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Amor Distinto - Episódio 01 (Estréia)


1º Episódio

(CENA 1 – Madrugada / Casa de Clara – Rio de Janeiro/RJ | 01:27 - 2018)

P.O.V Clara

(Mais uma noite em que eu estava completamente entediada estava quase terminando, eu já estava arrumando as minhas coisas para ir descansar, até eu receber uma mensagem pelo o meu WhatsApp)

Clara – “Olá gatinha”… Qual é o ser humano que com um pouco de consciência fala um absurdo desses antes de conhecer alguém? – Falei indignada.
(No Celular)
*WhatsApp*

Olá gatinha! : Número Desconhecido

(Que cara estranho…)
Eu: Olá! Eu acho…
Eu: Quem é você?

Boa pergunta. : Número Desconhecido
Eu já te vi algumas vezes e você estava bem…natural. : Número Desconhecido

(Como assim ele me viu sem roupa? Que cara psicopata…)
Eu: Você está me dizendo que me viu sem roupa em alguma foto?

Vamos dizer que sim. : Número Desconhecido
Já que eu achei o seu corpo muito bonito. : Número Desconhecido

(Eu fiquei muito assustada quando li a última mensagem, já que não é a primeira vez que sou basicamente assediada no WhatsApp, desliguei imediatamente o meu celular)

Clara – Como ele conseguiu fotos minhas sem roupa? Eu nunca tirei nenhuma… a não ser que não tenham sido fotos e ele já tenha me visto alguma vez na vida. (Ouço um barulho de vidro se quebrando e eu levo um susto) O que foi isso? – Pergunto assustada.

(CENA 2 – Madrugada / Apartamento de Jhonatan e Kauan – São Paulo/SP | 02:12)

P.O.V Jhonatan

(Lá estava eu, sem conseguir dormir mais uma noite por causa da minha maldita ansiedade, o que me causava uma insônia muito escrota. Por causa dela, resolvi ir escutar uma música que amava: Si Tú Supieras de Alejandro Fernández)

Jhonatan – Essa música é tão boa, mas eu ainda não consigo descansar. – Disse entediado e suspirando. – Já sei, vou chamar o Kauan no quarto dele para vim escutar comigo, ele também ama essa música como ele ama a maioria das coisas que eu gosto. – Eu já disse isso um pouco ansioso, então resolvi ir até o quarto dele para ir chamá-lo. Kauan é o meu melhor amigo e sempre me ajuda em crises de ansiedade ou de insônia.

(Chegando perto do quarto dele o ouvi chorando, então resolvi dar duas batidas na porta.)

Kauan – Q-quem é? – Ele disse soluçando e chorando um pouco.

Jhonatan – Sou eu, Ka. – Eu gosto deste apelido que dei para ele, assim como eu também gosto do apelido “Jhon” que ele me deu, deixa a nossa amizade mais fiel e próxima. Escuto-o chorar mais. – Ka, por que está chorando? – Pergunto preocupado.

Kauan – Me deixa em paz, Jhonatan! – Ele grita com a voz rouca.

(Ele estava chorando e eu não sabia o porquê desse choro, isso me sufocou por completo.)

Jhonatan – Me perdoe, mas eu não vou ir embora sem saber o que houve contigo. – Eu disse isso e minha garganta começava a enrouquecer e eu queria chorar por ouvir o meu melhor amigo daquela maneira, mas toda vez eu as enxugava. Já ansioso, eu resolvo abri a porta. – Kauan, porque você está chorando? Me diga. – Disse calmo, mas a minha cabeça estava com algum peso e eu não sabia o motivo.

Kauan – Você não vai entender, você deve ser como todo mundo e não vai conseguir entender o que eu sinto. – Ele disse com a voz rouca, mas sem está chorando mais.

Jhonatan – Eu vou entender Kauan, mas você tem que primeiro me dizer o que está sentindo. Eu falo isso porque eu me importo com você. – Falei soluçando um pouco. Kauan se vira e eu percebo que o seu braço estava ensanguentado, deduzi imediatamente que ele estava se cortando. – Ka, você estava se cortando…porquê? – Eu disse surpreso e até levantando um pouco a voz, mas aquilo me deixou muito triste e abalado. Porquê o Kauan faz isso com ele mesmo?

