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Entre Pais e Filhos - Capítulo 14


 


 Entre Pais e Filhos - Capítulo 14

Cena 01 - São Paulo - Rua/Apartamento de Helena - Tarde/Noite

Mostram cenas de Helena indo na casa de vários amigos de Murilo tentando encontrar o filho, mas não o encontra em lugar algum. 

Helena: Maria, mãe de Jesus, não desampara essa mãe que está perdida. Me ajudo nossa senhora. 

Helena reza e pede a intercessão de Maria em busca do filho. Helena então se lembra de Paulo o amigo de Murilo que ele conheceu no almoço, esse ela não sabia o endereço, porém procurou seu número em uma rede social.

Helena: Ufa! Finalmente encontrei o telefone dele. 

Helena liga para Paulo e conversa com ele no telefone. 

Paulo: Alô, quem fala? 
Helena: Aqui é a Helena, mãe do Paulo. 
Paulo: Ola Dona Helena, como vai? 
Helena: Vou tento caminhar querido, estaria melhor se meu filho estivesse comigo. 

Paulo fica em silêncio. 

Helena: Paulo, preciso te fazer uma pergunta e peço que não minta para mim. O Murilo está em sua casa?  
Paulo: Não. 
Helena: Por favor, não minta para mim. Sou uma mãe desesperada, o Arthur está indo de mal a pior e precisa do irmão. 

Helena começa a chorar. 

Paulo: Não chore. 
Helena: Me desculpe, mas a cada momento que passa eu sinto que o tempo está acabando.

Paula pensa um pouco e diz a Helena:

Paulo: A senhora pode me encontrar em duas horas? Talvez eu possa ajudar. 
Helena: Claro. Serei eternamente grata a você. 
Paulo: Combinado então. 
Helena: Aonde nós nos encontramos? 
Paulo: Vou em sua casa, pode ser? 
Helena: Claro, pode sim. Em duas horas. 

Ao desligar o telefone Helena sorri de felicidade, pois essa pode ser uma luz no túnel de escuridão que está sendo sua vida. 


Cena 02 - São Paulo - Hotel - Noite

André consegue um emprego e decide que vai atrás de Cecília. 

André: Já que eu não sei em qual asilo ela está e eles não vão me contar, eu vou atrás da minha mãe e libertá-la dessa solidão. 

Ele está determinado em tirar Cecília daquele lugar. 

André: Custe o que custar e doa a quem doer, vou te ajudar mamãe, assim como a senhora me tirou daquele orfanato um dia. 

André relembra o dia em que foi adotado por Cecília e seu marido. 

André: Estou indo mãe, me espera que estou chegando. 

Mais tarde…


Cena 03 - São Paulo - Apartamento de Helena - Noite

Helena está ansiosa para o encontro com Paulo e anda indistintamente de um lado para o outro. Até que o porteiro avisa que Paulo chegou e Helena pede para que o mesmo suba. 

Helena: Finalmente chegou querido, eu já estava aflita. 
Paulo: Eu imagino como esteja e é por isso que vim aqui. 
Helena: O que tem para me contar. 
Paulo: O Murilo está em minha casa mas ele não quer te ver. 
Helena: Eu sabia. Nós precisamos trazer o Murilo de volta. 
Paulo: Esse é o problema. Colocaram coisas na cabeça dele e agora ele não quer te perdoar. 
Helena: Foi a minha irmã Eduarda. 
Paulo: Sua irmã? 
Helena: Isso, mas é uma longa história. 
Paulo: Eu já tentei convencer o Murilo porém ele está irredutível. 
Helena: Eu preciso conversar mais uma vez com meu filho. 
Paulo: O difícil será marcar um encontro entre vocês, ele não vai aceitar. 
Helena: Por isso eu peço que me leve em sua casa. Por favor. 
Paulo: Eu não quero que ele perca a confiança em mim. 
Helena: Eu te peço. Na verdade te suplico. Uma vida depende de tudo isso.  

Paulo pensa um pouco e toma sua decisão. 

Paulo: Está bem dona Helena. Eu farei o que a senhora me pediu. 

Helena dá um forte abraço em Paulo. 

