Saudações! Sejam mais uma
vez todos muito bem-vindos ao seu programa dominical de críticas, o Primeira
Impressão!
Se cuidando como espero que vocês
estejam se cuidando, meus companheiros mancebos, acredito que estão prontos para
mais uma crítica no dia de hoje. Preparados? Então apertem os cintos!
A crítica de hoje é sobre Por
Trás das Máscaras, escrita por Levi de Oliveira e exibida no Megapro. Confiram
a sinopse:
“Num jogo de segredos e
mentiras, a vida de Carla, milionária e presidente do Grupo empresarial da
família, e de Magda, professora universitária, se veem com suas vidas de cabeça
para baixo quando segredos, mentiras e perseguições começam vir à tona.”
É da ideia de que todas as
pessoas se escondem por trás de “máscaras” que parte a trama da série em
questão. Uma ideia que, se observada com cuidado, pode arrepiar a espinha de quem
teme não conhecer de verdade aqueles que o rodeiam. Mas, se a ideia for
observada com ainda mais cuidado, ver-se-á que todos nós, em maior ou menor
grau, utilizamos máscaras para transitarmos nos diferentes meios da sociedade. Reflitam,
mancebos, e respondam em seus corações se vocês são exatamente as mesmas
pessoas nos almoços de família, nas redes sociais, na escola e no banco de trás
dos carros de aplicativo.
Mas essas ainda são máscaras
que vocês humanos trocam de forma natural nesses diferentes lugares. As mais
graves trocas de máscaras acontecem quando segredos sujos são ocultos por elas,
quando passados condenáveis desaparecem em função de um sorriso, de uma
mentira. E é a partir dessa ideia mais grave e pessimista que se desenvolve a
teoria das máscaras da protagonista Carla, ainda no início do episódio –
intitulado “Carla” –, afinal a personagem, em um passado não muito distante,
passou por uma grave traição vinda de seu próprio marido, com quem dividia não
só a cama, mas a vida.
O grande “porém” na
construção de toda essa ideia é que o texto ainda dá a entender que Carla
encontrou nessa desilusão com o marido um certo conforto para esconder seus
próprios segredos. E, meses após a prisão do ex-companheiro e já atuando como
presidente do grupo empresarial, ela decide mostrar sua real personalidade, “mas
sem revelar seus piores segredos”. Ora, mas que segredos todos são esses que Carla
esconde? O texto não os menciona e não os alude, muito menos quando narra o
passado de sua família, cuja ascensão financeira aparentemente foi de forma
totalmente legal e esforçada. Então o que Carla poderia temer revelar quando
sua máscara de rainha caísse? Aparentemente nada, o que não faz sentido algum.
Diferente da maioria das
obras do Mundo Virtual, essa se estrutura no gênero literário, e não no roteirizado.
E o episódio se divide basicamente em duas partes, sendo a primeira uma
introdução alongada inteiramente narrada e com tons de crônica, e a segunda se
assemelhando mais a um romance, revezando ação e diálogos. Acontece que o que acontece
de fato no episódio é muito pouco. Basicamente temos Carla, plena em sua
casa enquanto divaga sobre seu sucesso e aprecia seu vinho, sendo surpreendida
por um estrondo e, junto com o filho Felipe, encontrando uma pedra com a
escrita “Vadia” em tinta vermelha. Após isso mãe e filho têm uma discussão acalorada
sobre confiança e, mais tarde, Carla recepciona o delegado Olavo, sendo que
ambos esperam que a presença do mesmo ali valha a pena. E é isso. Não que uma
obra do Mundo Virtual necessite de muitos eventos, mas a impressão aqui é
de insuficiência de acontecimentos para dar base à trama principal da série, e até
de desconexão entre os acontecimentos existentes. Afinal, o que tem a ver a
conversa de Carla e Felipe sobre confiar ou não nas pessoas logo após terem a casa
invadida com violência sem saberem por quem e se o invasor ainda está por ali?
E mesmo o tom poético do texto sendo perceptível – o que é muito necessário no gênero literário e menos no roteirizado –, às vezes a repetição de ideias vai um pouco além da conta, mas nada que apague o brilho da intenção. Por outro lado, pontuação e acentuação são aspectos falhos aqui, pois os mesmos, ainda mais no gênero literário, agregam não só a virtude da correta escrita, mas também a beleza; faltou um pouco dessa beleza. No mais, aparentemente para o leitor é necessário que caia a máscara da estreia e que se revelem os próximos episódios para que ele possa descobrir com mais clareza qual é o enredo principal da série. Não que o mesma virá a ser ruim, pode até ser ótimo. Mas, infelizmente, não o pudemos conhecer muito bem nessa estreia, e uma das funções dessa era justamente apresenta-lo.
Série: Por Trás das Máscaras
Autor: Levi de Oliveira
Episódios: 16
Emissora: Megapro
Clique aqui para ler o 1° episódio
E vocês, mancebos, já leram
essa série? Digam o que acharam dela e da minha crítica nos comentários abaixo.
Bom, e como voltamos à
normalidade do programa, hoje vou responder o autor da obra criticada no
programa passado. Vejamos o que ele disse:
Imagine, Edgar, muito
obrigado! Sou em quem agradeço pela recepção madura e esportiva, e pelos
elogios à crítica. E certamente você apresentará obras ainda melhores,
principalmente porque já identificou o problema da formatação. Aguardo seus
novos trabalhos, hein!
E para quem comentou
elogiando o programa e a série, meu muito obrigado! E quem pediu obras para
serem criticadas aqui, aguarde que já estão na lista!
Mas
caso vocês tenham perdido o programa da semana passada, basta clicarem aqui e
lê-lo. E qualquer reclamação, elogio e sugestão de webs novas para analisarmos,
basta escreverem nos comentários abaixo, tudo bem?
Então é isso, queridos. Tenham uma ótima semana, se cuidem, fiquem bem, e até o próximo domingo com mais uma crítica quentinha! Até lá!
Obrigado pelo seu comentário!