Type Here to Get Search Results !

Tesouro do Retorno - Capítulo 01 (Estréia)


Tesouro do Retorno - Capítulo 01

CENA 1- BR- 262. MANHÃ.
A CÂMERA ANDA PELA BR- 262. ATÉ, QUE SE AVISTA BEIJAMIN, ANDANDO CALMO E TRANQUILO. ELE CADA VEZ, SE APROXIMA DA CÂMERA E A CÂMERA VAI FOCANDO NO SEU ROSTO. ALGUNS PÁSSAROS, (GAIVOTAS, BEIJA-FLORES, ETC, VOAM PELO ALTO NO CÉU). UM CARRO PASSA NESSE MOMENTO. NA PARTE SEGUINTE, OUTRO CARRO PASSA, E BEIJAMIN ACENA, COM AS MÃOS. NA PARTE SEGUINTE, BEIJAMIN JÁ ESTÁ DENTRO DO CARRO. UM HOMEM, CHAMADO LUÍS, QUE APARENTA TER UNS 40 ANOS, ESCUTA NO RÁDIO DE SEU RÁDIO, A MÚSICA DA ADELE, “SET FIRE TO THE RAIN”. UM LONGA CONVERSA COMEÇA ENTRE ELES:

Homem (Luís)- Bom, o que um rapaz como você faz, por aqui?
Beijamin- Eu viajo esse mundo inteiro!
Homem (Luís)- Sem rumo?
Beijamin- Bom, eu tento procurar um lugar para viver bem, aconchegado.
Homem (Luís)- E você encontrou?
Beijamin- Por enquanto, não! Sabe... Eu sempre tive uma vida muito difícil... (PAUSA)...
Homem (Luís)- Como assim?
Beijamin- Meus pais morreram quando eu tinha por volta de 12 anos, vivi na rua, passei o pão que o diabo amassou nas mãos dos moleques de rua, fui preso injustamente por um crime que eu não cometi.
Homem- Nossa! Mas, que crime foi esse?
Beijamin- Tudo começou, à...
FLASHBACK:

CENA 2- HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS/SÃO PAULO/VISTA DO ALTO DA CIDADE. NOITE.
Imensos prédios, com as luzes ligadas. Imensidão de carros.
CORTA:

CENA 3- RUA DE SÃO PAULO. CRACOLÂNDIA. NOITE.
Pessoas fumam. Todas estão sentadas no chão. Beijamin, uma jovem criança de 15 anos, está sentado no canto direito da câmera e cheira crack. Ele se levanta e vai até o imenso corredor, chamado “CORREDOR DA MORTE”. Lá, ele se assusta. Encontra uma pessoa morta no chão.
Beijamin (assustado)- Puta que pariu!
A polícia então que passa por ali, vê Beijamin agachado e estranham. Eles param a viatura e descem 2 policiais. Assim, os policiais seguem até onde está Beijamin. Então, Beijamin se assusta novamente ao ver passos atrás de si. Desconfiado, ele continua olhando para frente.
Beijamin (assustado)- Quem tá aí?
Policial 1 (Bento)- Polícia!
Beijamin se levanta rapidamente e engole em seco.
Beijamin (nervoso)- Olha, eu não fiz nada, senhor policial!
Policial 2 (Ricardo)- Então, por que você está perto do corpo?
Beijamin- Eu tava passando por aqui e vi o corpo.
Policial 1 (Bento))- Não sei, por que?! Mas, eu juro que eu não tô acreditando nessa história!
Beijamin (nervoso, tenta se explicar)- Mas é verdade! É, a mais pura verdade. Eu juro pela minha mãe que tá mortinha e enterrada.
Policial 2 (Ricardo)- Sei!
Os policiais se aproximam, pega as algemas e algemam Beijamin. Beijamin, reage tentando se defender.
Beijamin (nervoso)- Ei! Me soltem! Eu sou inocente! Me soltem! Eu não fiz nada. Eu sou um cidadão. Exijo meus direitos!
Policial 2 (Ricardo)- (grita)- Cale a boca!
Os policiais levam Beijamin até a viatura e ele continua gritando.
Beijamin- Me soltem! Por favor. Eu não fiz nada! Sou inocente. Por favor.
FIM DO FLASHBACK:

CENA 4- DIAS ATUAIS. MANHÃ. CARRO.
Beijamin e o Homem continuam conversando. A música continua tocando.
Homem- Nossa! Que história difícil. Foi bem sofrida!
Beijamin- Tem mais! Lá na delegacia, eu fui ameaçado e torturado...
FLASHBACK:

CENA 5- DELEGACIA 37°DISTRITO. NOITE. INTERIOR. SALA DO DELEGADO.
Um armário grande se encontra no canto esquerdo da sala. Alguns objetos estão em cima dele. Há uma grande mesa no centro e nela estão sentados o delegado Vinícius Barreto Costa e do outro lado como “ré” está Beijamin. Beijamin está mais calmo, mais ainda parece assustado com toda a situação. O delegado o interroga.
Beijamin- Por que eu estou aqui?
Vinícius- Jura mesmo, que você não sabe?
Beijamin- Eu só quero ir para casa!
Vinícius- No meio de todos aqueles sem teto! Na cracolândia?
Beijamin- É lá que é a minha casa. É lá que eu me sinto bem!
Vinícius- Você deve achar que eu sou idiota não é?
Beijamin- Desculpe, mas eu não entendi a pergunta!
Vinícius faz um sinal com a cabeça e o policial atrás de Beijamin lhe dá um “mata leão”. Beijamin se assusta e tenta se desvencilhar, mas é em vão. Vinícius então se levanta de sua cadeira e caminha em direção à Beijamin. Vinícius o questiona.
Vinícius- Por que você matou aquele homem?
Beijamin tenta falar com dificuldade, mas é possível escutar só meias palavras.
Beijamin- Mas, eu-eu... Eu-eu... Não consigo falar!
Vinícius- Solta ele!
O policial Bento solta Beijamin e ele tosse. O policial Bento pega Beijamin pelos seus cabelos e o puxa para trás. Vinícius se aproxima e pega pelo seu pescoço com delicadeza.
Vinícius- Diz logo, seu filho da puta! (PAUSA)- Por que você matou aquele homem?
Beijamin- Eu já disse que não fui eu que matei...
Vinícius o solta.
Vinícius- Leva ele, para tomar um choque.
CLOSE EM BEIJAMIN, ASSUSTADO...
CORTA PARA:

CENA 6- SALA ABANDONADA. DELEGACIA. INTERIOR. NOITE.
Beijamin está agora, sem roupa, amarrado no pau de arara, muito assustado e nervoso. 3 policiais e o delegado estão na sala, iluminada. 1 dos policiais liga o aparelho de choque e coloca os equipamentos pregados no peito de Beijamin. Outro policial dos 3 ali presentes, liga o aparelho de choque e Beijamin toma o primeiro o choque. Ele berra de dor.
Beijamin- Seus filhos de uma puta! Demônios.
O delegado ri.
Vinícius- Diz logo, homem! Por que você matou o homem?
Beijamin- Eu já disse que não fui eu que matei!
Novamente, ele toma um choque. Ele novamente geme e se contorce de dor.
Beijamin (lágrimas nos olhos, nervoso)- Pelo amor de Deus, parem com isso!
Vinícius- Podem soltar ele! Amanhã continuamos com o interrogatório.
Beijamin, quase desfalecido é levado para a cela.


CENA 7- CELA DA DELEGACIA. NOITE.
Os 3 policiais trazem Beijamin nos braços e abrem a cela e jogam Beijamin lá dentro. Beijamin se arrasta pelo chão e deita ali mesmo no chão.
CORTA:
FIM DO FLASHBACK:

CENA 8- CARRO. ESTRADA. DIAS ATUAIS. MANHÃ. DIA.
Continua a conversa entre Beijamin e o homem:
Homem (Luís Tavvares)- E como você conseguiu se livrar de todo esse tormento?
Beijamin- Apareceu uma testemunha na delegacia dizendo que quem havia atirado era um traficante conhecido ali na região. Aí, eles me liberaram daquele inferno.
Homem (Luís Tavares)- Sua história tem uma carga dramática muito grande!
Beijamin- Eu sempre digo que tem pessoas que já sofreram muito mais do que eu. Isso é comum!
Homem (Luís Tavares)- Não sei não! Nunca vi uma pessoa sofrer tanto.
Beijamin- Pois eu já conheci muito gente sofredora já! (PAUSA)- A vida é cheia de histórias, meu amigo e cada um carrega a sua cruz! Se Deus me deu essa cruz para carregar, é porque ele sabe que eu vou conseguir carregá-la.
Homem (Luís Tavares)- Verdade! Você por ser jovem é muito sábio!
Beijamin- Obrigado! Acredito que todos nós temos um pouco de sabedoria.
O Homem (Luís) continua dirigindo e o carro continua andando pela estrada.
CORTA PARA O CÉU COM NUVENS EM FORMATO DE ANIMAIS.
CORTA:

CENA 9- CIDADE DE AREIAS. MANHÃ. CENTRO.
Pessoas e animais andam pelas ruas. As barraquinhas com diversos tipos de alimentos estão espalhados pela rua. Os centros comerciais todos abertos e pessoas continuam caminhando e conversando pela rua. O carro do Homem (Luís) que estava com Beijamin chega e eles saem do carro. Eles param na frente do carro e Beijamin pega na sua mão e diz:
Beijamin- Muito obrigado! Foi muito bom ter conversado com você.
Homem (Luís)- Agradeço a você! Foi muito bom ouvir a sua história.
Beijamin- Obrigado! Faça boa viagem.
Homem (Luís)- Você também!
A CÂMERA ACOMPANHA BEIJAMIN QUE COMEÇA A ANDAR NOVAMENTE.
CORTA:

CENA 10- ESTRADA. BR- 262.
Beijamin começa a andar assim que saí da cidade e saí pensando na vida, até que de repente ele encontra um papel no chão. Ele o pega e se senta ao lado de uma árvore que tem por ali perto. Assim, que se senta debaixo da árvore, ele começa a ler o papel e vê que se trata de um tesouro escondido. Ele se surpreende.
Beijamin- Um tesouro.
CLOSE NO ROSTO DE BEIJAMIN.
Ele então se desconcentra do que estava fazendo e percebe sentir um cheiro forte vindo da mata. Ele então decide se encaminhar pela mata e ver o que é. Ele anda mais um pouco a frente na mata e vê que há um animal morto ali no chão. Moscas posam sobre ele. Ele tapa o nariz para não sentir o odor. Uma besta silenciosamente sente o cheiro de presença humana e começa a se encaminhar atrás de Beijamin. Beijamin sente o rosnado da besta, que o ataca. Ele se desvencilha dela e devagar se vira de frente para a besta, olha fixamente para ela e pega um pau caído ali no chão e ergue em direção a besta. Ela novamente o ataca, e ele caí no chão. A besta com suas patas e unhas enormes o arranha e rasga suas roupas e o machuca muito. O animal vê que não vai conseguir alimento ali, decide ir embora. Beijamin, muito machucado, com muita dificuldade se levanta bem devagar. Assim, ele começa a andar com muita dificuldade, (a câmera o acompanha). Logo, a frente, ele escuta o barulho de uma cachoeira. Ele continua andando.
CORTA:

CENA 11- CACHOEIRA. MATA. MANHÃ.
Uma cachoeira bela, com águas límpidas, escorre ao alto de uma rocha. Beijamin, com dificuldade, vem andando do lado esquerdo da cachoeira e se aproxima da cachoeira, se agachando no chão, ele pega suas mãos muito machucadas e pousa na água, pegando um pouco da água e joga no rosto. De nada, adianta. Ele então se levanta e continua andando pesadamente.
CORTA:

CENA 12- ESTRADA DE TERRA. MANHÃ.
Cercas ficam um a cada lado da estrada. Mato baixo. Beijamin vem andando com dificuldade, até que caí no chão. O sol bate em seu rosto ensangüentado.
CORTA NO ROSTO DELE.
CORTA:

CENA 13- ÁGUA BRANCA. MANHÃ. INTERIOR.
VISTA DO ALTO DA CIDADE. PRÉDIOS, CASAS. POSTES COM AS LUZES LIGADAS.
CORTA:

CENA 14- CASA DO PREFEITO. MANHÃ. DIA. INTERIOR. SALA DE ESTAR.
O prefeito e a primeira dama estão de pé em uma sala cheia de objetos. 2 sofás luxuosos à esquerda. Televisor de 50 polegadas no centro. E duas escrivaninhas nas laterais de cada sofá. O prefeito e a primeira dama conversam abertamente sobre assuntos relacionados ao novo acordo político assinado:
Petruchio- O novo acordo já foi assinado, senhora primeira dama!
Maria Luísa- Que acordo, senhor meu marido?
Petruchio- Do racionamento de água. Eu te contei aquele dia, se lembra?
Maria Luísa- Ah sim! Claro! E você não gostaria de comemorar?
Petruchio- Acho que vou dar uma festa.
Maria Luísa- Que tipo de festa?
Petruchio- Um baile para políticos importantes. Quem sabe nesse baile eu tenha a sorte de encontrar novos sócios importantes para a cidade.
Maria Luísa- Seria uma maravilha. Mas, quando você gostaria que fosse esse baile?
Petruchio- Daqui 1 semana! Acho que esse é o tempo necessário para organizar tudo isso.
Maria Luísa- Sim! É o tempo necessário. Tô animada!
Petruchio- Pois fique mesmo, meu amor. Quero que você fique muito animada!
Maria Luísa- Sabe, o que eu tô querendo fazer?
Petruchio dá um sorriso malicioso.
Petruchio- Um trepa-trepa?
Maria Luísa- Isso mesmo!
Petruchio se aproxima de Maria Luísa e a beija ferozmente. Eles caem sobre o chão.
CORTA:

CENA 15- ESTRADA DE TERRA. MANHÃ. EXTERIOR.
Beijamin está caído no chão. Ele se levanta com muita dificuldade. Ele pinga de suor. O sol bate no seu rosto. Ele se levanta, bem devagar e começa a andar.
CORTA:

CENA 16- ESTRADA DE TERRA-ESTRADA (ASFALTO). MANHÃ. EXTERIOR. ENTRADA DA CIDADE DE “ÁGUA BRANCA”.
Beijamin, chega e se encosta na entrada da placa da cidade de “ÁGUA BRANCA”. Ali, ele caí no chão. Um carro se aproxima e um belo homem, chamado Isacc saí do carro, apressadamente e diz, eufórico:
Isacc (preocupado)- Tá tudo bem?
CLOSE EM BEIJAMIN COM OS OLHOS ENTREABERTOS...
CLOSE EM ISACC...
NOVAMENTE, CLOSE EM BEIJAMIN...
Congela com respingos de chuva caindo sobre a tela, no rosto de Beijamin.



Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.