Helena: Eu não sei como te agradecer. 
Paulo: Não precisa. Estou fazendo meu papel como amigo do seu filho. 

Helena e Paulo então vão para a casa do mesmo, ao encontro de Murilo. 


Cena 04 - São Paulo - Casa de Marcos - Noite

Matheus está com seu namorado mas não para de pensar na mãe. 

Matheus (pensando): Por que fez isso mamãe? Como pode? 
Marcos: No que tanto pensa amor? 
Matheus: Em nada. Deixa para lá. 
Marcos: Está pensando na Eduarda, né? 
Matheus: Sim. Não tenho como negar. 
Marcos: Enquanto você não tiver uma conversa séria com ela, jamais vai segui em frente. 
Matheus: Seguir em frente. É isso que eu não consigo. 
Marcos: Já disse e repito, estou contigo para o que der e vier. 
Matheus: Obrigado amor. É muito bom poder contar contigo. 
Marcos: Eu sei como é difícil, mas conversa com ela. Já se passaram alguns dias, ela já deve ter reconsiderado. 
Matheus: É muito difícil para mim. Não tive pai e agora minha mãe me rejeita. Me sinto um lixo. 
Marcos: Não se sinta assim, pois para mim você é um presente que Deus enviou para mim. 
Matheus: Te amo. 
Marcos: Também te amo. 

Os dois dão um forte abraço e selam o amor deles com um beijo cheio de ternura. 

Matheus: Você tem razão. Tenho que ir atrás da minha mãe e resolver as coisas com ela. 
Marcos: Isso aí. Eu irei contigo. 
Matheus: Agradeço querido, mas isso é algo que devo fazer sozinho. 


Cena 05 - São Paulo - Casa de Paulo - Quarto de hóspedes - Noite

Murilo está deitado no quarto e não para de pensar na mãe e no irmão. 

Murilo: Como será que o Murilo está? Estou sendo muito mesquinho, pensando apenas em mim. 

Murilo se lembra então de cada palavra dita por Eduarda. 

Murilo: Minha tia tem razão. Eles me desprezam. Sempre fui um fardo para eles. Não faço parte da família. 


Uma hora depois...


Cena 06 - São Paulo - Casa de Paulo - Quarto de hóspedes - Noite

Helena e Paulo finalmente chegam. Paulo decide esperar do lado de fora, enquanto Helena conversa com o filho. 

Murilo: O que faz aqui mamãe? 
Helena: Vim falar com você filho. 
Murilo: Não temos nada para conversar. 
Helena: Temos muitas coisas para tratar. 
Murilo: Se veio para falar do Arthur perdeu seu tempo. 
Helena: Eu vim falar dele também, mas primeiro quero pedir perdão. 
Murilo: Perdão? 
Helena: Sim. Se algum dia eu demonstrei que não te amava ou que gostava mais do Arthur, me perdoe. 
Murilo: E quantas vezes demonstrou. 
Helena: Me perdoe filho. Eu sou humana e tenho falhas como qualquer outro, mas eu te amo. 
Murilo: Eu também te amo mãe, mas não estou disposto a ajudar o Murilo. 
Helena: Como assim? 
Murilo: Sei que veio pedir para que eu faça o transplante, mas eu me nego. 
Helena: Se nega? 
Murilo: Exatamente. 
Helena: Seu irmão piorou muito e não vai aguentar muito tempo sem esse transplante. 
Murilo: Eu não me importo. 
Helena: Não consigo acreditar que você seja uma pessoa ruim desta forma. 
Murilo: Pois agora eu me tornei assim, você goste ou não. 
Helena: Eu não te reconheço mais. 
Murilo: Nem eu mesmo me reconheço. 

Helena pega firme dos braços de Murilo e olha fundo nos seus olhos. 

Helena: Esse não é você, não sei que maldades colocaram em sua cabeça, mas esse não é o menino bom e doce que eu criei. 

Murilo empurra a mãe e diz:

Murilo: Aquele garoto não existe mais. Agora se me dá licença tenho muito o que fazer. 

Helena não acredita em tudo isso é vai embora chorando e desolada. Ao sair Paulo percebe que as coisas não foram como ele pensava. 



