filha? Você não conseguir mudar o mundo sozinha. Eu queira que isso fosse verdade, mas não é. 

MARINA — Eu não esperava ouvir isso de você, mãe. Eu achava que você acreditava em mim. Mas eu não vou desistir do que eu acredito ser o certo. Você me apoiando ou não. 

PETRÔNIO — Essa não é a questão, Marina. Nós apenas estamos preocupados com o seu bem estar. Você não imagina o que o exército é capaz de fazer contra quem pensa diferente deles. Estamos apenas tentando abrir os seus olhos. 


MARINA NÃO DÁ O BRAÇO A TORCER. O HOMEM CONTRATADO POR MÔNICA SE APROXIMA AOS POUCOS DE MADALENA. ELE OLHA FIXAMENTE PARA NOSSA PROTAGONISTA. 


MADALENA — (confusa) Pois não…. Eu posso te ajudar em algo? 

HOMEM — Na verdade não. Tenho apenas um recado para você. 


O HOMEM TIRA UMA FACA DE SUA CINTURA E ACERTA MADALENA EM CHEIO NA BARRIGA. MARINA E PETRÔNIO EM ESTADO DE CHOQUE. O HOMEM APROVEITA PARA FUGIR. 


MARINA —(gritando) Nãooooooo!!!! Mãe!!!!


MADALENA CAI NO CHÃO AGONIZANDO DE DOR E SANGRANDO MUITO. A CÂMERA MOSTRA O OLHAR DE DESESPERO DE MARINA. PETRÔNIO TENTA ACALMAR ELA, MAS ELE NÃO CONSEGUE. 


A IMAGEM CONGELA NO OLHAR PERDIDO DE MARINA. 

AOS POUCOS A IMAGEM VAI GANHANDO UM TOM EM PRETO E BRANCO. 


































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