Kauan – Porquê? Jhon…o motivo é obvio. – Ele se senta na cama colocando as duas mãos em sua cabeça e abaixando-a. Já eu o abraço, foi um pouco estranho no começo, mas depois eu me acostumei com os meus braços em volta do seu corpo.

Jhonatan – Ka, se ele é tão obvio…você pode me contar. – Afirmo calmamente e tiro os meus braços de volta dele. Ele estava um pouco nervoso, mas ainda com uma aparência cansada.

Kauan – Jhon… o problema é que eu sou gay. – Ele diz nervoso.

Jhonatan – Ka, eu nem sei o que dizer… - Eu disse bastante surpreso, nunca iria passar pela a minha cabeça que o Kauan seria gay, porque ele sempre namorava mulheres.

Kauan – Não se preocupe, você também deve achar que eu sou um viadinho que se corta e precisa de rola para se livrar da depressão. – Ele diz com a voz enrouquecendo de novo enquanto uma lágrima cai do seu olho.

Jhonatan – Ka, se acalme…mas foi só esse o problema? – Eu digo preocupado e esperando não ser o pior. Ele olha para o lado e fica em silêncio. – Me responda... Ka! Eu preciso que você me responda para saber o que houve, por favor. – Digo calmamente.

(CENA 3 – Madrugada / Casa de Clara | 02:48)

P.O.V Clara

Clara – Será que aquele cara me conhece? Eu tenho que dormir, hoje é Domingo e amanhã já tem aula. - Eu já estava paranoica e criando várias teorias sobre o homem que, basicamente, me assediou no WhatsApp. - Será que ele é alguém que conheço me pregando alguma pegadinha? Ah que se dane, vou dormir que amanhã eu tenho aula.

(Eu escuto outro barulho de vidro se quebrando.)

Clara – Mas que porra de barulho é esse? Toda hora eu o escuto. – Disse já estressada. – Eu vou verificar essa merda logo de uma vez, se for a porra do meu gato ele vai se ver comigo. – Desço as escadas bastante aborrecida e assustada ao mesmo tempo. – Gato! Foi você que fez isso seu merda? – Pergunto gritando. Dei uma rondada pela casa por uns 10 minutos e pude comprovar que realmente era o meu gato, eu amo ele, mas ele bagunça demais. – Cacete, gato! Me fez perder 10 minutos da minha vida. – Eu, totalmente estressada, volto para o meu quarto.

(CENA 4 – Madrugada / Apartamento de Jhonatan e Kauan| 02:48)

P.O.V Jhonatan

Jhonatan – Ka! Diga, por favor… - Disse implorando. O Kauan era muito insistente, mesmo eu sendo amigo dele eu não gosto dessa sua personalidade.

Kauan – Jhon... E-eles... – Ele disse soluçando e gaguejando, ele já estava voltando a chorar. Ele não conseguiu dizer na primeira vez, pois ele gaguejava demais.

Jhonatan – Ka! Respire fundo... – Eu peço-o, porque ele estava muito nervoso.

Kauan – Está bem... – Ele inspira e expira lentamente. – E-eu estava em uma festa, aquela que eu te disse, quando eu estava no caminho de volta da festa para casa, eu fui abordado por dois homens... um deles estava com um canivete e eles me ameaçaram com ele. – Ele disse ainda gaguejando e se tremendo, mas pelo menos conseguia dizer o que houve com ele.

Jhonatan – Meu deus! Não é possível. – Eu disse já totalmente indignado. Eu me levanto, mas Kauan me puxa de novo e me coloca sentado ao seu lado.