Cena 07 - São Paulo - Hospital - Quarto - Noite

Arthur está no quarto acompanhado da enfermeira Mariana uma jovem recém formada, jovem e muito bonita. 

Mariana: Por que está tão triste Arthur?
Arthur: É que todos os meus sonhos foram destruídos depois que descobri ter Leucemia. 
Mariana: Não pense assim. Você tem uma vida pela frente. Temos que ter fé. 
Arthur: Eu não sei. 
Mariana: Você fazia faculdade de que? 
Arthur: Eu estava estudando pedagogia. 
Mariana: Que legal. Então queria ser professor? 
Arthur: Exatamente. Mas meu sonho Foi por água abaixo. 
Mariana: Saiba que um professor pode mudar o mundo. Você ainda vai realizar seu sonho. Tenha fé. 
Arthur: Tomara. 
Mariana: Eu vou te ajudar, não se preocupa. 
Arthur: Como? 
Mariana: Espere e verá. 

Arthur abre um sorriso como não fazia a dias e continua conversando com Mariana. 


Cena 08 - São Paulo - Casa - Sala - Noite

Bruno e Hugo estão com o filho Daniel comendo pipoca assistindo um filme em família, até que o jovem faz um questionamento aos pais. 

Daniel: Por que vocês não se casaram com mulheres? Por que não tenho uma mãe? 

Os dois ficam em choque com a pergunta do filho. 

Bruno: Estão filho, é algo complicado. 
Daniel: Complicado como? 
Bruno: Então….
Hugo: É que no mundo existem homens e mulheres, mas o amor a gente não escolhe. 
Daniel: Então quer dizer que você ama o papai? 
Bruno: Exatamente. 
Hugo: Por isso você tem dois papais. 
Daniel: É que uma menina na escola me disse que eu só posso ter um pai. 
Bruno: Pois saiba que você tem dois e que nós te amamos muito. 
Hugo: Você não gosta de ter dois pais? 

Daniel para e olha para os pais. 

Daniel: É claro que eu gosto. Eu amo vocês. Antes eu não tinha nenhum aí Deus foi lá e me deu dois pais. 
Bruno: Nós também te amamos filho. 

Os três se abraçam e o casal chora de felicidade e se orgulham do filho que têm. 


Cena 09 - São Paulo - Paróquia Nossa Senhora do Carmo - Noite

Helena entra na igreja e começa a rezar pedindo a Deus uma solução para os problemas dos filhos. 

Helena: Pai peço por meus filhos, salva a vida do meu Arthur e liberta o Murilo de todo esse rancor em seu coração. Me perdoa por não ter sido forte o suficiente, mas te suplico pela vida dos meus filhos. 


Cena 10 - São Paulo - Hospital - Noite

César vai novamente até o hospital falar com o filho, mas o mesmo o rejeita. 

Arthur: Eu já disse que jamais queria vê-lo novamente. O que quer aqui? 
César: Vim pedir o seu perdão filho, por tudo o que eu fiz no passado. 
Arthur: Você nos abandonou sem o mínimo de consideração. Não pensou em nós e nem na minha mãe. 
César: Eu era jovem e imaturo, agora tenho uma outra mentalidade. 
Arthur: Agora é tarde, já fazem muitos anos. 
César: Você leu minha carta? 
Arthur: Li sim. E se esteve em coma durante esses meses, o que fez durante todos esses anos? 
César: Após o coma eu percebi o quão mal eu fiz a vocês e voltei para me redimir. 
Arthur: Me desculpe. Eu não consigo. 
César: Eu entendo que não queria meu amor e nem me chamar de pai, só espero que um dia me perdoe. 

Arthur fica em silêncio e depois César vai embora. 

Arthur: Meu Deus, me ajude a um dia perdoar o meu pai. 


Cena 11 - São Paulo - Casa de Paulo - Quarto de hóspedes - Noite

Murilo fica chorando no quarto após a saída da mãe. Ele sabe que está agindo mal, mas não consegue tirar a mágoa mágoa seu coração. 

Murilo: O que eu faço? Me ajuda Deus. O que eu faço? 

Continua...




 

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