Kauan – Jhon! Fica, por favor... E-eu ainda não terminei de dizer o que houve. – Ele diz com a voz rouca. Eu, então, fico atento o escutando. – Eles me ameaçaram com o canivete, mas depois me arrastaram para um beco escuro e... – Ele começa a desabar em lágrimas, então eu o abraço, por impulso. – E-eles co-começaram a tirar a minha camiseta, logo depois a minha ca-calça e por fim a minha cueca. Então um deles...me estuprou. – Ele já não conseguia mais continuar a dizer o que houve, eu me sinto um pouco culpado já que ele tinha me chamado para ir a essa festa, mas eu neguei... eu talvez tenha sido o culpado de tudo.

Jhonatan – Kauan! Eu nunca mais vou te deixar sozinho, nós estaremos juntos para sempre, eu juro... – Eu disse isso enquanto o abraçava e também comecei a chorar junto a ele, essa foi com certeza a coisa mais pesada que eu já escutei. – Ka! Olha nos meus olhos e jura para mim uma coisa... – Ele cola as nossas testas uma na outra e nós ficávamos no encarando. – Jura para mim que nossa amizade nunca vai acabar... – Eu disse em meio a lágrimas e olhando os seus lindos olhos verdes, que também se encharcavam de lágrimas.

Kauan – E-eu juro. Por você e por mim... – Ele diz com a voz menos rouca, porém muito emocionado com minhas palavras. Então nós nos abraçamos.

Jhonatan – Bom Kauan...eu acho que vou ir dormir no meu quarto, boa noite. – Digo me encaminhando para a porta.

Kauan – Jhon! – Eu me viro e olho para ele. – Por favor, você pode dormir comigo hoje? – Ele pede olhando com aqueles lindos olhos verdes para mim.

Jhonatan – Eu não sei... – Falo em dúvida. Quando eu digo isso ele olha meio triste para o chão. – Eu aceito. Eu durmo do seu lado, Ka! – Eu estava com muitas dúvidas sobre o que o Kauan estava sentindo por mim, será que ele gosta de mim ou só está carente/assustado pelo o ocorrido.

(Eu me deito ao lado de Kauan para dormir, mas como a cama era pequena demais nós basicamente dormimos grudados um no outro.)



(CENA 5 – Manhã / Casa de Clara | 08:12)

P.O.V Clara

(Eu acordo muito cansada porque eu dormi muito pouco na noite passada. Olho para o relógio e percebo que estou atrasada para a faculdade.)

Clara – Fudeu! Acho que hoje eu não conseguirei entrar naquela merda. – Falo estressada. – Já que eu não tenho mais nada para fazer nem para onde ir, vou ligar para o Jhonatan. – Falo ansiosa.

(Eu decido ligar para o meu melhor amigo Jhonatan e eu confesso a vocês que eu talvez queria que eu e ele fossemos mais que amigos, mas ele nunca me dá nenhuma chance de demonstrar o que sinto, então eu fico mesmo é na Friendzone.)

(CENA 6 – Manhã / Apartamento de Jhonatan e Kauan – São Paulo/SP | 08:13)

P.O.V Jhonatan

(O meu telefone começa a tocar, o que faz eu acordar e perceber que o Kauan dormiu abraçado comigo, um pouco desconfortável imaginar isso. Eu então vejo o telefone e percebo que a Clara finalmente estava me ligando, mas eu não atendo.)

Jhonatan – Eu não estou com humor para lhe atender Clara, desculpe. – Falo enquanto coloco o celular em cima da mesa.

(Olho para o relógio e percebo que já está na hora de ir buscar o meu primo Daniel no Aeroporto, espero que ele não se surpreenda demais por eu não ter dito ao Kauan que ele irá vir.)

(CENA 7 – Manhã / Aeroporto Internacional de São Paulo | 10:27)

P.O.V Jhonatan

(Eu já estava no Aeroporto para buscar o meu primo Daniel, ele vai ficar algum tempo lá em casa comigo e com o Kauan. Ele foi expulso de casa pela minha tia depois de ter se assumido gay, então eu quis o acolher em casa até ele arrumar alguma moradia, quem sabe ele até se dê bem com o Kauan e fique por mais tempo.)

Jhonatan – Daniel! – Gritei ao o ver de longe me procurando. Eu me aproximo de onde ele está.

Daniel – Jhonatan! – Ele me vê, fica bastante feliz e me abraça. – À quanto tempo não nos víamos. – Ele diz bastante alegre, mas eu estava muito desconfortável.

Jhonatan – Verdade. – Digo um pouco sem jeito por causa do seu abraço. Ele ao perceber desfaz o abraço.

Daniel – Desculpe. – Ele diz com as bochechas um pouco coradas.

Jhonatan – Tudo bem. Podemos ir em direção ao carro para podermos ir para casa? – Digo formalmente, o que faz ele ri um pouco.

Daniel – Para que tanta formalidade? Nós somos primos, caralho. – Ele diz com um tom de brincadeira.

Jhonatan – Está bem, senhor expert em intimidade. – Digo sarcasticamente e ele ri novamente.

(Ajudo ele a colocar as malas no carro. Nossas mãos em alguns momentos se tocaram estranhamente o que ocasionava em vergonha e nos encararmos desconfortavelmente.)

(CENA 8 – Manhã / Na estrada a caminho para a Casa de Kauan | 10:49)

P.O.V Jhonatan

(O começo do caminho para casa foi muito monótono, ninguém falava nada até o Daniel tentar puxar papo.)

Daniel – Errr... como estão as coisas lá na sua casa, bem? – Ele pergunta sem jeito.

Jhonatan – Esqueci de dizer, mas lá em casa eu tenho um colega de quarto chamado Kauan, ele é gay também e acho que vocês vão se dar bem. – Digo enquanto ele olhava um pouco para a janela.

Daniel – Somente colegas ou algo a mais? – Ele pergunta com um olhar meio malicioso e me faz soar de nervoso com aquela pergunta.

Jhonatan – Err...N-não, nós somos so-somente amigos. – Eu digo bastante nervoso e gaguejando.

Daniel – Se acalma, eu só fiz uma pergunta, mas enfim. – Ele diz com um tom de deboche. – Quantos “boys” já arrumou desde a última vez que nos vimos? – Ele diz isso e me faz se engasgar com a própria saliva.

Jhonatan – Boys? – Eu pergunto assustado. – Eu não sou gay, Daniel. Sou de fato hetero, tá? – Exclamo com os olhos arregalados.

Daniel – Querido, você acha que engana quem com esse: “de fato hetero”? – Ele diz novamente com um tom de deboche. – Você por acaso não se lembra quando na adolescência você me beijou “acidentalmente” na montanha-russa por estar “assustado”. – Ele diz com um pequeno tom de deboche.

Jhonatan – Daniel, estamos chegando perto de casa já, o tempo passou voando. – Tento mudar de assunto, mas ele me olha com uma cara de desconfiança.

(CENA 9 – Manhã / Apartamento de Kauan e Jhonatan | 11:20)

P.O.V Kauan

(Acordei bastante tarde hoje, mas o Jhonatan não estava mais do meu lado. Depois de um tempo eu decido me levantar e vou para a sala, já que não tinha mais nada para fazer no quarto.)

Kauan – Cadê você, Jhonatan? – Falo para mim mesmo até que Jhonatan entra pela porta com um homem ao seu lado, eu não conseguir disfarçar a minha cara de ciúme.

Jhonatan – Bom dia, Kauan. Eu não lhe avisei que ia trazer alguém aqui para casa, mas não é problema é? – Ele pergunta. Eu estava seriamente incomodado, mas ele me encarava de um jeito que eu não conseguia negar.  

Kauan – Não tem problema, Jhonatan. – Falo com um pouco de ranço. – Mas qual é o nome dele? – Pergunto.

Jhonatan – O nome dele é Daniel, o meu primo. – Ele falou isso e eu me senti um pouco mais aliviado, mas eu não podia correr o risco de perde-lo, então eu tinha que fazer alguma coisa.

Daniel – Obrigado por me receber em casa..., qual é o seu nome mesmo? – Eu percebi um pouco de deboche em sua fala, então eu não podia deixar barato.

Kauan – Meu nome é Kauan, mas se prefere pode me chamar de: Namorado do Jhonatan. – Eu falo isso e no mesmo momento eu roubo um beijo de Jhonatan.

CONTINUA... 

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